10/07/2019

GUARUJÁ

*

"A Casa da Pedra é uma casa residencial, construída sobre rochas, no ano de 1952, pelos arquitetos Henrique “Verona” Cristofani e Haim Vaidegorn, a pedido de Roberto Braga. A casa está localizada na cidade de Guarujá, no estado de São Paulo. É um patrimônio cultural tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), na data de 19 de julho de 2013, sob o processo de nº 63106/10. Edificação de arquitetura moderna, construída sobre rochas litorâneas. Sua estrutura externa, em formas geométricas, foi revestida com pastilhas e elementos de ferro e vidro. Foi aproveitado as rochas para algumas estruturas internas como paredes e banheira. No anexo à casa, foi construído um bar em formato de concha, foi utilizado estruturas de ferro e vidro. O acesso ao bar se dá por uma passarela". Wikipedia. 


GUARUJÁ E O VERANISMO ARISTOCRÁTICO


DALMO DUQUE 



De todas as cidades veranistas da Baixada Santista, o Guarujá foi que mais tempo sustentou o status de balneário aristocrático. Sua origem politica, fruto de um empreendimento privado e de investimentos volumosos, atraiu a alta burguesia paulistana e interiorana, compondo um dos mais sofisticados balneários da América do Sul. As primeiras chácaras e chalés luxuosos e bucólicos logo foram sucedidos por mansões à beira mar, onde não era raro observar a presença de iates caríssimos nas baías e enseadas,  aviões particulares aterrizando nas praias quase selvagens e também helicópteros com campos de pouso exclusivos nas propriedades.. 

Durante seis décadas o balneário  não teve governo popular e era gerida por um condomínio oligárquico - as Prefeituras Sanitárias -  que sustentavam os serviços públicos juntamente com suas propriedades locais. 

Na medida que o veranismo se expande, Guarujá vai perdendo o seu aspecto exclusivista para atender as classes médias, sempre em busca de ascensão, seduzidas pelo luxo reinante no balneário. Como nas demais cidades praianas próximas, ocorre  ali um acentuado processo de verticalização na orla e o desaparecimento gradual das antigas mansões, como já havia acontecido com os chalés de madeira do final do século XIX. 

Outra mudança importante foi o crescimento gradual do complexo portuário de Santos, instalado na margem esquerda do canal - Bocaina e Vicente de Carvalho - que deu ao município um aspecto econômico totalmente diferente da sua vocação praiana turística e veranista e que atualmente já cogita sua emancipação política. Ali também funciona há décadas a Base Aérea de Santos, originalmente construída para defesa militar do porto e do complexo industrial de Cubatão. 

O hábito de frequentar praias veio da Europa há mais de 100 anos, cujas estações quentes são verdadeiros refúgio dos invernos rigorosos. O mesmo acontece na América do Norte, quando os veranistas buscam em determinadas épocas do ano lugares quentes para repouso e extroversão. 

O último grande impulso veranista na região aconteceu com a construção da terceira pista da rodovia dos Imigrantes, que já completou uma década. Uma quarta pista, formada só por túneis, já está nos planos da concessionária dessa auto-estrada, para uso exclusivo de automóveis de pequeno porte, liberando as demais para uso de cargas portuárias e industriais. Antes que cheguem os grandes aeroportos civis e de cargas, as rodovias ainda representam o grande fluxo de transporte de ligação entre o planalto e o litoral.. 

 O veranismo continua sendo o costume de frequentar sazonalmente as praias litorâneas. Existem praias fluviais interioranas, porém  as do litoral têm um atrativo especial, que é a imensidão e a diversidade dos oceanos, que absorvem os tons azulíneos do céu e também  o verde intenso das matas próximas às orlas. Essa particularidade da estética geográfica praiana mexe com a imaginação e o temperamento humano, sempre estimulado pela visão lúdica do infinito e a necessidade social e psicológica de lazer o repouso próximo da natureza.  O veranismo litorâneo preencheu essa lacuna da psiquê e sua atração natural pelo Nascente, assim como o sertão, no sentido oposto, preenche a atração pelo Poente. Tornou-se também um grande e próspero negócio turístico.

Essa foi a grande mudança de costumes que despertou os moradores das cidades brasileiras- pequenas, média e grandes- a cultivarem as praias e os balneários atlânticos. Isso aconteceu de maneira tímida já nos meados do século XIX e cresceu vertiginosamente no século seguinte, marcado por uma intensa mudança  de hábitos e costumes. 

A proximidade geográfica de algumas metrópoles  com o litoral paulista, até então provinciano e bucólico, foi a grande causa da explosão veranista de massa, marcado pelos surtos imobiliários e  também estimulada pelas facilidades de acesso por meio das ferrovias e rodovias. Futuramente esse acesso será certamente transformado pela facilidade do transporte aéreo. 

Muitas cidades do litoral, que nasceram como pequenos núcleos de veraneio, se transformaram em cidades altamente populosas, de moradias fixas. Esse fenômeno foi bem rápido e mais perceptível no litoral paulista, sobretudo nas localidades mais próximas dos municípios da Grande São Paulo e que se transformaram em grandes consumidores de temporadas sazonais e também de fins-de-semana.  Esse é o perfil da Baixada Santista e o Guarujá que, juntamente com Santos, São Vicente e Praia Grande, são peças-chaves dessa cada vez mais complexa conurbação. 

Para melhor compreender as origens do Guarujá e como esse território foi se transformando geograficamente em função da diversidade de interesses e fatos decorrentes,  é necessário pontuar suas quatro principais fases e características históricas:

Guarujá Natural, período pré-histórico, comum a todas as localidades da região.

Guarujá Colonial, parte das Capitania de São Vicente e São Paulo

Guarujá Imperial, território distrital de Santos, assim como Bertioga.

Guarujá Republicana, cidade emancipada.

Nenhum lugar cresce e se desenvolve sem que ocorra paralelamente a ampliação dos núcleos periféricos, onde habitam os que prestam serviços aos ocupantes mais abastados. Como aconteceu com São Vicente, cujos imóveis veranistas foram sendo gradualmente ocupados por moradores fixos, o Guarujá aos poucos vai se tornando uma cidade dormitório de trabalhadores da região. O mesmo vem acontecendo com Praia Grande. Paralelamente, desde os primeiro tempos da formação balneária, ocorreu gradualmente uma ocupação periférica formada por uma população de baixa renda sem nenhuma conformidade territorial atraída pela rápida transformação urbana não somente no Guarujá mas também em Santos e ao polo industrial de Cubatão. A proximidade periférica do Guarujá com Santos e a facilidade de acesso pelas balsas e pequenas embarcações na Ponta da Praia e no centro portuário de acelerou essa ocupação. Outro fator importante dessa ocupação periférica oposta à ocupação veranista foi desenvolvimento da margem esquerda do porto , da entrada do canal no Itapema até a antiga Bocaina, depois oficialmente denominada Vicente de Carvalho. Essa mudança de nome já foi uma afirmação politica santista para esvaziar a crescente ideia de emancipação daquele núcleo e que seria estendida à orla nos anos 1950. 

Esse novo Guarujá, surgido nos pós-guerra, de pouco menos de três décadas, também teria seu período de declínio e transformação, com a migração das classes altas  para regiões mais isoladas do litoral norte; ou então para outros países, considerados mais privativos e seguros. A Flórida foi um desses alvos do êxodo dessa elite. 



EVOLUÇÃO E TRANFORMAÇÃO POLICO-TERRITORIAL


Dinâmica dos territórios jurídicos nos três períodos políticos do Brasil. Dalmo Duque. 


Desmembramentos históricos dos municípios da Baixada Santista a partir da Capitania de São Vicente. Fonte: CIDE-Central Integrada de Dados e Estatísticas do Município de Praia Grande com base no IGC e IBGE.




Praia do Pernambuco, anos 1950. CEDOM


Passeio das freiras veranistas em direção ao Edifício sobre as Ondas. CEDOM.

Marina do Guarujá. CEDOM



Praia da Enseada. Emerson Fittipaldi, Olivia Harrison e George Harrison no Guarujá, no verão de 1979, próximo da ocasião do GP Brasil de Fórmula 1 daquele ano. George Harrison faleceu em 2001.
Créditos: Fábio Brasil. Arquivo Histórico do Guarujá. 




Foto de 1904 mostra como era a natureza praticamente intacta antes da urbanização do Centro Pitangueiras. Esse é o Morro do Pitiú e a passagem para a Pitangueiras/Astúrias. Na imagem, é possível ver a chegada das águas que vinham do pequeno córrego que existia onde hoje se encontra a avenida Leomil. Esta foto foi publicada na Revista Kósmos, na edição de Maio do quarto ano do século XX. O autor da fotografia foi J. Marques Pereira que fez outras imagens da baixada santista nesta viagem. Fonte: Novo Milênio. 


Hóspedes do Grande Hotel la Plage nos anos 1930. Arquivo Histórico do Guarujá. 

Estação de Trem da Praia das Pitangueiras. Chegada do trem a vapor na Estação Guarujá em 1916 e, ao lado esquerdo, o Grande Hotel de La Plage. Estação inaugurada em 1893, foi demolida em 1935 e ficava exatamente no encontro da Rua Petrópolis com o calçadão das Pitangueiras. O Hotel, em sua última versão, havia sido inaugurado em 1913, e foi demolido em 1962. Ficava entre as ruas Petrópolis e Cav. Nami Jafet. Arquivo Histórico do Guarujá. 

Funcionários da Ferrovia Itapema-Pitangueiras nos anos 1930. Arquivo Histórico do Guarujá. 




Edição do Estadão de 1924 propagando a mais nova atração balneária do Guarujá. Arquivo Histórico do Guarujá. 



Bonde 5 atravessando a cidade. No rodapé pode-se ler, abreviada, "Estrada de Ferro Guarujá", uma das várias denominações aplicadas a essa via férrea. O bonde rebocava um carro de passageiros aberto, indicando ser época de grande afluxo de passageiros. Foto: acervo de Octávio Luís Bertacin, neto do engenheiro Ettore Bertacin (encarregado pela Casa Siemens de eletrificar a via), enviada a Antônio Gorni e  disponibilizada no site Tramway do Guarujá. Novo Milênio. 



Dois registros do Révellion 1919  no Grande Hotel et De La Plage. Primeira Grande festa dos novos proprietários da Cia. Guarujá, que mudara de acionistas no mês anterior. Era o fim do grupo estrangeiro capitaneado por Percival Farquhar e o início da administração do Comendador Puglisi. O nome Grande Hotel et De La Plage foi usado a partir de 1913, e durou até a década de 1920. Depois, funcionou como Grande Hotel Guarujá, até fevereiro de 1962, sua última temporada de verão, antes de ser demolido, a partir de março daquele ano. CEDOM. Fotos: Jorge Luiz e texto de Enrique Dias







Oswald de Andrade esposa, em Guarujá, na década de 1930. Um dos mais famosos modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922, posando para uma fotografia na calçada do Jardim da Orla da Praia das Pitangueiras, ao lado de sua terceira esposa, a poetisa Julieta Bárbara Guerrini de Andrade, com quem ficou casado de 1936 a 1940. Fonte do texto: Enrique Dias e fotografia do Acervo do MIS.

Restaurante do Grande Hotel la Plage. Arquivo Histórico do Guarujá.



9 de julho de 1932. Foto do acervo da Família Miranda que estava em férias no Grand Hotel, na temporada de Inverno de 1932. Posando entre eles, o Inventor Alberto Santos Dumont, exatamente duas semanas antes de sua morte.  Foto: Gilda Neves. Hóspede fixo do antigo Grande Hotel la Plage em 1932, o inventor e empresário Alberto Santos Dumont não resistiu á solidão e melancolia e cometeu suicídio por enforcamento no seu apartamento. Arquivo Histórico do Guarujá. 

*

PEQUENA HISTÓRIA DO GUARUJÁ


FRANCISCO MARTINS DOS SANTOS (1972)
 

Guarujá era habitado por índios desde dois mil anos antes de Cristo, conforme atestam estudos do historiador Paulo Duarte que, na década 50, pesquisou os sambaquis do “Mar-Casado”, na praia de Pernambuco e do “Buracão”, no canal de Bertioga.

Os nativos alimentavam-se basicamente de ostras e frutos do mar e chamavam a ilha, na época do descobrimento, de “Guahibê”, ou “Ilha do Sol”.

“A primeira notícia documental que se tem da ilha é de 1502, quando a Armada de André Gonçalves e Américo Vespúcio, a 22 de janeiro daquele ano, ancorou junto à sua costa ocidental (atualmente co-nhecida como “praia da Pouca Farinha”) fundando ao mesmo tempo o porto de São Vicente.

Assim, na primeira descrição de 1527, assinalava-se aquilo que seria o Porto das Naus, da futura Capitania de São Vicente, junto à costa remansosa da ilha de Guaibê e na segunda assinalava a Praia do Góis (a praia da Ilha do Sol) hoje parte do município de Guarujá, onde primeiro fundeou Martim Afonso.

Estevam da Costa, vindo em 1535, como reza aquela escri-tura é , assim, o primeiro povoador e agricultor português documentado da ilha de Guaibê ou Santo Amaro, embora o nobre Jorge Ferreira o precedesse de dois ou três anos, fixando-se no Itapema (atualmente Vicente de Carvalho) sem escritura ou Carta de Sesmaria , ali se instalando com plantações e criações. São esses homens, portanto, os fundadores da colonização portuguêsa da ilha de Santo Amaro, podendo qualquer deles ser apontado como primeiro povoador – Jorge Ferreira sem documentação conhecida, em 1532/33 e Estevam da Costa, em 1535/36, podendo-se afirmar, consequentemente, que a vida social e agrícola da Ilha do Sol teve início entre os anos de 1532 e 1536.

Estevam da Costa desapareceria do cenário vicentino ao fim de alguns anos. Jorge Ferreira permaneceria: seria Capitão-Mór, Governador das Capitanias de São Vicente e Santo Amaro de 1556 a 1557 pela primeira vez e de 1567 a 1569 , pela segunda, deixando vasta prole de seu casamento com uma filha de João Ramalho.

Em 1699, ao fim da primeira grande indústria que fora a dos engenhos de açúcar, teria início em Santo Amaro uma indústria também categorizada, a do óleo de baleia, instalada no extremo norte insular

No século XIX a ilha de Santo Amaro virou entreposto de escravos e, mesmo depois da proibição do tráfico, navios negreiros atracavam furtivamente na praia da Enseada, que até hoje conserva alguns dos barracões usados para abrigar os africanos. A praia do Tombo era usada para descartar escravos velhos ou doentes.

A praia e sítio do Perequê em meados do século XIX era talvez a maior e mais famosa propriedade agrícola de toda ilha, com enorme frente e fundos até o rio da Bertioga. Pertencia então a Valencio Augusto Teixeira Leomil, que, entre outros negócios, dedicava-se ao tráfico de escravos, chegando a ser processado, condenado e a fugir do Brasil por alguns anos para a prescrição da sentença. Esse Valencio Teixeira Leomil ficaria ligado à história do Guarujá moderno pelo seu tino comercial, pois pediria à Câmara de Santos, em 1890, a concessão por 70 anos para instalar uma linha de trens de ferro do estuário de Santos até o Guarujá e à praia do Perequê, sua antiga propriedade. Obtida a concessão, poucos meses depois já a venderia à Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro, da qual seria Diretor Fiscal nos próximos tempos e aí, já em nome desta Companhia, obteria ele duas grandes áreas de marinha, no estuário de Santos (entre os rios “do meio” e “Santo Amaro”) e, ao fim da “Praia do Guarujá, para utilização e instalações da nova empresa.

Dai se daria a aproximação com os fundadores da futura cidade de Guarujá, o Dr. Elias Chaves e seu primo, Dr. Elias Fausto Pacheco Jordão, que entre 1890 e 1892 era sócio-gerente da Companhia Prado Chaves, uma das maiores firmas de exportação de café na cidade de Santos, pertencente a Elias Chaves, que foi quem pediu a ele que planejasse a construção da cidade balneária. Elias Chaves, após contratar com Valêncio Teixeira Leomil a compra de sua concessão para estabelecimento de uma estrada de ferro na ilha de Santo Amaro, fundou a Companhia Balneária, na mesma ilha, tornando Elias Fausto seu presidente e dando a Valêncio a posição de Diretor Fiscal, organizando em seguida os planos maiores para instalação da Vila Balneária do Guarujá, sobre traçado de sua autoria.

