09/07/2019

RUAS, LUGARES, DIVISAS,TOPONÍNIA E RIOS




TRUQUE EDITORIAL. Capa colorida do jornal mostra foto invertida das praias do Itararé, Milionários e Gonzaguinha. Edição de segunda-feira, 13 de fevereiro de 1971. As garotas protagonistas da cena observam a cidade de cima da Ilha Porchat.

Hemeroteca Digital da BN.




TOPONÍMIA VICENTINA





Mapa ilustrativo - Memória Santista



Francisco Henrique Miorim e Jaime Caldas- Revista Cellula Mater


BITARÚ – Nocivo , prejudicial à pele.

CANEU – Lugar onde se fala língua de preto.

CATIAPOÃ – O mato em que os canários da terra cantam.

COTUPÊ – Morro que termina em ponta – ponta mais alta.

GOHAYÓ – Semelhante, parecido- gente branca do lugar.

GUAMIUM – Preto- Velho.

GUARAMÃ – Ninho do Guará.

GUARAÚ – Rio dos guarás (pássaro).

GUASSU – lugar grande, extenso.

IGUÁ- Bacia fluvial.

ITAIPU – Mar que ronca nas pedras.

ITAQUIMBOQUE – Mina de pedra de afiar.

ITARARÉ – Água (mar) que surge da pedra).

INDAIÁUVA – Bebida da palmeira Indaiá.

JAPUÍ – Lugar que mostra entra do mar ou porto.

PARANAPUÃ – Barra seca ou mar levantado.

PIAÇABUÇU –Lugar onde o vento faz a piaçaba se mover.

PIAÇAMIRIM – Piaçaba pequena.

POMPEBA – Cipó chato.

SAMBAIATUBA – Muitas conchas.

SAMARITÁ – Lugar árido, deserto.

SIRIRÍ – Pequeno inseto alado que precede o nascimento dos Içás.

SOCOARÊ – Lugar longe da cidade, várzea, mangue.

SIRIRY- rio dos siris.

TAGUÁ – Argila.

TUMIARU – Grande quantidade de judeus desterrados.

UMBUGUAÇÚ – Umbuzeiro grande.

VOTORUÁ – Dorso ou cume da montanha.

XIXOVÁ – Espeto, ponta, morro pontudo, coisa que se alarga ou se abre.



*

OS RIOS VICENTINOS


JAIME MESQUITA CALDAS


"Idos de 1912. Ali, nas proximidades onde hoje encontra-se a sede do Itararé Praia Clube desaguava o Rio Itararé, que há tempos fora reduzido a um córrego canalizado, paralelo à Av. Quintino Bocaiúva. À esquerda, vemos o sopé do Morro do Voturuá e ao fundo, os trilhos dos bondes e a temível Pedra dos Ladrões". Imagem e postagem: São Vicente de Outrora, 28/5/2020.




Planta de Saneamento de 1895 mostra o rio Itararé, próximo ao morro e que provavelmente tenha sido canalizado da avenida Monteiro Lobato. O mesmo aconteceu com o Rio São Jorge, na direção de Santos.



Um estreito córrego, com suas inúmeras ramificações corta, desde as imediações da rua Frei Gaspar, junto à vidraçaria Santa Marina, longitudinalmente, a cidade, vindo desaguar no mar ao lado do Monumento do IV Centenário da Fundação da Vila de São Vicente. Até o final do século XIX, talvez em função do elevado número de batráquios que povoavam suas águas e margens, ele ficou conhecido como Rio dos Sapeiro. Esse antigo Rio Vicentino nascia nas imediações da Av. Capitão-Mór Aguiar e atravessava o centro da cidade, com várias ramificações, hoje canalizadas, atravessando as ruas Visconde de Tamandaré, Campos Salles e Ipiranga em direção à rua XV de Novembro e as praças João Pessoa e 22 de Janeiro (hoje Ypupiara) a qual atravessava em superfície para desaguar na baía vicentina, junto ao Marco Padrão (Monumento Comemorativo do IV Centenário da Fundação da Vila de São Vicente).
Ocorre, porém que, às suas margens foi instalada a 1ª oficina de consertos de calçados da cidade, de propriedade do Ernesto Intrieri, figura muito conhecida e estimada na São Vicente antiga. Assim sendo, não demorou muito para a pequena população da cidade alterar o nome do riacho de Sapeiro para Sapateiro, em função das atividades profissionais exercidas pelo prestante cidadão Ernesto Intrieri, denominação, aliás, que permanece até os dias de hoje. (Boletim do IHGSV)
                            
                                         

                                        Cartão postal do Rio Sapateiro do início do século XX. 

Ribeirão das Areias – Lança-se à margem direita do Rio Branco ou Boturoca 
Rio Ameijá – É um braço do Rio Branco ou Boturoca, formando uma ilha à margem direita deste. 
Rio Bochoró – O divisor que contorna as águas deste rio e as do Córrego Guapiruvu, determina a divisão de São Vicente com o município de Itanhaém. 
Rio Boipeva ou Botupuca – Nasce perto do povoado Tabalharu, junta-se com o Rio Itinga e lança-se na Praia Grande. 
Rio Boturoca – Rio Branco 
Rio Branco de Cima – Nasce na Serra do Mar, fazendo divisa com o município de São Paulo e com o município de Itanhaém, na confluência do Rio Claro. 
Rio Branco ou Vargem Branca – Nasce no Morro Pai Matias e deságua no Rio Branco. 
Rio Cacheta – Nasce perto do povoado Barreiros e o sítio Boa Vista e desemboca no Lagamar do Pombeva, em frente à ilha Pompeva. 
Rio Capivari – A confluência deste rio determina o começo da divisa de São Vicente com o município de São Paulo. 
Rio Caraú de Baixo – Nasce no Morro Pai Matias e lança-se à margem esquerda do Rio Branco ou Boturoca. 
Rio Caraú ou da Cebola – Veja Rio da Cebola. 
Rio Catarina de Moraes – Nasce na zona suburbana da cidade (Vila Nossa Senhora do Amparo) e desemboca no Rio dos Bugres. 
Rio Cubatão – Nasce na Serra do Mar, percorre em grande parte o município de São Vicente e deságua no Lagamar do Canéu, no município de Cubatão. 
Rio da Avó – Nasce no extremo da zona suburbana do Parque Bitarú e desemboca no Mar Pequeno, no Canal de São Vicente, em frente às Ilhas Sapomim. 
Rio da Cebola ou Caraú – Nasce perto do Acaraú dos Mendes e desemboca no Rio Piaçabuçu. 
Rio da Cruz – Nasce nas proximidades da Vila Sílvia e deságua no Rio Piaçabuçu. 
Rio das Areias – Nasce no Morro do Vieira e lança-se no Rio Branco, à margem esquerda. 
Rio das Cabras ou Das Caixas – Nasce no Morro Pai Matias e lança-se à margem esquerda do Rio Branco. 
Rio dos Bugres – É formado na foz dos rios da Divisa Sambaiatuba e Catarina de Moraes, desembocando no Rio Casqueiro, próximo ao Lagamar do Pombeva. Este rio determina parte da divisa com o município de Santos. 
Rio dos Moços – Desemboca nas proximidades da foz do Rio Branco. 
Rio dos Pilões – Nasce na cachoeira de Itutinga em São Bernardo do Campo. Este rio faz divisa com São Vicente, São Bernardo do Campo e Cubatão, na confluência dele com o Passareúva. 
Rio dos Queirozes – Este rio determina a divisa de Cubatão com São Vicente. 
Rio Emigdio, Emidio ou Ermidia – É formado por um braço do Rio Piaçabuçu quase à sua foz, formando uma ilhota e desemboca no lagamar do São Vicente, perto das Ilhas Sapomim. 
Rio Grajaú ou Gragaú – É formado por um braço do Rio Mariana e depois de fazer um círculo desemboca no mesmo formando uma pequena ilha. 
Rio Guaramar – Desemboca perto da foz do Rio Piaçabuçu. 
Rio Iguá – Deságua no Rio Grajaú, ambos engrossando o Rio Mariana. 
Rio Imbuguaçu – Nasce próximo ao povoado Jagari, deságua no mar de Praia Grande. 
Rio Indaiúva – Nasce nas proximidades da Vila Oceânica e deságua no Rio Piaçabuçu. 
Rio Itinga – Nasce na serra de Mongaguá e deságua no mar, na Praia Grande. 
Rio Mariana – Deságua no lagamar de São Vicente nas proximidades do lagamar Pombeva. 
Rio Mongaguá – Nasce na serra de Mongaguá e desemboca no mar, próximo onde era a estação ferroviária de Praia Grande. Serve de divisa com o município de Itanhaém. 
Rio Piaçabuçu – Desemboca no lagamar de São Vicente em frente `\s ilhas Sapomim. 
Rio Piaçamirim – Deságua no Rio Piaçabuçu. 
Rio Pompeva – Desemboca no lagamar de São Vicente em frente à ilha do mesmo nome. 
Rio Preto – Nasce na serra de Mongaguá e desemboca no Rio Branco ou Boturoca. 
Rio Santana – Este rio determina as divisas entre Cubatão e São Vicente. 
Rio São Jorge – Nasce no Morro do Cotupê e desemboca no Rio Casqueiro em Santos, perto do antigo Matadouro. 
Rio Siriri – Pequeno rio que deságua nas proximidades da foz do Rio Mariana. 
Rio Taguá – Nasce no Morro da Mãe Maria e lança-se à margem esquerda do Rio Branco ou Boturoca. 
Rio Taquimboque ou Tanquinho – Nasce nas proximidades de Barreirinhos e deságua no Rio Mariana 
Rio Negro - Começa e termina no rio Piaçabuçu formando uma ilha de mangue. Atualmente, alguns locais mencionados não pertencem mais ao município de São Vicente. (O Monumento, CDL de São Vicente). 

RIOS DE SÃO VICENTE. Trecho da obra do médico e pesquisador Joaquim Floriano de Godoy revelando a hidrografia paulista vicentina no século XIX. 


RIO SAPATEIRO É REENCONTRADO EM SÃO VICENTE



Lendário riacho é descoberto por acidente durante escavações


Victor Miranda- Da Redação

Após anos sem informações oficiais, a Prefeitura de São Vicente encontrou na última semana um dos principais vilões da Cidade. O mesmo tem recebido o tratamento adequado e, em breve, estará longe do convívio com a sociedade, gerando mais segurança para seus moradores.

Embora o parágrafo acima pareça mais apropriado para o noticiário policial, ele se refere ao Rio Sapateiro, uma espécie de lenda vicentina que, durante décadas, foi apontado pelos governantes como o maior responsável pelas enchentes na região central do Município. Durante as obras de pavimentação e drenagem da Avenida Capitão-mor Aguiar, técnicos da Prefeitura se depararam com o córrego, escondido sob uma das vias mais movimentadas da Cidade.

Ressurgimento – Ao cavar o solo para providenciar a substituição das manilhas no trecho em que a avenida se encontra com a Rua Frei Gaspar, chamou a atenção dos operários a quantidade de água que corria por ali, por um estreito sistema de drenagem que aparenta ter mais de 80 anos (ao invés de sustentação de concreto armado, paredes de tijolinho protegiam o equipamento subterrâneo, o que indica uma antiga preocupação com as enchentes).

Não demorou muito para os mais atentos detectarem: aquele ali era o Rio Sapateiro (embora essa seja a denominação oficial, chamar de rio, aliás, é um exagero, sendo que o termo correto é córrego). A constatação confirmou a versão dos vicentinos mais velhos, que sempre disseram que as ruas do Centro escondiam esse curso d'água. Até mesmo um mapa de 1852, assinado pelo pintor Benedito Calixto, confirma que o traçado do córrego serpenteia o Centro de São Vicente. O problema é que, como há apenas dois pontos em que a água é aparente – a fonte do Ipupiara e um pequeno corredor na lateral do Marco Padrão, na praia da Biquinha – sempre houve a dúvida sobre seu real traçado. Situação que fica ainda mais incerta graças às suas várias ramificações. Nem mesmo a nascente é conhecida, podendo ser na região próxima da Avenida Capitão-mor Aguiar (mais provável), perto da Rua Aleixo Garcia, no Bairro Catiapoã, ou até mesmo em um terceiro lugar.

Independentemente do ponto exato de onde surge seu traçado, o fato é que é provável que o curso esteja relacionado à Bacia do Catiapoã, que compreende os canais das avenidas Alcides de Araújo e da Lourival Moreira do Amaral.

Culpado – Justamente por ter seu traçado exato desconhecido e por possuir um status de lenda, em que todos acreditam que ele corre pelo Centro, mas poucos têm provas concretas, o Rio Sapateiro sempre foi relacionado às enchentes que assolaram o Município no decorrer de décadas. Não foram poucos os governantes que, ao encarar uma enchente, acusaram a baixa vazão e o sumiço do córrego como responsáveis pela cheia.

De fato, o sufocamento do rio, somado ao estado deteriorado das manilhas utilizadas em seu curso, podem contribuir para alguns alagamentos. Tanto que bastou o Rio Sapateiro ser detectado para que houvesse uma mudança no material utilizado na drenagem, que precisou ser mais específico e de dimensões mais largas.

"Para nós, de verdade, foi uma surpresa. Quando encontramos aquelas manilhas aterradas, não entendemos o que era. Depois é que a ficha caiu. Por conta disso, vamos utilizar manilhas de concreto ainda mais largas, para ver se reduz o impacto causado nesse rio no decorrer dos anos", explica o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Manutenção Viária, Léo Santos.

Segundo a secretaria, as obras de drenagem e pavimentação da Avenida Capitão-mor Aguiar não vão interferir diretamente no curso do rio. A única ação vai ser aumentar a vazão do mesmo, que será praticamente dobrada.

CENTRO
Pavimentação – As obras da Avenida Capitão-mor Aguiar tiveram início há cerca de um mês. Em princípio, os serviços serão feitos no trecho compreendido entre as ruas Frei Gaspar e Marquês de São Vicente, onde os bloquetes de concreto sextavados serão substituídos por pavimentação asfáltica. O investimento no recapeamento do piso é de R$ 1.370.000,00. Os recursos são originários do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), órgão da Secretaria de Turismo do Estado. Posteriormente, o trecho da Rua Marquês de São Vicente com destino à Avenida Capitão Luiz Pimenta também será contemplado. Ao todo, serão 680 metros de via asfaltados, que devem levar seis meses para serem concluídos. (A Tribuna, na sexta-feira, 12 de agosto de 2011, página A-12)


MAHUÁ, USINA, SÃO VICENTE, GONZAGUINHA, CARAVELAS.

