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PRIMEIRA PARTE
PAULISTANOS E PAULISTAS
VILA, CIDADE E METRÓPOLE COSMOPOLITA
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EFEMÉRIDE TENENTISTA EM SÃO PAULO
"Outro flagrante do saque, concitado e garantido pelos revoltosos aos armazens da Companhia Puglisi."
Canhão das forças legalistas.
Desfile da Companhia de Carros de Assalto
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TRAJETÓRIA DA URBIS PAULISTANA
MODELO EUROPEU DE CIDADE ARISTOCRÁTICA
SÃO PAULO: OCUPAÇÃO E CRESCIMENTO
O MUSEU DO IPIRANGA
O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, também conhecido como Museu do Ipiranga ou Museu Paulista, é o museu público mais antigo da cidade de São Paulo, cuja sede é um monumento-edifício que faz parte do conjunto arquitetônico do Parque da Independência. É o mais importante museu da Universidade de São Paulo e um dos mais visitados da capital paulista. O museu foi inaugurado oficialmente em 7 de setembro de 1895 com o nome Museu de História Natural. O edifício, inicialmente projetado para concretizar a versão conservadora da proclamação da independência, adquiriu outros significados a partir da Proclamação da República, dentre eles o de “renascimento da nação”. Com sua apropriação pelo governo do Estado de São Paulo, que o transformou em museu público, a ressignificação do monumento passou pela ideia de que a história do progresso nacional era a história do progresso de São Paulo, colocando a colina do Ipiranga como um caminho articulador das riquezas com o Porto de Santos, então recém-inaugurado. Em 1922, época do Centenário da Independência, o caráter histórico da instituição foi reforçado, quando novos acervos foram criados, com destaque para a História de São Paulo. A decoração interna do edifício foi criada, com pinturas e esculturas apresentando a História do Brasil no Saguão, Escadaria e Salão Nobre. Também foi inaugurado o Museu Republicano "Convenção de Itu", extensão do Museu Paulista no interior paulista. Ao longo do tempo, houve uma série de transferências de acervos para diferentes instituições. A última delas foi em 1989, para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. A partir daí, a instituição vem ampliando seus acervos referentes ao período de 1850 a 1950 em São Paulo. Como órgão da Universidade de São Paulo desde 1963, o museu exerce pesquisa, ensino e extensão. Até seu fechamento para reformas, o Museu Paulista possuía um acervo de mais de 125 mil unidades, entre objetos, iconografia e documentação textual, do século XVII até meados do século XX, significativo para a compreensão da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à história paulista e conta com uma equipe especializada de curadoria. Desenvolve também um Projeto de Ampliação de seus espaços físicos.[Textos e imagens da Wikipedia]
Festa escolar no Museu do Ipiranga em 1912.
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A SÃO PAULO RAIL COMPANY-SPR
POR MARC FERREZ
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Avenida São João, esquina com Rua Formosa, Centro-SP. Ano 1900
MATARAZZO, UMA FÁMÍLIA PAULISTANA ICÔNICA
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TERRA DA NEBLINA E DA GARÔA
UM SÍMBOLO DA EDUCAÇÃO PAULISTANA E PAULISTA
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PARQUE ESTADUAL DA ÁGUA BRANCA
Espaço de convivência, onde animais e visitantes circulam livremente pelo Parque.
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"PAULICÉIA ADOENTADA" A GRIPE QUE DERRUBOU SÃO PAULO
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AS MODERNAS NECRÓPOLES PAULISTANAS
Estadão. 02/11/2011. Atualização: 25/11/2022 | 16h25
Quantos cemitérios há na cidade? Existem em São Paulo 22 cemitérios municipais, 18 particulares e um crematório - que fica na Vila Alpina. Quantas pessoas morrem por dia em São Paulo? Morrem cerca de 220 pessoas por dia na cidade. Qual é o mais antigo cemitério paulistano em funcionamento? Trata-se do Cemitério da Consolação (foto acima). Ele foi inaugurado em 1858, com o nome de Cemitério Municipal. Ali estão enterradas personalidades importantes para a história e a cultura do Brasil, como Campos Sales, Washington Luis, Monteiro Lobato, a Marquesa de Santos, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Mario de Andrade... E antes da inauguração desse cemitério, onde as pessoas eram enterradas? Antes, o costume era que os mortos fossem sepultados nos interiores ou nos arredores das igrejas. Mas aí havia um problema: indigentes, criminosos e escravos mortos não tinham lugar nas igrejas. Então esses excluídos costumavam ser enterrados no Cemitério dos Aflitos, construído em 1775 na Liberdade. O local foi abandonado com a inauguração do Cemitério Municipal da Consolação e, já em ruínas, acabou loteado no fim do século 19. Sobrou apenas uma pequena igreja, que ficava dentro dele e existe até hoje. O beco que dá acesso a ela, pertinho da Praça da Liberdade, é chamado de Rua dos Aflitos. Qual o maior cemitério de São Paulo? Não só de São Paulo, mas do Brasil. É o cemitério da Vila Formosa, na zona leste da cidade. Cerca de 2 milhões de mortos já foram enterrados ali, em seus 760 mil metros quadrados. Em média, são 300 sepultamentos novos por mês.
Mausoléu da Família Matarazzo, no Cemitério da Consolação, ao lado do túmulo do Presidente Campos Sales, é considerado o maior mausoléu da América Latina, com 20 metros de altura e 150 m². Foi construído para o sepultamento do Conde Matarazzo, e sua família, sendo ornamentado com um conjunto escultórico de bronze e o brasão do Conde na entrada. Seu projeto é do renomado escultor italiano Luigi Brizzolara.[Textos e imagens da Wikipedia]
Mausoléu da Família Matarazzo, no Cemitério da Consolação, ao lado do túmulo do Presidente Campos Sales, é considerado o maior mausoléu da América Latina, com 20 metros de altura e 150 m². Foi construído para o sepultamento do Conde Matarazzo, e sua família, sendo ornamentado com um conjunto escultórico de bronze e o brasão do Conde na entrada. Seu projeto é do renomado escultor italiano Luigi Brizzolara.