A encomenda feita por Elias Fausto nos Estados Unidos (alguns afirmam ter sido no Canadá) consistia numa cidade completa, do melhor pinho da Geórgia (equivalente ao pinho de Riga), um hotel com 50 quartos e mais várias salas, como a de refeições, bar, leitura (living e sala de estar); e ainda uma igreja, um cassino e mais 46 casas de residência, ou grandes chalés americanos, tudo desmontável e de grande qualidade (os chalés, em boa parte, existiam até a década de 60 em excelente estado de conservação e habitabilidade).

Enquanto não chegava dos Estados Unidos a vultosa encomenda, tratou o Dr. Elias Fausto de providenciar a construção de uma pequena estrada de ferro, que a princípio ia até a chamada Balneária, junto ao rio do meio, no estuário de Santos (hoje Ferry-Boat e princípio da avenida Adhemar de Barros) e mais tarde até o Itapema, à nova estação dos trens e das barcas ali construída. Para maior conforto dos passageiros e visitantes, ele mandou vir também duas amplas barcas a que deu os nomes de “Cidade de Santos” e “Cidade de São Paulo”, que inicialmente partiriam do Valongo, junto à Estação de Estrada de Ferro (Santos-Jundiaí) e aportariam ao portão da Balneária.

A estação de chegada da pequena linha férrea permaneceu durante mais de trinta anos junto à antiga Praia de Laranjeiras (ou Pitangueiras) quase em frente ao Hotel, passando depois para a rua Mario Ribeiro.

A inauguração desse hotel e da cidade de Guarujá verificou-se no dia 2 de setembro de 1893, com grande solenidade, vindo de São Paulo para esse fim o Presidente do Estado, Dr. Bernardino de Campos e seu ajudante de ordens, Luiz Alves da Gama Bastos, o secretário do interior, Dr. Cesario Mota Jr, o Bispo Dom Joaquim Arcoverde, Elias Chaves, seu primo Dr. Elias Fausto, presidente da Companhia e o Dr. Vicente de Carvalho (que havia sido pouco antes Secretário do Interior). A chegada dos visitantes e convidados verificou-se às 11 horas e trinta e cinco (da manhã) entre a alegria, as saudações e os foguetes dos representantes locais e muitos populares, principalmente pescadores de todas as praias vizinhas.

Para a montagem e direção inicial do hotel viera da Argentina Monsieur D’Huíque, o qual, com a competência e a prática que lhe apregoavam , organizou todos os serviços satisfazendo de fato e encantando toda a aristocrática frequência do então denominado Grande Hotel de “La Plage”, com o conforto de uma grande hospedagem.

Pouco tempo, entretanto, durou o belo hotel de madeira. Violento incêndio o devorou certo dia e novo hotel de tijolos, pedra e cal foi levantado em seu lugar, o qual teria por gerente em seus primeiros tempos o ilustrado Dr. Eulálio da Costa Carvalho, homem de cultura, energia e tino administrativo, que nele se instalou com suas filhas, fazendo-o progredir e criar fama.

Vários gerentes de alto nível teve o estabelecimento hoteleiro, que era como que a alma da pequena cidade balneária e por vezes com função diretiva também na Companhia, principalmente após a morte do velho Valencio Teixeira Leomil, ocorrida em 1900, aos 82 anos de idade. Como João Constantino Janacópulos, o celebrizado cidadão greco-brasileiro. Entretanto, os mais famosos chefes do Grande Hotel foram sem dúvida Daniel Souquiéres, fundador da célebre “Rotisseria Sportman”, em Santos e Vicente Rossatti, arrendatário do célebre Trianon, na avenida Paulista e do Bar Municipal, ambos em São Paulo, figura co-nhecidíssima e popular, Mestre de hotelaria e grande organizador de banquetes festivos e oficiais.

O Hotel, diga-se de passagem, era o grande animador do Guarujá, hospedando grandes figuras nacionais e internacionais, no comércio, na indústria, na política, nas finanças e animando o cassino de jogo, que era a usina financeira de toda a empresa e se apresentava então magnífico, cheio de lustres de cristal, vitrôs e dourados, estofados de couro da Rússia e tapetes da Pérsia. E dessa altura, em que o Guarujá esplendia em belezas naturais, o afreguezamento e a presença constante de notáveis figuras da indústria paulista como o Conde Francisco Matarazzo e depois seu filho, Conde Chiquinho, o Cavaleiro Ugliengo, o Dr. Ricardo Severo, o comendador Nicola Puglisi, o Conde Crespi e tantos mais, que deram maior progresso ao Guarujá, chegando alguns, como o Comendador Puglisi, à direção da Companhia Guarujá e à construção dos primeiros palácios residenciais da estância.

As melhores famílias de Santos e São Paulo, entre 1920 e 1930, ocupavam a maioria dos chalés americanos e adquiriram terrenos no loteamento inicial e em outros que foram surgindo no corpo central da nova cidade, que já possuia um cinema, um pequeno parque zoológico no velho bosque junto ao morro, muitas charretes pelas praias e dois importantes recreios, o das pedras, onde está hoje o edifício Sobre as Ondas, e o das Astúrias, altos, pitorescos e famosos por suas peixadas.

Não são de esquecer, como figuras conhecidíssimas e progressistas do Guarujá dessa época intermediária, o velho José Maria Gonzalez (o Zé Maria) que funcionando em vários setores da Companhia, mas principalmente no Cassino e na movimentação da grande roleta, fora também o iniciador das construções no outro lado da vila, além da linha de ferro, onde mantinha um bar e mercearia e algumas casas, sendo uma aquela em que residia com sua numerosa família. Até o campo de futebol, movimentado pelos filhos (Guarujá Futebol Clube) parecia ser obra sua; o velho Souza, português, residente nas bases do Tegereba, estabelecido com bar e mercearia, senhor de algumas outras propriedades no local que tinha seu nome (Vila Souza) ; o coronel Maia Filho, conferente da Alfândega de Santos, dono de uma granja de leite (a “Leiteria Modelo) , em verdadeiro sítio comprado aos herdeiros da família Chaves; o velho Fairchild, americano de Santos que passa por ter sido o primeiro morador da nova vila; Juventino Malheiros, que mais tarde seria o primeiro prefeito da Estância e mais alguns vultos representativos da primeira e da segunda épocas da Vila de 1893.

A nova fase, definitiva, do Guarujá é recente e teve início com as primeiras graduações recebidas após sua elevação a Distrito de Paz, por lei de primeiro de março de 1923, abrangendo todo o território da ilha e, principalmente, com sua desagregação do município de Santos até constituir-se em cidade e município.

Em 30 de junho de 1926, a lei 21.84 assinada pelo Dr. Carlos de Campos, transformava o Guarujá em Prefeitura Sanitária, sendo seu primeiro prefeito Juventino Malheiros, que ali residia desde muitos anos, sucedido por outros ao correr dos anos. Em 1931, o coronel João Alberto Lins de Barros, interventor federal em São Paulo, aboliu a categoria pelo decreto número 4.844, de 21 de janeiro, integrando Guarujá novamente a Santos, até que três anos e meio depois, em meados de 1934, o Governador Armando Salles de Oliveira, pelo decreto 1.525 de 30 de junho de 1934, criou a Estância Balneária de Guarujá, nomeando como seu prefeito o Dr. Ciro de Mello Pupo. Vários prefeitos sanitários teve então o Guarujá, como o Dr. Artur Costa, o Dr. José Costa e Silva Sobrinho, o Dr. Alvaro Parente e outros, até 1947, quando a lei orgânica dos municípios, promulgada em 18 de setembro, passou Guarujá de prefeitura sanitária a município, sendo seu primeiro governo municipal eleito para o período de 1948 a 1951.

Estava chegada então a fase áurea do Guarujá, cuja alavanca principal seria, de fato, embora pouco percebida, a construção da Via Anchieta, que se completaria com a Via Anhanguera na ligação e na aproximação de todo o “interland” paulista ao litoral do Estado

A abertura da estrada de rodagem Guarujá- Bertioga, dobrando à esquerda na velha fazendinha do Perequê, de tanta tradição na ilha, junto ao velho solar e à antiquíssima Capela dos Escravos (modernamente da cantora Bidú Sayão, viúva de Walter Mocchi) atingindo o rio Bertioga e seguindo pela costa de dentro, através dos sítios de projeção no passado (Cachoeira, Ribeira, Jabaquara, Cortume, Ponte Grossa, São Pedro, Buracão, Pedrinha, J. Ferreira, Ponta Grossa, Laranjeiras e outros) até frontear a velha Bertioga, onde desde então passou a funcionar a balsa de travessia (ou Ferry-Boat) assim como a abertura de estradas melhores em todos os sentidos e direções, favoreceu a expansão turística e o aproveitamento total da Estância pela articulação num só corpo de todos os pontos magníficos, principalmente Iporanga de um lado, e praia do Bueno, Monduba e Guaiúba do outro.

Coincidiam os últimos fatos históricos de Guarujá com grande expansão litorânea do Estado, que atingiria Caraguatatuba, São Sebastião, Ilha Bela e Ubatuba, criando a necessidade de proteção aos pescadores, assustados pelo progresso e prejudicados por ele, afugentados de seus antigos lugares, vencidos pela valorização extrema e imprevista de suas terras, pelas técnicas mo-dernas de pesca e pelas grandes organizações pesqueiras, em sua maior parte.”

Trechos da publicação “Pequena História do Guarujá”, do Prof. Francisco Martim dos Santos”. 

Novo Milênio. 


1940. Chalé Nº 19. Foi demolido em 1980 juntamente com o seu vizinho Nº 20. Ficava na Rua Mario Ribeiro na esquina com a Rua Benjamin Constant. Foi construído em 1893. Seu último proprietário foi Nelson Mendes Caldeira. CEDOM.


Chalé da Villa Balneária, cuja primeira proprietária, foi dona Veridiana da Silva Prado. No início dos anos 1900, a propriedade foi comprada por J. H. Fairchild. Essa casa localizava-se na esquina da Petrópolis (Avenida Quatro) com Mário Ribeiro (Alameda Cunhambebe). Neste local, hoje, encontram-se além dos Edifícios Águas Lindas e Lia Prime, vários comércios como: Restaurante Pérola do Atlântico, Papelaria Kids Paper, Delicias Árabes, entre outros. Fonte: Texto de Enrique Dias.
Foto: Grupo Guarujá e suas Histórias.


Itapema antigo. Ano: 1947. Chalé na Rua Senador Salgado Filho, hoje seria aquela entrada que é depois do terminal dos ônibus. Vicente de Carvalho/Itapema. Fonte: Guarujá e suas Histórias

Ruínas de um chalé  na praia do Saco do Major. CEDOM

*

ANTÔNIO PRADO, UM DOS FUNDADORES DO BALNEÁRIO  


 
Detalhe da primeira página do jornal santista A Tribuna em 24 de abril de 1929


Embora o sobrenome Prado esteja ligado diretamente à criação do balneário de Guarujá, e a personalidade tenha merecido destaque nacional nos tempos do Império e da República, não mereceu ainda sua lembrança para a denominação de uma via pública neste município (mas foi lembrado para uma rua em Santos).

O conselheiro Antônio da Silva Prado  nasceu em São Paulo a 25 de fevereiro de 1840 e se formou pela Faculdade de Direito de São Paulo a 22 de novembro de 1861. Jornalista, foi proprietário do Correio Paulistano e - junto com Rodrigues Augusto da Silva - fundou o jornal O Paiz, no Rio de Janeiro. Conselheiro do Império, quando se tornou em 1885 ministro da Agricultura, assinou a lei que concedeu liberdade incondicional aos escravos maiores de 60 anos.

Foi deputado à Assembleia Provincial de S. Paulo, em 1865; deputado à Câmara dos Deputados em 1869, 1870, 1871 e 1874; presidente da Câmara Municipal de S. Paulo; senador em 1887 e 1888 e presidente da Assembleia Provincial de S. Paulo.

Proclamada a República, publicou manifesto de apoio ao Governo Provisório e exerceu durante 35 anos o cargo de presidente da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Foi fundador do Jóquei Clube, do Velódromo, do Automóvel Clube. Também foi prefeito de São Paulo nos períodos de 1889-1890 e 1901-1904, além de exercer a presidência do Banco do Estado de São Paulo. Foi diretor, ainda, do Banco do Comércio e Indústria.

Presidente da firma Prado, Chaves e Cia., de que participavam seu cunhado Elias Chaves, parentes e amigos - quase todos grandes produtores de café e empresários urbanos de sucesso -, o conselheiro Antonio Prado ajudou a constituir a Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro, que em 1892 decidiu organizar um conjunto turístico no local hoje ocupado pelo centro da cidade do Guarujá. Esta companhia ficou sob a presidência de Elias Fausto Pacheco Jordão, que era o gerente da firma Prado, Chaves e Cia. Todo em madeira importada (pinho da Geórgia), o conjunto incluiu um grande hotel, 46 casas residenciais, igreja, cassino, estação ferroviária e uma linha férrea ligando com o canal do porto de Santos) em frente ao terminal da S.P. Railway), que foi inaugurada em 2 de setembro de 1893. O hotel foi destruído por um incêndio em 1897. Em 1910, o conselheiro Antonio Prado vendeu o conjunto de Guarujá para um grupo econômico representado pelo grande aventureiro das finanças internacionais, Percival Farquhar (mais lembrado como o construtor da ferrovia Madeira-Mamoré).

Antônio Prado faleceu a 23 de abril de 1929, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, em sua primeira página, o jornal santista A Tribuna destacou o fato:


FALECEU O CONSELHEIRO ANTÔNIO DA SILVA PRADO

Memória

As fases da agonia do venerando paulista - O seu passamento - Manifestações de pesar - Trasladação do corpo para São Paulo

Após muitos dias de longa e dolorosa agonia, faleceu o conselheiro Antonio Prado, que era a encarnação das tradições paulistas do Segundo Império, a figura mais representativa dos paulistas do Brasil monárquico.

A sua figura inconfundível projetou-se, desde os primeiros tempos de sua vida de homem formado, no cenário paulistano, já como simples advogado, já como político militante.

A família Silva Prado de há muito conserva, em S. Paulo, uma posição de merecido destaque, jamais excedido: em todos os departamentos da atividade paulista ela mantinha representantes que honravam a cultura e a operosidade peculiares aos paulistas.

Astípide de uma nova mocidade, então promissora de novos batalhadores em prol do nome de sua terra e de seu país, o conselheiro Antonio Prado se desdobrou numa plêiade de notabilidades no mundo das letras, da política e do jornalismo - Eduardo Prado, Caio Prado, Antonio Prado Junior, Martinho e Martinico Prado, e, mais longe, Armando Prado, que consolidaram o nome e a glória dessa privilegiada família, tão ligada a todas as fases modernas da história de S. Paulo.

No Gabinete Saraiva, Antonio Prado assinalou magnificamente a sua atuação em face do grave problema da Escravidão, o que é solene desmentido ao que se procura faze acreditar em contrário de sua sobranceria e desinteresse; na administração da Companhia Paulista de Vias Férreas de S. Paulo e na prefeitura de . Paulo, fez-se admirar o administrador emérito; e nas relações sociais, na família, o cavalheiro elegante e fino, o pai afetuoso e bom, que se constituiu paradigma na culta e inquieta capital paulista.

(...) no gabinete de 20 de agosto de 1885, que lhe confiou a pasta da Agricultura, em cuja função se tornou Conselheiro de Estado do Império. Seus serviços ao gabinete Saraiva contribuíram poderosamente para a votação da lei de 25 de setembro de 1885, que declarou livre o escravo que atingisse os 65 anos. Foi o primeiro passo para a abolição da escravatura que, perseverantemente, defendeu, pela imprensa de São Paulo e do Rio, coadjuvado por seu chefe de gabinete, o dr. F. L. Gusmão Lobo, figura por demais saliente na propaganda antiescravocrata no Brasil.

Em 1887, o dr. Antonio Prado foi eleito senador do Império (...)

Todos os filhos do conselheiro Antonio Prado estão no Rio e assistiram ao seu traspasse. São eles: Paulo, Antonio, Luis, Sylvio, Herminia e Nazareth. Todos eles, inclusive mesmo o prefeito, irão hoje, à noite, a São Paulo, acompanhando os sagrados despojos do seu pai. - H. R.