OS DIVERSOS DA PRAIA MAIS URBANA DA CIDADE



JARDIM DAS CARAVELAS. Praia de São Vicente, que popularmente passou a ser chamada de “Gonzaguinha” no início da década de 40, porque em seu jardim – o único que existia na orla da praia – a juventude passou a fazer o seu “footing”, como já se fazia no Gonzaga, em Santos. Originalmente, nas décadas anteriores a 193, chamava-se Praia do Mahuá, nome considerado "feio" pelos administradores públicos e empreendedores do veranismo. Era também, nesse trecho do Boa Vista, chamada de Praia da Usina, por causa da estação e usina elevatória de esgoto instalada no Largo Tomé de Souza. Nos anos 1940, o prefeito Polydoro de Oliveira Bittencourt, reagindo a esse tratamento diminutivo a São Vicente, denominou esse local como Largo e Jardim das Caravelas, cujo nome o povo não assimilou. Todos ainda se referem a ela, em toda a extensão, como o Gonzaguinha de quase 70 anos passados”. (Boletim IHGSV)

Foto: Kioshi Hiratsuka. 1965


REFORMAS NO CENTRO EM 1967



Rua Benjamin Constant, esquina com Ipiranga, sentido Fabrica de Vidro
Jornal Cidade de Santos, 13 de setembro de 1969. 


Jornal Cidade de Santos, 19 de setembro de 1969.




              A CERCA DE OBELISCOS 

DAS AVENIDAS GETÚLIO VARGAS E TUPINIQUINS


Dois registros da Ponte Pênsil feitos por Benedito Calixto: antes e depois da construção da cerca de obeliscos. Dela só restou um pequeno trecho no Porto das Naus.








Obeliscos de concreto da antiga cerca ornamental das avenidas de acesso a Ponte Pênsil. Esse trecho é do Porto das Naus.



Mureta de pedras na avenida Getúlio Vargas  em registros fotográficos dos anos 1930 e 1950.




Registro do Google Maps em 2022 da mureta  de contenção. Ao fundo a cerca mais recente, construída juntamente com o deck de pescadores. 




Nessa imagem dos anos 1980 percebe-se que os obeliscos foram cortados e utilizados como colunas da mureta ornamentada com suportes de cimento em formato de vasos. 

Muretas da segunda fase ainda preservadas nas laterais da Ponte Pênsil. Imagem de 2022 do Google Maps. 

Novo padrão de mureta sendo construído no final de 2022, como parte do novo projeto de calçada da orla.




Remoção das árvores e reforma das calçadas das orla do Gonzaguinha. Ao fundo o quebra-mar (antigos moles de pedras), reformado em 2020 com muretas de vasos de cimento, com alusão nostálgica dos anos 1960.




PROJETO DE DEFESA DO PORTO DE SANTOS (1897)


Em 1895, o Estado-Maior do Exército Brasileiro mandou executar um projeto de defesa do Porto de Santos, encargo que ficou nas mãos do capitão de arma de artilharia Erico Augusto de Oliveira. A tarefa começou a ser executada em 1896 e foi apresentada, concluída, ao Ministério da Guerra, em 1 de dezembro do ano seguinte, acompanhada de quinze plantas.


             

PLANTA DE SÃO VICENTE -1948




Acervo Cartográfico/APESP
Planta da Cidade de São Vicente (1948)
Nome do Autor: Sem Informação
Código: BR_APESP_IGC_IGG_CAR_I_S_0349_001_001


BAIRRO PRAIA GRANDE: Enseada de Itaipu, Ponta Itaipu, Morro Itaipu - com caminho numerado 125, (sem citação das Fortalezas) e continuidade da Estrada Militar (futura avenida Marechal Malet), Vila Mathilde, Porto do Boqueirão, Jardim Guilhermina, Estrada de Rodagem para Itanhaém, Morro do Xixová, Avenida Siqueira Campos (depois Tupiniquins e hoje Ayrton Senna) Porto do Rei.

SÃO VICENTE CONTINENTAL LADO ORLA: Japui, Clube de Regatas Tumuaru, Porto das Naus, Ponte Pênsil, Morro do Japui, Parque Prainha, Avenida Saturnino de Brito, Ponta da Fortalezinha, Praia de Paranapuã (sem citar a Praia de Itaquitanduva). LADO SERRA: Rios Peaçabuçu e Guaramar, Canal dos Barreiros, Mar Pequeno, Canal de São Vicente, Ilha Saponim, Ponte do Barreiros, Estrada de Ferro Sorocabana.

SÃO VICENTE INSULAR: Tumiaru, Mangues, Parque Bitaru (sem citar o Guamium),Sítio Boa Vista, Antigo Caminho dos Barreiros, Parque São Vicente. Vila N.S. do Amparo, Catiapoã, Vila Cascatinha, Sítio do Bugre (Hotel dos Alemães e depois Quartel), Vila Melo, Vila Pedro, Vila Petrópolis, Vila Voturuá, terreno vazio da futura Vila Misericórdia-Jardim Independência, Vila Valença, Vila Santa Isabel (depois dos trilhos e futura avenida Presidente Wilson), Boa Vista (antiga Vila Bethânia ou dos Estrangeiros). Enseada de São Vicente. Morro dos Barbosas, Biquinha de Anchieta, Marco Afonsino, Centro da Cidade entre a avenida Cap. Mó Aguiar, Estação EF Sorocabana, Praças da Bandeira e Cel. Lopes, Praia de São Vicente (Gonzaguinha), Ilha Porchat, Praia do Itararé, Baía de Santos.

Mapa histórico-turístico da PMSV com apoio da FAPESP.



Garagem da SAAV-Superintendência de Abastecimento de Água de São Vicente, rua Fernando Costa, 60, esquina com a rua Armando Sales de Oliveira (ver no Google Maps). Aos fundos as obras do prédio da E.E. Sorocabana (Vila Melo, hoje EMEF Constant Luciano Clemente Hulmont, que era educador nessa unidade na década de 1970). Esse órgão seria incorporado pela SABESP.



Os custos e preço da água em São Vicente em 1970. O abastecimento foi durantes décadas um dos grandes problemas da cidade e da região, sobretudo nas temporadas de verão. Hoje o reservatório Voturuá- Santa Tereza* e administrado pela Sabesp é a principal fonte de abastecimento na ilha. Jornal Cidade de Santos.


RESERVATÓRIO VOTURUÁ-SANTA TERESA



O Reservatório-Túnel Santa Tereza/Voturuá fica nos morros da divisa entre Santos e São Vicente e é a maior reserva em rocha da América Latina. Em São Vicente o acesso é feito pela avenida Anita Costa, junto ao Parque Estadual Voturuá.

A reserva hídrica tem mais de 1 km de extensão dividida em duas câmaras, cada uma com 13 metros de altura e 15 metros de largura. Ela tem a capacidade para receber 110 milhões de litros de água, equivalente a um terço do armazenamento total disponível na região.

Projetada em 1970, a ‘caixa d´água’ gigante é considerada uma das obras mais ousadas feitas pela Sabesp. O reservatório foi inaugurado em 16 de novembro de 1981.












Fonte: SABESP

FONTE DOS ESCRAVOS



FONTE DOS ESCRAVOS. Registro feito pelo memorialista vicentino Jorge Simão Filho. Localizado na avenida Minas Gerais, junto ao morro Voturuá, o monumento de pedras era muito frequentado pelos moradores da Vila São Jorge em função da bica de água.


ÍNDIOS, AFRICANOS E EUROPEUS 
EM NOMES DE RUAS, LUGARES E MONUMENTOS.

 
DALMO DUQUE DOS SANTOS




Os acontecimentos e cenários históricos, bem como seus protagonistas, sempre foram alvo da ação dos memorialistas, pessoas e grupos que criam e institucionalizam essas lembranças em forma de monumentos. O mesmo ocorre na elaboração das obras de arte e outros conhecidos registros como a literatura, as reportagens, documentários, enfim, todo tipo de manifestação que possa aguçar e valorizar a memória social e reverenciar suas personalidades. Esta é uma tradição greco-romana que se espalhou pelo mundo ocidental, preservada pela Igreja, exaltada pelos estados monárquicos nacionais e que posteriormente foi reacendida pelo romantismo no século XIX. O Brasil como estado-nação, apesar do seu passado ibérico e latino, só foi fundado nesse período romântico, cuja estética simbólica e monumental era o tom dominante na época. Todos os nossos símbolos nacionais, incluindo a nobreza, foram "inventados" como tradição nacional aparente. Como não tínhamos um passado heróico à altura das tradições europeias e orientais, construímos artificialmente a nossa memória nacional cultuando elegendo e adaptando o passado indianista ao modelo romântico. Assim, o índio foi literalmente transformado numa figura mítica e alguns dos seus líderes colocados no panteão dos nossos heróis. Já os negros não tiveram o mesmo tratamento porque eram escravizados. Transformar um escravizado no herói de uma sociedade escravagista seria um suicídio estrutural e poderia estimular rebeliões, como realmente aconteceu nesse período no Maranhão, no Pará e na Bahia. Com os indígenas foi diferente, pois já haviam sido dizimados demográfica e culturalmente pelos colonizadores. Não havia o risco de se rebelarem. É por isso que encontramos em todas as cidades monumentos e logradouros com denominação indígena e não raro o nome das próprias cidades e estados remetendo ao seu passado pré-colonial. Quando há necessidade de lembrar algo nesse aspecto, sempre aparece alguma figura memorialista exaltando os feitos e também recordando a injustiça contra esses personagens do passado. No caso das cidades a institucionalização é feita com base em processos descritivos de investigação e justificativas, transformadas em leis e decretos municipais. A história de São Vicente e de São Paulo também foi romantizada e posteriormente institucionalizada com as figuras de Tibiriçá, Piquerobi, Terebê e Bartira. A toponímia vicentina e suas ruas, como em muitos lugares do Brasil, é repleta de termos da língua tupi. Mas não tem nada ou quase nada dos africanos, com exceção dos poucos descendentes que atuaram no movimento abolicionista. O gentílico popular vicentino “calunga”, de origem africana, até hoje não foi reconhecido oficialmente, talvez porque envolve significados culturais que colidem ideologicamente com as tradições europeias dominantes. Colocar nomes nas ruas, praças, estradas e nos acidentes geográficos é uma forma de respeito e reconhecimento – no caso dos índios e africanos é também uma “mea culpa”pelos males causados a eles – implica na ideia de que objeto escolhido na homenagem será cotidianamente lembrado como ponto de identificação e motivo de lembrança, mesmo que não haja conhecimento sobre o homenageado ou sobre a intenção dos que prestam essas homenagens.





PASSEIO NO CENTRO HISTÓRICO. No início da noite saí para passear com o Kiko, cachorrinho salchichinha de 13 anos. Fomos até o Marco Padrão. A praça Tom Jobim está iluminada, limpa e tranquila. Este ano não terá encenação histórica da Vila. Duas viaturas de policia vigiam a passarela e a passagem para a Praça 22 de Janeiro, ainda escura e temerária. Encontrei, ainda na Tom Jobim, dois moradores em situação de rua, um dormindo no chão e outro em um banco. Fiquei alguns minutos apreciando a paisagem e imaginei como era a orla quando foi erguido o Marco e quando os aviões da Esquadrilha Naval fundearam na Baía para comemorar o aniversário de 450 anos da cidade. Dali fui até a Biquinha de Anchieta. Está bem iluminada e alegre. Muitos jovens - quase uma centena, aglomerados e sem máscaras- conversando, muito alegres, alguns fazendo manobras de skate, pois o piso está bem liso. A cor verde-limão da alvenaria contribuiu para dar mais luminosidade ao lugar. Na bica tem senhor enchendo galões de água. As barracas de doces estão todas abertas, preparando-se para o feriado. A estátua de Anchieta ainda faz muitas amizades e selfies. Volto para casa satisfeito. Um passeio rápido e rotineiro. A manhã volto para a minha rotina de ir de bicicleta até a Ilha Porchat e depois até a divisa com Santos. Mas volto à Biquinha outras vezes.


Dalmo Duque , 21 de janeiro de 2021. São Vicente na Memória.







SÃO VICENTE NA MEMÓRIA.  Postagem em 7 de julho de 2023. 

Rua João Ramalho com Amador Bueno da Ribeira. Há 70 anos e hoje. Com exceção do Castelinho da Vila Aralinda, predominavam nos anos 50 os casarões da aristocracia veranista paulistana. Os bondes ainda não causavam transtornos aos poucos automóveis que circulavam pela pequena cidade.

Comentários: 

Heloisa Figueroa: Eu morei na Amador Bueno da Ribeira de um ano aos 14 anos. Onde tem a Praça do Soldado Constitucionalista, antes tinha uma árvore imensa de chapéu de sol e uma bomba de gasolina.
Eu brincava direto de bicicleta na Vila Aralinda. Muito bom essa época.

Cristina Oliveira: Adorei ver como era o local onde moro.💖

Sandra Marta Rocha Pereira: Amo essas fotos antigas de São Vicente.

Marcia Andrade: Amei ❤Lindíssima foto antiga da Rua João Ramalho, local onde resido.

Maria Angélica Freixo Bexiga: Eu moro perto do castelinho e sempre passo em frente e nunca canso de admirar. Arquitetura da época em q havia beleza.Hj só constroem estrovengas com raríssimas exceções.

Nívia Maria: Tenho história com o castelinho, rua João Ramalho com Cândido Rodrigues.

Pedro Silva: Como era lindo esse lugar...

Waldir Martins Martins: Passei muito nesta rua

Elza Leite Mattoso: Essa esquina, hj eh a Pça Heróis de 32...à esquerda, hj, padaria Marrocos, foi construída a mansão dos Fracarolli...demolida nos anos 50/60.

Regina José Luiz Nascimento: Bateu saudades !!!

Joaquim Bastos Neto: os FRACCAROLIS residiram aí até 1946/47., , o casino foi montado em 1947/48, e eles foram residir em SANTOS , após o fechamento do casino , fizeram uma reforma geral na casa , e voltando da ITALIA , em 1950 , passaram a residir na casa , até 1956 , e posteriormente passaram a residir na ILHA PORCHAT , que era de propriedade deles.....transformaram parte do casino , que estava fechado desde 1947  em sua residência. OS PROPIETARIOS....JOSE FRACCAROLI SOBRINHO , E SUA ESPOSA . SARA ROMAIN FRACCAROLI....👏👏👏🙏 EM 1959/60 , venderam a ILHA PORCHAT , passando a residirem em SANTOS.

André Luiz Cunha Ferreira: E um destes pertencia a família de Francisco Bensdorp. Acho que era a da direita conforme minha mãe conta histórias.


JARDIM ARALINDA





















O condomínio foi projetado pelo arquiteto inglês Ernesto Behrendt (Sílvio Luiz/ AT)

Um recanto vicentino chamado Vila Inglesa

Condomínio de quase 90 anos chama atenção pelas características europeias


A TRIBUNA , 02/09/2109


Não à toa o condomínio tem o nome de Castelinho. A construção de quase 90 anos é destaque na esquina das ruas João Ramalho e Cândido Rodrigues, no meio do Centro de São Vicente e a poucos metros da Praia do Gonzaguinha. O imóvel, com características europeias, é o ponto central de uma área conhecida como Vila Inglesa. Atrás e em volta dele estão 36 casas que formam o Jardim Aralinda. 

A vila e o Castelinho foram projetados pelo arquiteto inglês Ernesto Behrendt, que se inspirou nas casas de seu país para a elaboração das plantas. O pedido foi do dono do terreno, Umberto Gagliasso, casado com uma inglesa. O nome da vila é uma homenagem à sogra dele, Aralinda Forshire. 