Entre o fim do século XIX e o começo do século XX, a prosperidade advinda do plantio do café e da incipiente industrialização ocasionou profundas mudanças no perfil socioeconômico da cidade. A criação de novos cemitérios nesse período – como os do Araçá (1887), da Quarta Parada (1893) e do Chora Menino (1897) – permitiu a “estratificação social” da atividade funerária. Cercados por incipientes bairros nobres, os cemitérios da Consolação e do Araçá passaram por um processo de elitização, consolidado nas duas primeiras décadas do século XX. Converteram-se em “museus de arte” a céu aberto, passando a abrigar um grande número de jazigos luxuosos e monumentos funerários encomendados por barões do café, industriais, intelectuais, médicos, juristas e pessoas públicas a escultores de renome. Com a superlotação do Cemitério da Consolação e a ocupação da área verde contígua ao Cemitério do Araçá, surgiu a necessidade de um novo local para sepultar a elite econômica e social da cidade. O Cemitério São Paulo surgiria, portanto, como um "prolongamento" dessas duas necrópoles. Os planos para construí-lo datam de 1920, quando a prefeitura autorizou a aquisição do terreno de propriedade dos padres passionistas, no bairro de Pinheiros. O projeto da fachada principal, capela e muros é de autoria dos engenheiros Dacio Aguiar de Moraes e Guilherme Winter. A construção do cemitério ficou a cargo do mestre-de-obras Caetano Antônio Bastianett e de operários espanhóis, italianos e portugueses, que se converteram nos primeiros moradores do nascente bairro de Vila Madalena. O cemitério foi inaugurado em 14 de janeiro de 1926, o último ano de gestão do prefeito Firmiano de Morais Pinto. Nas décadas seguintes, aos jazigos das famílias tradicionais da cidade, somaram-se túmulos, mausoléus e monumentos encomendados por famílias de imigrantes bem-sucedidos, nomeadamente das comunidades italiana e sírio-libanesa, com o intuito de firmar uma posição social recém adquirida, além de artistas, militares, atletas, pequenos e médios empresários que haviam prosperado após o estabelecimento da sociedade do trabalho livre.[Textos e imagens da Wikipedia]
Uma comissão estabelecida durante a segunda administração do prefeito Jânio Quadros (1986-1988) identificou 180 peças de importância artística no local. Projetos para explorar o potencial turístico e didático deste e de outros cemitérios da cidade têm sido elaborados desde a década de 1980, mas com poucos resultados práticos.[Textos e imagens da Wikipedia]
O Cemitério da Vila Formosa. É considerado o maior cemitério da América Latina. Fundado em 20 de maio de 1949, o Cemitério da Vila Formosa ocupa uma área de 763 175 m². Desde a sua inauguração, já foram realizados mais de 1,5 milhão de sepultamentos. É uma necrópole voltada sobretudo para pessoas das classe C, D e E. Dividido em duas alas, todo mês realizam-se uma média de 275 sepultamentos. Com vinte e quatro salas para os velórios, o Vila Formosa possui três entradas. Ocupa a quarta maior área verde do município, sendo superado apenas pelos parques Anhanguera, Ibirapuera e Carmo, também na zona leste paulistana, representando assim uma importante área verde para a zona leste da cidade. Por ser muito arborizado é utilizado diariamente para o lazer, principalmente das crianças e dos adeptos das caminhadas e corridas.[Textos e imagens da Wikipedia]
Ala E do cemitério. Reportagem do jornal Washinton Post destacando o alto número de sepultamentos no cemitério de Vila Formosa no período pandemia do corona virus.
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A CAPITAL E SEUS DISTRITOS
TRANSFORMAÇÃO POLÍTICA E TERRITORIAL
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SÃO PAULO DE TEMPOS REMOTOS E HOJE PERIFÉRICOS
Guaianases, distrito situado na Zona Leste do município de São Paulo e pertencente à Subprefeitura de Guaianases Igreja fundada em 1879 que se encontra hoje no distrito de Guaianases - esta é a segunda igreja de Santa Cruz que ainda permanece. A primeira, fundada em 1861 nas dependências da hoje Paróquia de Santa Quitéria, foi derrubada. A formação do distrito de Guaianases é a mesma de Itaquera: ambos nasceram de aldeamentos indígenas e do esforço dos jesuítas, com destaque para o padre Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que fundaram o colégio Jesuíta para a catequese dos guaianás. O aldeamento prosseguiu, mas "por volta de 1820 os índios já estavam extintos e a terra encontrava-se em mãos de particulares". Nessa época, o distrito era parada e pousada de viajantes, um ponto de passagem na Estrada do Imperador, que, depois, seguia para as minas de ouro. Existem registros de que a chácara do major Aníbal serviu de estadia para o próprio dom Pedro por mais de uma vez. Como de costume, ergueu-se uma igreja. Dessa vez, em homenagem a Santa Cruz do Lajeado Velho. Onde hoje está instalada a paróquia de Santa Quitéria, foi fundado, a 3 de maio de 1861, o bairro e uma capela chamada Santa Cruz. O bairro era chamado de Lajeado Velho. O local cresceu lentamente com a instalação de diversas olarias nas imediações e com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro do Norte mais tarde foi conhecida como Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1879, foi fundada a nova Capela de Santa Cruz e a antiga teve seu nome alterado para Santa Quitéria, porém viria a ser derrubada em meados do século XX para a construção de um novo templo. A partir dos anos 1920, o bairro se tornou mais populoso, as olarias e a Estrada de Ferro Norte deram um impulso na economia local. Pela estrada de ferro também vieram os imigrantes italianos e posteriormente os espanhóis a partir de 1912, para dedicar-se à extração de pedras através das Pedreiras Lajeado e São Mateus. Mais tarde, começou o domínio da família Matheus que construiu um grande império no bairro. Em 7 de setembro de 1950, Isidoro Mateus fundou o E.C. Santa Cruz de Guaianases, nome que homenageava a Igreja de Santa Cruz. Até hoje, o time é considerado histórico dentro do futebol amador do estado de São Paulo e tinha a maior torcida da várzea paulistana. Além disso ficou conhecido como "Galo da Central". Em 1957, o distrito recebeu oficialmente o nome de Guaianases, que era a tribo que o habitava.[Textos e imagens da Wikipedia]
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PAULISTA: SÍMBOLO DO PODER FINANCEIRO
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ARENAS DA VELOCIDADE
O Grande Prêmio do Brasil foi realizado pela primeira vez em Interlagos, em 1972, embora ainda não fizesse parte da Fórmula 1. No ano seguinte, no entanto, a corrida foi incluída pela primeira vez ao calendário oficial. Em 1978, o Grande Prêmio do Brasil foi transferido para o Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, enquanto o Autódromo de Interlagos era modernizado e remodelado.
JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO
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O LADO DIREITO DA RUA DIREITA
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PROJETO AULA PÚBLICA NO GLICÉRIO
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A ERA DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS
CONSTRUÇÃO E REINVENÇÃO DO EDIFÍCIO VIRGÍNIA
BASTIDORES DA TRANSFORMAÇÃO DE SP EM METRÓPOLE
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O COMPLEXO ANHEMBI
O ex-presidente Juscelino Kubitshek observa uma demonstração musical durante uma feira no Anhembi nos anos 70.
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VERTIGEM E SOLIDÃO
O destino de São Paulo, ao longo dos três primeiros séculos de existência, foi de isolamento e de solidão. Em 1872, os primeiros sinais de prosperidade começavam a visitá-la, por conta da riqueza trazida pelo café, mais ainda assim a população de pouco mais de 30 mil habitantes a situava numa rabeira com relação às demais capitais brasileiras. Em 1890 já tinha dobrado de tamanho. O momento em que finalmente engrena é súbito como uma explosão - na passagem do século XIX para o XX, a cidade se transformou num aglomerado de gente vinda de diferentes partes do mundo e começou a virar a São Paulo que se conhece hoje. Após reconstituir em A capital da solidão a história de São Paulo das origens a 1900, o jornalista Roberto Pompeu de Toledo narra em A capital da vertigem sua arrancada rumo à modernidade. Eis uma cidade que deixa a condição de vila e se torna a maior metrópole do país. É a capital da vertigem: vertigem artística, industrial, demográfica, social e urbanística.
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Em 1982 o jornal o Estado de São Paulo, falando sobre o problema da solidão paulistana, contou uma parte dessa história.
SOLIDÃO
José Maria Mayrink
TREINANDO JOVENS NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
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O ESTÁDIO DO PACAEMBÚ
O ESTÁDIO DO CANINDÉ
O ESTÁDIO DO PARQUE ANTÁRCTICA
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O PARQUE DO IBIRAPUERA
O COMPLEXO ESPORTIVO DO IBIRAPUERA
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USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ORIGENS. A USP surgiu da união da recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) com as já existentes Escola Politécnica de São Paulo, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito (foto acima) e Faculdade de Farmácia e Odontologia. A FFCL surgiu como o elemento de integração da universidade, reunindo cursos nas diversas áreas do conhecimento. Ainda em 1934, havia sido criada a Escola de Educação Física do Estado de São Paulo, primeira faculdade civil de educação física no Brasil e que viria a ser incorporada pela USP anos depois. Na sequência foi criada a Escola de Engenharia de São Carlos - EESC (1948) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- FMRP (1951) e outras várias unidades foram sendo criadas pela universidade nos anos seguintes, e nos anos 1960 a universidade foi gradualmente transferindo as sedes de suas unidades para a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, em São Paulo. Além do político Armando de Salles Oliveira, um outro homem de grande importância na fundação da USP foi o jornalista Júlio de Mesquita Filho. A instituição recebeu inúmeros professores estrangeiros nesse período.
A CIDADE UNIVERSITÁRIA
Praça do Relógio na Cidade Universitária- USP entre as zonas Oeste e Sul. A Torre do Relógio foi inaugurada em 1973 – há exatos 50 anos, portanto. O projeto do arquiteto paulistano Rino Levi, nos anos 1950, foi criado para o estudante contemplar e refletir sobre o seu cotidiano na Universidade de São Paulo. Mas são os 12 desenhos em baixo e alto-relevo desenvolvidos pela escultora vicentina Elizabeth Nobiling que destacam a Torre do Relógio como um dos monumentos marcantes de São Paulo. A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP foi convidada especialmente por Levi para repensar o tema. Criou seis imagens em cada um dos lados da torre para representar o Mundo da Fantasia e o Mundo da Realidade. A face da Fantasia foi composta de cima para baixo, representando a Poesia; Ciências Sociais; Ciências Econômicas; Música, Dança e Teatro; Artes Plásticas e Arquitetura; e a Filosofia. Já a face da Realidade, também observada de cima para baixo, destaca a Astronomia; Química; Ciências Biológicas; Física; Ciências Geológicas; e Matemática.
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MINHOCÃO, O ELEVADO QUE DEU ATÉ NOVELA DE PROTESTO
Rua Amaral Gurgel nos anos 1960
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AVENIDA 23 DE MAIO
Avenida 23 de Maio. 1982. Fotos Antigas- Preservação Da Memória Fotográfica. Originalmente conhecida como Avenida Itororó e, depois, Avenida Anhangabaú, é uma das mais movimentadas avenidas do município de São Paulo, sendo o principal corredor de ligação dos bairros da subprefeitura da Vila Mariana à região central da cidade. Faz parte do Corredor Norte-Sul. Recebeu este nome em referência ao dia em que foram mortos os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (conhecidos pelo acrônimo MMDC), 23 de maio de 1932, evento que se encaixa no contexto da Revolução Constitucionalista de 1932. Construída sobre o antigo córrego Itororó, que foi canalizado, a avenida consiste numa via expressa em sua totalidade, isto é, não é endereço de nenhum estabelecimento residencial ou comercial, tendo barreiras de contenção em seus lugares, ocupando uma faixa com largura total de oitenta metros, para permitir a arborização dos locais. Três dos viadutos que passam sobre a avenida — Dona Paulina, Condessa de São Joaquim e Pedroso — têm uma estrutura interna, cuja função original, no caso dos dois últimos, seria abrigar futuras estações de metrô, referentes aos antigos projetos da Linha Norte–Sul do Metrô, que correria a céu aberto pelo largo canteiro central da avenida — inicialmente, entretanto, esse canteiro central deveria ser usado como faixa expressa. Essas estruturas, inclusive, contam com escadas que desembocam no que seriam as plataformas laterais das estações. No Dona Paulina, funciona o serviço funerário municipal; já no Condessa de São Joaquim, que já funcionou como albergue, moravam, em 2006, famílias de sem-teto. No Pedroso, ainda funciona um abrigo, mantido desde 1996 pela Comunidade Metodista do Povo de Rua. Já os viadutos construídos na região do Ibirapuera foram definidos pelo jornal O Estado de S. Paulo', em 1969, como tendo "linhas arquitetônicas inéditas e um completo tratamento paisagístico do local". [Textos e imagens da Wikipedia]
POLÍCIAS PAULISTAS
Patrulhamento preventivo apelidado de "Romeu e Julieta" no comércio das ruas do centro, décaa de 1970.