Um trem especial organizado pela Central do Brasil

RIO, 23 - A chefia do movimento da Central do Brasil mandou organizar, para hoje à noite, um trem especial, que deverá conduzir a família, amigos e admiradores do ilustre extinto.

Esse especial sairá momentos antes do Luxo Paulista. - H. R.

Comparecimento à estação Pedro II dos admiradores do extinto

RIO, 23 - Foram convidados todos os membros dos diretórios central e regionais da Seção Universitária e os filiados em geral do Partido Democrático, a comparecerem às 21 horas à estação D. Pedro II, de onde serão trasladados para S. Paulo, em trem especial, os despojos do conselheiro Antônio Prado. - H. R.

(...)

Novo Milênio.

*


RESUMO HISTÓRICO E CRONOLÓGICO - PODER LEGISLATIVO


GUARUJÁ, A PÉROLA DO ATLÂNTICO



A ocupação da Ilha de Santo Amaro, onde está localizada Guarujá e Vicente de Carvalho, data de aproximadamente 3.900 anos atrás. Os primeiros habitantes foram os Homens dos Sambaquis, semi-nômades, que viviam da coleta de alimentos, de caça e principalmente dos produtos do mar. Não conheciam a agricultura. Os Sambaquis existentes na Ilha foram destruídos para a construção de estradas e construção civil, eram montes formados por acúmulos de conchas , provavelmente construídos para enterrar os mortos, ou para rituais religiosos ou rituais festivos.

Os índios Tupi originários da Ásia, cerca de 2000 anos atrás não moravam na Ilha, mas vinham aqui tomar banho de mar e apanhar sal. Moravam no Planalto, hoje São Paulo. 

Os Tupi deram o nome: Ilha de Guaibê ou Guaru-ya. Guaibê significa lugar de carangueijo (Azevedo Marques) ou Cipó de Amarrar (Gaspar Soares de Souza), Guaru-ya significa Passagem Estreita (João Mendes de Almeida) ou Viveiro de Sapos ou Rãs (Frei Gaspar da Madre).

Os primeiros colonizadores portugueses ao chegarem a região trouxeram outra pronúncia ao nome Guaru-ya, que passou a ser Guarujá. José Adorno, ao construir uma capela em 1544 na região, em homenagem a Santo Amaro, deu o nome definitivo a Ilha que abrigava Guarujá.

Em 1893, Guarujá foi promovida a Vila Balneária de Guarujá. Para isso foram encomendados dos Estados Unidos um hotel, uma igreja, um cassino e 46 chalés residenciais desmontáveis. Além de receber serviços de água, esgoto e luz elétrica.

Em 30 de Junho de 1934 a cidade recebeu o título de Estância Balneária e em 1947 passou a ser considerada município devido ao seu crescimento contínuo.

Com uma natureza exuberante espalhada por 27 praias com belezas totalmente diferentes que atraiam os turistas para a região, Guarujá foi reconhecido internacionalmente, na década de 70, com o título de “Pérola do Atlântico”.
 

CRONOLOGIA HISTÓRICA DA ILHA DE SANTO AMARO


1502 - Expedição de Gaspar Lemos ou André Gonçalves, trazia Américo Vespúcio que avistara a Ilha Guarujá, indo em direção a Ilha Goiaó, atual São Vicente.

1532 - Expedição de Martin Afonso de Souza chega a São Vicente, juntamente com Pedro Lopes de Souza.

1540 - Fundação do primeiro povoado da Ilha de Santo Amaro (nome européio) por Estevam da Costa e Jorge Ferreira.

1545 - Instalação do primeiro engenho de cana-de-açúcar, construção da Capela de Nossa Senhora da Apresentação, e a construção da Capela Santo Amaro (dando nome definitivo a Ilha).

1552 - Braz Cubas substituiu um fortim de madeira erguido por Martin Afonso de Souza, em defesa contra os piratas, na entrada da Barra de Bertioga, pela Fortaleza de São Felipe.

1553 - Hans Staden, comandante do Forte São Felipe, naufraga e é capturado pelos índios Tamoios. Milagrosamente libertado retorna a Europa onde escreveu a obra "Duas viagens ao Brasil, 1547-1555".

1584 - Após a invasão do Pirata Inglês, Edward Fenton constrói-se a Fortaleza da Barra Grande.

1670 - Início da construção da Fortaleza do Itapema.

1699 - Fundação da primeira indústria da região, Armação das Baleias (1699-1830), no Canal de Bertioga.

1715 - Primeiro êxodo rural.

1765 - Primeiro Censo acusa 536 moradores.

1860 - A família Miguel Francisco Bueno Chaves adquire o Sitio da Glória.

1892 - A Companhia Prado Chaves adquire junto à Praia das Pitangueiras e parte do Sitio da Glória, extensa s áreas de terra. Começa a urbanização (Vila Balneária).

1893 - 4 de Setembro, inaugurada a Vila Balneária.

1897 - Incêndio destrói o Grande Hotel (reconstruído passou a chamar Grande Hotel La Plage).

1911 - Plantações de bananas, riquezas agrícolas da região.

1920 - Fase áurea do jogo e do turismo.

1923 - Criado o Distrito de Paz de Guarujá (a Ilha continuou um distrito de Santos até 1934).

1934 - Emancipação Administrativa em 30 de Junho (autonomia municipal).

1940 - Construção do Forte dos Andradas.

1948 - Instalada a Câmara Municipal de Guarujá.

1953 - Criado o Distrito de Vicente de Carvalho (antigo Itapema).

1962 - Criada a Comarca de Guarujá.

1965 - Instalado o Fórum da Cidade de Guarujá.


PODER LEGISLATIVO -1ª LEGISLATURA DA CIDADE

Data Inicial: 01/01/1948 - Data Final: 31/12/1951

Data Eleição: 01/01/1948


1ª Legislatura - 1948/1951: Abílio Franco, Agenor Lavoisier Assis, Américo Sega, Aurélio Sório,   Celeste Stipanich,   Francisco Arnaldo Gimenez ,  Hércules Archangelo Bertoldi,   Jayme Daige   Jayme Vasques,   João de Souza,   Jorge Moura, Leôncio Camargo Filho, Lidio Martins Corrêa,   Manoel Martins,  Mario da Silva,   Paulo Paiva, Raphael Vitiello, Roberto Gelsomini.


*

RESUMO HISTÓRICO E CRONOLÓGICO - PODER EXECUTIVO


A cidade de Guarujá, situada na Ilha de Santo Amaro, foi visitada pela primeira vez no dia 22 de Janeiro de 1502 pelos exploradores portugueses André Gonçalves, Américo Vespúcio e suas armadas. Mais precisamente, essa visita ocorreu na parte ocidental da ilha, conhecida atualmente como Praia Santa Cruz dos Navegantes.

Contudo, devido à topografia, hostilidade indígena e áreas pantanosas a cidade ficou por mais de 300 anos abandonada. Tendo apenas a extração de óleo de baleia, pesca e poucos engenhos de açúcar como atividade econômica.

Com o passar do tempo as pessoas que viviam dessa economia foram formando um pequeno povoado, sendo assim, por um decreto imperial de 1832, Guarujá passou a condição de Vila.

Em 1893, Guarujá foi promovida a Vila Balneária de Guarujá. Para isso foram encomendados dos Estados Unidos um hotel, uma igreja, um cassino e 46 chalés residenciais desmontáveis. Além de receber serviços de água, esgoto e luz elétrica.

Em 30 de Junho de 1934 a cidade recebeu o título de Estância Balneária e em 1947 passou a ser considerada município devido ao seu crescimento contínuo.

Com uma natureza exuberante espalhada por 27 praias com belezas totalmente diferentes que atraiam os turistas para a região, Guarujá foi reconhecido internacionalmente, na década de 70, com o título de “Pérola do Atlântico”.

Atualmente a cidade continua a ser referência nacional na qualidade de suas praias, o desenvolvimento econômico das últimas décadas trouxe grandes investimentos ao setor portuário, náutico, hoteleiro, empresarial, imobiliário e do comércio. Hoje Guarujá é o destino ideal para quem quer desfrutar das belezas naturais e garantir e um passeio com muita diversão e cultura.

ILHA DO ARVOREDO
A ilha do arvoredo está localizada em frente à praia de Pernambuco, a 1,6 km da costa. Com uma área de 36 mil metros quadrados, a ilha serve de palco para pesquisas ecológicas e científicas. Foi cedida em 1950 pelo Serviço de Patrimônio da União ao engenheiro mecânico Fernando Eduardo Lee para fins científicos. Após a morte do seu idealizador em 1994, a ilha passou a ser administrada pela Universidade de Ribeirão Preto que atualmente está à frente da direção da Fundação que leva o nome do engenheiro. A ilha é auto sustentável, com sistemas de captação de água potável, energia solar e eólica, o acesso à ilha é feito pelo mar e pela phoenix de concreto que está a mais de trinta metros de altura e serve como trava para o guindaste que iça os visitantes através de uma cesta. A visitação ao local é controlada pela fundação.


PAVILHÃO DA MARIA FUMAÇA
Para facilitar o acesso dos turistas à Estância Balneária de Guarujá, em 1892 foi iniciada a construção do Tramway do Guarujá. Sendo esta inaugurada em 2 de setembro de 1893. Os turistas que se destinavam ao Guarujá naquela época tomavam um pequeno vapor no porto de Santos, chamado Cidade de São Paulo, que atravessava o estuário até o Itapema. Lá havia uma estação onde os turistas pegavam a Maria Fumaça, trem a vapor que seguia até a frente do Grande Hotel, na praia das Pitangueiras. O trem do Guarujá incluía também um pequeno ramal entre o Guarujá e o atual bairro de Santa Rosa, em frente ao bairro da Ponta da Praia em Santos, com extensão aproximada de três quilômetros. No final da década de 1910 esse ramal foi desativado, sendo construída uma estrada de rodagem. Em 19 de Janeiro de 1918 é implantado um serviço de balsas entre a Ponta da Praia e Santa Rosa, viabilizando o tráfego direto de automóveis entre Santos e o Guarujá. Quase quarenta anos depois, é desativado o Tramway do Guarujá. O serviço de transporte sobre acabou em 13 de julho de 1956. A visitação é gratuita e o pavilhão está exposto no cruzamento da Avenida Puglise com a Avenida Leomil no centro da cidade.

ARMAÇÃO DAS BALEIAS
Localizada na margem do canal de Bertioga, a Armação das Baleias foi um importante marco econômico colonial nos séculos XVIII e XIX. Local que tinha como sua atividade a extração do óleo de baleia, destinado à iluminação pública e ao aproveitamento de seus derivados. Foi a primeira indústria extrativista que funcionou na Ilha de Santo Amaro. A indústria dos produtos de baleia foi uma das permitidas neste período, aqui no Brasil pelos portugueses. Havia uma sucursal da Armação das Baleias na Praia do Góes, hoje inexistente.

ERMIDA DO GUAIBÊ
A Capela do século XVI é encontrada na região próxima à armação das Baleias feita de pedra e óleo de baleia, atualmente em ruínas, é tida como capela quinhentista de Santo Antônio, construída por José Adorno, frequentada pelo Padre Anchieta que nela haveria rezado missas e catequizado índios. O cruzeiro de pedra do século XVI pertencente à Ermida, encontra-se no Museu Paulista (Museu do Ipiranga) na cidade de São Paulo.

SAMBAQUI
Guarujá abriga um dos sambaquis (aglomerados de conchas) mais antigos do país, segundo arqueólogos da USP – Universidade de São Paulo, estas estruturas foram construídas por civilizações pré-históricas há mais de 8 mil anos com intuito de ser um local sagrado e de rituais fúnebres. Foi batizado pelos estudiosos como Sambaqui Monte Cabrão e também já foi registrado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como parte de um sítio arqueológico na cidade.


*

VICENTE DE CARVALHO:  BOCAINA E ITAPEMA


Farol do Itapema. Arquivo Histórico do Guarujá. 


Vicente de Carvalho é um distrito do município brasileiro de Guarujá, que integra a Região Metropolitana da Baixada Santista, no litoral do estado de São Paulo. O atual bairro do Itapema, em Vicente de Carvalho, foi o local da Ilha de Santo Amaro onde se fixou o povoador Jorge Ferreira, um dos fundadores de Santos, e onde no mesmo século XVI foi construído o Forte da Vera Cruz de Itapema, para defesa do porto de Santos e da então vila fronteira. Mais tarde (fins do século XIX), foi construída a pouca distância do velho Forte a Estação das Barcas de Guarujá, até hoje existente.

O topônimo procede do chamado tupi: Ita "pedra", Pê "quebrar, torcer, dobrar", e o sufixo Ma (breve) para formar "supino" (como ensina João Mendes de Almeida), com o significado de "Morro quebrado mais de uma vez" ou "pedra muito quebrada", aludindo aos pequenos morros ali existentes, que pareciam quebrados três vezes, acompanhados de grandes pedras como satélites.

Esses morrotes muito conhecidos e seus pedrouços vêm sendo destruídos há muito tempo, utilizados em aterros e empedramentos diversos, na Base de Aviação da Bocaina, em Itapema e em Vicente de Carvalho, a nova localidade (distrito de Guarujá) que começando no Itapema, propriamente dito, segue pela várzea do Paecará (que comumente grafam: Pae-Cará), ligando-se a Conceiçãozinha e ao ferry-boat.

O Forte do Itapema, único monumento histórico de Vicente de Carvalho, está atualmente em estado de abandono, correndo o risco de desaparecer. Em 2016 foi firmado um acordo entre a prefeitura de Guarujá e a União para revitalização do Forte.

Formação administrativa

Decreto nº 15.540 de 15/01/1946 - Fica criada no distrito de Guarujá, município do mesmo nome, a 2.ª subdelegacia de Polícia, com sede no bairro do Itapema.

Distrito criado pela Lei n° 2.456 de 30/12/1953, com sede no povoado de Itapema e terras desmembradas do distrito sede de Guarujá.

Pedidos de emancipação. Os habitantes de Vicente de Carvalho já manifestaram (e continuam a manifestar) seu desejo de que o nome do seu distrito e futura cidade volte a ser Itapema ou melhor Porto Itapema, nome que invoca a sua vocação portuária.

Em 2013 o distrito entrou com novo pedido de emancipação. Um grupo de moradores, empresários, profissionais liberais e comerciantes se uniram e criaram o Movimento Pela Emancipação Politica-Administrativa de Vicente de Carvalho - MEVC, tendo como presidente o Corretor de Imóveis Clayton Cesar Leite Rodrigues. O Movimento continua atuante com reuniões periódicas e em 2018 uma nova tentativa de votação da Lei entrará em pauta no Congresso, os emancipacionistas acreditam que conseguirão aprovar a lei e sancioná-la. Wikipedia.

 Pae Cará - Vicente de Carvalho, 1960. "Rua aberta do bairro Pae Cará, sem qualquer melhoramento público. As casas, construídas de madeira serrada e cobertas de telha, alinham-se afastadas da rua. Observar as pequenas pontes à entrada das casas; elas servem para transpor as valas de drenagem, abertas ao longo das ruas.", Diva Beltrão de Medeiros / Viver em Guarujá. 



Vicente de Carvalho, avenida Santos Dumont. 


Cinema Grande do Itapema, próximo à  Estação das Barcas. Anos 1960. O proprietário era José Nunes. Além das sessões de cinema, neste local, também ocorreram os famosos bailes de Carnaval. CEDOM. 

Armazém da distribuidora de alimentos Cobal em Vicente de Carvalho. Anos 1980. COBAL – A Companhia Brasileira de Alimentos foi um órgão do Ministério da Agricultura criado em 1962 e extinto em 1990. Tinha o objetivo de promover o abastecimento estatal nas grandes metrópoles de artigos hortifrutigranjeiros, assim abrindo postos de varejo por todo o país.



Itapema. Comemoração do Tri, Copa do Mundo de 1970.  CEDOM


Vicente de Carvalho.1964. Avenida Thiago Ferreira, entre as Ruas Francisco Alves e Amazonas, ali iniciava o comércio. Ao lado esquerdo Casa de Carnes Itapema em frente no lado direito Panificadora Vera Cruz.. Fonte: Grupo Guarujá e suas histórias.