O prédio tem três pavimentos e sete apartamentos, com aproximadamente 100 metros quadrados cada e que conservam as características originais. Chamam a atenção duas chaminés no topo, que fazem parte de lareiras, hoje desativadas, e que foram projetadas para aquecer o edifício. 

Síndico do prédio, o aposentado Sérgio Pereira mora há sete anos no local e também pesquisou a história do prédio. “Essa área pertenceu à ferrovia e ficou abandonada. Por volta de 1930, Umberto Gagliasso se encantou com ela. Era de frente para o mar, com muito verde, não existiam esses prédios em volta. Uma maravilha”. 

Segundo ele, há informações de que um dos apartamentos pertenceu a familiares do ex-presidente Campos Sales, que governou o País entre 1898 e 1902. “O apartamento 2 era do ex-prefeito de São Paulo, Miguel Colasuonno (prefeito entre 1973 e 1975). Há reportagens da época dizendo que ele pernoitava aqui com uma viatura da Força Pública (hoje Polícia Militar) na porta para proteger a família”, diz o síndico. 

Jardim Aralinda 

Antigamente aberto, o Jardim Aralinda foi fechado com portões e para entrar é necessário tocar o interfone e ser autorizado por um morador. O cercamento da vila ocorreu na década de 1990, por conta da insegurança causada por usuários de drogas. 

Mas basta entrar para parecer ter viajado a outro local. A alameda de pedras, com jardim central, ainda tem residências com a antiga peroba rosa, madeira resistente usada em escadas, pisos, janelas e portas. Como a casa do comerciante Manuel Alves Lourenço, de 68 anos.

“Aqui há tranquilidade, paz, vizinhança boa e silêncio à noite. Não tirei as características da casa, acho muito bonita”, conta ele, que mora lá com a mulher.

Síndico informal da vila, que apesar de fechada não é um condomínio oficial, Fernando Martinez Martins, de 39 anos, mora há cinco anos em uma das casas. Vive com a mulher Bianca e dois filhos. “Nem parece São Vicente. Eu morava ao lado, em um prédio, e sempre quis morar em casa, consegui uma aqui. É um lugar muito gostoso de morar, muita gente nem sabe que existe”.



Alameda de pedras com jardim central promove viagem no tempo e conquista os moradores pela tranquilidade proporcionada (Sílvio Luiz/ AT):

Imóveis tem importância cultural e histórica em São Vicente

O Castelinho e o Jardim Aralinda não estão entre os 17 imóveis tombados pelo patrimônio histórico, ou seja, podem sofrer alterações. Porém, segundo o historiador Marcos Braga, da Prefeitura, fazem parte de uma lista de bens considerados de importância histórica e cultural.

“Muitas casas foram descaracterizadas, talvez um possível tombamento pudesse ser pontual ao Castelinho, mas é uma discussão que precisa ser feita. Ele é uma referência arquitetônica, afetiva e tem singularidade perante o resto das construções de São Vicente”, diz o historiador. 

Braga ressalta que é preciso ver a distância da construção para o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, que é tombado. Se estiver dentro de um raio de 300 metros, pode ser considerado envoltório de patrimônio e ter algum nível de preservação. 

Com tijolinhos aparentes na fachada, lampiões nas portas, sem muros ou garagens, as casas da vila contam com dois a três pavimentos. Os imóveis foram adquiridos inicialmente por famílias paulistas que desciam a Serra do Mar para aproveitar as férias no Litoral. 

Parecida com a vila do seriado mexicano Chaves, as brincadeiras entre as crianças na rua e os jardins marcam a história do Aralinda.




Avenida Presidente Wilson no sentido praia-centro no final dos anos 1960. IBGE

Avenida Presidente Wilson– Principal via de acesso entre São Vicente e Santos pela orla. Vai do Itararé até o Centro (praças da Bandeira e Cel. Lopes) cruzando o Boa Vista e Gonzaguinha. Antiga rua residencial com casas e sobrados de alto padrão. Foi traçada nos anos 1920 pelo prefeito Jão Francisco Bensdorp e recebeu e primeira estrutura de meio-fios. Foi alargada nos anos 1950 e, a partir dos anos 1980, as residências foram desaparecendo e demolidas para receber edifícios, estabelecimentos comerciais e de serviços: supermercados, escolas, clínicas,etc. O nome escolhido seguiu o modelo santista adotado no José Menino, homenageando o presidente dos EUA que que atuou nos tratados de paz da I Guerra Mundial. Um movimento de memorialistas vicentinos liderados por Fernando Martis Lichti propôs que se mudasse o nome da Presidente Wilson para Bacharel Cosmes Fernandes, o degredado e morador pioneiro da região, expulso de São Vicente por Martim Afonso de Souza, indo se estabelecer em Cananéia. 


Rua da Constituição. Acompanha a rua Coaracy Paranhos no contorno do Morro do Itararé, separada  da avenida da praia pelos trilhos da ferrovia Santos-Mairinque e atual VLT. Originalmente tinha muitas casas residenciais e de veraneio, mais tarde ofuscadas pelos edifícios construídos na orla. Essa imagem foi capturada pelo Google em 2019.


Abaixo algumas casas construídas na década de 1940


"Rua da Constituição 306 e 318, duas casas construídas por meu bisavó, o galego Benigno Sobral, da região de Pontevedra, fronteira da Espanha com Portugal. São duas das seis casas que construiu nessa rua, local onde se fixou e começou a explorar a pedreira no morro que pertence a Santa Casa de Misericórdia. Morei na 306 durante alguns anos, tem azulejos coloridos e um alpendre feito de pedra maciça, com floreiras esculpidas na pedra, algo impensável para arquitetura atual. As duas casas foram ocupadas durante longos anos pela família Argento, Dudu e Carlinhos (D. Tota) fundadores da Twin, primeira surfshop de Santos. Hoje o VLT tem um ponto de parada quase em frente as casas. A rua está irreconhecível, as árvores que minha avó Placeres plantou e que davam um ar bucólico ao lugar foram arrancadas para dar espaço ao VLT (antigos trilhos da FEPASA) e ao progresso. Esse foto deve ter sido capturada pelos anos de 1950. As paredes esculpidas do morro que forneceu material para obras como a Biquinha e a Ponte Pênsil continuam lá e ainda podem ser vistas pelos que passam pela praia do Itararé".

Acervo e relato: André Luís Ferreira. Santos Antiga


A DIVISA DA PRAIA


Demarcada no lado da orla pelo encontro das avenidas Manoel da Nóbrega (São Vicente) e Presidente Wilson ( Santos), separando as praias e os morros do Itararé e José Menino. Em direção aos morros a rua Princesa divide as duas cidades até bifurcar em direção às ruas João Ribeiro e José Francisco Valença (São Vicente); e Cândido Gomes (Santos). Nessa pequena e populosa parte das duas cidades os turistas que geralmente freqüentam o bairros e usam as centenas de apartamentos de temporada nem percebem em qual cidade estão tal é a proximidades das ruas vicentinas e santistas. Em algumas ruas de ambos os lados ainda existem casas de moradores antigos e que resistiram ao ritmo da febre de construção de prédios. Até o final dos anos 1980 existiam na Divisa dois monumentos demarcatórios: um em homenagem a Martim Afonso, no lado vicentino; e lado santista , a Estátua do Pescador. Amos foram retirado e colocados em outros lugares. Atualmente outro ponto marca a divisa: as estações do VLT: João Ribeiro (São Vicente) , passando pelo túnel até chegar na estação Nossa Senhora de Lourdes (em Santos).


Divisa vista de Santos na década de 1960. Ainda existia a estátua do Pescador, retirada e lavada para a Ponta da Praia. 


José Menino-Itararé antes do Hotel Internacional. 



Fotosdrone de 2022  e 2023 registrando a divisa da orla.


CONJUNTO EDIFÍCIO HOLIDAY. Na divisa de São Vicente com Santos (lado Santos, José Menino). O revestimento original dos anos 60-70 era com pastilhas coloridas, dando um efeito visual festivo e praiano.




AS PRAIAS VICENTINAS TAMBÉM TERIAM SIDO LOTEADAS



Hotel Internacional no José Menino. No início do século XX, o bairro do José Menino ganhou destaque em função de ali ser edificado em 1894, na faixa de areia da praia (e entrar em funcionamento no ano seguinte), o Hotel Internacional, que começaria a ser demolido em 23 de outubro de 1959. Neste cartão postal, observa-se as instalações do hotel e os arredores, na época do início da Primeira Guerra Mundial: Imagem cedida a Novo Milênio por Ary O. Céllio

Em Santos, alguns espertalhões, acobertados por políticos, na década de 20, investiram contra a faixa de areia da Praia do José Menino e, através de expedientes duvidosos, conseguiram os direitos de ocupação de alguns trechos da praia e do jundu, para cabinas de trocar roupa para banho de mar, bares e restaurantes para turistas a título precário. E assim foi ocupada toda a frente da Ilha Urubuqueçaba, desde o atual emissário submarino da Sabesp até a então divisa com S. Vicente, onde também se instalou o Hotel Internacional, com cabinas para banhos, de aluguel, rinque de patinação, etc. Na década de 50 o Hotel Internacional, com alta influência política, conseguiu o aforamento de sua vasta área de marinha. No final da década de 50 e no decorrer da década de 60 todo os demais proprietários de balneários, restaurantes, recreios que se haviam instalado nessa faixa de marinha, venderam seus direitos e logo surgiram os edifícios de alta estatura para garantir a posse definitiva daquela área, sempre ameaçada pela reação popular, que não admitia aquele atentado ao direito público e à própria paisagem, interrompendo uma sequência de praias, com mais de 12 quilômetros, da Ponta da Praia à Biquinha, e cujas praias deveriam acompanhar um ajardinamento continuo, ininterrupto. 

Essas ameaças de ocupação das praias para especulação particular, comercial e imobiliária, só não foi mais longe pela reação e liderança de Vicente de Carvalho, Américo Martins dos Santos, Júlio Conceição, Martins Fontes e Aristides Bastos Machado, que não cessaram sua luta continua, uns continuando a luta dos seus antecessores, até que Aristides Bastos Machado, como Prefeito de Santos, iniciou a construção do ajardinamento da praia, para fazer posse definitiva de toda aquela vasta área marinha, pela Prefeitura Municipal de Santos - isso a partir de 1936-mas, sem condições de retirar da faixa do José Menino aquele grupo de invasores que, lamentavelmente, nos anos 50/60 acabou legitimando suas posses.

Em São Vicente a história estava prestes a se repetir. Personalidades influentes, por diversas vezes, tentaram invadir a faixa de marinha da Praia do Itararé, com projetos magníficos, de barracas, balneários, centros esportivos, central turística e até colônia de férias. Todas as propostas iniciais eram apenas pretextos para que, com o tempo, um novo paredão de edifícios, em alta especulação imobiliária, isolasse e estreitasse a faixa de areia da Avenida Manuel da Nóbrega, a qual muito estreita, quando de sua abertura, em 1932, jamais teria condições para que o atual projeto com duas largas pistas e ajardinamentos pudesse ser executado. Seria o mais abominável crime de lesa- São Vicente, dentre tantos que através da história foram consumados...

Entretanto, as praias vicentinas foram salvas pela corajosa iniciativa do então Prefeito Municipal, Capitão José Meirelles que, em 1927, fez detalhada exposição ao Dr. Getúlio Vargas, então Ministro da Fazenda. informando-o da importância de toda a área de marinha adjacente as praias vicentinas, para o desenvolvimento turístico de São Vicente, inclusive para suas vias de interligação com o Município de Santos, e como tal solicitando que toda a faixa compreendida entre o José Menino (Santos), que lamentavelmente já fora invadida, até a Biquinha de Anchieta, fosse aforada definitivamente à municipalidade vicentina, acabando de vez com quais- quer ameaças de tantos aventureiros que já cobiçavam a posse de vários trechos dessa longa faixa. 

O elevado espírito público de Getúlio Vargas levou-o a atender prontamente a reivindicação vicentina, e por despacho de 9 de maio de 1927, a Praia do Itararé e suas faixas de marinha adjacentes, bem como a Praia de São Vicente e suas faixas de marinha em toda sua extensão - foram transferidas por aforamento perpétuo à municipalidade vicentina. A certidão expedida pela Delegacia Fiscal do Estado, em 16 de março de 1928, declara que tais terrenos concedi- dos à municipalidade de São Vicente, compreendem as praias de Itararé, Boa Vista e São Vicente e devem ser destinadas a logradouros públicos... Tal concessão não tem limite de tempo para que sejam feitos os melhoramentos que aumentem o benefício que seu uso traz ao público...

Não fora a visão do Prefeito José Monteiro e a presteza e a sensibilidade para com a coisa pública do dr. Getúlio Vargas, São Vicente, a esta altura, já não teria mais as suas praias, com suas características atuais, pois muitas propriedades particulares nela estariam encravadas, tal como no José Menino, no Guarujá, em Itanhaém, em São Sebastião e outros muitos municípios litorâneos.

Para comprovar nossa assertiva, citamos o requerimento de n.o 316 de 9 de maio de 1931, registrado no livro 88, fls 157, da Prefeitura de São Vicente, pelo qual o cidadão italiano Silvio José Vilardo, requeria autorização para construir um prédio para moradia, em terreno de "sua propriedade", na Praia do Itararé... O terreno dito de sua propriedade, media 310 metros de frente e nunca foi documentado, senão com uma precária ocupação, de terreno de marinha, obtida de forma "estranha" pois desde 1927 São Vicente já possuía o domínio legal, pelo afora- mento definitivo, de toda a orla da Praia do Itararé, da Praia da Boa Vista e da Praia de São Vicente. Assim mesmo foi uma batalha exaustiva, que o então Prefeito José Monteiro venceu pela força de sua perseverança, na defesa do direito vicentino. Registre-se que em 1937/1938 houve nova tentativa de ocupação dessa área, à guisa de uma colônia de férias... e São Vicente foi salva pelo seu "Título de Aforamento", aliás até a bem pouco tempo o único título de aforamento definitivo de áreas de marinha, concedi- do na orla marítima de toda a Ilha de São Vicente. São Vicente, na manutenção de suas praias e de suas áreas de marinha adjacentes, tem uma grande dívida de gratidão para com seus prefeitos, José Meirelles e José Monteiro e para com o Ministro Getúlio Vargas e, posteriormente, para com o próprio presidente Getúlio Vargas e o Interventor Paulista, Armando de Salles Oliveira, consolidando a decisão anterior, de 1927, quando novas tentativas aconteceram, em 1933, depois da Revolução Constitucionalista de 1932.

Poliantéia Vicentina. 1982.

DIVISA TAMBORES

 Demarcada no lado noroeste da ilha pelo encontro das avenidas Antonio Emmerich (São Vicente) e Nossa Senhora de Fátima, separando também o vicentino Jardim Guassu e a santista Areia Branca, bem como as duas vilas São Jorge, lado direção ao Jabaquara e lado direção ao Voturuá. Próximo ao tambores está a redonda Praça Estado de Israel, na qual foi inaugurada em 1976 a Escola Estadual Cidades Irmãs (atual Neves Prado), também marco divisório. Abaixo o marco rodoviário do Jabaquara indicando as direções dos perímetros santista e vicentino.