HERÓIS EM SÃO VICENTE
ZELADOR E RODOVIÁRIO EVACUARAM O PRÉDIO EM POUCOS MINUTOS
Posto rodoviário da Ponte Pênsil no Japui nos anos 1960. Claudio Sterque
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HIGIENÓPOLIS
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Anúncio do Parque Balneário em Santos nos anos 1940
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Horário da saída dos alunos do Grupo Escolar Maestro Fabiano Lozano, em Vila Mariana. Anos 1960
PRATOS POPULARES DA CULINÁRIA PAULISTANA
A variedade da comida popular paulistana é encontrada numa grande diversidade de lugares e situações como os eventos as feiras, os jogos nos estádios e campos improvisados , nas feiras, calçadas, nos restaurantes, botecos, lanchonetes, pontos de ônibus, estações do metrô, praças, prédios comerciais e públicos, shoppings, enfim, onde houver alguma chance da procura pela fome e oferta do que comer.
Inúmeras publicações e reportagens já listaram os pratos típicos e preferidos em diversas épocas, revelando sempre uma enorme riqueza de culturas, preferências e gostos.
Claro que sempre alguns desse pratos podem ser muitos mais lembrados e outros até esquecidos mas, no geral, esses são os mais citados e consumidos:
a coxinha, a esfiha, o quibe e o pastel;
o pão na chapa com pingado (café com leite);
o churrasquinho de rua, o cachorro-quente, o milho verde;
os sanduiches de pernil e de mortadela, o misto quente e o baurú;
a pizza, o virado à paulista, a feijoada, o picadinho;
o sonho, o brigadeiro, o beijinho, a trufa, a vitamina de frutas e o churro.
Sempre tem por perto uma sorveteria, um carrinho de pipoca e de algodão doce;
uma bomboniere de guloseimas;
os restaurantes de nacionalidades,
as churrascarias gaúchas com seus fartos rodízios,
as casas e restaurante do Norte
as lanchonetes comuns e de redes de hamburgueria;
as pastelarias;
e finalmente os queridíssimos cafés e seus pães de queijos.
Pronto, falamos tudo. Quase tudo... porque existe na cidade e nos arredores uma imensa diversidade de colônias e redutos de povos estrangeiros e também das comunidades nacionais e estrangeiras, sempre contribuindo para uma constante renovação de hábitos e costumes.
Esquecemos alguma que não poderia ter ficado de fora?
Então, bom apetite!
ALGUNS DOS MUITOS PONTOS HISTÓRICOS
PADARIAS ANTIGAS DO BEXIGA
No Bexiga, padarias ultrapassam os 100 anos e chegam à 4ª geração
A ERA DO CINEMA PAULISTANO
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ENTRE SÃO VICENTE E SÃO PAULO, FUI ESTUDAR NA PUC
DALMO DUQUE
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COMPOSITORES QUE TRADUZIRAM SÃO PAULO
TREM DAS ONZE E SAMBA NO BRÀS
RONDA
SAMPA
A TROPICÁLIA PAULISTANA
TODOS OS SONS DO MUNDO NESTE FESTIVAL DE JAZZ!
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Teatro São Paulo. 1952, entre as ruas da Glória e Conselheiro Furtado. Foi demolido no início dos anos 1970 e, função das obras da Radial Leste.
Largo da Batata, confluência da avenida Brigadeiro Faria Lima e das ruas dos Pinheiros, Teodoro Sampaio, Cardeal Arcoverde, Baltazar Carrasco, Martim Carrasco, Chopin Tavares de Lima e Fernão Dias. Já no século XX, foi fundado o Mercado Caipira, mercado de produtos agrícolas e, a partir de 1909, foi construído um mercado municipal, fortalecendo sua característica comercial. É conhecido como Largo da Batata desde a década de 1920, por concentrar vendedores de batatas. Possui também importância histórica no transporte, recebendo na década de 1930 bondes elétricos que ligavam o bairro ao centro da cidade. Fatos históricos importantes ocorreram no Largo da Batata, tais como: a chegada de portugueses e indígenas, pois foi o local onde estes se instalaram. Foi nesta região onde ocorreu também a catequese de índios. O Mercado Caipira, que logo após se transformou no mercado de Pinheiros foi o local onde agricultores vindo do interior vendiam seus produtos. Agricultores de origem japonesa deram origem a Cooperativa Agrícola de Cotia para comercializar batatas e que logo passou a ser o local de distribuição de frutas legumes e cereais[Textos e imagens da Wikipedia]
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OS JARDINS
Características. A rua é avaliada como um dos metros quadrados mais caros da América Latina, e reconhecida por ser um dos pontos de comércio mais elegantes e valorizados da cidade de São Paulo. Geralmente essas lojas fazem um espaço conceito, ou seja, uma loja diferenciada das que elas têm em outros bairros e cidades. [Textos e imagens da Wikipedia]
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Banco Imobiliário, grande sucesso comercial da Estrela, contendo no jogo os endereços mais nobres da cidade de São Paulo.
A SÉ E O MARCO ZERO
CATEDRAL E PRAÇA DA SÉ, MARCO ZERO DA CIDADE
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DA PÓLVORA Á LIBERDADE
PARQUE DA ACLIMAÇÂO
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ALGUMAS PAULISTANAS HISTÓRICAS
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A praça e seu entorno tendo com destaque o antigo Colégio Caetano de Campo (segunda sede) e atual sede da Secretaria Estadual da Educação.
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Movimento informal no entorno do Mercado Municipal nos anos 1940. Acervo do Instituto Moreira Salles.
Vale do Anhangabaú em 1970. E uma região do centro da cidade de São Paulo, situada entre a Praça da Bandeira e a Avenida São João. É um espaço público comumente caracterizado como parque, onde tradicionalmente se organizam eventos, como manifestações públicas, comícios políticos, apresentações e espetáculos populares. É considerado o ponto que separa o Centro Velho do Centro Novo. Atualmente, os 43 mil metros quadrados do Vale do Anhangabaú são utilizados como um local de passagem para pessoas que desejam transitar entre as regiões leste e oeste do Centro, podendo ser definido como um extenso calçadão sob um entroncamento rodoviário. O espaço também interliga-se a outras praças da área central, como a Praça Ramos de Azevedo, justaposta ao Vale, ao Largo São Bento, por meio das escadarias do Metrô e a Praça da Bandeira, que atualmente abriga um terminal de ônibus.[Textos e imagens da Wikipedia]
A VÁRZEA DO CARMO
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O PALÁCIO DAS INDÚSTRIAS
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INDIANÓPOLIS, O BAIIRO E A AVENIDA
Cruzamento da Avenida Indianópolis com a Avenida Rubem Berta na distante década de 1960. Arquivo Nacional do Brasil. Acervo Fundo Correio da Manhã.