RAÍZES, HISTÓRIA E MEMÓRIA

Textos e imagens: Wikipédia, Novo Milênio e Cedom Guarujá

Geografia marcante

Guarujá é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se na Região Metropolitana da Baixada Santista. Geograficamente, situa-se na Ilha de Santo Amaro, terceira maior ilha do litoral paulista. O município é formado pela sede e pelo distrito de Vicente de Carvalho.

É um dos quinze municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por lei estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. O município também adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de estância balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

O termo "Guarujá" é derivado do termo tupi agûarausá, que designa um tipo de caranguejo, o guaruçá.
Apesar de ser comum empregar o artigo definido antes do nome da cidade, este uso não é correto. Deve-se portanto dizer "Tenho casa em Guarujá" e não "Tenho casa no Guarujá".

Antecedentes
Período colonial

Em 22 de janeiro de 1502, os primeiros europeus pisaram na ilha. André Gonçalves e Américo Vespúcio aportaram na praia de Santa Cruz dos Navegantes, depois seguindo viagem à ilha de São Vicente.

A ilha, pantanosa e acidentada, não atrai a atenção dos colonizadores portugueses, que preferem centrar esforços na vizinha ilha de São Vicente, esta mais ampla e salubre e contando com um acesso privilegiado ao Planalto Paulistano, através de trilhas indígenas. Apesar do desinteresse, alguns colonos portugueses acabaram se instalando na costa ocidental de Santo Amaro, sobrevivendo de agricultura de subsistência, pesca e reparos de embarcações utilizadas no estuário de Santos.

Em 1543, quando da primeira divisão territorial brasileira, toda a região entre a ilha de Santo Amaro e a barra do rio Juqueririê (futuros municípios de Guarujá, Bertioga e parte de São Sebastião) é concedida a Pero Lopes de Sousa por seu irmão Martim Afonso de Sousa, sob o nome de capitania de Santo Amaro. A capitania, sem recursos naturais de importância e sem ligações com o Planalto, não se desenvolve. As únicas ações visando a ocupar o território são a construção dos fortes de São João e São Filipe, destinados a proteção do porto do Santos, uma beneficiadora de óleo de baleia no extremo norte da ilha, na desembocadura do Canal de Bertioga, e a ação de alguns grupos de jesuítas para a catequese de índios.


Mapa das ilhas de São Vicente e Santo Amaro, com suas respectivas áreas continentais serranas no século XVI. Memória Santista.


Século XIX

O balneário de Guarujá em 1894.

Durante toda a fase colonial e imperial, a ilha não atrai atenção, sendo povoada apenas por colonos pontuais e por pequenos sítios destinados a esconder escravos contrabandeados da África. No fim do século XIX, o surgimento do turismo, o desenvolvimento da economia paulista e a existência de um acesso ferroviário rápido e fácil entre o litoral e o Planalto Paulista, provocam um novo interesse pela ilha de Santo Amaro.

Em 1892, surge a Companhia Prado Chaves, que tem por finalidade a criação de uma vila balneária na praia de Pitangueiras e a exploração do turismo na ilha. Para a vila, são encomendadas 46 casas de madeira nos Estados Unidos e um hotel de luxo, contando inclusive com um cassino. O hotel, batizado de La Plage, foi também construído com a mesma madeira com que foram feitas as casas. Além da vila, a Companhia construiu uma linha férrea ligando o estuário de Santos à praia de Pitangueiras, batizada de Tramway de Guarujá, bem como o primeiro serviço regular de navegação entre Santos e Guarujá.

O empreendimento é inaugurado em 2 de setembro de 1893 e torna-se reduto da classe alta paulistana durante o verão, inclusive com a presença do presidente do Estado e de seus secretários. Esta data é também considerada a de fundação do município, quando Guarujá foi promovido a Vila Balneária.

Século XX



Em 1911, a companhia é adquirida pelo empresário norte-americano Percival Farquhar (foto acima, Percival Farqhart, New York Times, 22 de setembro de 1912 , passando a se denominar Companhia Guarujá. O novo Grand Hôtel de la Plage foi reinaugurado em 1912, tendo sido um marco para o turismo de luxo no Brasil. O sucesso do hotel e a reputação de Guarujá como destino de verão da classe alta paulistana levam a um contínuo desenvolvimento da vila durante a primeira metade do século XX. Neste mesmo hotel, em 1932, morreria o aeronauta e inventor brasileiro Alberto Santos Dumont, onde havia se hospedado após sérios problemas de saúde. 

Em 1923, a vila foi transformada em distrito de paz e, em 30 de junho de 1926, o distrito tornou-se prefeitura sanitária, separando-se de Santos.


A primeira prefeita sanitária de Guarujá, Sra. Renata Crespi da Silva Prado. 
Arquivo Histórico do Guarujá. 


Jardim frontal do Grande Hotel la Plage, com a presença constante de fotógrafos de turismo. CEDOM.


Arquivo Histórico do Guarujá. 


Hall de entrada do Grande Hotel la Plage nos anos 1940. Arquivo Histórico do Guarujá. 



A eletrificação foi inaugurada a 11 de janeiro de 1925. Com a eletrificação da linha, bondes elétricos passaram a circular, junto às locomotivas a vapor. Os equipamentos usados na eletrificação foram fornecidos pela Siemens; as obras foram dirigidas pelo engenheiro Ettore Bertacin, da Casa Siemens de São Paulo, e tiveram duração de oito meses. A subestação elétrica principal, que também abastecia o distrito de Itapema, estava localizada "próximo das torres grandes da Companhia Docas de Santos", recebendo a corrente em 40 000 volts e transformando-a em 6 600 volts. A subestação retificadora, que reduzia e retificava a corrente alternada de 6,6 kV para 750 volts a ser usada na linha de contato, situava-se no quilômetro quatro da via férrea, ou seja, próximo à metade de seu percurso, no bairro da Conceiçãozinha. Todo o material rodante era de origem alemã, tendo sido produzido pelas firmas Siemens e M.A.N. - Maschinenfabrik Augusburg Nürnberg. Foram adquiridos dois bondes de 106 HP, numerados #3 e #9, e uma locomotiva elétrica de 106 HP para tracionar trens de carga. Esta máquina, com 18 t de peso, tinha capacidade de tracionar trens de 47 toneladas de carga a uma velocidade de 45 km/h.

Em 1930, esta empresa adquiriu mais dois bondes da M.A.N., numerados #5 e #7, e construiu um ramal de três quilômetros até o Sítio Cachoeira para o transporte de carga, com extensão aproximada de 2,5 km. O bonde #3 seria sucateado após um acidente ocorrido na década de 1930. 

Em 1931, a prefeitura sanitária é extinta, com a reintegração da ilha ao território de Santos e Guarujá volta a ter autonomia apenas em 30 de junho de 1934, no antigo status de "prefeitura sanitária". Com a deterioração da estação férrea original de Guarujá, construída em 1893 entre a praia e o Grande Hotel, foi necessário construir uma nova e o local escolhido foi outro: o antigo pátio de cargas do bonde, na avenida Leomil, a dois quarteirões da praia. 

Em 30 de junho de 1934 foi criada a Estância Balneária de Guarujá, evento que motivou a realização de melhorias no serviço do Tramway de Guarujá. Decidiu-se então construir uma nova estação e oficinas, localizadas agora na Av. Leomil, a dois quarteirões da praia. Elas foram inauguradas a 21 de dezembro de 1935. Com a inauguração do novo prédio, o velho foi desativado e demolido. Os bondes foram transferidos para a Estrada de Ferro Campos do Jordão, onde são usados até hoje, e uma de suas locomotivas está exposta na avenida Leomil, em Pitangueiras, em Guarujá.



Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Periódicos e Revistas.


Varanda do Grande  Hotel la Plage no início do século XX. Arquivo Histórico do Guarujá. 



O balneário de Guarujá em 1894. Instituto Moreira Salles. 

A ERA DO TURISMO PRAIANO.  Guarujá, a "Pérola do Atlântico", em fins do século XIX, por Guilherme Gaensly. O surgimento da Vila Balneária Guarujá, na Ilha de Santo Amaro, que se tornou em fins do século XIX e início do século XX, o destino de verão mais disputado da classe alta paulistana, não passou despercebido pelo fotógrafo suíço Guilherme Gaensly (1843 – 1928), que a fotografou em torno de 1894, ano em que ele e seu sócio desde 1882, Rodolpho Lindemann (c. 1852 – 19?), abriram uma filial da próspera empresa Gaensly & Lindemann, em São Paulo, onde Gaensly havia ido morar. Ele havia chegado em Salvador com cinco anos e, em 1871, após um período de aprendizado no ateliê de Alberto Henschel (1827 – 1882) na capital baiana, estabeleceu-se como fotógrafo. Destacou-se como retratista e como fotógrafo de paisagens urbanas e rurais. Em São Paulo, foi contemporâneo dos fotógrafos Valério Vieira (1862 – 1941), do austríaco Otto Rudolf Quaas (c. 1862 – c. 1930) e do húngaro José Wollsack (1847 – 1927), dentre outros. Acervo: Brasiliana Fotográfica.


Cabinas de banhistas em 1897. Guarujá ainda era distrito de Santos, quando esta foto foi tirada, em 1897 - época em que as famílias da alta sociedade paulista começaram a adotar uma solução original para se defenderem do sol em suas tardes de veraneio naquelas praias. Elias Chaves importou dos Estados Unidos alguns chalés de madeira então considerados elegantes, que (conforme então divulgado) ofereciam o conforto de uma vivenda e ainda podiam levar os banhistas, sobre rodas, até a beira da água, evitando que eles se bronzeassem - o que, na época, era tido como antiestético e vulgar, além de envelhecer prematuramente as pessoas que se expunham ao sol. Publicação original: Novo Milênio. 



Anúncio do Grande Hotel, publicado em um jornal de São Paulo, em 20 de julho de 1897. Esse primeiro edifício do Grande Hotel foi o importado dos Estados Unidos  e menos de quatro meses depois foi destruído por um incêndio. “A História de Guarujá – Fase Urbana – 1890-1956 – Volume 1”, do escritor Enrique Dias. CEDOM Guarujá. 

Duas imagens muito representativas sobre a Primeira Capela urbana da cidade de Guarujá. Construída em madeira, foi importada dos Estados Unidos, quando da montagem da Vila Balnearia, em 1892, e inaugurada no ano seguinte. Na primeira imagem, detalhe da lateral da igreja com um grupo de crianças posando para o fotógrafo, que deveria estar postado bem no meio da Rua Mário Ribeiro, que na época, se chamava Alameda Cunhambebe, praticamente onde hoje, se encontra a Drogaria São Paulo, e mirando a lente da câmera no sentido da Avenida Puglisi. A Rua Mário Ribeiro ainda não havia sido asfaltada, mas já tinha calçada com meio fio. Do lado esquerdo da foto, passando a fachada lateral da igreja, temos a Rua Petrópolis (então, Avenida 4) e em seguida um chalé*, onde, atualmente, se encontra uma padaria. Na segunda imagem, temos a fachada frontal desta capela, que foi destruída completamente em um incêndio ocorrido, em 1924. Neste local, atualmente, encontra-se o Edifício Boulevard, sendo que a capela tinha a sua entrada principal voltada para Rua Petrópolis. Estas imagens devem ser de uma data muito próxima a 1910.  Arquivo Histórico do Guarujá. 


Guarujá dos primeiros tempos veranistas. Capela do Balneário. Arquivo Histórico do Guarujá. 

A imagem da fachada principal da Capela e algumas informações foram extraídas do Capítulo “Da Capela à Matriz”, do livro “A História de Guarujá – Fase Urbana – 1890-1956 – Volume 1”, do historiador, pesquisador e escritor, Enrique Dias. Segundo a saudosa Dona Mercedes “Pipe” Damin, em entrevista ao historiador Enrique Dias, quando a igreja pegou fogo, em 1924, a imagem de Santo Amaro resgatada por Atílio Gelsomini, foi levada para o interior do chalé, que na época era propriedade de uma senhora chamada Mariazinha. Como a igreja ficou completamente destruída, dona Mariazinha cedeu a sua sala de estar para que nela adaptassem um pequeno altar. Nesse local seriam realizadas as missas até que um prédio, também adaptado, ficasse pronto. O local ficava na esquina da Avenida Puglisi com a Avenida Leomil.  CEDOM. 


Cartão postal do início do século XX mostrando a recente urbanização do balneário. Arquivo Histórico do Guarujá. 

Prédio da primeira prefeitura de Guarujá. Ficava na Rua Petrópolis ate a esquina com a Rua Mario Ribeiro. Construída na década de 1930 e demolida no final da década de 1960. Hoje no local, Ed. Boulevard. Cedom Guarujá.

Estações de conversão dos trens entre a Bocaina e a orla. Arquivo Histórico do Guarujá. 

Arquivo Histórico do Guarujá. 

Estação turística de bandes nas Pitangueiras nos anos 1950.Arquivo Histórico do Guarujá. 

Praça das Bandeiras (Jardins do Grande Hotel. Composição do trem a caminho da Estação Itapema. Nesta época, o sistema funcionava com o material rodante comprado em 1892. A famosa locomotiva, Maria Fumaça, que está em exposição na Av. Leomil, pode ser esta da foto. Infelizmente, a imagem não permite identificar o número da mesma. Fonte da Foto: Estações e Ferrovias do Brasil. 

Trem da linha Itapema-Guarujá nos anos 1930. Cedom


Arquivo Histórico do Guarujá. 

Arquivo Histórico do Guarujá. 
Arquivo Histórico do Guarujá. 

Tarde de matinê no Cine Guarujá nos anos 1960. Arquivo Histórico do Guarujá. 













Desfile de Modas no Hotel La Plage: Modelo e acervo: Yara Ferrantti de Souza. Arquivo Histórico do Guarujá. 







AS OBRAS SOCIAIS DOM DOMÊNICO 


Construção das instalações da Faculdade Dom Domênico. Arquivo Histórico do Guarujá. 




Cidade de Santos, 16 de julho de 1967. Hemeroteca Digital da BN



Dom  Domênico Ragoni benzendo as novas ambulâncias (Chevrolet, modelo Amazonas), ao lado do Prefeito Domingos de Souza.  Guarujá e suas histórias.


Obra sociais lideradas pelo padre Domênico Rangoni: acima o Ninho Maternal e embaixo o Hospital Santo Amaro. Arquivo Histórico do Guarujá. 

Hospital Santo Amaro, 1965. Arquivo Histórico do Guarujá. 

Arquivo Histórico do Guarujá. 

Álbum de recordações. Data: Anos 1960. Info: Colaboradoras do Padre Domênico: Dona Maria Sachs, Dona Juliana, Dona Bernadete, Dona Teresa e Dona Marinete.. Créditos: Rita Rosas. CEDOM.

Arquivo Histórico do Guarujá. 
Arquivo Histórico do Guarujá. 

Almoço de confraternização dos funcionários do Hospital Santo Amaro. Arquivo Histórico do Guarujá. 




Arquivo Histórico do Guarujá. 
Arquivo Histórico do Guarujá. 





 Formatura da 1ª Turma da Faculdade de Enfermagem. Arquivo Histórico do Guarujá. 

Arquivo Histórico do Guarujá. 


COLÕNIA DE FÉRIAS AACD



Inauguração da Colônia de Férias da AACD. Jornal Cidade de Santos, 8 de fevereiro de 1971. 
Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.








Leiteria Ideal. Ficava na esquina da Rua Quintino Bocaiúva com a Rua Mário Ribeiro. Hoje no local está o Ed. Mauí. Nos anos 1930 e 1940, pertenceu à Família Araújo. Nos anos 1960, já mais parecida com uma venda, tinha como proprietários o Sr. Manolo (Manoel Araújo) e sua esposa, Olívia Rosa Araújo. Cedom Guarujá


Anúncio da revista Manchete, 1950. Propagandas Antigas. 

Sorveteria e lotérica nos anos 1940. Cedom


Praia do Tombo. Cartão postal doado por Ricardo Lousada. Cedom Guarujá. 

Guarujá em 1907. Cedom. 

Loteamento na Praia da Enseada nos anos 1950. . Fonte: Eduardo Dantas. Cedom

Comunidade caiçara da praia do Tombo nos ano 1970.  Arquivo Histórico do Guarujá. 

Procissão de Santo Amaro nos anos 1950. Arquivo Histórico do Guarujá. 