Monumento do Tambores vista de São Vicente, na Avenida Divisória na Zona Noroeste. 


"Divisa, 1968 . Vila São Jorge - Jardim Guassu. No início daquele ano, a pista sentido Santos da Avenida Antônio Emmerich aguardava a prometida pavimentação, paralisada por falta de verba. Enquanto o dinheiro não vinha, a Prefeitura Municipal estava em dúvida: optar pelo asfalto? Ou pelos paralelepípedos, como na pista ao lado? Enquanto isso, o então infrequente trânsito seguia por aquela na ida e na volta.  No canto direito, a base do marco divisório conhecido como Tambores".

São Vicente de Outrora. Acervo do jornal Cidade de Santos


"1968. Os primeiros dias dos Tambores. Aqui os vemos no sentido Santos. Este singular e curioso marco divisório é um dos maiores ícones da nossa região, uma concepção artística que transpira criatividade". São Vicente de Outrora. jornal Cidade de Santos, acervo da BN.



Avenida Divisória. Postagem em SV na Memória com foto da página ZN Litoral.


Comentários

Jonesherr Herr: Rosa dos ventos!

Marlene Santos: Morei aí pertinho dos tambores 2018 que saudade

Antônia Pacheco: Pois é, agora parece que o prefeito mandou retirar...

Renata Alves: Antônia Pacheco, mudou de lado

Marco Antonio Henrique: Conheço

Carlos Roberto Pereira: Os tambores representam o Pixe, usado no asfaltamento e urbanização da Avenida Nossa Senhora de Fátima. 1966 Governo Silvio Fernandes Lopes.

Lucia Furtado: Esse é o monumento é novo e iluminado e que fora tirado do meio da avenida para a calçada divisória . Ficou bonito.

Asdrubal Porto: Como ponto geográfico, coisa ridícula , não tem nada . Mas como conhecimento , Parabéns !

Flavio Alberto Fernandes: Morei por aí na parte de São Vicente , no Jardim Guaçu. mais precisamente na rua estância ; próximo de um rio que creio que não exista mais.

Renato Marques: O monumento não foi retirado...apenas mudou de lugar, poucos metros....para facilitar a ciclovia e a nova pavimentação...

Antonio Martins Wermuth: Obrigado meu amigo pela revelação desse importante fato histórico das duas cidades. Sabe o porquê desse monumento?

Renato Marques:  representa o piche, usado na pavimentação da via....

São Vicente na Memória:  homenagem ao transporte rodoviário, causado pelo Refinaria Presidente Bernardes na região.

Lima Soares: Saudade .São Vicente. A baixada santista terra boa .

Sol D'Dantas: Sempre achei lindo esse monumento.

Walter Reis: Monumento das cabeleireiras.

Como era conhecido nos anos 70…

Eliane Cardeal: Me recordo toda minha infância. Passei muito e ainda passo. E o ponto de referência era os Tambores. Lindo esses tambores

Jose Santos: Com essa nova reformulação do monumento dos tambores e a nova iluminação ficou muito bonito o local.

Francys Lima: Saudade




Vista do monumento a partir de um edifício em Santos com vista para Vicente. 



Praça Estado de Israel. Divisa na Vilas São Jorge. Na praça foi construída em 1975 a Escola Estadual Cidades Irmãs, depois renomeada "Neves Prado". 



VILA SÃO JORGE SANTISTA. Toda a Vila São Jorge era vicentina, nome de um sítio que ia até a Caneleira e no outro extremo até a Vila Valença. Antes, do lado santista, ia até o Jabaquara, no Engenho dos Erasmos. A divisa mais recente foi alterada por causa das estações dos bondes, primeiro na Areia Branca, quando São Vicente doou o terreno do cemitério; e depois nos Tambores e Escola Estadual Cidades Irmãs, nome original substituído pelo atual "Neves Prado" (nome de uma antiga funcionária da E.E. Martim Afonso)

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Foto: Publicação ZN Litoral. Vila São Jorge, olhando de cima. Av. Eleonor Roosevelt. Foto Eddie Gomes


 O PENÚLTIMO MARCO DIVISÓRIO




"Datada de 1950, a antiga placa de bronze cravada em base de concreto indicava a pavimentação da Estrada Santos-São Vicente (formada pelas atuais Avenidas Antônio Emmerich e Nossa Sra. de Fátima). Este ponto, situado defronte à Igreja Batista de Areia Branca (que na verdade fica na Vila São Jorge) também indicava a penúltima linha divisória entre as duas cidades. Alguns anos depois, Santos avançou em mais 170 metros, formando assim os limites atuais. E quanto à placa, esta foi furtada há cerca de 10 anos por "psicos profissionais", uma outra modalidade de indivíduos completamente isentos de qualquer respeito para com o passado da nossa região". Publicação do jornal Cidade de Santos. 1968.  São Vicente de Outrora. 



ANTIGA DIVISA SÃO VICENTE-SANTOS.   "Essa pedra continua preservada na Av. N.S.de Fátima 814 Bairro de Areia Branca, numa parede de estabelecimento comercial. Atualmente, a divisa fica no Jardim Guassu, Monumento dos Tambores".  Publicação: Niva Pinto. Santo Antiga.



RIO DOS BUGRES dividindo São Vicente e Santos, entre o Jockey Clube e o jardim Rádio Clube. "É formado na foz dos rios da Divisa Sambaiatuba e Catarina de Moraes, desembocando no Rio Casqueiro, próximo ao Lagamar do Pompeva. Este rio determina parte da divisa com o município de Santos".
Fonte: Rios de São Vicente. Jaime Caldas. Jornal Monumento- CDL
Imagem: NALDRONE



IDADES IRMÃS, uma escola no marco da divisa entre São Vicente e Santos.  Fundada em 29 de outubro de 1962  como Ginásio Estadual Vila São Jorge, funcionava na antiga Escola Municipal “André Freire”, na Praça Maria Coelho Lopes, (atual E. E. ”Benevenuto Madureira”). Transferiu-se em 1975 para o prédio da Praça Estado de Israel, na divisa dos Municípios de Santos e São Vicente, passando a se chamar, a partir de 19 de fevereiro de 1975, como Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus “Cidades Irmãs”. Em fins de 1981, por um Decreto de 29 de novembro do então Governador Paulo Maluf, sua denominação foi alterada para Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus “Neves Prado Monteiro”, em homenagem à genitora do Coordenador de Ensino do Interior da época, o Sr. Jorge Monteiro. O marco divisório das duas cidades está fixado no terreno da escola, o que torna a incorporação do nome “Cidades Irmãs” símbolo dos alunos, bem como de pais e da comunidade em geral do bairro. Fonte: http://escolanevesprado.blogspot.com.br/




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Praça Coronel Lopes – Também conhecida como Praça do Correiro. Confluêcia da av. Presidente Wilson, e ruas Benjamin Constant, João Ramalho e Martim Afonso. Tem como referência a antiga Escola do Povo, Escola Zina de Castro Bicudo, depois Grupão e hoje Ruth Cardoso (ETEC). É também a praça do C.R. Tumiaru e dos box dos camelôs. Nas primeira décadas do século XX essa praça era conhecida como Jardim da City, construído pela Companhia de Eletricidade, composta de de equipamentos de lazer, pequenas alamedas e arranjos de jardinagem. Foto: Final da Avenida Presidente Wilson, na Praça Cornel Lopes, no início dos anos 1980. A esquerda a Lanchonete Pata-Pata e os Correios.


Praça Cel. Lopes (LIGHT), CORETO da BANDA DE SÃO VICENTE , administrada pela EMPRESA LIGHT conservando os bancos, alamedas e jardins. A praça era cercada com madeiras trabalhadas e pintadas, com horário de ocupação. Dia de semana até as 22:00 horas”



PRAÇA BARÃO EM VÁRIAS ÉPOCAS



Praça Barão do Rio Branco nos anos 1940.

Praça Barão –Instalada entre as rua Frei Gaspar e Jacob Emmerch, sofreu diversas tranformações urbanísticas em função da sua localização estratégica e comercial. Já foi garagem de bondes e rodoviária, onde por muitos anos circulavam os ônibus da linha São Paulo Vicente (das empresas Breda, Rápido São Paulo, Ultra) e também automóveis e taxis. A última mudança ali ocorrida foi a sua tranformação em um bulevard para pedestres mantendo somente uma pista para acesso de carros. De acordo com memorialistas citados a seguir, a “Praça Barão do Rio Branco não atingia a rua Jacob Emerich. Existia um prédio da Cia. City, que integrava o conjunto da ESTAÇÃO DE BONDES e reduzia a Praça e a tornava irregular. O Prefeito Polydoro de Oliveira Bittencourt desapropriou o imóvel e tornou a praça mais ampla”. 


Praça Barão do Rio Branco nos anos 1950.


A Praça Barão do Rio Branco, criada em 1925 pela Lei Municipal Nº 178, foi um dos logradouros vicentinos que mais sofreu alterações desde os primeiros anos do século. Foi terminal de bondes, desde os tempos de tração animal, teve estação de bondes elétricos, foi ponto final dos ônibus urbanos, foi central de agência de todas as linhas intermunicipais para São Paulo. Inicialmente a praça tinha só meia quadra, depois foi aberta para se estender da Rua Frei Gaspar à Rua Jacob Emmerick, demolindo um anexo da Estação dos Bondes, na qual funcionava a Delegacia de Polícia. Sofreu alargamento do lado da Estação de Bondes da Cia. Ciry em cuja área se instalaram lojas como as Casas Bahia. Nela se realizavam as paradas escolares, cívicas, militares e as grandes concentrações políticas e nela se ergueu a grande pirâmide popular de doação de metais para a ajuda financeira à FEB na 2ª Grande Guerra Mundial, em 1942. Sofreu inversão de direção no tráfego, por três vezes. Foi local escolhido por Antonio Zuffo para a construção do seu grande conjunto comercial, em 1935, o maior construído em São Vicente até então. Nele funcionou a Empresa Royal de Publicidade, com o serviço de alto-falantes, “shows” programas de calouros, campanhas comunitárias, revelações artísticas, comícios políticos e grandes carnavais populares, memoráveis caldeirões de alegria.

Na praça também funcionou o Bar Esporte, por mais de 50 anos instaladas a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de São Vicente, em sua sede própria, há muitos anos, nas mesmas dependências onde funcionou a Empresa Royal de Publicidade.

A Rua Martim Afonso – uma importante artéria de escoamento do tráfego em direção à Praça 22 de Janeiro, por ser a única que ligava a Av. Presidente Wilson e a Av. Antonio Emmerick diretamente à Praça 22 de Janeiro – foi interceptada pelo Prefeito Koyu Iha para a grande reforma empreendida na velha praça, transformando-a num logradouro bonito, moderno e funcional para a época, o primeiro “boulevard” vicentino, mas o trânsito ficou caótico.

Em setembro de 2001, a praça foi novamente reformada pela Administração Márcio França. A reabertura da Rua Martim Afonso, através da praça, embora contestada por alguns, revigorou o aspecto do centro comercial vicentino e melhorou extraordinariamente todo o tráfego central, facilitando o acesso da Av. Presidente Wilson e da Av. Antonio Emmerick com a Igreja Matriz, o Parque Cultural Vila de São Vicente, o Parque Ipupiara, o Mercado Municipal e a Ponte Pênsil.

Os estabelecimentos comerciais receberam uma cobertura de acrílico permitindo que a população circule por toda a praça sem se expor à chuva.

A praça ganhou sanitários e proporcionou novas instalações à tradicional banca de jornais e revistas do Walter – o jornaleiro mais antigo de São Vicente, com atividade ininterrupta nesse local há mais de meio século.

JOSÉ MARIA DA SILVA PARANHOS JÚNIOR, O “BARÃO DO RIO BRANCO”
Diplomata e político brasileiro, advogado, promotor público e professor. Filho do Visconde do Rio Branco, foi Cônsul-Geral do Brasil em Liverpool – Inglaterra (1876), Ministro Plenipotenciário do Brasil nos EUA (1894)., Ministro das Relações Exteriores nos governos Rodrigues Alves, Afonso Penna, Nilo Peçanha e Hermes Fonseca. Resolveu favoravelmente as questões de limites do Brasil com a Argentina e Bolívia. É autor, além de outras obras, de Episódios da Guerra do Prata e Efemérides Brasileiras. Foi o segundo ocupante da cadeira Nº 34 da Academia Brasileira de Letras. Pouco antes de falecer, foi elevado a Presidente Perpétuo do Instituto Histórico Militar do Brasil.

Fonte: Boletim do IHGSV


DESFILE CÍVICO NA PRAÇA



Acima a Banda Marcial do I.E. Martim Afonso na Praça Barão no desfile cívico de 7 de setembro de 1967. O desfile foi realizado no dia 5 e noticiado no dia 6 pelo jornal Cidade de Santos.  Abaixo, na mesma edição, a Banda Infantil do Colégio Itá.




 

Praça Barão do Rio Branco nos anos 1960 e abaixo no final dos anos 1970 já como boulevard.


Frei Gaspar – Talvez a mais extensa rua da cidade e que cruza as principais ruas do centro e dos bairros periféricos da ilha. No início dela, no Gonzaguinha, está o Edifício Gáudio e a Caixa de Péculio dos Funcionário Municipais; logo depois, a Casa do Barão, mais à frente a Praça Barão, o shopping, um incontável número de lojas e salas comerciais, o Hospital São José, o Centro Espírita Cáritas e a Fábrica de Vidros, no fim da Capitão-Mor Aguiar; cruza a Martins Fontes e segue até a avenida Marcolino Xavier de Carvalho (no bairro Tancredo Neves) próximo ao complexo Anchieta e Imigrantes, na Serra do Mar. No passado, próximo à orla , era a rua dos sobrados de classe alta, mais tarde transformados em pensões para turistas e demolidos para cder lugar aos prédios de apartamentos. Na quadras do centro, é considerada a área  mais valorizada e disputada pelos pontos de comércio e serviços.

 
O início da Rua Frei Gaspar, no Gonzaguinha, onde seria construído o Edifício Gáudio, e os sobrados, também demolidos pela especulação imobiliária praiana. 


Frei Gaspar com Tibiriçá. Paço Municipal em 1953, antiga casa de Julião Caramuru. São Vicente de Outrora. 































Início da rua Frei Gaspar, 2016. Membros da Academia Vicentina de Letras, Artes e Ofícios Frei Gaspar da Madre de Deus na inauguração da estátua do seu patrono, monumento instalado no início da rua.



SANTA MARINA. Anúncio na Polianteia Vicentina em 1982. A foto pode ser mais antiga. Os bairros no entorno da fábrica de vidros ainda possuíam muitos terrenos baldios, sobretudo o Catiapoã, que tinha ferrovia e estação da Sorocabana em uso.