Avenida Pompéia, anos 1960.
Praça da Liberdade. Anos 1979.
CARROÇAS, TAXIS E "UBER"
"UBER", QUASE 700 MIL MOTORISTAS NA CIDADE
Túneis da avenida 9 de Julho sob a avenida paulista, altura do Parque Trianos e MASP. Anos 1970.
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BATUIRA E A RUA DO ESPÍRITA NO CAMBUCI
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HORTO FLORESTAL E PARQUE DA CANTAREIRA
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AEROPORTOS PAULISTAS
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2024: CONGONHAS FAZ 88 ANOS
Congonhas à noite tem luz do dia - Fundo Diários Associados 25.06.1969
Aeroporto: divertimento popular - Fundo Diários Associados 11.08.1969
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METRÔ- SISTEMA METROPOLITANO
[Textos e imagens da Wikipedia]
Monotrilho da Linha 15 do metrô. A Linha 15–Prata é uma linha de monotrilho. É a sexta linha do Metrô, com 24,6 quilômetros de extensão e dezessete estações previstos. Quando totalmente pronta, ligará os distritos do Ipiranga e Cidade Tiradentes, através dos bairros de Vila Prudente, Parque São Lucas, Sapopemba, São Mateus e Iguatemi, entre outros. Com custo total de 6,40 bilhões de reais, atenderá uma demanda estimada em 550 mil passageiros por dia e integrará os terminais de ônibus de Vila Prudente, Sapopemba, São Mateus e Cidade Tiradentes. O primeiro trecho, entre as estações Vila Prudente e Oratório, foi inaugurado em 30 de agosto de 2014. O trecho até a Estação Vila União foi inaugurado em 6 de abril de 2018, a Estação Jardim Planalto foi inaugurada em 26 de agosto de 2019, e, em 16 de dezembro de 2019, inaugurou-se o trecho até a Estação São Mateus, que foi aberto, completando a segunda fase da linha, e em 29 de dezembro de 2021 foi inaugurada a estação Jardim Colonial.[Textos e imagens da Wikipedia]
Vista aérea do Terminal Rodoviário Tietê, na zona norte quando o terminal foi inaugurado em maio de 1982. #SPFotos
PARQUE DO ESTADO OU DA ÁGUA FUNDA
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SEGUNDA PARTE
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CAPITANIA, PROVÍNCIA E ESTADO
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1932- V CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DE SÃO VICENTE
AS REGIÕES ADMNISTRATIVAS DO ESTADO
A ERA DAS FERROVIAS E O PORTO DO CAFÉ
SPR, A PRIMEIRA FERROVIA DE SÃO PAULO
Em 1867 era inaugurada pela empresa São Paulo Railway o lastro ferroviário que ligava Santos a Jundiaí, com extensão de 159 quilômetros e passagem por São Paulo justamente na Estação da Luz e Cubatão. Na mesma data, 16 de fevereiro, as estações Água Branca, Perus e Francisco Morato, da atual Linha 7-Rubi, e São Caetano do Sul, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra da Linha 10-Turquesa, foram postas em operação.
A MALHA FERROVIÁRIA PAULISTA
Mapa Geral de Detalhe no litoral da Ferrovia Paulista, final do século XIX. Centro de Memória da Unicamp.
"GLOBAL TRADE"
CULTURA DA EUROPA MUDOU COM A CONSTRUÇÃO DAS FERROVIAS
História, por João Marcos Coelho -Estadão, sexta-feira, 24-02-23
A criação de uma “cultura europeia” no decorrer do século 19 está intimamente ligada à implantação de uma malha ferroviária ligando o Velho Continente, dos anos 1840 em diante. As estradas de ferro aceleraram a criação e consolidação dessa “cultura europeia”. Este é o tema do fascinante livro Os Europeus, do historiador inglês Orlando Figes, de 63 anos. Com uma prosa de fácil leitura e uma infinidade de informações e dados que jamais incomodam o leitor, ele constrói um formidável painel das artes e da cultura europeias na segunda metade do século 19. Mostra a íntima relação entre as artes e o capitalismo. O objetivo “é explicar como foi que, por volta de 1900, os mesmos livros passaram a ser lidos em todo o continente, as mesmas pinturas passaram a ser reproduzidas, a mesma música passou a ser tocada em casa ou nas salas de concerto, as mesmas óperas passaram a ser encenadas em todos os grandes teatros da Europa”.
Lúcido e certeiro, Figes mostra como o que chama de “cânone europeu” se consolidou na era das ferrovias. É fundamental conhecer esse processo no detalhe porque esse cânone “constitui a base da alta cultura hoje não só na Europa, mas em todas as partes do mundo onde os europeus se estabeleceram”. A cultura hegemônica de elite já existia no continente ao menos desde o Renascimento. “Mas só no século 19 uma cultura de massa relativamente integrada pôde se desenvolver em toda a Europa.”
Seu olhar inova ao enxergar o continente como “um espaço de transferências, tradições e trocas culturais por cima das fronteiras nacionais, gerando uma ‘cultura europeia’, como ‘síntese internacional de formas, ideias e estilos artísticos’”. Em suma, o livro trata a era da ferrovia “como primeiro período de globalização cultural”. E aqui acentua que de fato o século 19 europeu instaurou um mercado continental para as artes. Foi esse mercado que determinou o cânone do continente.
Figes coloca no primeiro plano de sua narrativa um triângulo amoroso: a mezzo-soprano e compositora Pauline Viardot (1821-1910); seu marido Louis Viardot (1800-1883); e o escritor russo Ivan Turgueniev (1813-1883). Eles chegaram a morar na mesma casa por bons anos. Ou melhor, nas mesmas casas. Suas vidas nômades os levaram a todas as latitudes do continente, incluindo a Rússia. Pauline, filha do tenor Manuel Garcia, foi irmã mais nova da maior diva romântica, a soprano Maria Malibran, que morreu em 1836, aos 28 anos. Amiga íntima de Frédéric Chopin, chegou a colocar letra em diversas peças pianísticas dele, transformando-as em canções. Mas seu maior triunfo foi ter dominado a cena lírica europeia (e russa) por muitas décadas. Seu marido Louis só figura no rodapé das biografias das divas, mas foi um polímata cultural, ao mesmo tempo crítico de arte, erudito, editor, gestor teatral, ativista republicano, jornalista e tradutor literário do russo e do espanhol para o francês. Figes oportunamente o resgata do esquecimento e o define como “tudo aquilo que o artista não é, mas de que depende”. E Turgueniev, modernamente o mais conhecido, nasceu em família aristocrata russa e terminou a vida como um dos grandes escritores russos da segunda metade do século 19, ao lado de Dostoievski e Tolstoi. Morou em Berlim, Paris, Baden-Baden, Londres e São Petersburgo e em sua biblioteca havia livros em nove línguas diferentes: “Sou um europeu, e amo a Europa; minha fé está vinculada a sua bandeira, que carrego desde a juventude”.