Enchente nos anos 1960 no centro da cidade. Arquivo Histórico do Guarujá. 



Loteamento do Guaiuba em 1953. Cedom. 



 Praia do Guaiúba, 1965. Foto de Susanne Tonon. Comentário de João Pecchiore; "Cheguei em 1969 como professor primário da Escola Estadual de Emergência da Praia do Tombo. Não havia prédios. Na rua, que hoje se chama Alexandre Migues, só tinha o CRPI e a Imobiliária do Sr. Alexandre Migues, o Bar do Tunico, o Antiquário da Dona Angélica e um açougue; as casas de madeira, dos pescadores, na areia da praia do Tombo e casas de veraneio. Muitos pais de alunos eram caseiros ou pescadores. Os filhos de Dona Angélica, mãe da Belmira, João e Ricardo, foram meus alunos".Arquivo Histórico do Guarujá. 



Matéria do jornal Cidade de Santos mostrando as condições precárias de urbanização periférica do Guarujá. Edição de 24 de janeiro de 1967.  Hemeroteca Digital BN

*

NOTÍCIA DENUNCIA A BUSCA DE UMA IDENTIDADE


Nos anos 1960, no auge do seu desenvolvimento e glamour veranista aristocrático, Guarujá denuncia sua crise cultural, sai em busca do resgate da sua identidade e chama a atenção dos veículo de comunicação interessados na exploração comercial dessa lacuna. Essa notícia do jornal o Estado de São Paulo, dá claros sinais dessa procura e funciona como propaganda dessa ideia. Guarujá á adulta e não conhece sua própria história. Não fabrica história como se fosse um produto-objeto comercial, mas essa era intenção de alguns grupos políticos que precisavam legitimar suas intenções de controle da máquina pública de governo. Esse problema não foi solucionado, visto que na sucessão das décadas, a cidade foi sendo ocupada por populações  forasteiras e cada vez menos conectada com a sua memoria social. Até hoje, Guarujá até hoje sofre essa carência e busca reafirmar, como em outras épocas, a sua verdadeira raiz. O veranismo e o turismo contribuíram e muito para a construção dessa identidade social. Hoje essa busca concentra-se na independência dos tribunos municipais veranistas, voltando para a Margem Esquerda do Porto de Santos, em Vicente de Carvalho.  É uma herança do Porto do Pré-Sal, que sucederia o Porto das Indústrias, abortado ou suspenso pela crise política iniciada pelo impeachment da Presidente Dilma Roussef e que culminou com a prisão do presidente Lula.  A rápida passagem da família de Lula como moradores da periferia portuária da cidade e depois as denúncias eleitorais de que o mesmo possuía imóveis de luxo na cidade entraram para a história recente da cidade. Lula voltou à presidência, aliado ao ex-governador e adversário Geraldo Alkmin.  A dúvida agora é a seguinte: Guarujá espera a volta do Porto do Pré-sal ou entra de cabeça na autonomia local do Porto das Industrias? É uma capítulo ainda não escrito e ne vivido da sua história. (DDS)

HISTORIOGRAFIA, MEMÓRIA E IDENTIDADE


Obras com registros biográficos e memorais do Guarujá. CEDOM

BIBLIOGRAFIA GUARUJÁ
Confira, abaixo, a lista de livros que o CEDOM identificou com conteúdos sobre a nossa História, assim como, alguns que foram ambientados na Ilha de Santo Amaro. Na lista encontram-se livros especificamente sobre a História de Guarujá ou que contenham capítulos ou seções, dedicadas a nossa História. Os livros identificados com a sigla EA, antes do nome, estão em nosso acervo. Caso você tenha algum livro que ainda não possuímos e queira fazer uma doação, basta entrar em contato com o CEDOM, pelo WhatsApp (13) 99623-4836.
Também queremos saber, de nossos amigos, se vocês conhecem outros livros que não estão nesta lista, para nos indicar.
Ajude o CEDOM a resgatar a História de nossa cidade.
- LIVROS DE HISTÓRIA
EA A História de Santos
Autor: Francisco Martins dos Santos
Ano: 1932
O Caiçara
Autor: Baronesa Esther Karwinsky
Ano: 1993
EA Pérola ao Sol
Autores: Mônica de Barros Damasceno e Paulo Mota
Ano: 1990
EA Três Momentos de uma mesma História
Autor: Ângela Omati Aguiar Vaz
Ano: 2003
EA A História de Guarujá – Volume 1 – Fase Urbana 1890-1956
Autor: Enrique Dias
Ano: 2021
EA História do Transporte Urbano no Brasil: bondes e trólebus
Autor: Valdemar Correia Stiel
Ano: 1984
EA Diário de Navegação: Pero Lopes e a expedição de Martim Afonso de Sousa
Autor: Vallandro Keating e Ricardo Maranhão
Ano: 1532
EA Lembranças de São Paulo: O litoral paulista nos cartões postais e álbuns de lembranças
Autor: João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo
Ano: 2001
EA Il Brasile Attuale
Autor: Arthur Dias
Ano: 1907
Arquitetura Moderna na Praia – Residências na Praia de Pernambuco, Guarujá.
Autor: Maurício Azenha Dias
Ano: 2009
- LIVROS AMBIENTADOS EM GUARUJÁ
EA O Caiçara
Autor: João Batista Coelho (João Phoca)
Ano: 1917
O Guarujá e Eu
Autor: Eduardo Etzel
Ano: 19??
Meus Cinquenta Anos na Cia Prado Chaves
Autor: Pedro L. P. Sousa
Ano: 19??
Vida e Luta de Três Gerações
Autor: Albertina Fernandes Lopes
Ano: 1977
EA Viagem ao Brasil
Autor: Hans Staden
Ano: 1557
EA Fidel com a Dele e Eu com a Minha
Autor: Enrique Dias
Ano: 2009
EA Guarujasando
Autor: Enrique Dias
Ano: 2021
Sob a Luz do Candieiro
Autor: Natanaels Silva Santos
Ano: ????
Guarujá O Sonho de Uma Sociedade
Autor: Carlos Alfio Blaschi
Ano: 2022
EA O Senhor dos Protestos
Autor: Carlúcio Antonio da Silva
Ano: 20??
EA Meu Banco Azul
Autor: Yara de Moraes
Ano: 2019
EA Os Homens da Ilha
Autor: Wendel Alexsander Dalitesi Costa
Ano: 2021
- LIVROS SOBRE PERSONAGENS DE GUARUJÁ
EA Don Domênico – O Grande Benfeitor de Guarujá
Autores: João José de Oliveira Pecchiore, Jordan Goes Paixão Santos, e, Marcos Costa Nobre.
Ano: 2023
- LIVROS DE GÊNERO VARIADOS
EA Pelas Tardes Azuis de Verão Eu Irei
Autora: Alice Mazzini
Ano: 2020
EA Bem-vindo à Fortaleza de Santo Amaro
Autor: Eldo Rogério Secomandi
Ano: 2016
EA Guarujá Jequitimar: uma pérola no Atlântico
Autor: Grupo Silvio Santos
Ano: ????
EA Guarujá História e Fotografias
Autor: Geraldo Anhaia Mello
Ano: 20??
EA Guarujá Ilha do Sol
Autor: Clivio Modesto de Moraes Vieria
Ano: 2004
EA Álbum de Photographias do Estado de São Paulo 1892
Autor: Boris Kossoy
Ano: 1984
EA Reflexos do Real Invisível
Autor: Wega Nery
Ano: 1987
Versos D’Alma
Autor: Lydio Martins Corrêa
Ano: 1984


O Guarujá sempre esteve associado à elite paulista que, a partir do final do século XIX o escolhe como local de veraneio. Até o final dos anos 1980, foi ali que a burguesia do estado mais rico do país construiu seu endereço à beira mar, tornando o município um dos mais sofisticados balneários brasileiros. Essa ocupação que se deu em diversos estágios, culminou com o loteamento da Praia de Pernambuco, onde foram projetadas casas pelos principais arquitetos brasileiros da época. Neste livro, o arquiteto e professor Maurício Azenha Dias faz uma leitura da ocupação do município até o loteamento da Praia de Pernambuco e analisa casas paradigmáticas construídas no local entre 1959 e 1989, estabelecendo uma relação entre a casa construída para morar e a destinada ao lazer.
Ano: 2009. ISBN: 9788579160158. Dimensões: 21 x 23 cm. Qtd. páginas: 172



O Forte dos Andradas começou a ser construído em 1934 pelo tenente-coronel de Engenharia João Luís Monteiro de Barros e foi inaugurado em 10 de novembro de 1942, constituindo-se a principal defesa da entrada da Baía de Santos ao sul da Ilha de Santo Amaro. Recebeu esse nome em homenagem aos irmãos Andradas (José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco) que tiveram muita importância durante o período imperial.

Em 1947 as prefeituras sanitárias são extintas e Guarujá torna-se município de pleno direito. O fim dos jogos de azar no governo de Eurico Gaspar Dutra e a construção da via Anchieta, ligando a Baixada Santista a São Paulo, modificam a ocupação da ilha. A antiga vila balneária se adensa com a chegada de maiores quantidades de turistas e novos moradores. Edifícios começam a surgir na orla de Pitangueiras e Astúrias e praias até então desertas, como Enseada, Pernambuco e a própria Perequê começam a ser visitadas. Paralelamente, migrantes nordestinos vão para a ilha à procura de emprego, fixando-se na região do velho forte de Itapema, dando origem ao distrito de Vicente de Carvalho.

Entre as décadas de 1970 e 1980, Guarujá cresce descontroladamente. Toda a orla da cidade entre as praias do Tombo e Pernambuco é ocupada por diversos loteamentos e edifícios, sem a necessária contrapartida de infraestrutura. O milagre econômico dos anos 1970, a construção da Rodovia Piaçagüera-Guarujá, ligando a ilha diretamente à Via Anchieta e em menor grau às novas rodovias Rio-Santos e Mogi-Bertioga (dando o acesso ao Vale do Paraíba e ao Litoral Norte) provocam a explosão do turismo e da migração para a ilha. A qualidade ambiental vai caindo, com a poluição das águas e a ocupação de áreas sensíveis como morros e mangues. O número cada vez maior de turistas, moradores e migrantes sobrecarrega Guarujá.

Um dos principais pontos de referência da cidade de Guarujá é o Morro do Maluf, entre as praias de Pitangueiras e Enseada. O morro pertencia a Edmundo Maluf, industrial em São Paulo, solteiro, que tinha casa na ladeira do morro e dava festas memoráveis, agitando os fins de semana de Guarujá. A situação se torna crítica no final da década de 1980 e início de 1990, quando milhões de turistas visitam a ilha todos os verões, provocando o colapso da infraestrutura, com cortes de eletricidade, falta de água e poluição das praias. Extensas áreas do município são ocupadas por favelas, habitadas pelos migrantes em busca de novas oportunidades e a criminalidade toma corpo. O cenário caótico leva a uma profunda crise no turismo e na economia de Guarujá, que perde turistas e investimentos para o Litoral Norte e até mesmo para outras cidades da Baixada Santista.

A segunda metade da década de 1990 vê uma recuperação progressiva do balneário, com investimentos em saneamento, habitação, infraestrutura e até mesmo efeitos benéficos da divisão do total de turistas com outras regiões, reduzindo a sobrecarga na cidade. Paulatinamente, Guarujá começa a receber novos investimentos e a desenvolver o turismo de negócios e a prestação de serviços, visando a expandir sua base econômica e se tornar menos dependente do turismo sazonal.

Situado na Ilha de Santo Amaro, ao largo de Santos e de Bertioga, o município dispõe de um conjunto de 27 praias, algumas isoladas e acessíveis apenas por trilha ou barco, e outras em áreas urbanizadas. Sua economia está apoiada na atividade turística, mas também possui atividade marítima de lazer e indústria e uma intensa atividade portuária. Conta, ainda, com movimento comercial em Vicente de Carvalho, que é o segundo maior da Região Metropolitana. Pelo seu histórico, infraestrutura e proximidade com a capital mais populosa do país, oferece forte atrativo imobiliário e turístico. Boa parte da região da orla, nas praias próximas de centro (principalmente Astúrias, Pitangueiras, Enseada, e Tombo) é tomada por edificações dedicadas à população sazonal, que as ocupa principalmente nas férias de verão.

O turismo, sazonal, e os ganhos advindos do mercado imobiliário-turístico (incluindo impostos, compra/venda/aluguel, segurança e manutenção predial) movimentam parte significativa da economia de Guarujá.

A outra parte, relevante e não-sazonal, advém do porto (margem esquerda do Porto de Santos) e atividades afins, tais como transporte. Devido a sua proximidade com Cubatão (maior distrito industrial do país) e portos, existe também interesse pela ocupação industrial na região, iniciada em 1976 pela Dow Química,[19] ainda hoje a única grande indústria a ocupar a região.

Segundo dados do IBGE de 2006, "a produção de riquezas na área de serviços, no município, somou, naquele ano, R$ 1,820 bilhão, o equivalente a 0,14% em participação no PIB brasileiro".

Wikipedia. 

AS TRAVESSIAS DAS ILHAS DE SÃO VICENTE E SANTO AMARO


Travessia da Balsa do Grande Hotel em 1930. Cedom



Evento: Nesse ano o então Governador do Estado Dr. Adhemar Pereira de Barros entrega a população de Guarujá e Vicente de Carvalho a famosa barca Adhemar de Barros. Na época, era a maior embarcação a fazer a ligação do terminal das barcas de Itapema ao terminal da praça da Alfândega em Santos. Fonte da Foto e do Texto: Guarujá e suas Histórias


Fila da Balsa em 1969. CEDOM

 Anos 1960. Estação das Barcas (Itapema) e que também tinha sido a estação final do trenzinho e dos bondes, até 1956. Grupo de amigos ciclistas em frente à estação. Guarujá e suas Histórias. Arquivo Histórico do Guarujá. 

Travessia pelo Ferry-boat nos anos 1960. CEDOM


Inauguração do Ponto de Táxi na Estação das Barcas do Itapema pelo subprefeito Dante Sinópoli ao motorista Américo do táxi (Cristóvão Gil Ilhesca). Acervo:  Jailson Leutz. Cedom Guarujá. 

O governador Laudo Natel durante a inauguração da Barca Santos-Guarujá nos ano 1970. Á esquerda, atrás do repórter Baraçal, o então secretário de de governo Paulo Salim Maluf.  Arquivo Histórico do Guarujá. 


Arquivo Histórico do Guarujá. 

Travessia de balsa Santos-Guarujá nos aos 1970. Acervo CEDOM. O acesso a Guarujá (Ilha de Santo Amaro) pode ser feito por balsas da Travessia Santos-Guarujá, que partem da Ponta da Praia, em Santos. Na travessia são utilizadas seis balsas que têm capacidade para 12 a 72 carros, transportando atualmente 1500 carros por hora e 23 mil veículos por dia. É a travessia com o maior fluxo de veículos do mundo nessa categoria..Outro acesso é pela rodovia Cônego Domênico Rangoni, que percorre a área continental do município de Santos, chegando à Ilha de Santo Amaro através da ponte do Monte Cabrão, no canal de Bertioga. Após o Canal de Bertioga, temos quatro entradas para a cidade. Uma é o trevo da Vila Áurea; outra é a Rua Professor Idalino Pinez, mais conhecida como Rua do Adubo, ambas largamente utilizadas pelos caminhões que chegam e buscam o cais do Porto de Santos. A terceira é o viaduto que atravessa a rodovia e os bairros de Morrinhos e Vila Zilda, fazendo a ligação com o túnel em direção à praia da Enseada e outras. A quarta e mais importante entrada fica no fim do trecho sob jurisdição da Ecovias e dá acesso direto à sede do município. Pedestres podem aceder à ilha por via marítima: as barcas partem do centro de Santos com destino a Vicente de Carvalho. Há barcas também na Ponta da Praia, em Santos, com destino ao outro lado do estuário.