"Nessa época chamava-se Vichri e era da família do Sebastião Paes de Almeida família rica que construiu esse prédio que desabou recentemente no Largo Paysandu. A linha do trem tinha um ramal que entrava dentro da fábrica para descarregar a areia sílica que vinha de vários pontos do litoral Sul para a fabricação do vidro. Hoje essa areia bem por caminhões de Minas Gerais. Pela facilidade de extrair essa areia nas áreas devolutas em todo o litoral é que essa fábrica foi construída aí hoje dentro do Centro de São Vicente. Conheci um secador de areia na rua Campos Salles onde as areias chegavam de caminhão e eram vendidas para a fábrica. Era da família Dante Chequi. Ângelo e Abílio podem falar sobre isso. O nome correto era Vichry. Depois de Vichry passou a se chamar Vidrobras. Foi comprada pelo grupo frances Saint Gobain também dono da Eternit e da Telhanorte". ( Memória de Jose Roberto Frutuoso).

Antônio Emmerich – Antiga linha do bonde e Matadouro e Divisa dos Tambores. Liga o centro vicentino (praça da Bandeira) a zona Noroeste de Santos. O ponto principal de referência é o quartel do 2º Batalhão de Infantaria Leve-BIL, que ocupa uma grande área do antigo Sítio do Bugre (foto) e atual bairros Cascatinha e Guassu, entre as ruas Albérico Robilarte de Marigny e Américo Martins dos Santos.


Hotel dos Alemães, instalado no antigo Sítio do Bugre. 

Em 14 de novembro de 1933, o Diário Oficial de São Paulo publicou, em sua página 46 (site JusBrasil, acesso 26/3/2013) um protesto requerido por Manuel Marques Canoilas contra Pompeu Augusto dos Santos e outros, onde Manuel se afirma "arrendatário das terras do sítio do Bugre, também chamadas de Bom Retiro, no qual explora a cultura da banana, mediante cessão que, por escritura pública de 31 de dezembro de 1927, lhe fez Eloy Lopes dos Santos, com a expressa anuência dos sucessores do finado João Antunes dos Santos, então representados pelo de nome Paulo da Costa Menano, que assinou a dita escritura". Prossegue, declarando que "Eloy, por sua vez, havia adquirido anteriormente esse arrendamento por cessão que, em escritura pública de 16 de julho de 1927, lhe fizera José Fidalgo, com o expresso consentimento dos mesmos sucessores de João Antunes dos Santo[s], então representados por Pompeu Augusto dos Santos, que assinou essa escritura". E ainda: "Que, finalmente, José Fidalgo havia obtido esse arrendamento diretamente do proprietário João Antunes dos Santos, em escritura pública de 13 de dezembro de 1923" e "que, findo o contrato, continuou o reclamante na posse das terras locadas, isto é, na posse das terras do Sítio do Bugre, sem oposição dos locadores, ficando assim dita locação prorrogada, por tempo indeterminado (...)".


Imagem do 2º Batalhão de Infantaria Leve registrada pelo Naldrone. Jornal Vicentino.


Moradores antigos recordam que nesse sítio também funcionou uma grande serraria de fabricação de tábuas, de propriedade dos Emmerich. Por serem alemães, a área foi confiscada pelo governo federal e depois repassado ao Ministério do Exército, para instalação do Batalhão de Caçadores. Essa medida impediu, por outro lado, a expansão do ramal de EF Sorocabana, ligando diretamente São Vicente com a com a Serra do Mar, passando pela região do atual Horto Municipal de Santos. Esse impedimento forçou a Rede Ferroviária Federal a lotear a o terreno que hoje formam alguns bairros da zona noroeste. (Novo Milênio)


Vila Cascatinha- Luanda Supermercados (o nome estava em transição para Casa Luanda, original de quando era apenas uma cerealista). Ao lado, o Restaurante Cheiro Verde e o Central Magazine (antiga filial do Supermercados Central, que comercializava apenas móveis; muito anteriormente ali fora o Comércio de Cereais Central, embrião da empresa e concorrente direto da Casa Luanda). O prédio do Central Magazine, bem como as duas casinhas ao lado, além de todo o verde do antigo Clube Hípico vieram abaixo por volta de 2003 para alargar a entrada e dar mais visibilidade ao hipermercado inaugurado em 2005. E contrariando as expectativas, o tal hipermercado não nocauteou o supermercado. Pelo contrário: há quase 40 anos, a Casa Luanda segue firme e forte. Publicada em São Vicente de Outrora no dia 26/10/2018.


Vila Melo, Supermercado Assai da avenida Antonio Emmerich, onde antes funcionava ao Clube Hípico de Santos. Viver em São Vicente & Região. Fotodrones de Fernando Tiepelmann Roxo.  Um passeio pela região da Vila Cascatinha  e  Av. Dr. Alcides de Aráujo (abaixo), em São Vicente SP








Avenida Cap. Mor Aguiar no início do século XX na altura do Guamium (Porto Tumiaru), esquina com a Av. Cap. Luiz Antônio Pimenta. 

Avenida Capitão-Mor Aguiar – Divide o Centro e o Parque Bitaru, cruzando várias ruas entre esses dois bairros. Seus pontos de referência são: Centro Espírita Redenção-Colégio Henrique Oswald, Igreja São Judas Tadeu, Loja Maçônica Duque de Caxias, Igreja Metodista, Igreja de NS do Amparo e Congregação Cristã. E a feira livre de domingo. Aqui viveu a famosa família Moura, matriz de músicos do Conjunto Calunga. Uma das principais avenidas de São Vicente, em frente onde se localiza o Corpo de Bombeiros, leva o nome de Capitão-mor Aguiar. Nascido em São Vicente em 10 de setembro de 1762, José Gonçalves de Aguiar foi batizado pelo padre Vital Gomes Freire, que está sepultado na Matriz.Além de capitão-mor, nomeado pelo rei de Portugal, José Gonçalves Aguiar foi também grande lavrador, um dos maiores produtores de farinha da região. Em 1823, ele aparece no recenseamento com uma produção de 200 alqueires.O capitão-mor também foi um dos proprietários mais importantes da Fortaleza de Itaipu. Responsável pelo recenseamento da cidade em 1813, foi ainda edil e juiz, vereador, procurador da Irmandade do Santíssimo Sacramento, juiz municipal e presidente do Senado da Câmara em 1822.Dele descendem importantes famílias vicentinas, entre elas, a de Ariel Ribas, ex-funcionário da Prefeitura.Último capitão-mor de São Vicente, José Gonçalves Aguiar faleceu em 22 de dezembro de 1843 e foi sepultado na Igreja Matriz. (Boletim IHGSV).


O GUAMIUM. 

Memória de Regina França Castor.


Fiz os primeiros anos numa escolinha no fim do Guamium, hoje rua Japão. Era escola para os filhos de pescadores. O Guamium era rua dos pescadores.  Era uma escolinha de dois andares , embaixo de alvenaria, tipo pátio e em cima , de madeira, uma sala só, que era a classe. Da janela eu via a maré, os pescadores. 

Quando estava no 3º ano, mudamos para a sede da Colônia de Pescadores Z4, ao lado de onde são os bombeiros.  Hoje é o Raquel de Castro. Com 11 anos fui para o  Martim Afonso, onde me formei professora.

A juventude vicentina participava de cinema, matinês nos clubes da época: Praia Clube, Beira Mar, Tumiaru. Era uma juventude sadia, não se tinha conhecimento de  drogas.

Meu pai, Dirceu França, trabalhava na  Companhia Anglo, firma inglesa. Meu avô paterno era dentista e atleta. Tem uma rua em São Vicente com o nome dele, Jadel França. Minha mãe foi telefonista até eu nascer. Depois trabalhava em casa, costurava roupa masculina.

No meu tempo existiam duas escolas importantes: Martim Afonso e Canadá (Santos). A escola Nações Unidas era particular, e quem não tinha capacidade ia estudar lá. Era o pensamento da época: pagou, passou ,rs

A família Simão era muito unida, todos nasceram no morrinho e saíram casados. Nos fins de semana todos vinham visitar minha avó, Maria Amélia Costa Simão. Minha avó era filha de portugueses.

Comentários (São Vicente na Memória)

Gorete Avelino: Que história linda, muito obrigado por compartilhar conosco!

Ana Toledo: Provavelmente estudamos juntas na Escola Normal do Martim Afonso.

Eli Ana Lima Henriques: Ana você tem a foto de sua formatura ? Quem sabe ela não está lá ?

Ana Toledo: Não está. Lembro de todas. Ela era de turma anterior.


Autor: São Vicente na Memória: Esta é a turma da Regina França Castor. Acervo de Mirtes dos Santos Freitas.

Criatorio Kw Treze: Parabéns meu amigo

Mara Lucia Castor: Muito bonita e interessante suas memórias, cunhada!!! Tenho orgulho de você. Te admiro de coração, viu?? Parabéns!!!!!

Regina Franca: Mirtes, não me achei nessa foto!!!! Será que mudei tanto kkkk?

Cristina Sousa: Regina Franca, estava lendo essa história e me lembrando de vc contando uma vez tempo atrás... saudades...

Wlademir C Souza: Que historia interessante

Marly Celebroni: Lindo frequentei muito essa casa ,era da a Dona Cartun. Saudades Regina

Silvia Paterson: Que estória, me deu saudade, lembro muito desse Morrinho, da sua mãe Cartun, sua Irma Lucíola, que me deu aulas de piano, agente andava de bicicleta pelas ruas que naquela epoca eram de Terra. Todas nos, eu suas irmãs e outras primas, saímos bem cedo, a pé para, ir a Praia, ficamos o dia inteirinho, sem comer Nada, mas éramos muito felizes e quando voltamos para esse morrinho, sua Mãe já estava preparada com a mesa cheia de comida, claro, estávamos morrendo de fome

Ellen Rocha: Que linda história. Acabei de conta -la às minhas filhas que são bisnetas da saudosa Helena, netas de Maria Albina e filhas de Philip Batista. Histórias como essa são verdadeiro tesouro , Gratidão 🌹

Paulo Victor Do Battista: Eu fui aluno do colégio Nações Unidas, passei kkkkkk

Edna Gonzaga: Muito linda Regina essa história lembro muito dessa casa dá mãe Cartum dê todos saudades de vcs beijinhos

Ellen Simão: Essa história tbm é minha! Dos meus antepassados! ❤️

Ellen Simão: Muito obrigada por compartilhar ❤️

Gleici Helena: Que história linda, maravilhosa, eu voltei em minha cidade Natal São Vicente, vila Voturuá hoje moro em São Paulo, tenho apto Santos /Embaré ,com família espalhada na baixada .adorei que seu história estimule outros a contarem também suas caminhadas ,na vida ,quem não tem história, não viveu .abraços a vcs




CAMINHO PARA A PRAIA GRANDE

Antes da Ponte Pênsil, via obrigatória para se chegar às atraentes praias, o serviço de travessia do Mar Pequeno era feito por canoas e umas poucas balsas, que partiam, quando da maré alta, de um simulacro de porto, a que alguns degraus de pedra facilitavam o acesso. localizado onde hoje se acha o Grupo Escolar “Raquel de Castro Ferreira”. No refluxo da maré, o embarque então, era feito no Paquetá (Jardim ainda existente, hoje, ao lado do extinto restaurante Mar & Bar. Mais tarde, esse meio de locomoção passou a ser feito por lanchas a querosene e depois a gasolina, por iniciativa de Luiz Pinto de Amorim, que mandou construir às suas expensas para uso próprio, um cais, não muito extenso, porém sólido, e que logo depois franqueou a todos quantos dele precisassem fazer uso. Tomou-se de grande utilidade este local de atracação. Eram mantidos permanentemente do lado de cá, dois canoeiros e do lado de lá, também.

O PROGRESSO ACABOU COM O MEIO DE VIDA DE MEU AVÔ

Meu avô, Ayub Elias Simão, um sírio de Douma (hoje no Líbano),  aos 12 anos, em 1890, (com o irmão João Elias Simão Chalhoub de 23) , desgarrou-se de sua terra natal e veio para o Brasil clandestinamente em um navio radicando-se em São Vicente. Adulto, em 1898 casou-se com Maria Amélia da Costa de 18, filha de Germano Francisco da Costa (que instalou as primeiras luzes com lampião, em São Vicente) e Francisca Cândida de Oliveira Costa. Foi um dos barqueiros do transporte marítimo entre São Vicente e Praia Grande conforme matéria acima, “até quando veio o progresso, em 1914”, com a inauguração da Ponte Pênsil. O casal teve 14 filhos, dos quais: Cândida, Cacilda, Julieta, Zelma, Yolanda e Adib, faleceram ainda pequenos. Os oito que sobreviveram, Maria, Elias (que foi soldado constitucionalista - foto abaixo), Jorge, Hildebrando, Cartum, Ayub,  Syrio e Helena, casaram-se, tiveram muitos filhos, netos e bisnetos na casa anteriormente Nº 5 da Av. Capitão Mor Aguiar.
http://www.saovicentealternativa.com.br  - Reminiscências (Jorge Simão Filho)
http://www.familiasimao.com.br/



GUAMIUN


NOEMI FRANCESCA DE MACEDO



O Guamiun na época da inauguração da Ponte Pênsil-1914 . Imagem: reprodução da página 30 da publicação no site Novo Milênio


Guamiun é um dos muitos lugares incomuns, pitorescos e misteriosos de São Vicente. À beira-mar, é também conhecido como Bairro dos Pescadores e tem uma única via - a Rua Japão -, embora sejam poucos os japoneses residentes no local. Mas os que lá estão, ali nasceram e seus pais vieram para cá por ocasião da Primeira Guerra Mundial.

Grande parte dos moradores da Rua Japão é de pescadores brasileiros, na maioria vicentinos, filhos de pescadores descendentes de Portugal.

A história do Guamiun confunde-se com a própria história de São Vicente. Antes de receber esse nome, foi chamado de Curtume, Matadouro, simplesmente Rio D'Avó e Portinho.

Era ali no Portinho, onde hoje se encontram o São Vicente Praia Clube, o Corpo de Bombeiros, a Escola Raquel de Castro Ferreira e a Colônia de Pesca Z-4, que o canoeiro Firmino Gonçalves, bem antes da construção da Ponte Pênsil, fazia, em canoa, a travessia de pessoas, alimentos, animais e tudo que se possa imaginar para o continente.

Firmino,homem alegre, aliás, criador do primeiro bloco carnavalesco de São Vicente, e o canoeiro Maneco Ribeiro tornaram-se os responsáveis pelo transporte do serviço de mala postal de São Vicente a Iguape.

Bisneto de Firmino, o pesquisador narciso Vital de Carvalho comenta: "Era comum homens e mulheres, apinhados de caixotes, rodeados de animais, esperarem horas para a travessia".

Há mais de 100 anos a família Yamaute mora na Rua Japão. Naquela rua sinuosa, que até então não tinha nome, nasceram Massachi, 81 anos, Tethuo, 71 anos, Dioichi, 70 anos, Tsuneo, 68 anos, Umeno Kuwak e Suikti. Os quatro primeiros ainda residem no mesmo local, onde construíram seus estaleiros.