Para Figes, o que os une, além do ménage à trois, é sua condição de “importantes intermediários culturais”, promovendo escritores, pintores e músicos em toda a Europa. Eram cosmopolitas, integrantes de “uma cultura europeia capaz de viver em qualquer lugar no solo europeu, desde que isso não comprometesse seus princípios democráticos, e sem perder nada da própria identidade nacional”.
O que lhes permitiu tamanha mobilidade? A era das ferrovias. “A viagem é fatal para o preconceito, o fanatismo e a intolerância”, já anotava o escritor norte-americano Mark Twain no livro Inocentes no Exterior, de 1869. É basicamente um relato de suas viagens de trem pela Europa em direção à Terra Santa. “Essa sensação de fazer parte da Europa estava ligada à possibilidade de viajar de trem para qualquer parte do continente.”
Capítulos são dedicados a cada uma das artes. E nos levam para verdadeiras “viagens” culturais. A era das ferrovias costuma ser fixada de 1830 em diante, quando, na Inglaterra, a primeira ligação ferroviária para passageiros transportou 460 mil pessoas em 12 meses entre Liverpool e Manchester.
Na sequência, a malha ferroviária foi se espalhando vertiginosamente. Em 1850, Turgueniev levava 21 dias para ir a sua propriedade rural em Spasskoe, na Rússia. Vinte anos depois, fazia o mesmo trajeto em cinco dias. E Pauline brilhou em todos os grandes palcos líricos europeus e russos, graças às ferrovias.
Um dos acontecimentos mais ruidosos da década de 1840 aconteceu na inauguração do trecho francês, entre Paris e Lille, da ferrovia internacional ligando a capital francesa a Bruxelas, em 1846. Em Lille, organizaram-se festejos mamutes para comemorar. O prefeito encomendou a Hector Berlioz uma obra para ser estreada na ocasião. Ele teve só três dias para compor a Cantata Ferroviária, para barítono e grande orquestra. Na balbúrdia que se seguiu, o manuscrito da partitura e seu chapéu foram roubados. Berlioz teria preferido reaver apenas o chapéu, mas o manuscrito é que lhe foi restituído. Uma obra que ele teria preferido não assinar.
As elites, com os Rothschild à frente, eram acionistas preferenciais das grandes empresas ferroviárias. Turgueniev tinha ações de companhias russas, assim como Madame Nadejda von Meck, viúva de um magnata da indústria ferroviária e mecenas de Tchaikovski.
Tamanho impulso foi decisivo para o incremento do turismo de massa. Os novos turistas só tinham algumas poucas semanas de férias anuais para viajar. Assim, uma imensa parcela majoritária da população passou a se movimentar usando a malha ferroviária. “O mundo está viajando”, escreveu o escritor alemão Theodor Fontane (1819-1898) em A Viagem Moderna publicado em 1873: “Assim como nos velhos tempos as pessoas se entretinham conversando sobre o tempo, agora o fazem viajando”.
FOLHETIM. A primeira grande consequência no mundo literário foi a proliferação de guias turísticos de baixo custo para essa multidão. Além disso, um novo tipo de literatura – os folhetins publicados diariamente em capítulos nos jornais se transformaram em verdadeira febre por todo o continente. Surgiram as livrarias nas estações ferroviárias. Afinal, agora não só dava para conversar, mas também para ler durante a viagem. Houve um verdadeiro boom editorial. Autores como Alexandre Dumas vendiam dezenas, centenas de milhares de exemplares de seus livros em edições de baixo custo. Figes calcula que esses livros custavam um décimo dos livros capa dura, que circulavam no mundo das elites culturais europeias.
Não só o tipo de literatura era mais popular. As vendas de livros, traduções e revistas literárias explodiram na década de 1870 por causa das tecnologias de publicação, a mecanização e a rede ferroviária. Tudo isso reduziu os custos de impressão e distribuição. Figes observa que “a aceleração das traduções levou à crescente uniformidade ou padronização das formas literárias, com toda a Europa lendo os mesmos livros ao mesmo tempo”.
Alexandre Dumas (1802-1870) foi um dos reis dos folhetins. Seu ritmo de produção era alucinante. Os folhetins eram diários: em 1844, publicou Os Três Mosqueteiros em Le Siècle entre 14 de março e 11 de julho, e O Conde de Monte Cristo no Journal des Débats entre 18 de agosto e 15 de janeiro de 1846. Paralelamente, publicou A Rainha Margot em La Presse entre 25 de dezembro de 1844 e 5 de abril de 1845. Emile Marcelin publicou um cartum com o escritor escrevendo quatro livros ao mesmo tempo – com os dois braços e as duas pernas. Outra consequência: os personagens acabaram se europeizando. Como nos romances de Júlio Verne.
PINTORES. O impacto nas artes plásticas pode ser avaliado por Gare Saint-Lazare, série de 11 quadros de Claude Monet (1840-1926). Em 1877, ele acabara de chegar a Paris vindo de Argenteuil. Encantou-se com a Gare Saint-Lazare (hoje Museu d’Orsay), estação ferroviária, sobretudo com os efeitos da luz se infiltrando pelo telhado de vidro e as baforadas de fumaça saindo das locomotivas e se dissolvendo como nuvens. O escritor Émile Zola, defensor dos impressionistas, assim descreveu um desses quadros: “Ouvimos o ronco dos trens, com a fumaça se propagando no vasto espaço sob o telhado de vidro. Nossos pintores devem encontrar a poesia dessas estações, assim como seus pais encontraram nos rios e nas florestas”.
Esse cosmopolitismo europeu que tanto fascina Orlando Figes foi bruscamente interrompido pela Primeira Guerra Mundial, em 1914. Um dos maiores escritores franceses do século 19, Victor Hugo (1802-1885), de certa forma previu o desastre a partir do horror que experimentou em relação à Guerra da Crimeia na década de 1850, ao saber de “ferrovias transportando soldados e máquinas de destruição”. O cosmopolitismo sofreria outro duríssimo golpe com o nazi-fascismo dos anos 1930 e a Segunda Guerra Mundial. Mas felizmente permanece vivo na cultura de massa, hoje planetária.