Além dos meios convencionais de transporte, merece destaque o uso de bicicletas. Um estudo da Agência Metropolitana (Agem) detectou que a maioria dos ciclistas faz da bicicleta o meio de transporte para o trabalho. Principalmente moradores de Vicente de Carvalho que trabalham no porto. Entre os municípios da Baixada Santista, Guarujá é o que tem o maior número de bicicletas. De acordo com o departamento de trânsito, dos 265 000 habitantes, 35 000 usam bicicleta, um mercado que vem crescendo 5% ao ano. O município conta com cinco estacionamentos exclusivos para bicicletas, alguns funcionando 24 horas. Segundo a Dersa (empresa que administra a travessia marítima entre Santos e Guarujá), transitam pelas balsas uma média diária de 14 mil bicicletas nos dois sentidos. Essa quantidade de bicicletas como meio de transporte levou as cidades da região a adequar suas estruturas urbanas para os ciclistas. Guarujá implantou 16,47 km de ciclovias e ciclofaixas e prevê implantar mais 12,89 km até 2011. Wikipedia. 


 Cerimônia de inauguração novo serviço de balsas para passageiros pedestres. Anos 1970. Cedom


Cidade de Santos. Hemeroteca Digital BN

Fila da balsa na rodovia Guarujá-Bertioga nos ano 1970. CEDOM. 


"Quem vai ao Guarujá não encontra apenas algumas das mais belas e elegantes praias brasileiras. Vê também, completando a beleza da sua paisagem, rios e cascatas. Sem contar a Rural, grande companheira no trabalho e no passeio".   Lançamento da nova Rural Willys, 1963. Propagandas Antigas

Bacia do Macuco, 1904 para a Travessia de barca para O Itapema. Santos Antiga


 OSCAR NIEMEYER E O GUARUJÁ



NIEMEYER E O ATLÂNTICO: DUAS NARRATIVAS COSTEIRAS


CLAUDIA COSTA CABRAL



Resumo: Projetadas por Oscar Niemeyer entre 1965 e 1967, Pena Furada (Algarve) e Guarujá 
(São Paulo) foram duas propostas para urbanizações turísticas costeiras, situadas a ambos os lados do Atlântico. O trabalho confronta os memoriais descritivos desses estudos, identificando a presença de estruturas narrativas análogas. As propostas são variantes de uma certa ideia de cidade moderna, cujos componentes tipológicos podem ser descritos como objetos, até certo ponto, universais e intercambiáveis, dispostos sobre um verde tão abundante quanto indiferenciado. As virtudes do chão livre, do terreno inalterado, das áreas verdes preservadas, são claramente enunciadas e reiteradas como parte de um raciocínio de projeto. O mar, ao contrário, é um personagem implícito, porém essencial em ambas as narrativas e, de certo modo, o seu verdadeiro protagonista.
***

O  Memorial  Descritivo  assinado  por  Niemeyer  no  Rio  de  Janeiro,  em  agosto  de  1967,  tem  por  título  “Urbanização  na  ilha,  São  Paulo”.  

De fato, o  projeto  estava  geograficamente  localizado  na  Ilha  de  Santo  Amaro,  na  costa  paulista. 
 A  exploração turística da região teve início no final do século XIX, favorecida pelo acesso ferroviário entre o litoral e o planalto paulista, e pelo desenvolvimento econômico de São Paulo. A partir de inversões da Companhia Prado Chaves, exportadora de café, efetivou-se  a  primeira  ocupação  balneária,  com  a  inauguração  da  praia  do  Guarujá em 1893 (DIAS, 2003; MARINO, 2017, p. 4). 
A construção da via Anchieta (finalizada em  1953),  ligando  a  Baixada  Santista  a  São  Paulo,  contribuiu  para  o  adensamento e verticalização do Guarujá, satisfazendo a uma demanda turística crescente. 


O terreno para o qual Niemeyer desenvolveu uma proposta de urbanização corresponde a uma área no bairro Balneário Santa Fé, próximo à Praia do Éden, (Algarve) ainda hoje não totalmente urbanizada. 

O estudo para o Guarujá tem um feitio semelhante àquele produzido para o Algarve. Compreende também um texto escrito à mão, ao qual estão associados pequenos diagramas  explicativos,  acrescentados  de  duas  perspectivas  aéreas  do  conjunto, além de esboços referentes aos edifícios (plantas, cortes, vistas internas). 

Ao contrário de Pena Furada, não há fotografias de maquete, e o plano de conjunto é desenhado à mão livre, na escala 1:2500. Embora referente a uma área menor, a topografia do terreno impõe ao projeto do  Guarujá  dificuldades  maiores  que  aquelas  encontradas  no  Algarve.  Em  Pena  Furada, a meseta tinha pouca orla de praia, mas dispunha de um vale central com suficientes áreas planas. 

No Guarujá, as áreas planas ou bem estão circunscritas ao pequeno platô conformado no ponto mais alto do terreno, sobre a colina, ou bem se  reduzem  ao  braço  de  terra  junto  à  linha  da  costa,  generoso  no  comprimento,  mas pouco profundo, que termina num pontal. Os desenhos que acompanham o memorial têm, a princípio, menos a ver com a perspectiva do observador, que com uma explicação do projeto a partir dessas condições topográficas. Mesmo assim, a questão do movimento sobre o terreno não será menos central na montagem da sequência narrativa.

*



Edifício sobre as Ondas. O Sobre as Ondas é um edifício residencial localizado entre as praias das Pitangueiras e Astúrias, no município de Guarujá, estado de São Paulo. O projeto do edifício foi aprovado pela prefeitura em 26 de outubro de 1945. A construção começou no ano seguinte, mas a inauguração oficial deu-se apenas em 17 de julho de 1951. O Sobre as Ondas foi construído no terreno onde estava antes o Hotel Orlandi, comprado por Antônio Roberto Alves Braga, interessado em atender à nascente demanda por residências de férias em cidades praianas, já com o intuito de ali construir o prédio. No projeto, assinado pelos arquitetos Oswaldo Corrêa Gonçalves e Jaime Campello Fonseca Rodrigues, que morreu durante a construção, foram levados em consideração diversos conceitos do modernismo, como as curvas, que fazem o edifício "abraçar" o mar. A construção foi feita sem fundações, com o prédio inserido diretamente na pedra. O pedido de seu tombamento foi feito pelo escritor Geraldo Anhaia Mello. Foram idealizados no projeto três tipos de apartamento: 44 com um dormitório, 22 com dois e outros 22 com três dormitórios. Na cobertura há três apartamentos, sendo que um deles originalmente seria um salão comum. No térreo há uma laje curva que compõe o mezanino e o arquiteto Gonçalves declarou à revista Arquitextos que foi influência de Oscar Niemeyer. Sucesso comercial, segundo Oswaldo Gonçalves todos os apartamentos teriam sido reservados em apenas uma semana. O projeto foi exposto na Trienal de Milão e também foi premiado durante o IV Congresso Panamericano de Arquitetura de Lima. Wikipedia





Primeira página da edição número 1 (25 de setembro de 1949). Imagem divulgada pelo site do jornal (acesso: 18/3/2018). Novo Milênio. 



No dia 25 de setembro de 1949, surgia nas bancas de jornais da cidade, a primeira edição de "A Estância de Guarujá"

Fundada por Benedito de Souza, trazia na capa de seu número inicial, nomes dos primeiros diretores ou sejam: Abílio dos Santos Branco, Hermínio Amado (secretário) e professor Alcides Pacheco (diretor superintendente). No editorial de apresentação o jornal expunha sua finalidade, ou seja, divulgar a cidade de Guarujá, no Brasil e no exterior; defesa dos interesses da coletividade, dentro de uma moral cristã e respeito às leis vigentes.

Sendo um jornal municipalista, sem dúvida, o noticiário das atividades do prefeito seria prioridade e a intenção dos fundadores era de que a “Estância” se tornaria, um tipo de imprensa oficial, prioridade que manteve durante muitos anos.

Embora a boa intenção dos responsáveis no início desse órgão de imprensa, o jornal que circulava com oito páginas, somente teve incentivo, depois que Antonio Baraçal, inicialmente diretor comercial, começou a tomar a frente como principal dirigente, a partir de 1953, embora tivesse atuado desde o seu início como responsável pela parte financeira da publicação.

Com relação aos demais diretores; Benedito de Souza, agente de Estatística lotado na então Alfândega de Santos, tornou-se um colaborador do jornal; Abílio dos Santos Branco foi eleito o primeiro-secretário municipal de Guarujá; Hermínio Amado, funcionário público, anos depois ocupou o cargo de prefeito, em substituição a Jayme Daige; Alcides Pacheco teve se de ausentar devido as suas atividades, mais ligadas à cidade de Santos.

Na direção do “Estância”, Antonio Baraçal tornou-se muito popular na cidade tendo sido eleito vereador por quatro legislaturas seguidas. Ele fez do “Estância”, um dos mais populares órgãos de imprensa da Baixada Santista e mesmo não sendo jornalista profissional, tinha o jornalismo no sangue e sem ter freqüentado faculdade. Foi professor de muitos jovens, que nos dias de hoje atuam com destaque em jornais, rádios e TVs de Santos e São Paulo. Com seu falecimento, a partir de 1988, o jornal passou a ser dirigido por Antonia Baraçal.



Cidade de Santos, 1967. 


*

BASE AÉREA MILITAR E AEROPORTO CIVIL


CEDOM


Base Aérea . Vicente de Carvalho. 1971. 



A Base Aérea de Santos - Nero Moura - BAST, (IATA: SSZ, ICAO: SBST), é uma base da Força Aérea Brasileira localizada no distrito de Vicente de Carvalho, município do Guarujá, no litoral do estado de São Paulo. Até que as obras previstas sejam concluídas, a operação de aeronaves civis para reabastecimento só pode ser possível mediante autorização do comandante da Base Aérea de Santos.

Aeroporto Civil Metropolitano

Em junho de 2015, Guarujá recebeu concessão para um aeroporto comercial na cidade, nomeado Aeródromo Civil Metropolitano de Guarujá e de forma mais abrangente Aeródromo Civil Metropolitano da Baixada Santista. A nova estrutura dividirá espaço com a BAST e terá a ampliação da pista de pouso e decolagem. A expectativa inicial era que o aeródromo fosse inaugurado com as novas instalações em 2016 com 20 voos diários. Porém, apenas em dezembro de 2021 um acordo entre a Secretaria Nacional de Aviação Civil ligada ao Ministério da Infraestrutura e a prefeitura do Guarujá, através de um termo de compromisso, autorizou o lançamento de editais para as obras. Após outros atrasos, o lançamento dos editais foi previsto para setembro/2022 para que os voos comerciais ocorram a partir de julho/2023.

Unidades aéreas. Em 2005, operava na Base Aérea de Santos a seguinte unidade da FAB:

1° Esquadrão do 11° Grupo de Aviação (1º/11º GAv), o Esquadrão Gavião, com helicópteros Helibrás HB-350B Esquilo helicóptero

No ano de 2006, a Base Aérea virou "Núcleo", tendo em vista que o 1º/11º GAv foi transferido para Base Aérea de Natal. No ano de 2015, voltou a condição de Base Aérea, transformando-se em aeródromo de desdobramento e apoiando as demais unidades aéreas da FAB, Marinha do Brasil e Exército Brasileiro, quando em deslocamento ou treinamento em sede.


AEROPORTO CIVIL. Guarujá homologa empresa para projeto executivo e obras do Aeroporto. O prazo de execução da etapa é de aproximadamente seis meses.

2 de dezembro de 2023


A Prefeitura de Guarujá homologou a empresa vencedora do certame licitatório para a primeira fase das obras do Aeroporto Civil Metropolitano, que será implantado na Base Aérea,  em Vicente de Carvalho. O Edital de Tomada de Preços 04/2023 foi publicado no Diário Oficial do Município deste sábado (2) e tem como objeto a contratação de empresa especializada para elaboração do projeto executivo e execução das obras da primeira fase da reforma e adequação da pista de pouso e decolagem.

O edital inclui intervenções nas pistas de táxi A, B e C, faixa de pista e sistema de drenagem e implantação de cerca operacional, barreiras de proteção de fauna e via interna de serviço no Aeroporto.

O prefeito comemora mais uma etapa vencida e a concretização de um sonho de décadas da Região Metropolitana. “Com o empenho de nossa equipe técnica, conseguimos concluir mais uma etapa para a efetivação do Aeroporto Civil Metropolitano. Uma obra importante não só para Guarujá, mas para o desenvolvimento turístico e econômico de toda a Baixada Santista”, afirmou o chefe do Executivo.

Anúncio ministerial

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou ao prefeito, no último dia 23 de novembro, que a ordem de serviço para a primeira fase das obras do Aeroporto de Guarujá seria emitida a partir deste mês. A homologação da empresa vencedora do certame consolida mais um passo para viabilizar o empreendimento.

Após a execução dos serviços, conclui-se a implantação da primeira fase, que permitirá pousos e decolagens de aeronaves para até 72 passageiros (jatinhos e turboélices).

O secretário municipal de Infraestrutura e Obras explica que a expectativa é que a primeira fase de obras deverá ser entregue até o primeiro semestre de 2024. “O prazo de execução dessa etapa é de aproximadamente seis meses, com investimentos de R$ 21,3 milhões. Posteriormente, será lançando um novo edital para as obras do terminal de passageiros”, pontuou.

O projeto global do Aeroporto contempla um total de quatro fases.

Licitação

No último dia 13 de novembro, a Prefeitura realizou a abertura dos envelopes para a licitação das obras. O certame contou com cinco empresas participantes. Após as análises das planilhas envolvidas na disputa, pelo Grupo de Trabalho de Licitação, a vencedora foi a Terracom Construções LTDA, que apresentou o valor da proposta de 19 milhões e atendeu todas as exigências do edital. Wikipedia


*




*



Pitangueiras. Avenida Marechal Deodoro da Fonseca na década de 60,

Por volta de 1910.Um passeio de charrete pela praia das Pitangueiras. Francisco Carbala. Novo Milênio.



Ponta das Galhetas, anos 1950:  Astúrias, Sobre as Ondas, Pitangueiras, Morro do Maluf, Enseada, Península e, ao fundo, Costão do Tortuga. Em 1939 e 1940, o Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC), de São Paulo, produziu uma série de aerofotos oblíquas, em ângulo de 45 graus, retratando núcleos urbanos, instalações fabris, estabelecimentos rurais e acidentes naturais referentes a 369 municípios paulistas. Tal trabalho foi encomendado pelo Governo Federal, sob a supervisão do Instituto Geográfico e Geológico (IGG), e realizado pela Empresa Nacional de Fotos Aéreas (Enfa), como etapa da entrega dos mapas municipais elaborados em cumprimento do decreto federal nº 311 de 1938. Novo Milênio. 

 Praia das Astúrias, 1957. Obras da Urbanização da Orla da Praia, iniciadas na primeira gestão do Prefeito Domingos de Souza.


Praia das Astúrias em 1930, registro do serviço aerofogramétrico do IBGE.

Pesca de arrasto nos anos 1950. Pitangueiras e Astúrias. 


Bar Olinda – Canto da Enseada. Segundo Rogério Oliveira, esse bar pertenceu a um tio dele que se chamava Armando. O bar ficava um pouco para frente da guarita da Península. Fonte: Guarujá e suas Histórias

Astúrias e Pitangueiras nos anos 1950. Cedom Guarujá. 


Campinho de Futebol no Jardim Helena Maria, Morro ao fundo provavelmente a antiga favela da Vila Sônia. Em 1980, em virtude de um desabamento, essa favela foi retirada do Morro e o pessoal foi levado para a recém criada Vila Santa Clara. Foto: Ciriaco Portela Neto. Cedom Guarujá. 


A Casa dos Ingleses. Data provável da sua construção: 1932. Localizava-se na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, em frente ao Edifício Antíbes, número 788. O imóvel pertenceu à Família Ford que eram proprietários de uma tecelagem na cidade de Piracicaba. Segundo relatos não confirmados, a Família adquiriu essa casa em 1938. Em publicações anteriores, os comentários que mais se repetiam diziam que foram caseiros do imóvel, nos anos 1960 e 1970, o Sr. José e sua esposa Mariana, pais do Jaime que se tornou médico. Os caseiros tinham um cachorro da raça Colli Lessi, chamado Dick, que muitos da cidade guardam em sua memória devido à beleza do animal. Essa construção foi demolida no final de 2018, e ficava ao lado da casa onde estava a Secretaria de Turismo, que também foi demolida no inicio de 2020. Cedom 


Cachoeira do Iporanga. 1970. 



Centro, anos 1970. Avenida Montenegro. Destaque para o prédio da das Faculdades Dom Domênico. 


Praia das Astúrias e  Pitangueiras, no centro o Edifício Sobre as Ondas.