A Rua Japão recebeu esse nome em 1958, durante as comemorações do Cinquentenário da Imigração Japonesa no Brasil. Numa mistura de raças e histórias, o bucólico Guamiun começa na Avenida Capitão Luiz Pimenta e termina junto à Ponte do Mar Pequeno, no Parque Bitaru. Sua única rua tem uma paisagem privilegiada. Localizada entre o mar e um pedaço de mangue, seus moradores afirmam que a pesca no Guamiun é praticada desde que ele começou a ser habitado.

Cerca de 120 casas, seis peixarias e a Escola República de Portugal formam a Rua Japão, onde o pescador Raimundo Santana, de 47 anos, tem cerca de vinte pessoas da família residindo.

Nascido e criado no Guamiun, com muita tranquilidade enquanto prepara seu barco para mais uma pescaria, diz: "Pescaria é coisa que passa de pai para filho. Aqui nasceram meu avô, meu pai, eu e meus irmãos e nossos filhos".

Em frente às casas, do outro lado da rua, já na área da praia, ficam as palhoças para guardar as canoas. É nelas que muita gente vai buscar peixe, vendido no atacado e no varejo. Eles mesmos constroem suas redes, arrumam seus barcos e vendem peixe de água salgada.

Bairro e rua de pescadores, muitas histórias têm para contar. A Rua Japão é como uma pequena aldeia. A maioria é parente, todos se conhecem e se ajudam. Entre as muitas histórias do Guamiun há uma de que, numa tarde de grande final de jogo, no campo do Esporte Clube Guamiun, ainda existente, as duas equipes perderam para os caranguejos. Localizado no mangue, o campo estava cheio de caranguejos que, de vez em quando, eram retirados pelos jogadores, mas terminaram fazendo a partida ser anulada, pois volta e meia saíam das tocas e tiravam a bola do lugar, principalmente quando ela era arrumada para a cobrança de pênalti.


O pescador Manoel Ribeiro (à esquerda na foto) era responsável pelo transporte em canoa da mala postal de São Vicente a Iguape. Imagem: reprodução da página 30 da publicação.

Livro "São Vicente - 1532-1992"


O MORRINHO DO  GUAMIUM. 

Memória de Regina França Castor

Fiz os primeiros anos numa escolinha no fim do Guamium, hoje rua Japão. Era escola para os filhos de pescadores. O Guamium era rua dos pescadores. Era uma escolinha de dois andares , embaixo de alvenaria, tipo pátio e em cima , de madeira, uma sala só, que era a classe. Da janela eu via a maré, os pescadores. Quando estava no 3º ano, mudamos para a sede da Colônia de Pescadores Z4, ao lado de onde são os bombeiros. Hoje é o Raquel de Castro. Com 11 anos fui para o Martim Afonso, onde me formei professora.
A juventude vicentina participava de cinema, matinês nos clubes da época: Praia Clube, Beira Mar, Tumiaru. Era uma juventude sadia,não se tinha conhecimento de drogas.
Meu pai, Dirceu França, trabalhava na Companhia Anglo, firma inglesa. Meu avô paterno era dentista e atleta. Tem uma rua em SV com o nome dele, Jadel França. Minha mãe foi telefonista até eu nascer. Depois trabalhava em casa, costurava roupa masculina
No meu tempo existiam duas escolas importantes: Martim Afonso e Canadá (Santos). A escola Nações Unidas era particular, e quem não tinha capacidade ia estudar lá. Era o pensamento da época: pagou, passou ,rs
A família Simão era muito unida, todos nasceram no morrinho e saíram casados.Nos fins de semana todos vinham visitar minha avó, Maria Amélia Costa Simão. Minha avó era filha de portugueses.
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CAMINHO PARA A PRAIA GRANDE
Antes da Ponte Pênsil, via obrigatória para se chegar às atraentes praias, o serviço de travessia do Mar Pequeno era feito por canoas e umas poucas balsas, que partiam, quando da maré alta, de um simulacro de porto, a que alguns degraus de pedra facilitavam o acesso. localizado onde hoje se acha o Grupo Escolar “Raquel de Castro Ferreira”. No refluxo da maré, o embarque então, era feito no Paquetá (Jardim ainda existente, hoje, ao lado do extinto restaurante Mar & Bar. Mais tarde, esse meio de locomoção passou a ser feito por lanchas a querosene e depois a gasolina, por iniciativa de Luiz Pinto de Amorim, que mandou construir às suas expensas para uso próprio, um cais, não muito extenso, porém sólido, e que logo depois franqueou a todos quantos dele precisassem fazer uso. Tomou-se de grande utilidade este local de atracação. Eram mantidos permanentemente do lado de cá, dois canoeiros e do lado de lá, também.

O PROGRESSO ACABOU COM O MEIO DE VIDA DE MEU AVÔ
Meu avô, Ayub Elias Simão, um sírio de Douma (hoje no Líbano), aos 12 anos, em 1890, (com o irmão João Elias Simão Chalhoub de 23) , desgarrou-se de sua terra natal e veio para o Brasil clandestinamente em um navio radicando-se em São Vicente. Adulto, em 1898 casou-se com Maria Amélia da Costa de 18, filha de Germano Francisco da Costa (que instalou as primeiras luzes com lampião, em São Vicente) e Francisca Cândida de Oliveira Costa. Foi um dos barqueiros do transporte marítimo entre São Vicente e Praia Grande conforme matéria acima, “até quando veio o progresso, em 1914”, com a inauguração da Ponte Pênsil. O casal teve 14 filhos, dos quais: Cândida, Cacilda, Julieta, Zelma, Yolanda e Adib, faleceram ainda pequenos. Os oito que sobreviveram, Maria, Elias (que foi soldado constitucionalista - foto abaixo), Jorge, Hildebrando, Cartum, Ayub, Syrio e Helena, casaram-se, tiveram muitos filhos, netos e bisnetos na casa anteriormente Nº 5 da Av. Capitão Mor Aguiar.
http://www.saovicentealternativa.com.br - Reminiscências (Jorge Simão Filho)


Rua Marquês de São Vicente - Defronte ao casarão que mais tarde transformou-se no “COLÉGIO NAÇÕES UNIDAS” do professor CARLINHOS; Nesta rua residiram as famílias de OSVALDO LESCRECK; Dentista DR. PIRES NOBRE; JÔNIO GARIBALDI GARCIA, que casou com a filha do Dr. Pires Nobre; senhor NICOLINO BOZZELA, pai e avô do ex-vereador BOZELLA FILHO e NETO; Família MOURA, de MAURICY, MAURICIO e LECO; Família RETZ, pais da MARIA DE LOURDES, mãe da TÂNIA e prima da RAQUEL RETZ; JOSÉ LINO CAVALEIRO que tinha a sua carroça de verduras; E posteriormente GERALDO VOLPE, ex- vereador e HAROLDO LUDUVICE, procurador do estado, entre outros. (Memórias de WILSON VERTA e VICTOR LOPES VALEIJE, OSVALDO LESCRECK e JULIO VASQUEZ)

Emb. Pedro de Toledo -Antônio Rodrigues- 11 de Junho- Margeiam a orla do Gonzaguinha até o bairro Boa Vista e Praia do Itararé. A Baía de São Vicente é, sem dúvida, uma das mais bonitas do litoral brasileiro. É o principal acesso entre Santos e Praia Grande, pela Ponte Pênsil. Esse trecho da orla vicentina foi entre os anos 1920 e 1950 um agradável e bucólico balneário das famílias paulistanas de classe média alta, incluindo a do presidente Washington Luiz. Nos anos 1960 foi tomada por uma onda de especulação imobiliária que varreu do bairro as antigas casas para dar espaço a edifícios de apartamentos. São Vicente rivalizava com o Guarujá e com Santos na disputa por turistas de alto poder aquisitivo. Cenas de filmes como Sai da Frente (Mazzaropi) e São Paulo Sociedade Anônima foram gravadas nessas dua orlas, atestandado a fama e o prestígio das praias vicentinas naquela época. Data desse período a fundação do Ilha Porchat Club, bem como a ocupação e loteamento da ilha.


A Vila Betânia (Boa Vista ) no início do século XX: à esquerda a rua que daria origem a avenida Presidente Wilson. À direira a praia onde seriam construída a avenida Antonio Rodrigues e sua junça com a rua 11 de junho, em direção ao Itararé e Ilha Porchat. Em São Vicente tinha várias famílias suíças. Esse bairro da foto era conhecido com Vila dos Estrangeiros (Vila Betânia), que depois passou a ter nome do empório comercial Boa Vista. Na avenida presidente Wilson ainda tem algumas casas construídas em estilo europeu. Tinham muitos franceses, italianos e alemães, quase todos comissários de café. Nesse bairro nasceu a artista plástica Elisabeth Nobling, autora dos relevos da Torre do Relógio da USP e onde também era catedrática. Hablitzel, Waenny e Lichti também eram famílias desse núcleo. Na época as famílias ganhavam os terrenos com compromisso e prazo para a construção das casas, pois a orla não era muito valorizada. Os estrangeiros preferiam residir em São Vicente porque tinha clima ameno e Santos era considerada uma cidade quente e insalubre (ainda não tinham os canais).


ILHA DAS COBRAS, DO MUDO, DAS CABRAS E FINALMENTE, PORCHAT



Ela já foi realmente uma ilha (pedaço de terra cercado de água por todos os lados). Mas, como o tempo, a areia avançou a tal ponto que deixou nas “mãos” da maré o destino temporário de sua condição, ora ilha, ora uma espécie de península. Começou a ser ocupada por pequenas moradias de caiçaras e escravos alforriados a partir de 1870. Já foi chamada Ilha das Cobras, nos tempos mais ancestrais. Também foi conhecida por Ilha do Mudo, ainda no período colonial, quando pertenceu a um lusitano “de poucas palavras”. No início do Século XIX ficou conhecida como Ilha das Cabras, por causa do então proprietário, um português que criava caprinos nas encostas do local. Em meados do Século XIX, passou a ser conhecida com o nome atual, Porchat, cuja família adquirira os direitos sobre aquelas terras.

Na imagem que ilustra este post, um panorama da Ilha Porchat visto do alto do Morro do Itararé. Magnífico o visual, limpo, paradisíaco, sem prédios ou trânsito.


PRAÇA 21 IRMÃOS AMIGOS. 



Com jardim principal em formato de um mapa do Brasil, em alto relevo, a praça 21 Irmãos Amigos foi construída na Praia do Itararé, antes da Ilha Porchat, tendo como destaque os mastros da bandeiras dos estados do Brasil. Fotodrone: Naldrone. 


Praia dos Milionários - Pequeno trecho  entre a Praia do Gonzaguinha e o Itararé de onde se vê praticamente toda a Baía de São Vicente, parte da área continental e a Ilha Porchat. A pequena praia teve fases históricas de chácaras, mansões e depois edifícios de apartamentos.

 
Mansão já abandonada da Praia do Milionários nos anos 1970 e que seria demolida para dar lugar a um grande edifício. Imagem: São Vicente de Outrora. 

Praça 22 de Janeiro -Confluência das ruas do Colégio, Martim Afonso, Padre Manoel, Padre Anchieta, Embaixador Pedro de Toledo e Getúlio Vargas. Um das mais antigas e a maior da cidade, especialmente modelada para receber o monumento comemorativo do 4º centenário da descoberta do Brasil, inaugurado em 22 de abril de 1900. Na praça 22 de Janeiro há um monumento, projeto de Benedito Calixto, inaugurado em 1900, relativo ao IV Centenário do Descobrimento do Brasil. Contém uma homenagem à fundação de São Vicente, o brasão de armas de Martim Afonso e um medalhão com a cruz da Ordem de Cristo. Conforme a edição de 1920 da Commissão, próximo a esse monumento, no sopé do Morro dos Barbosas, havia o colégio voltado para a atual Igreja Matriz com sua fonte. “... um pouco acima do logar em que foi estabelecido o collegio, existe ainda bem conservada a fonte, a qual abastecia o mesmo collegio.” Essa fonte é conhecida como a Bica dos Padres (COMMISSÃO GEOGRAPHICA E GEOLOGICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1920, p. VI e VII). (São Vicente e o Largo de Santo Antonio)


Praça 22 de Janeiro nos anos 1930, vista do Morro do Barbosas. 



Rua Visconde de Tamandaré – Entre a rua do Colégio e a Jacob Emmerich. Tem como ponto de referência o Centro Espírita Paulo e Estêvão e o Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de São Vicente.

TERTÚLIAS MUSICAIS

A saudosa pianista Sra. Mafalda Medeiros de Albuquerque, de tradicional família paulista, que por muito tempo viveu em São Vicente, promovia habitualmente reuniões musicais em sua residência. Sempre que Eduardo Souto vinha rever amigos em sua terra natal era ele figura das mais requisitadas mercê de sua simpatia pessoal e talento artístico. A casa em que viveu D. Mafalda já não mais existe. Ficava na Rua Visconde Tamandaré, próxima à Rua Frei Gaspar, junto à Esquina da Saudade, nas imediações de onde hoje está instalada a fábrica de vidros. (Vultos Vicentinos)

Mal. Deodoro - Martins Fontes - Quintino Bocaiuva – Chamada de Linha Amarela, ligando o Itararé à Esplanada dos Barreiros, juntamente com a antiga linha do trem, hoje VLT.



Vila Valença, Jardim Independência e Morro do Vuturuá. Avenidas Quintino Bocaiuva e Mal. Deodoro dividida pela linha do VLT. 


Acima Jardim Independência- Vila Valença: sentido Praia do Itararé, antiga pedreira e atual Carrefour. Abaixo: à esquerda , canal da avenida Monteiro Lobato e Vila Valença, sentido Gonzaguinha;  e à direita, sentido avenida Antônio Emmerich.  



*


Manoel da Nóbrega – Ayrton Senna – Orla da Praia do Itararé até a divisa com Santos, no José Menino.


ITARARÉ INÍCIO DO ANOS 70, ainda com tanque dos Golfinhos e o José Menino sem o Emissário de Esgoto Submarino. Destaque para o Tapetão, as duas pistas da avenida Manel da Nóbrega.
Foto: Wilson Correa. Publicação Original: São Vicente de Outrora


CALIXTO E A PEDRA DOS LADRÕES




São Vicente nos anos 1940. Pedra dos Ladrões , na praia do Itararé. Acervo Benedito Calixto. Museu Paulista-USP. Ao fundo o Edifício Tamoyo ainda em construção. O pintor vicentino (nascido no então distrito de Itanhaém) foi contrário e reclamou da remoção das pedras, para dar passagem à linha de bondes. 