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AS QUATRO FASES DA DESTRUIÇÃO DAS FERROVIAS NO BRASIL
A CRISE DO CAFÉ
O café é elemento central nos primeiros capítulos da história das ferrovias no Brasil – tanto na ascensão quanto na decadência, como explica Eduardo Romero de Oliveira, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). É a razão para a construção das primeiras estradas de ferro no século 19: a primeira delas, a Estrada de Ferro Mauá, que começou a operar em 1854, levava em suas locomotivas a vapor a commodity do Vale do Paraíba ao porto de Magé, na baixada fluminense, que, de lá, seguia de barco até a cidade do Rio. Nessa época, o café representava quase 50% das exportações brasileiras.
A malha ferroviária foi aumentando com a expansão da atividade cafeeira e passou a deslocar também passageiros, que até então só conseguiam viajar longas distâncias com transportes movidos por tração animal, como as charretes puxadas por cavalos.
E foi nesse contexto que a malha chegou a quase 30 mil km de extensão na década de 1920, quando veio o baque da crise de 29. O crash da bolsa nos Estados Unidos, na época o maior comprador de café brasileiro, e a grande depressão que se seguiu tiveram impacto direto sobre o Brasil. Em um curto espaço de tempo, as exportações da mercadoria despencaram, assim como os preços. As ferrovias, que eram administradas pelo setor privado sob regime de concessão, passaram a transportar cada vez menos carga e viram sua rentabilidade despencar. Tem início, nesse momento, um período lento de decadência que culminaria na estatização das estradas de ferro mais de duas décadas depois.
Trecho da São Paulo Railway Company na Serra do Mar: desde o início, ferrovias operaram sob regime de concessão.
JK e o nascimento da indústria automobilística
Antes, contudo, outros dois fatores importantes entram em cena: o crescimento das cidades e a popularização do automóvel. O país vive uma grande transformação depois de 1940. Até então baseada quase exclusivamente na agricultura, a economia brasileira se volta cada vez mais para a indústria. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Vale do Rio Doce, então empresas estatais, são fundadas nessa época, em 1940 e 1942, respectivamente, no último período do governo de Getúlio Vargas, a ditadura do Estado Novo.Um deles é a própria natureza da indústria automotiva, que tem uma cadeia de produção longa, com efeito multiplicador na economia, e emprega uma mão de obra qualificada que até então não existia no país.
“É nessa época que se cria a classe do operário especializado, com maior poder aquisitivo”, afirma.
Em paralelo, a construção das rodovias era menos custosa que as estradas de ferro e o petróleo usado para produzir combustível ainda era muito barato.
No pano de fundo, a Guerra Fria estreitava as relações entre Brasil e Estados Unidos. Na tentativa de barrar a expansão da influência da União Soviética no continente, os americanos firmaram acordos de cooperação técnica e de financiamento para investimentos com diversos países da América Latina.
Assim, ainda em 1956 foi criado o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Lúcio Meira.
O Brasil, que até então só montava veículos, passaria a fabricar carros, caminhões e jipes, tendo como principal polo a região do ABC paulista. São desse período dois modelos que fizeram história no país: o Fusca e a Kombi, ambos da linha de montagem da Volkswagen em São Bernardo do Campo.
Com a produção de veículos nacionais, multiplicaram-se os quilômetros de rodovias. Só nos cinco anos de gestão JK, a malha rodoviária federal pavimentada foi multiplicada por três, de 2,9 mil km para 9,5 mil km.
As ferrovias, por sua vez, entravam os anos 1950 sucateadas.
Além da redução da demanda de carga e passageiros, um outro fator contribuiu para o “estado bastante acentuado de degradação física das estradas de ferro”: “Muitas concessões já estavam no final, próximo da devolução, e não havia cláusula nos contratos que obrigassem as concessionárias a fazer investimentos ou devolver as ferrovias no estado em que as pegaram”, diz Ratton Neto, que tem larga experiência no planejamento, construção, operação e gestão de sistemas de transporte metroviário e ferroviário.
É nesse contexto que, em 1957, surge a Rede Ferroviária Federal (RFFSA), estatal que passou a administrar as ferrovias que até então estavam nas mãos de diferentes empresas privadas.
Inicialmente, diz o historiador Welber Luiz dos Santos, do Núcleo de Estudos Oeste de Minas da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, a intenção não era “destruir” as ferrovias.
“Os primeiros relatórios da empresa demonstram que o projeto era de modernização e unificação administrativa para facilitar a integração entre os diferentes meios de transporte”, afirma o pesquisador.
“Os investimentos rodoviários do Plano de Metas de JK não eram uma ameaça ao sistema ferroviário”, avalia.
A extinção das linhas de passageiros
Os projetos de recuperação e melhoria, contudo, incluíam a desativação de uma série de linhas e “ramais” (jargão do setor para os trechos secundários) considerados deficitários.A lógica, diz o historiador Eduardo Romero de Oliveira, é que o mundo de meados do século 20 era completamente diferente daquele que, muitas décadas antes, havia norteado a construção de parte das ferrovias.
“Houve uma mudança no negócio”, diz o professor da Unesp. “As estradas de ferro da música do Milton Nascimento eram de outra época, para pensar o transporte de café, de açúcar, em um período em que nem a legislação trabalhista existia.”
O químico Ralph Mennucci Giesbrecht, um “fanático por ferrovias” que há mais de duas décadas pesquisa sobre elas, especialmente sobre as estações, coleciona diversas histórias desse período turbulento.
“Nos anos 60 e 70 sumiram praticamente todas as ferrovias menores, aquelas consideradas deficitárias”, diz ele, autor do livro O Desmanche das Ferrovias Paulistas.
Os conflitos aparecem em histórias como a da desativação do trecho entre as cidades paulistas de São Pedro e Piracicaba, concluída em 1966. O prefeito de São Pedro na época chegou a enviar um telegrama incisivo ao governador, Laudo Natel, questionando o critério da baixa rentabilidade usado para justificar a extinção do ramal.
“Déficit, se não levarmos em conta o bem coletivo, também dá a polícia, dão as escolas e todas as repartições mantidas pelo Estado. O déficit do ramal é muito relativo, pois, não levando em conta o movimento das estações de Barão de Rezende, Costa Pinto, Recreio e Paraisolândia, a estação de São Pedro despachou este ano mais de 40.000 toneladas de cana. Finalizando, aqui deixo minha desilusão por tudo e por todos”, dizia a mensagem, conforme reportagem do jornal O Estado de S.Paulo de 30 de outubro de 1966 encontrada por Giesbrecht.