Foto-postal  retratando o Recreio das Pedras, local onde hoje esta o Edifício Sobre as Ondas (foto acima). Este era o lugar preferido dos visitantes da Vila Balneária, e onde os mesmos costumavam fazer pic-nics.




 Canto da Enseada, Torneio de WindSurf  no início dos anos 1980. Arquivo Histórico do Guarujá.







VERANISMO E CULTURA

O GUARUJÁ COMO REDUTO DO VERANISMO DE ELITE



Abertura do Festival de Verão na praia das Pitangueiras no final dos anos 1980.Concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Jornal Shopping News de 13 de janeiro de 1980:

"Ontem (12.01.1980), Guarujá deixou de ser um festival apenas de sol, sal, mulheres bonitas e "colunáveis". O Festival de Verão, da Secretaria de Estado da Cultura e da Prefeitura da cidade, foi inaugurado com um concerto ao ar livre, na praia de Pitangueiras, pela Orquestra Sinfônica Brasileira, sob regência de Isaac Karabchevski. Também em Pitangueiras houve um show de Hermeto Pascoal e, no calçadão da orla, uma roda de samba. Às 21 horas foi dado um concerto de música de câmara no Teatro Municipal Procópio Ferreira. Programas assim vão-se realizar até o dia 9 de fevereiro, aproximando turistas e moradores da música popular e erudita, teatro e circo, folclore, exposições, feiras de livro, filmes, "a maior abrangência possível", como disse o secretário Cunha Bueno, da Cultura. "Ao contrário do que se verifica normalmente, com festivas dirigidos para uma só área de manifestação cultural, procuramos dar ao Festival de Verão do Guarujá a maior abrangência possível com o duplo objetivo de atender às mais diferentes preferências e promover a integração harmônica das várias atividades culturais. Orçado em 15 milhões de cruzeiros - 2,5% do orçamento da Secretaria para 1980 -, o festival, representa também um estimulo ao turismo, não apenas no Guarujá, mas em toda a Baixada Santista", afirmou Cunha Bueno. -Jornal Shopping News de 13 de janeiro de 1980.



Artigo de Fátima Godoy Lucena. Março de 1980. Revista Música. Imprima. Resgatado por Eduardo Menezes. Blog Velhidade. 


Capas e encarte do LP Circense, de Egberto Gismonti, gravado em 1980. Em Janeiro do mesmo ano Egberto  havia se apresentado no Festival de Verão do Guarujá, num circo armado na praia da Enseada. Uma das imagens do encarte registrou esse show no Guarujá. Eu estava no circo naquela noite, onde teve a apresentação de outros artistas, conforme descreveu Fátima Godoy Lucena no artigo acima. (Dalmo Duque) 


Matéria do Estadão criticava a organização do festival.  

Show de Luiz Gonzaga em Vicente de carvalho no Festival de Verão de 1980. 


Festival de Verão em 1981. 

Inauguração do Teatro Municipal Procópio Ferreira. com a presença do Prefeito Jayme Daige e do Governador Paulo Maluf. O evento  aconteceu em 15 de novembro de 1979.  


SURF NA PRAIA DAS PITANGUEIRAS, O 1º DO ESTADO



Campeonato de surf em 1967, o primeiro realizado no estado. CEDOM



Jornal Cidade Santos, Domingo, 28 julho de 1967. Hemeroteca da Biblioteca Nacional. 









*


O NOVO EIXO ECONÕMICO

O COMPLEXO PORTUÁRIO  FEDERAL REGIONAL





O Complexo Portuário de Santos é o conjunto de terminais voltados à armazenagem e movimentação de cargas e passageiros instalados ao longo do estuário de Santos, limite natural entre os municípios de Santos, Guarujá e Cubatão – constituindo o maior porto da América Latina. 

A exploração do Complexo Portuário de Santos é prerrogativa da União e é realizada de forma diferenciada, a depender da localização da área – se dentro ou fora do Porto Organizado. No Porto Organizado, as áreas pertencem à União e seus limites são estabelecidos em portaria ministerial (a poligonal). Dentro dele, os terminais atuam sob a jurisdição da Autoridade Portuária, a Autoridade Portuária de Santos (APS), que estabelece as normas e regulamentos de exploração do Porto.

No Porto Organizado, os terminais são concedidos pelo poder público às empresas privadas por meio de arrendamentos, formalizados em contratos que estabelecem prazos de ocupação e obrigatoriedade de realização de investimentos. Fora do Porto Organizado, a União explora a atividade portuária concedendo os terminais aos agentes privados por meio de autorização, sendo definidos em lei como Terminais de Uso Privado (TUPs).

Além dos terminais e da APS, atuam no complexo portuário vários agentes públicos e privados, encarregados de diversas funções como fiscalização, assessoramento, fornecimento de insumos e mão de obra, dentre outros. A partir 1993, quando foi publicada a chamada Lei de Modernização dos Portos (Lei 8.630/93), a APS deixou de operar cargas e terminais, passando a se responsabilizar apenas pelos serviços de manutenção das infraestruturas aquaviária e terrestre comuns, e pelas funções de Autoridade Portuária introduzidas pelo novo arcabouço legal.

O maior complexo portuário da América Latina é multipropósito, operando ampla variedade de cargas (granéis sólidos, líquidos, carga geral solta, conteinerizada e cargas de projeto), e destacando-se, ano após ano, nas análises de movimentação de cargas nacionais e internacionais.

O Porto de Santos é o principal porto brasileiro em valores de carga movimentadas, responsável historicamente por no mínimo 25% do comércio exterior brasileiro, e figura anualmente na metade superior do ranking de 100 maiores portos da publicação britânica Lloyd’sList (que leva em conta apenas a movimentação de  contêineres), referência das indústrias de portos e navegação.

https://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/o-porto-de-santos/


MARGEM ESQUERDA: O PORTO NO GUARUJÁ



O estuário do Porto de Santos é um braço d'água natural, no qual foram instalados os terminais de carga. Sua margem direita compreende a área insular da cidade de Santos, e sua margem esquerda, parte de Cubatão, a área continental de Santos e a Ilha de Santo Amaro, que compõe o município do Guarujá

O Porto de Santos é um porto estuarino, localizado nos municípios de Santos, Guarujá e Cubatão, no estado de São Paulo. É o principal porto brasileiro, o maior complexo portuário da América Latina e um dos maiores do mundo. Possui uma grande variedade de terminais de carga para diversos produtos, que realizam a movimentação de granéis sólidos (principalmente de origem vegetal), líquidos, contêineres, carga geral e passageiros.

A área de influência econômica do porto concentra aproximadamente 67% do produto interno bruto (PIB) do país e abrange principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Aproximadamente 60% do comércio internacional do estado de São Paulo (em valores) são embarcados ou desembarcados através do Porto de Santos.

O Complexo Portuário de Santos responde historicamente por mais de 25%, ou um quarto, da movimentação da balança comercial brasileira, e é o maior porto exportador de açúcar, suco de laranja e café em grãos do mundo.[12] Outras cargas de importância são a soja, cargas conteinerizadas, milho, trigo, sal, papel, automóveis, álcool e outros granéis líquidos.

Em 2016, foi considerado o 39.º maior porto do mundo por movimentação de contêineres, e 35.º por tonelagem, segundo ranking da AAPA — Associação Americana de Autoridades Portuárias, sendo o mais movimentado da América Latina.


Maior navio em comprimento a entrar no Porto atraca em Guarujá 

24 de outubro de 2022


Embarcação de bandeira alemã está no terminal da Santos Brasil, em Vicente de Carvalho, onde o prefeito e outras autoridades acompanharam as manobras de atracação 

Guarujá fez história na tarde desta segunda-feira (24), ao receber o maior navio em comprimento a entrar no cais santista em toda sua história, o CMA CGM VELA, que tem 347,48 metros. O gigante, com capacidade de transportar até 11,2 mil TEUs (cada unidade corresponde a um contêiner de 20 pés), atracou por volta das 14 horas no Tecon, administrado pela Santos Brasil, em Vicente de Carvalho.

A embarcação de bandeira alemã movimentará em solo guarujanese 1.500 caixas metálicas e chamou a atenção da população da Baixada Santista, que foi acompanhar a passagem do navio em pontos estratégicos do canal do estuário, como a Fortaleza da Barra Grande, próximo à praia de Santa Cruz dos Navegantes. 

Para a passagem do gigante, foi necessário um esquema especial, que incluiu a interrupção da travessia de balsas e do tráfego no cais santista entre 13h e 15h. A manobra marca o início das operações de navios de 340 a 366 metros (Classe New Panamax) e foi realizada após estudos, simulações e reuniões com as autoridades portuárias. 

Em maio de 2017, o Porto recebeu um navio de 340 metros de comprimento com, em média, 9 mil TEUs, até então, o maior que havia atracado na região.

“O futuro do maior complexo portuário do hemisfério sul está em Guarujá”, afirma o prefeito

O momento da chegada foi acompanhado pelo prefeito de Guarujá, que vê como consolidada a posição do Município na liderança de instalações portuárias de ponta, com tecnologia e capacidade notáveis.

“Isso ratifica o potencial da Cidade como sítio de expansão das atividades portuárias, vetor de desenvolvimento econômico significativo com reais condições de evolução social e transformação urbana. Há uma grande transformação em curso. Guarujá está trabalhando muito para que alcancemos um desenvolvimento harmônico, sustentável e de inclusão”, disse o prefeito. “O futuro do maior complexo portuário do hemisfério sul está em Guarujá”, afirmou.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá, o acontecimento é um grande marco na história do Porto, no processo de sua nova estruturação e coloca o Guarujá, mais uma vez, no centro das atenções.

“Não por acaso, o Município vem se preparando para essa nova era e vai, com as inúmeras intervenções estratégicas – em todas as áreas e localidades – aumentando o seu nível de competitividade para receber investimentos e, com eles, viabilizar melhor condição de vida para a população”, explicou o secretário.

Desenvolvimento

Guarujá não para de crescer e a margem esquerda do complexo portuário da Baixada Santista acompanha os largos passos dados pela Cidade. O valor arrecadado em impostos portuários aumentou 40,6% em Guarujá, passando de R$ 96,5 milhões em 2020 para R$ 138,3 milhões em 2021.

Na prática, isso significa que de tudo o que o Município arrecada de Imposto sobre Serviços (ISS), 65,7% vêm da atividade portuária, desenvolvida nos oito terminais portuários e 11 retroportuários que operam direta e indiretamente em Guarujá.

Em quase dois anos bastante conturbados para a economia mundial, o setor driblou as dificuldades e a margem esquerda do complexo portuário da Baixada Santista segue em expansão. Atualmente, 40% do que é movimentado no maior porto da América Latina se dá em Guarujá. Isso representa quase 41 milhões de toneladas.

Acompanharam a atracação do CMA CGM VELA em Guarujá, ainda, o CEO da Santos Brasil, Antônio Carlos Sepúlveda; o CEO da Santos Port Authority – SPA, Fernando Biral; o Capitão dos Portos de São Paulo, Robledo de Lemos Costa, o presidente da câmara dos vereadores de Guarujá, secretários e diretores municipais, entre outras autoridades.

Wikpedia



Os Edificios e as relações de entorno. Codesp l SPA , Santos Port Authority. Inspetoria da Imigração l Século XX Museu da Imigração São Paulo l Sem data. Grupo Santos Antiga. 


MARGEM ESQUERDA: QUATRO  MIL PORTUÁRIOS



Mais de 4 mil trabalhadores fazem o Porto acontecer diariamente na margem esquerda


https://www.guaruja.sp.gov.br/

1 de fevereiro de 2022

Mariana, Roberto e Marcos: três entre tantos nomes de quem faz o trabalho acontecer todos os dias e todas as noites. Todos os dias e todas as noites, mais de 4 mil trabalhadores da margem esquerda do complexo portuário da Baixada Santista trabalham incansavelmente nas mais diversas funções. São eles que põem a mão na massa para ajudar a fazer o maior porto da América Latina acontecer e Guarujá se desenvolver ainda mais.

Vencendo barreiras. Mariana Gomes de Almeida tem apenas 24 anos, mas é a primeira encarregada de operações portuárias de Guarujá. É liderando 10 colegas num espaço de maioria masculina que a moradora da Enseada acompanha de perto o processo de embarque de cargas no navio dentro da Teg/ Teag.

“É um marco profissional e pessoal. A mulher tem de mostrar duas vezes mais que pode, porque a sociedade ainda busca a figura masculina em alguns cargos”, explica Mariana, que tinha o sonho de trabalhar em terminal portuário ainda no cargo de aprendiz da mesma empresa, em 2014.

No ano seguinte, ela recebeu a oportunidade de ser auxiliar de operações portuárias e embarcou no desafio. “Criei gosto pela coisa. Em 2021, me formei em Engenharia de Produção. Agora, penso nos cargos de supervisora e diretora de operações”.

Agora, Mariana quer encorajar outras mulheres para que sigam seus sonhos dentro da área portuária. “É preciso querer muito, mas somos fundamentais. Hoje, estou no coração do terminal. Eu preciso acreditar em mim mesma, saber e mostrar que sou capaz”.

O desenvolvimento diante dos olhos

Já Antonio Batista Santos, de 58 anos, tem mais de 35 anos de empresa e é especialista de projetos há um ano. O seu Batista, como é conhecido pelos colegas, tem um currículo invejável e conhece o Teg/ Teag como a palma da mão. Em abril de 1987, ele largou o trabalho em uma colônia de férias para abraçar a função de balanceiro. Depois disso, não parou mais de aprender. Seu Batista também já foi conferente de cargas, chefe de turno, assistente de logística e supervisor de operações. E, quando o assunto é o futuro, ele nem sonha em parar de trabalhar. “Eu morava na comunidade e isso aqui era meu playground antes de trabalhar aqui. Vi a construção dos armazéns e uma transformação enorme no Jardim Conceiçãozinha”. Como coordenador de campo nas construções feitas no local, ele faz parte da equipe que faz as obras do terminal saírem do papel. “É gratificante demais estar aqui. Foi a escolha mais acertada que eu fiz na vida”, explica ele, que anda 10 km por dia dentro da empresa e jura que tem o mesmo pique. O segredo para tanto tempo no mesmo emprego, segundo seu Batista, é se atualizar. Ele, que ficou longe da escola até os 37 anos, correu atrás dos diplomas dos ensinos Fundamental e Ensino Médio. Depois, ainda formou-se em Administração e não cansa de fazer cursos on-line. “Precisamos nos reciclar. Eu não me imagino sem fazer esse trajeto de casa para o trabalho. É a minha vida”.

O sonho que se realizou

O líder de manutenção Marcos Roberto dos Santos, de 48 anos, também vive hoje um sonho que se realizou. É assim que ele mesmo define o crescimento profissional que teve na Santos Brasil, onde atua desde a fundação, em 1997. Morador do Jardim Primavera, ele se interessou pela oportunidade de ajudante de manutenção por indicação da família. “Ao longo dos anos, estudei sobre mecânica e inclusive elétrica. Também fui auxiliar mecânico de manutenção. Acabei me tornando líder na frente de quem me incentivou”, brinca ele, que conta ter se dedicado muito para alcançar o cargo atual. Marcos diz que sempre quis crescer e aprender, procurando sempre novos desafios. “Que as pessoas nunca desistam de seus sonhos. Eu sempre acreditei em mim mesmo. Passei 32 dias na China a trabalho e me dei conta de que nunca imaginaria, em toda a minha vida, viver algo assim”.


Até 2040, terminais estimam crescimento de 65% na capacidade de carga movimentada

1 de fevereiro de 2022


As atuais 147 milhões de toneladas de cargas movimentadas no complexo portuário da Baixada Santista ao ano serão 240 milhões até 2040, estima a Santos Port Authority (SPA). E, para quase dobrar essa capacidade em menos de 20 anos, os terminais portuários têm se preparado com uma visão de gestão estratégica, apostando em investimentos tecnológicos e em mão de obra qualificada.

Para o diretor dos terminais Teg/ Teag, Régis Prunzel, a realidade é praticamente dobrar a movimentação de uma história de 130 anos nesse curto período. E a velocidade da transformação precisa de alguns alicerces, como planejamento. “Estamos muito bem embasados nesse sentido. Os próximos 20 anos serão bastante desafiadores, pois o ser humano consumirá cada vez mais. No entanto, vejo tudo isso como uma grande oportunidade”, estima.