LADRÕES. Era um bloco de pedras formado pela ponta do morro do Itararé, que avançava até a praia. Essa ponta foi seccionada para a construção da Ferrovia da Estrada de Ferro Santos-Juquiá, em 1910. Depois, novamente cortada para a passagem do bonde que ligava Santos a São Vicente.
Ainda não existia a via de acesso para veículos. Segundo contavam antigos moradores, alguns ladrões costumavam se esconder entre as pedras que foram seccionadas e junto às quais passava o bondinho de tração animal, o qual, com facilidade, era interceptado pelos ladrões, que, rapidamente saqueavam os passageiros, levando relógios, dinheiro, anéis e demais pequenos pertences de valor.
Essas remanescentes pedras da antiga ponta do morro Itararé ficaram sendo conhecidas como a legendária “Pedra dos Ladrões”, e assim chamadas por dezenas de anos, até serem totalmente removidas, destruídas por dinamite, para a passagem da 2ª via da avenida, junto à faixa de jundu, cuja obra foi iniciada pelo então prefeito José Monteiro, no início de 1950, ligeiramente continuada pelo Prefeito Charles Alexander de Sousa Forbes, em 1965, e finalmente construída, alargada e asfaltada pelo Prefeito Jonas Rodrigues, em 1972, hoje Av. Ayrton Senna (Tapetão).

Diz a história que a Capitania de São Vicente terminava na projeção de uma ponta de pedra de morro que avançava praia adentro. Uma dessas pontas seria a do morro do Itararé (Pedra dos Ladrões), a outra, seria a ponta de pedra que avançava até a praia do José Menino, bem na curva, atual divisa entre Santos e São Vicente.

Não se sabe efetivamente se uma das duas pontas de pedra servia de divisa entre as duas Capitanias - São Vicente e Santo Amaro. Parece-nos mais provável que a divisa possa ter sido a ponta do Itararé, em razão do oceano chegar até o morro em toda a extensão da praia durante o século XVI, fato comprovado pelo achado do fóssil de uma baleia, no início da década de 90, junto à linha férrea próxima ao morro, a uma profundidade de aproximadamente 6 metros.

FONTE: Boletim do IHGSV

Pedra dos Ladrões nos primeiros anos do século XX



Detalhe do Mapa de Saneamento da Ilha de São Vicente. 1905.


Nações Unidas – Cidade de Santos – Mascarenhas de Moraes – As principais vias de acesso da Vila Margarida, pelo Bitaru, Esplanada dos Barreiros e Cidade Náutica.

Guarani- Carijós – Ligam as ruas Frei Gaspar e avenidas Augusto Severo e Salgado Filho, do Parque São Vicente ao Jockey Clube. 

Pérsio Queirós Filho – Liga o centro aos bairros Catiapoã, Jardim Nosso Lar e os Diques. Os pontos de referencia são o posto do INSS e o Golf Club.

Imigrantes I – Via de acesso à Rodovia dos Imigrantes passando por Praia Grande, São Vicente e Cubatão, na área continental (Vila Emma, Vila Nova São Vicente, Rio Branco, Humaitá, Parque das Bandeiras). 

Imigrantes II – Via de acesso à Rodovia passando por Praia Grande, São Vicente e Cubatão, na área insular (Japui, Ponte do Mar Pequeno, Vila Margarida, Bitaru, Beira Mar Esplanada dos Barreiros, Cidade Náutica, Tancredo Neves e Cubatão).


Cruzamento da rodovia dos Imigrantes, via de acesso na altura da Cidade Náutica. 



Golf Club, Avenida Pérsio de Queiroz Filho. O reduto da aristocracia - O clube, embora poucos na região o saibam, é um dos mais antigos na Baixada Santista. Como clube de golfe é o segundo mais antigo do Brasil. Fica localizado no bairro do Catiapoã. O golfe chega ao Brasil no final do século XIX, por iniciativa de engenheiros ingleses e escoceses que construíam a Estrada de Ferro Santos – Jundiaí, a São Paulo Railway. Em 1915, o inglês Henry L. Wright, junto à elite empresária ligada ao comércio de importação e exportação, fundou o Santos São Vicente Golf Club. 

Angelina Pretti da Silva – Quarentenário- Ulisses Guimarães – As principais vias de acesso à área continental, pela Ponte dos Barreiros, até o Rio Branco, Rio Negro, Samaritá, Humaitá e Parque das Bandeiras.

Anita Costa – Liga Vila Melo à Vila São Jorge, Jardim Independência e Voturuá. É uma das ruas mais antigas da cidade. O trecho próximo ao Morro e Parque Voturuá, esquina com a rua catalão, ainda mantém a pavimentação em paralelepipedo.

Costa Rego – Rua principal da Vila São Jorge, entre a Antônio Emmerich e o canal da Monteiro Lobato.

Cap. Luiz Horneux – Penedo – Augusto Severo- Manoel de Abreu. Começa no Guassu, passa no Catarina de Moraes, Dique das Caixetas e segue em direção ao Jockey e a rodovia dos Imigrantes, na Cidade Náutica

Praça João Pessoa- Confluência das ruas XV de Novembro, Henrique Ablas Filho, Erasmo Schertz, Djalma Dutra, Padre Manoel e Marquês de São Vicente. Tem como referências a Igreja Matriz, o Mercado Municipal e o Parque Cultural Vila de São Vicente. Neste local existia o antigo Largo de Santo Antonio, conforme demonstra o mapa de Santos e São Vicente, feito por Jules Martin, em 1878; e também a reconstituição do mapa da Vila feita por Benedito Calixto em 1900.

No centro da praça encontra-se o busto do grande pintor Benedito Calixto, esculpido por Domingos Savorelli e inaugurado em 1953. Benedito Calixto de Jesus foi pintor, professor, historiador e ensaísta. Nasceu em Conceição de Itanhaém, São Paulo, em 1853 e morreu na capital de São Paulo em 1927. Também atuou como cartógrafo, realizando ensaios de mapas de Santos, e como historiador, escreveu sobre as capitanias paulistas. Localizada no centro da cidade, a Praça João Pessoa, bem próxima à Biquinha de Anchieta, fica em uma área considerada rica em história. Em séculos passados, foi o local mais importante de São Vicente. Sediava os principais prédios, como a Câmara Municipal, a Cadeia, a primeira Escola do Povo, além da Igreja Matriz. Era nessa praça, que antes recebera o nome de Largo Baptista Pereira e depois Largo Santo Antônio, que, no início do século XVIII, reunia-se o povo em geral. Centro das atenções, era naquela praça que os destinos da cidade e de sua gente eram decididos. (Biblioteca Digital do IBGE, referente ao estado da praça antes da construção da replica da Vila de São Vicente)

Praça João Pessoa, esquina com a rua Erasmo Shetz nos anos 1950.  Fonte: São Vicente de Outrora. Silvio Elizei. 


Praça Bernardino de Campos 



Antigamente: Praça das Lavadeiras, Praça da Capela, Pracinha, Praça Bernardino de Campos e Praça do Cartório.


Casas centenárias em ruínas causavam transtornos na cidade em 1970. Nessa época ainda era possível encontrar no centro vicentino edificações do século XVIII e XIX.



Prefeito José Monteiro- Divide a Vila Valença e o Jardim Independência, iniciando na Av. Mal. Deodoro e termindo na Antonio Emmerch. Endereço da antiga Pedreira Voturuí e depois Hipermercado Carrefour. Na Década de 1970, próximo à rua Uberaba, funcionou uma fábrica de calçados. Na esquina com a rua Niterói está estabelecida há décadas a loja Market de Materiais de Construção. 

IGREJINHA E MORRINHO. “Rua da Igrejinha, a rua Uberaba era chamada assim por nós moradores antigos, pois nela havia uma igreja evangélica. Na esquina dela com a Anita Costa morava a família Tarraço,  o Luiz estudou comigo. A rua Rio de Janeiro ficava no Morrinho, pois até 1960 toda a região do fim da Catalão até  a José Monteiro era mata que cobria um morrinho  formando um triângulo com o canal da José Monteiro. Nós, crianças, escondidos de nossos pais, íamos à  matinê do Cine Petrópolis pela beirada do mato ao invés de subir a Anita Costa, uma aventura, olhe só o perigo. Os terrenos pertenciam à Santa Casa que depois fez a terraplanagem do morrinho e o loteamento.Nessa mata existiam muitos pés de coquinho”. (Memória de Neide Andrade)

Monteiro Lobato – Minas Gerais – Vai da Vila Valença até a Vila São Jorge, na chamada Linha Vermelha. Acesso ao Parque Voturuá e ao bairro do Jabaquara , em Santos. Essa avenida é dividida por uma canal que provavelmente era o leito do Rio Itararé nascido no morro do mesmo nome e que seguia em direção à divisa de Santos desaguando no Rio São Jorge . 




Canal no trecho da Avenida Monteiro Lobato, na Vila Valença, no cruzamento com a rua Dom Lara.



Canal no trecho da avenida Minas Gerais, Vila São Jorge, denominado recentemente também como Linha Vermelha. Foto: SEICOM


Cap. Luiz Antônio Pimenta- Avenida duplicada na década de 1980 no antigo bairro Guamium ou Vila dos Pescadores, entre a Capitão-Mor Aguiar e o Bitaru. Acesso à Vila Margarida pelo Viaduto Mário Covas. Acesso à Praia Grande e à Rodovia do Imigrantes. No Bitaru, seus pontos de referência são: Bombeiros, rua Japão e Praça Kotuku Iha, Escola República de Portugal, Centro de Estudos da Unesp e o Centro de Convenções. Na Vila Margarida e Planalto Bela Vista os Pontos de referência é  o terminal do VLT (linha Amarela) próximo à Estação Barreiros e a ponte dos Barreiros- A Tribuna. 

Avenida Martins Fontes (Linha Amarela)  com  avenida Capitão Luiz Antônio Pimenta. Drone foto de  Fernando Tiepelmann. 

Bairro Guamium e antiga rua Guamium rebatizada rua Japão- Praça Kotuku Iha – Começa na Avenida Luiz Antonio Pimenta como sequência da rua Bento Viana e percorre as margens do Mar Pequeno até a rua 307 (ainda sem nome) e que dá acesso à alça da Imigrantes.

A Rua Japão (antiga Guamium) é uma pequena via que margeia o estuário, em frente a qual se encontra cerca de 120 casas. Numa mistura de raças e histórias, a bucólica rua começa na Avenida Capitão Luiz Pimenta e termina junto à Ponte do Mar Pequeno, no Parque Bitarú, sendo dona de uma paisagem privilegiada. Localizada entre o mar e um pedaço de mangue, seus moradores afirmam que a pesca lá é praticada desde que ele começou a ser habitado, e ainda hoje é conhecida como o reduto dos pescadores. Recebeu esse nome em 1958, durante as comemorações do Cinquentenário da Imigração Japonesa no Brasil. Antes disso se chamou Guamiun, Curtume, Matadouro, Rio D’Avó e Portinho. Apesar do nome, são poucos os japoneses residentes no local. Mas os que lá estão, ali nasceram e seus pais vieram para cá por ocasião da Primeira Guerra Mundial. A população, que antigamente contava só com famílias de pescadores, é composta por trabalhadores urbanos de baixa renda, descendentes de antigos pescadores ou não, e pescadores profissionais artesanais. Estima-se que na década de 1980 havia cerca de 65 pescadores artesanais residindo na rua, além de outros pescadores que moravam ao redor no bairro do Bitarú.


Cruzamento das ruas Bento Viana, rua Japão e avenida Cap. Luiz Antônio Pimenta, no Bitaru. 



A Rua Japão é como uma pequena aldeia (antiga Vila dos Pescadores). A maioria é parente, todos se conhecem e se ajudam. Lá vivem famílias há gerações, que acreditam que o local carrega tantas histórias que seria impossível a mudança para qualquer outro lugar, e com isso criam suas famílias em casas que existem desde o século XX. Inaugurada em agosto de 1998, a Praça Kotoku Iha se caracteriza como o marco da Rua Japão, que ficou conhecida como um núcleo de pescadores. A ideia de transformar o local em um recanto japonês partiu da união de São Vicente com a cidade de Naha, na Província de Okinawa, no Japão, que é cidade-irmã. A área é famosa por seu portal e pedra da sorte. Situada no estuário de São Vicente. (Reabilitação Urbuna e Cultural na Rua Japão em São Vicente)-


Rua Japão, em frente ao estuário do Mar Pequeno.


Salgado Filho – Avenida de acesso ao bairro do Jockey Clube e diques. Entre as avenidas Augusto Severo e Mecanizada, no Largo do Pompeba.

Newton Prado-Getúlio Vargas- Contorno do Morro dos Barbosas e acesso à Ponte Pênsil, Parque Prainha, Japuí e Praia Grande; e à rua Japão, Bitaru, Imigrantes e Vila Margarida.

José Bonifácio – Do Gonzaguinha ao Centro, entre a Bem. Pedro de Toledo e a XV de Novembro. Rua de antigos casarões de veraneio no início do século XX e principalmente do Ginásio Estadual Martim Afonso.


Fachada da Pensão Familiar, de Iracema de Oliveira Ross, nos anos 1930, imóvel de propriedade de Francisca Richard, na Rua José Bonifácio, 14, onde mais tarde seria construído o prédio do Ginásio Estadual Martim Afonso de Souza( anexando os números 42 e 102). Acervo familiar publicado na tese "Zina de Castro Bicudo, uma vida voltada para a educação", das pesquisadoras Lisete Moraes e Maria Suzel Gil Frutuoso. Revista Leopoldianum. Ano 41, 2015 nºs113, 114 e 115


Caminho dos Barreiros – Rua antiga que liga a Esplanada dos Barreiros e o Beira-Mar ao Centro.

Colégio – Rua central antiga, da Capitão-Mor Aguiar e Morro dos Barbosas, dando acesso à Praça 22 de janeiro, Biquinha, Ponte Pênsil, Gonzaguinha e ao Centro, pela rua Padre Anchieta. Nela foi instalada nos tempos coloniais pelos jesuítas o Colégio dos Meninos. 

Tupiniquins-Saturnino de Brito- Avenidas do Japui, com acesso aos parques da Prainha e Xixová (praias de Parapuã e Quitanduva). Acesso à Praia Grande e Imigrantes.


Marco Divisório entre São Vicente e Praia Grande na confluência entre as avenidas Tupiniquins e Ayrton Senna com a Ponte Esmeraldo Tarquínio Filho. Acervo Claudio Sterque. 



Mota Lima – Rua antiga da Vila Melo, iniciando na Antônio Emmerich em direção ao Catiapoã. Sua referência é o Clube Esportivo Continental.

Jacob Emmerich – Entre a José Gonçalves Paim– cruzando a Capitão-Mor Aguiar, passando pelo Centro - e a Emb. Pedro de Toledo, no Gonzaguinha. É a rua do Fórum, Associação Comercial e Câmara Municipal.

Martim Afonso – Rua central antiga, entre a praças Cel Lopes e 22 de janeiro, passando pela Praça Barão. Na esquina dessa rua com a rua Jacob Emmerich residia o Capitão Gregório Inocêncio de Freitas, intentendente da cidade e que recepcionou em sua casa a Princesa Isabel, o Conde d’Eu e os filhos do casal imperial quando da visita que fizeram a Santos e São Vicente em 1885. Na rua Martim Afonso residiu também o pintor Benedito Calixto, onde mantinha seu ateliê. Na quadra seguinte, após a rua José Bonifácio, se localizava casa da casa de verão construída em 189, por Rafael Tobias de Aguiar Barros, 2º Barão de Piracicaba, onde hoje funciona a casa-museu Martim Afonso. 