Aos poucos, as linhas de passageiros foram desaparecendo, permanecendo, em alguns casos, aquelas que cruzavam as regiões metropolitanas das grandes cidades, usadas até hoje.
Com o avanço da indústria automobilística e a entrada do avião em cena, as ferrovias entraram em crise, em maior ou menor medida, em todo o ocidente. Nos países em que foram mantidas para transporte de passageiros, o serviço, na maioria dos casos, passou às mãos do Estado.
É o caso, por exemplo, dos Estados Unidos. A estatal Amtrak foi fundada em 1971 e faz até hoje a gestão das linhas de passageiros no país. Também são estatais a alemã Deutsche Bahn, a espanhola Renfe e a francesa Société Nationale des Chemins de fer Français (SNCF).
A estagnação e o corredor de commodities
Do lado do transporte ferroviário de carga, parte dos investimentos vislumbrados no período JK não saíram do papel, diz o historiador Welber Santos. Em sua visão, a ditadura militar mudou o foco da política de transportes, que passou a ser mais voltada para as rodovias, com a aposta em grandes obras de engenharia, como a ponte Rio-Niterói, e alguns investimentos questionáveis, como a Transamazônica, que nunca foi concluída. A Ferrovia do Aço, ele diz, um dos projetos ferroviários que chegou a sair do papel nesse período, começou a ser construída em 1973 com a promessa de ser entregue em mil dias, mas só foi inaugurada em 1992, e com um porte muito mais modesto do que o projeto inicial.“Depois daquele choque na economia mundial, o Brasil, que até então tinha acesso fácil a crédito, passou a ser visto como país de alto risco. A partir daí, teve início uma crise que impediu que os planos nacionais de desenvolvimento pudessem ter sequência. Deixamos de planejar para apagar incêndio praticamente até os anos 90”, diz ele.
Nos anos 1990, em um contexto de baixo crescimento econômico, inflação elevada e alto nível de endividamento público, a RFFSA é liquidada e as ferrovias são novamente concedidas à iniciativa privada, por meio do Plano Nacional de Desestatização (PND). A partir daí, elas passam a funcionar majoritariamente como corredores de transporte de commodities para exportação, diz o professor da Coppe/UFRJ.
Hoje, quase metade da malha, 14 mil km, está nas mãos da Rumo Logística, empresa do grupo Cosan. Outros 2 mil km são administrados pela Vale. Cerca de 75% da produção de transporte ferroviário é minério de ferro. “Outros 10% ou 12% são soja”, estima Ratton Neto.
Como os contratos de concessão não preveem a realização de investimentos e melhorias, boa parte da malha segue como foi construída no segundo império, com a chamada bitola métrica, ultrapassada, bem mais estreita que a bitola internacional, hoje usada como padrão.
O modo atual de exploração das ferrovias, na avaliação do especialista, subaproveita o potencial do país e deixa o Brasil refém das rodovias – consequentemente, mais suscetível a greves de caminhoneiros como a de 2018, que gerou caos e desabastecimento.
As estradas de ferro poderiam ser mais utilizadas para transporte de bens industriais, ele exemplifica, de bobinas de ferro e cimento a automóveis, inclusive em trechos curtos, nos moldes das “short lines” dos Estados Unidos.
“Também poderiam ser usadas para transportar contêineres, uma tendência nova e muito rentável”, acrescenta.
Um entrave para o planejamento de novas linhas, contudo, é o apagão de dados sobre a movimentação interna de cargas. O Brasil não sabe, no detalhe, o que é transportado e de onde para onde. Iniciativas como o Plano Nacional de Contagem de Tráfego ainda não geram dados robustos nesse sentido, diz o professor. A outra é o próprio modelo de concessão, em que as concessionárias têm controle tanto sobre as vias quanto sobre os trens. Assim, essas empresas acabam tendo o monopólio do transporte ferroviário e, em última instância, decidem o que trafega ou não pelos trilhos.
“As ligações hoje atendem aos interesses dos próprios concessionários.”
Os nossos projetos anunciados recentemente pelo governo, na avaliação do professor, não chegam a quebrar a lógica das ferrovias como corredor de commodities. Em setembro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, anunciou a autorização para construção, pela iniciativa privada, de 10 novas ferrovias, com investimentos da ordem de R$ 50 bilhões.
Um paralelo, ele chama atenção também para o projeto da Ferrogrão, que deve ligar o Mato Grosso ao Pará em cerca de 933 km com a proposta de facilitar o escoamento de grãos pela região Norte do país.
Na tentativa de tirar a ferrovia do papel, o governo sinalizou que disponibilizará para a futura concessionária até R$ 2,2 bilhões em recursos da União. O dinheiro, contudo, viria da outorga que será paga pela Vale para renovar a concessão de duas das ferrovias que administra hoje, a Estrada de Ferro Carajás e a Estrada de Ferro Vitória-Minas.
“Os recursos da outorga que poderiam ser usados para geração de benefícios econômicos e sociais nesse caso acabariam
CIDADES E LOCALIDADES HISTÓRICAS
Apresentação artistica no câmpus de Barão Geraldo, na Unicamp.
Faculdade de Medicina no câmpus de Botucatu.
Guarulhos é um município da Região Metropolitana de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. É a segunda cidade mais populosa do estado, a 13.ª mais populosa do Brasil e a 53.ª mais populosa do continente americano, com 1 291 784 habitantes, de acordo com o Censo 2022 do IBGE. Guarulhos foi fundada em 8 de dezembro de 1560, pelo padre jesuíta Manuel de Paiva, com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Guarulhos. Sua origem está ligada à de cinco outros povoamentos que tinham, como principal objetivo, defender o povoado de São Paulo dos Campos de Piratininga contra um possível ataque dos Tamoios. É a cidade não capital mais populosa do Brasil e é considerada a 9.ª cidade mais rica do Brasil. Em 2020, registrou um Produto Interno Bruto (PIB) de 65,8 bilhões de reais, o que representa 0,9% de todo PIB brasileiro, além de deter o 3.º maior PIB de seu estado. Guarulhos sedia o principal aeroporto do país, que serve São Paulo, o Aeroporto Internacional André Franco Montoro.
SÃO VICENTE NAS TELAS DE BENEDITO CALIXTO
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A HOLYWOOD DO ABC
ABC, SERRA DO MAR E ARREDORES HISTÓRICOS DA GRANDE SP
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Trecho da Vida Anchieta na Serra do Mar nos anos 1950.