Segundo Prunzel, é fundamental ser mais eficiente e oferecer tarifas interessantes para investimentos a fim de alcançar os objetivos traçados. “Embarcar um volume cada vez maior de carga pede mais profissionais e pessoas mais preparadas para situações específicas. Isso mexe com toda a economia local, inclusive potencializa a arrecadação do Município por meio de impostos”, defende Prunzel, que também é presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp).

Santos Brasil. O diretor de Operações Portuárias da Santos Brasil, Roberto Teller, afirma que só no terceiro trimestre de 2021 a movimentação de contêineres no terminal da Santos Brasil subiu 30,7%. “Os investimentos realizados pela companhia no seu projeto de ampliação e modernização (encerrou um ciclo de R$ 450 milhões e está iniciando outro de R$ 500 milhões) geraram aumento de capacidade para o Porto, deixando-o preparado para atender com qualidade ao crescimento da demanda previsto para os próximos anos”, diz ele, explicando que ainda existe a necessidade de contratação de 90 profissionais. O diretor defende que o Porto é hoje a principal rota de escoamento do agronegócio, segmento que puxa o PIB – Produto Interno Bruto brasileiro. “Desta forma, esse aniversário marca não apenas a evolução do desenvolvimento da região onde ele se insere, mas de todo o País. É certamente uma data a ser celebrada”. A Santos Brasil, que atua há 24 anos no segmento de operações portuárias, emprega cerca de 3 mil funcionários, sendo 1.186 (40%) residentes em Guarujá.

Wilson Sons. Para o diretor executivo da Estaleiros Wilson Sons, Adalberto Souza, a expectativa é de melhorias no cenário da indústria naval. A empresa atua há mais de 80 anos dentro do maior complexo portuário da América Latina em dois estaleiros que somam 39 mil m² e a única companhia com dique-seco no local. “Temos ainda perspectivas de aumento na aplicação do gás e ainda novos poços do pré-sal iniciando a operação, o que significa maior emprego de embarcações”.

A empresa é operadora integrada de logística portuária e marítima do Brasil e tem cerca de 4 mil colaboradores, sendo 370 só no estaleiro. Em 2021, a Wilson Sons concluiu a docagem do Norsul 11, a maior embarcação que o estaleiro da companhia já recebeu. “Além disso, iniciamos a construção de uma nova série de quatro rebocadores que terão um padrão que reduz em mais de 75% os níveis de emissão de óxidos de nitrogênio”, explica Adalberto. 

TGG -O gerente geral do Terminal de Graneis de Guarujá (TGG), Adriano Alves Moraes, lembra do papel essencial de estruturas logísticas em momentos como o da pandemia de covid-19 para manter o abastecimento de produtos e alimentos à população ao redor do mundo. “Trabalhamos ao longo dos últimos dois anos tendo como prioridade absoluta a saúde e a segurança dos nossos colaboradores e dos parceiros que precisam transitar por nossas instalações”. Dos 312 colaboradores do TGG, 208 residem no Guarujá. A principal atividade da empresa é recebimento, armazenamento e embarque de soja, milho e farelo de soja em uma área de 340 mil m² e tem capacidade para movimentar cerca de 9 milhões de toneladas por ano.

“O Porto de Santos é emblemático, histórico, palco de conquistas e riquezas para o Brasil. Temos clareza de que o TGG é uma porta de conexão do Brasil para o mundo, levando também progresso e empregos”, explica Adriano.

Termag - O gerente do Terminal Marítimo do Guarujá (Termag), Marcos Khalil, ressalta o orgulho da empresa fazer parte da história de 130 anos do Porto. “O local se consolidou como um importante viabilizador do escoamento de fertilizantes para o interior do País. Sua posição estratégica, associada à relevante modernização de sua infraestrutura, garantem a chegada de insumos essenciais para apoiar agricultores em todo o Brasil”.

Em 2021, a empresa instalou um novo descarregador de navios para aumentar a capacidade de movimentação de fertilizantes. Com um píer com profundidade de 14 metros, o espaço recebe navios de até 75 mil toneladas.  “A capacidade é para descarregar 15 mil toneladas por dia e a área de armazenagem tem capacidade total para 180 mil toneladas”, explica Marcos. Hoje, dos 260 colaboradores da Termag, 70% residem no Guarujá.

Recorde de movimentação

O Porto de Santos encerrou 2021 com novo recorde de movimentação de cargas, atingindo 147 milhões de toneladas, 0,3% acima do verificado em 2020. Os aumentos na movimentação de contêineres, soja e fertilizantes foram determinantes para esse resultado. As cargas de importação se sobressaíram com aumento de 10,4%, somando 43,9 milhões de toneladas.


Valor arrecadado em impostos portuários em Guarujá cresce mais de 40% em um ano 

1 de fevereiro de 2022

São mais de R$ 138,3 milhões de Imposto sobre Serviços (ISS), o que representa 65,7% da arrecadação total do Município com este tributo

Guarujá não para de crescer e a margem esquerda do complexo portuário da Baixada Santista, que comemora nesta terça-feira (2) 130 anos de História, acompanha os largos passos dados pela Cidade. O valor arrecadado em impostos portuários aumentou 40,6% em Guarujá, passando de R$ 96,5 milhões em 2020 para R$ 138,3 milhões em 2021.

Na prática, isso significa que de tudo o que o Município arrecada de Imposto sobre Serviços (ISS), 65,7% vêm da atividade portuária. O Porto não parou durante a pandemia do novo coronavírus e mais de 6,6 mil pessoas seguiram atuando nos oito terminais portuários e 11 retroportuários que operam direta e indiretamente em Guarujá. Em quase dois anos bastante conturbados para a economia mundial, o setor driblou as dificuldades e a margem esquerda do complexo portuário da Baixada Santista segue em expansão. Atualmente, 40% do que é movimentado no maior porto da América Latina se dá em Guarujá. Isso representa quase 41 milhões de toneladas. De acordo com o prefeito, o aniversário do Porto deve ser comemorado pela geração de emprego e rendas, mas também pela importância política.

“O Porto é responsável por toda a ideologia de luta política na conquista de direitos. É histórica a luta dos portuários. A saudação é para uma entidade que completa 130 anos ficando ainda mais moderna, mais eficiente e gerando cada vez mais riquezas”, destaca.

Secretário de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá, ressalta o potencial portuário da Cidade. “Temos uma imensa área de expansão retroportuária que expandirá ainda mais as possibilidades de desenvolvimento de Guarujá no setor. Temos bases sólidas e estamos preparados para viver esse novo momento”, salienta.

https://www.guaruja.sp.gov.br/


*

A FORTALEZA DA BARRA


Arquivo Histórico do Guarujá. 



Arquivo Histórico do Guarujá. 



FORTALEZA DE SANTO AMARO DA BARRA GRANDE
Origem: Wikipédia.

Construção: D. Filipe I (1584)

Patrimônio Cultural Brasileiro
Nome oficial: Forte da Barra Grande, inclusive o Fortim da Praia do Góis, o Portão Espanhol e toda a área que os envolve


"Planta da Fortaleza da Barra Grande na Villa de Santos" (séc. XVIII). Note-se a cortina defensiva que se estendia até à praia do Góis.


A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, também referida como Fortaleza de São Miguel, Fortaleza da Praia Grande e Fortaleza da Barra Grande, localiza-se a sudeste na ilha de Santo Amaro, entre a praia do Góis e a praia de Santa Cruz dos Navegantes, batendo a Barra Grande, canal de acesso ao porto da vila (hoje cidade) de Santos, no atual município do Guarujá, no litoral do estado brasileiro de São Paulo.

Os séculos XVI e XVII

A fortaleza foi erguida a partir de 1584, no contexto da Dinastia Filipina (1580-1640), após o ataque do corsário inglês Edward Fenton (dezembro de 1583) a Santos, rechaçado por Andrés Higino, cuja frota estava sob o comando do Almirante D. Diogo Flores de Valdés no sul do Brasil, quando encontrou uma nau atacada por Edward Fenton, Diogo Flores de Valdés tinha a missão de navegar pela costa brasileira até a entrada do Estreito de Magalhães em busca de corsários como Sir Francis Drake conhecido como El Dragon, sabendo das notícias Valdés designa Higino como comandante de três Galeões para retornar à Vila de Santos e atacar os corsários. A sua planta original é atribuída ao arquiteto militar italiano Giovanni Battista Antonelli, integrante dessa armada (1582-1584), e foi artilhada com algumas peças de um galeão capturado a corsários na ocasião. SOUZA (1885) entende que essa fortificação era de fraca construção, não tendo oferecido resistência ao ataque do corsário inglês Thomas Cavendish (1590).[3] Rechaçou a tentativa de reabastecimento do almirante neerlandês Joris van Spielbergen (3 de fevereiro de 1615), e posteriormente a tentativa de assalto do corsário francês Jean-François Duclerc (agosto de 1710), que se dirigiu em seguida ao Rio de Janeiro.

O século XVIII

Passou a comandar a praça em 1702, o Capitão Luiz da Costa de Siqueira (Carta Patente de 23 de julho de 1702), e sua guarnição compunha-se de um alcaide e de cem soldados. A Carta-régia de 11 de setembro de 1709 mandou aumentá-la, e que do Rio de Janeiro se remetesse artilharia de grosso calibre para sua defesa. Manuel de Castro de Oliveira, um particular residente em Santos, propôs em 1711 à Coroa Portuguesa reconstruir e armar a fortaleza às suas custas, em troca de algumas mercês. A Coroa, pela Carta-régia de 26 de janeiro de 1715, aceitou o oferecimento daquele particular residente em Santos "para reconstruí-la e armá-la, mediante a mercê do foro de fidalgo, o Hábito [da Ordem] de Cristo, tença anual de 80$000 e um ofício nas Minas [Gerais], que tivesse de rendimento 400$000, para seu filho". São deste período o projeto assinado por Manuel Pinto de Villa Lobos (Fortaleza que se há de fazer na praia grande de Santos, 1712. Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa) e outros (Planta da Fortaleza desenhada de novo na barra grande de Santos, c. 1712; Planta da Fortaleza projetada na barra da vila de Santos, c. 1712. AHU, Lisboa). Essas obras foram iniciadas sob a orientação do engenheiro francês Brigadeiro Jean Massé (Planta de uma Fortaleza desenhada de novo na vila de Santos, c. 1714. AHU, Lisboa), com o auxílio do argento-mor Antônio Francisco Lustosa.

Em 1717 o então governador de Santos designou Luiz Antônio de Sá Queiroga para adicionar à fortaleza parapeitos, reduto, cortina, casa de pólvora e outras obras, orçadas à época em 4.000 cruzados. Durante o governo do Vice-rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil, D. Vasco Fernandes César de Meneses (1720-1735), foi terminada a muralha (1721), sendo a praça finalmente artilhada com trinta e duas peças (1723-1725). Novas reformas foram efetuadas em 1731-1732. Por volta de 1739 aqui esteve o Brigadeiro José da Silva Pais, com a missão de examinar esta e outras defesas no litoral santista. Este oficial foi o responsável pelo projeto da nova Casa da Pólvora e de uma capela, erguida no local da antiga Casa da Pólvora e inaugurada em 1742. ("Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande". In: Patrimônio: 70 anos em São Paulo).

Uma nova campanha de obras teve lugar em 1765, sendo governador da capitania de São Paulo o capitão-general D. Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão - quarto morgado de Mateus (1765-1775), que mandou repará-la e ampliá-la devido ao seu estado precário. Cruzando fogos com o Forte da Estacada, para complemento deste sistema defensivo, mandou ainda edificar a Bateria da praia do Góis (1766), para servir como posto avançado à fortaleza. Data deste período ainda o chamado "Portão Espanhol" que a liga àquela fortificação. Em Relatório à Coroa, acerca das fortificações da Capitania, datado de 30 de junho de 1770, este governador informou que esta praça estava artilhada com vinte e oito peças: três de 24, oito de 18, três de 12, três de 8, e onze de 6.

Um relatório manuscrito descreve o estado da fortificação, entre o final do século XVIII e o início do século XIX:

"Na Barra Grande achei as portas podres e despedaçadas, o Quartel arruinado e parte dele a cair, a Casa da Pólvora por acabar; na bateria de baixo achei algumas peças montadas em carretas podres e outras no chão, muito maltratadas, de sorte que toda esta bateria está impossibilitada de fazer fogo, sendo a melhor que tem esta fortaleza por serem os seus tiros quase horizontais, e pela curta distância a que chegam os navios pode esta bateria servir de balas ardentes, de balas fixas, de balas encadeadas de plaqueta, além de ter velas e cartuchos de pinha, e até pelo ângulo que forma o canal, por onde necessariamente passam os navios, oferecem ao inimigo nove bocas de fogo reto e duas em cada flanco, que sendo bem providos, podem fazer grande dano.

Na bateria superior achei quatorze peças montadas em carretas novas, cuja bateria é inferior nas suas vantagens à de baixo por serem os seus tiros mergulhantes e só podem ser bons em maior distância, ficando incertos pela falta de bons artilheiros. Pelo prolongamento da cortina, até à porta, que dá saída para o forte da praia do Goes, se acham três peças montadas em carretas novas e nove desmontadas, algumas destas muito maltratadas, de sorte que não poderão fazer fogo por se acharem cheias de escaravelhos e uma encravada.

Na bateria baixa há um telheiro encostado à muralha superior, o qual se pode acrescentar unindo a este a casa de um índio que serve à fortaleza; em cujo telheiro se pode ter recolhida a maior parte da artilharia, com seus reparos, para se livrar dos grande sóis e imensas chuvas que há de ordinário neste país, e porque a plataforma está móvel com o terrapleno da praça e com facilidade vem esta artilharia ao seu lugar na bateria em todo e qualquer lugar.

Na mesma circunstância se pode por a bateria superior, poupando Sua Majestade por este modo a imensa despesa que continuamente está fazendo com o carretame, devendo ser este pintado a óleo de linhaça [ou] na falta deste com azeite de mamona, e uma terra que há em Cananéia que é semelhante ao roxo-terra da Itália (...)."


Do século XIX aos nossos dias

Ao longo da sua história, as instalações da fortaleza foram utilizadas como presídio político. O Mapa das Fortificações de 1847 aponta-lhe apenas vinte e duas peças.[8] Novamente reparada em 1885, durante a Revolta da Armada (1893-1894), as suas baterias trocaram tiros com o Cruzador República e o Cruzador Palas, a caminho do Sul (20 de setembro de 1893), tendo sofridos danos nas muralhas. Passou para a jurisdição do Ministério da Marinha (Aviso do Ministério da Guerra de 28 de agosto de 1889). Em 1894 teve lugar a última obra nesta fortificação: a reforma inacabada do quartel (MORI, 2003:155).

No século XX foi desarmada e o seu material entregue ao 3º Batalhão de Artilharia, a fim de aquartelar um Destacamento do 24º Batalhão de Infantaria que iria trabalhar nas obras do Forte de Itaipu (Aviso nº 484, de 17 de março de 1905),[9] dentro do projeto de reforma da defesa do Porto de Santos. À medida que as obras do Forte de Itaipu evoluíram, perdeu importância estratégica, até ser finalmente desativada (1911). Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, aquartelou a 3ª Companhia do Batalhão de Engenharia de Santos, servindo como Posto Angular (Posto de Paralaxes): recebeu aparelhos telefônicos e alto-falantes, a fim de manter comunicação constante entre a defesa minada da barra de Santos e os oficiais engenheiros de plantão que as comandavam. Em uma das guaritas da fortaleza, assim como em pontos estratégicos do canal, foram instaladas baterias acumuladoras para a detonação das minas. Ao final da década de 1940 abrigou instalações da extinta Polícia Marítima e Aérea, e a partir de 1956 passou a ser utilizada como sede náutica do Círculo Militar de Santos. O imóvel, de propriedade da União, e o entorno do fortaleza foram tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 23 de abril de 1964, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), órgão do Governo do estado de São Paulo, em 1981.


Forte da Barra do Guarujá na entrada do Porto de Santos. 





MAIS RECENTE

A CIVILIZAÇÃO DOS PORTOS

   Banner.  São Vicente e Santos em 1615, em gravura do roteiro do Almirante Joris Van Spilberg idealizada pelo ilustrador Jan Janes. Fonte:...