Desfile cívico na rua Martim Afonso nos anos 1970. São Vicente de Outrora. 


XV de Novembro - Rua central e comercial entre as ruas Benjamin Constant e Marquês de São Vicente, com importantes cruzamentos e paralelas que levam até a Igreja da Matriz e o Mercado Municipal. 

Praça Bernadino de Campos – Confluência das ruas Erasmo Shertz, Santa Cruz, Campo Sales, Ipiranga e João Souza e Lima Machado.

Saturnino de Brito. Avenida que contorna o Morro do Japui e dá acesso à Praianha, na parte contimental da Baía de São Vicente. Inicia na Ponte Pênsil e termina no portão de acesso Parque Estadual Xivová.


Avenida Satunino de Brito, na Prainha. Começa na Ponte Pênsil e vai até o portão do Parque Estadual Japuí-Xixová, entrada para a praia Paranapuã. Área Continental, Lado Praia.


Prainha do Japui - Acesso pela Pênsil e à pé pelas escadarias pluviais da avenida saturnino de Brito.









QUANTAS RUAS TEMOS HOJE?

Em 1980 São Vicente tinha 450 ruas oficiais e cerca de 75 mil habitantes, revelando uma mudança brusca e rápida da paisagem urbana iniciada na década de 1930 com a ocupação da orla e do mangue. Nessa época a área continental ainda era distante e desconectada da área insular, situação que mudaria drasticamente nas duas décadas seguintes surgindo ali núcleos que hoje somam mais de 100 mil moradores. Temos hoje um total de 365 mil habitantes. Entre as já nomeadas e projetadas, traçadas num total de 45 bairros (Lei complementar Nº 987/2020 de 16 de Março de 2020) São Vicente conta hoje com quase cinco mil ruas.



CONHEÇA AS RUAS DE SUA CIDADE- NARCIS0 VITAL DE CARVALHO


ADVERTÊNCIA: dos logradouros pesquisados e publicados originalmente pelo autor em 1983, selecionamos apenas as que ganharam nomes de vicentinos natos e residentes ou ainda de pessoas de destaque na região e que tiveram ligação histórica com a cidade de São Vicente.

INTRODUÇÃO

Quando iniciamos esse trabalho encontramos sobre assunto de cópia de preciosos dados mas, infelizmente, esparsos e nem sempre de fácil obtenção.

Já os antigos romanos davam denominação á ruas. Constituíam essas, então, como hoje, fatores de extraordinário valor para o estudo da antiga Roma e, portanto, para o conhecimento da suas vida, do mérito de seus varões, dos seus acontecimentos e atos memoráveis, em suma, de suas história e evolução.

É no dístico das placas das vias públicas que a história da pátria se enlaça com a do município, para compartirem juntos, os louros conquistados por aqueles cujos nomes fulguram nas ciências , nas artes, nos claros feitos das armas, na religião e até mesmo no grêmio da família.

No cunhal da esquina vamos encontrar muitas vezes, em sintética legenda, a origem de uma grande cidade.

Várias alterações foram efetuadas nas nomenclaturas das ruas.

A rua 31 de outubro, por exemplo, que trazia-nos à memória a libertação dos últimos escravizados em São Vicente, fato esse sucedido em 1886, portanto, dois anos antes da famosa Lei Áurea, hoje é denominada rua Tibiriçá. 

Foram também substituídos os nomes da Misericórdia, para avenida Presidente Wilson; rua do Imperador, para rua XV de Novembro, inicialmente até os trilhos da Sorocabana, e mais tarde prolongando-se pela antiga rua Ca-a-oby; rua Sete de Setembro, por já existir a rua do Ipiranga, para rua Pero Corrêa, de rua 25 de março para rua Messia- Assu; rua Hipólito da Silva para rua Amador Bueno; do Largo Batista Pereira para Largo Santo Antonio e depois Praça João Pessoa; de Travessa das Flores para rua João de Souza; de rua Conselheiro Nébias para rua do Colégio; de Largo 13 de Maio para Praça 22 de janeiro; de rua 24 de maio para rua 13 de Maio; de rua da Caixa D’Água par rua Henrique Ablas; ; de Linha Via Matadouro para avenida Antonio Emmerich; de avenidade Paulo Correia Galvão para avenida D. João III; de rua Aurora para rua Lima Machado; de rua Nova para rua Martim Afonso; de Avenida Piqueroby para avenida Newton Prado; de rua Municipal para rua Jacob Emmerich.

De Caminho Itararé para rua San Martin; de rua Juquiá para Antonio Militão Azevedo; de avenida das Indústrias para avenida Capitão Luiz Antonio Pimenta; de rua da Misericórdia para rua da Constituição; de praça Marechal Deodoro para Praça Oswaldo Cruz; de Álvaro Macedo Guimarães para avenida Capitão Antão de Moura; de avenida Jóquei Clube para avenida Senador Salgado Filho; de rua do Golf Clube para rua Marcílio Dias do Nascimento; de avenida Luiz de Grã para avenida Nossa Senhora das Graças; de rua Santos Dumont para rua Francisco Xavier dos Passos, em virtude de já haver logradouro com o nome daquele glorioso pioneiro da aviação; de rua das Sete Casas para rua Santa Cruz; de rua do Porto para Marquês de São Vicente.

Concluído este nosso trabalho, esperamos que ele possa ser útil aos nossos estudantes e a todos os amantes das coisas da nossa querida Cellula Mater, pois essa foi a nossa intenção.

*


Narciso Vital de Carvalho


RUA PROFESSORA LOVELY PLAUCHUT. Nome de rua que os mapas e placas atuais indicam como "professor", mas que na verdade se trata de uma antiga educadora da Escola do Povo. Fonte: Conheça as Ruas da sua Cidade, de Narciso Vital de Carvalho.

Ver também Memória da Educação em São Vicente






PRAÇA 21 IRMÃOS AMIGOS


Simbolizando o Clube Clube 21 Irmãos Amigos foi fundado em 09 de unho de 1971,a praça foi construída na orla do Itararé, junto ao acesso à ilha Porchat. Possui o mapa do Brasil, feito em concreto, com cerca de 20 metros de extensão. Oginalmente os estados representados no pavilhão da bandeiras ficavam iluminados quando tocava-se nas placas colocadas embaixo dos mastros. As placas informavam o nome da capital de cada estado e o número de habitantes. Além do mapa, havia num painel de vidro todos os tipos de vegetação e de terra de cada região. Os nomes de todos os que trabalharam na construção do monumento está ali registrado.




PRAÇA 21 IRMÃOS AMIGOS VISTA DE CIMA. O ex-prefeito e ex-governador Márcio França informa na página "Amigos do Martim Afonso" que durante a construção a prefeitura trouxe terra de cada dos estados para nelas fossem plantados os ornamentos do jardim do Mapa do Brasil.



HORTO MUNICIPAL E PARQUE ECOLÓGICO VOTURUÁ

























































No recinto também está instalado o Museu dos Escravos, tombado como Patrimônio Histórico em 2011. "O museu foi inaugurado em 13 de maio de 1976, com aproximadamente 800 obras do artista plástico Geraldo Albertini, que viveu na cidade. O imóvel foi construído em taipa, feito de madeira e barro, e nele era possível aprender sobre a história dos escravos desde a colonização até a Lei Áurea" (G1). Fotos G1 e Parque Zoológico Voturuá.

ORIGEM DO PARQUE


Em 21 de setembro de 1954 era inaugurado o Horto Municipal de São Vicente, na administração do prefeito Charles Dantas Forbes. A organização do recinto ficou sob a responsabilidade da Diretoria de Produção, Parques e Jardins, chefiada por Gabriel Lopes Pereira Filho, que trabalhou nesse setor durante 30 anos, onde aposentou-se. Gabriel foi também o organizador do Horto Municipal do Guarujá, sendo depois reintegrado no antigo cargo, em 1960, pelo prefeito Jonas Rodrigues. Nesse período o Horto era o principal fornecedor de mudas de plantas de todas as áreas verdes de São Vicente . Em 1988 o Horto foi transformado em Parque Ecológico e em 2010, oficialmente em Zoológico. Fotos: Parque Zoológico Voturuá. Dados históricos: Narciso Vital de Carvalho.







Em 21 de setembro de 1954 era inaugurado o Horto Municipal de São Vicente, na administração do prefeito Charles Dantas Forbes. A organização do recinto ficou sob a responsabilidade da Diretoria de Produção, Parques e Jardins, chefiada por Gabriel Lopes Pereira Filho, que trabalhou nesse setor durante 30 anos, onde aposentou-se. Gabriel foi também o organizador do Horto Municipal do Guarujá, sendo depois reintegrado no antigo cargo, em 1960, pelo prefeito Jonas Rodrigues. Nesse período o Horto era o principal fornecedor de mudas de plantas de todas as áreas verdes de São Vicente . Em 1988 o Horto foi transformado em Parque Ecológico e em 2010, oficialmente em Zoológico. Fotos: Parque Zoológico Voturuá. Dados históricos: Narciso Vital de Carvalho.




Uma das cachoeiras do Sitio Voturuá. Parte do sítio foi doado por Dona Felipa Emmerich à prefeitura para que a cidade instalasse uma base de abastecimento de água. As terras do sítio foram transformadas no Horto Municipal, criado em 1954. A captação sistemática para abastecimento e a modificação das condições que permitiam o fluxo natural de água provocaram a extinção das cachoeiras. 



DESMEMBRAMENTOS, DIVISAS, LIMITES




Este mapa, extraído da matéria publicada no S. Vicente Jornal em 21/7/68, mostra a decapitação do território vicentino.

1.Antigo marco divisório se localizava no Bairro Chico de Paula, onde existia uma pedra com uma cruz esculpida, e onde os antigos moradores julgavam ser a primeira divisa entre Santos e S. Vicente.

2. Na época da Cia. Carril, e Viação (estrada de ferro dos Emmerich) a divisa passou a ser demarcada na estação desta companhia.

3. Ao aparecimento dos bondes elétricos, S. Vicente foi novamente ferida, tendo sua divisa territorial "pulado" para a Matadouro Municipal, hoje extinto:

4. Tempos mais tarde, o marco divisório vem cair na Caneleira, nome este dado ao local por existir uma frondosa caneleira perto de um riacho hoje aterrado.

5. Contrariando todos os princípios de direito e patriotismo, mais uma vez políticos desastrosos mutilam pela quinta vez o território calunga deslocando o marco divisório para a Ponte Preta sobre o Rio S. Jorge.

6. Mas, não parou aí a investida sedenta e por fim, há uns quinze anos o misterioso "Marco-Andante" passou além da Areia Branca, tradicional bairro vicentino que passou então a jurisdição Santista, arrebatando, inclusive, um dos mais significantes monumentos históricos da terra Afonsina: O Engenho dos Erasmos.


* Nota de Edson Telles de Azevedo - "Permita Deus que fique por aí a sanha perniciosa dos inimigos desta partícula sagrada de nossa Pátria. Aos futuros mandatários, aqui fica o apelo veemente. Junho de 1968). 

Tramas políticas retalharam São Vicente

Noemi Francesca de Macedo


A princípio fica difícil imaginar como São Vicente, primeira cidade do país, com o passar dos anos foi perdendo seu espaço territorial para outras cidades e para a formação de novos municípios. São Vicente, hoje formada por duas áreas-sedes (ilha) e distrito de Samaritá (área continental), dispõe de apenas 146 quilômetros quadrados, quando na década de 40 possuía 476. Não são poucos os munícipes que estão preocupados com novas perdas que possam ocorrer.

Desde sua fundação, em 1532, a cidade sofreu constantes invasões, mas seus bravos moradores sempre conseguiram, mesmo que à força, “botar os intrusos para correr”. Eram piratas de diversas nacionalidades que tentavam se apoderar das riquezas da cidade. Depois a situação foi mudando e as perdas territoriais começaram a ocorrer em virtude da precariedade de recursos.

Pesquisadores atribuem o retalhamento do município a outras razões, entre elas a ansiedade de moradores de áreas diversas, ávidos por melhorias, e tramas políticas.

São Vicente sempre saiu perdendo territorialmente, a pretexto de "correções” de linhas divisórias ou da utilização de acidentes geográficos. Hoje, a população conclui que é tempo de dar um basta à retalhação do município.





ÁREAS PERDIDAS POR SÃO VICENTE

1545 - Cidade tem seu primeiro desmembramento, quando a vizinha Santos recebe a carta de Vila' 

1561 - Area de Itanhaém é suprimida 

1940/1960 - Perda de cerca de 20 quilômetros quadrados para Santos, incluindo bairros da Zona Noroeste 

1945/1948 - Perda de área para Parelheiros 1948 - Trecho hoje de Mongaguá é retirado de São Vicente 1966 - Perda de distritos para composição de Praia Grande

A ironia dos limites que cortam edifícios


São Vicente é por natureza uma cidade pitoresca. Desde sua fundação, suas linhas divisórias eram contraditórias. Suas divisas chegam a ser irônicas. Exemplo é a divisa com Santos. Sua linha divisória atinge um edifício ao meio.

Conta a história que o primeiro desmembramento vicentino ocorreu em 1545, embora existam pesquisadores que admitem a tese do retalhamento ter começado antes. São Vicente era uma imensa área que fazia divisa com as cidades de São Paulo e Itanhaém. Foi nessa época que Santos recebeu seu foral de vila e o território de São Vicente começou a ser repartido.

Em 1561, a cidade perdeu a área que se constituía na Freguesia de Conceição de Itanhaém. De 1940 a 1960, perdeu para Santos cerca de 20 km2 a titulo de retificação de divisas.

A divisão incluiu ruas e até edifícios, sendo que o Itaguassu, em frente a ilha de Urubuqueçaba, pertence aos dois municípios. A perda maior foi com relação aos bairros da Zona Noroeste: jardim Rádio Clube, Areia Branca, etc) anexados à Santos. 

No período de 1945 a 1948, São Vicente perdeu ainda parte de seu território, no alto da Serra do Mar, para o distrito de Parelheiros. Ficou sem a cidade de Evangelista de Souza. Em 1948, perdeu o trecho de Mongaguá.

E quando se pensou que São Vicente nada mais perderia, em se tratando de terras, o movimento de emancipação da Praia Grande tomou “corpo”. Em 1966, o distrito de Solemar e o bairro Boqueirão foram desligados para a constituição do município de Praia Grande. 

CELLULA MATER outubro de 1997. Informativo do IHGSV. Ilustrações: A Tribuna. 


























DIVISA HIDROGRÁFICA



RIO DOS BUGRES dividindo São Vicente e Santos, entre o Jockey Clube e o jardim Rádio Clube. "É formado na foz dos rios da Divisa Sambaiatuba e Catarina de Moraes, desembocando no Rio Casqueiro, próximo ao Lagamar do Pombeva. Este rio determina parte da divisa com o município de Santos".
Fonte: Rios de São Vicente. Jaime Caldas. Jornal Monumento- CDL
Imagem: NALDRONE


Síntese dos desmembramentos territoriais da Capitania de São Vicente. CIDE-SEPLAN de Praia Grande SP.  




Fonte: Jornal Cidade de Santos, 25 de julho de 1967







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