10/07/2019

SP: CAPITAL E ESTADO


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PRIMEIRA PARTE



PAULISTANOS E PAULISTAS


Gravura de São Paulo na época do Império provinciana. Acervo da Biblioteca Nacional.


VILA, CIDADE E METRÓPOLE COSMOPOLITA


Quem nasceu e viveu em São Paulo talvez não compreenda o olhar e as impressões de quem vem de fora sobre essa grande cidade, principalmente quem veio de lugares pequenos, silenciosos e calmos. 
Um dessas impressões foram - e ainda são- as rápidas mudanças que acontecem nesse universo urbano gigantesco e que recebe conhecidas classificações da dimensão da sua urbanidade. Metrópole e megalópole são as mais conhecidas. 

Em outros países, sobretudo na Europa, as grandes cidades atingiram seu ápice urbano de grandeza e complexidade no século XIX , apogeu da industrialização, principal fator do rápido e intenso   crescimento demográfico nessas localidades. 

São Paulo industrializou-se tardiamente, se comparada com as grandes metrópoles do mundo, porque desenvolveu-se sobretudo nas décadas do pós-guerra, quando muitas cidades do período industrial já tinham mais de um século de idade e de modernidade urbana. A capital paulista, nascida na segunda metade do século XVI, dormiu como uma província durante quatro séculos e só foi despertar quando milhares de imigrantes europeus e asiáticos, assim como os próprios brasileiros do interior e de outros estados, começaram a povoar suas pequenas ruas centrais e depois sua crescente periferia. 

Essa diferença em relação aos países já industrializados, impressionou fortemente alguns pesquisadores  europeus, convidados como professores visitantes da recém fundada Universidade de São Paulo no início dos anos 1930.  Claude Levi Strauss foi um deles e observou como a cidade  se transformou rapidamente de um território provinciano num imenso espaço urbano cheio de contrastes. Nessa mesma época, Pierre Monbeig viajou de São Paulo para o interior paulista e pôde observar o surgimento e transformação de arraiais em pequenas cidades a partir das estações ferroviárias que se instalavam nessas pequenas localidades. Algumas delas também se transformaram em grandes cidades tornando também referências e polos regionais. Tudo isso num curto período de pouco mais de 50 anos. 

Outro fenômeno  que ainda impressiona os novos moradores da cidade é como São Paulo é abastecido e dinamizado pelas novidades vidas de outras partes do mundo e que só vão repercutir no interior ou no litoral quase uma década depois. Isso acontece por causa das intensas e constantes viagens e intercâmbios de negócios com o exterior, permitido durante muitas décadas pelas viagens aéreas  e atualmente pela dinâmica das redes sociais na internet.  

Realmente São Paulo nunca dorme e não para. Essa tem sido a sua marca permanente desde quando resolveu se tornar uma gigantesca cultura cosmopolita. O cidadão paulistano e da Grande São Paulo é indiscutivelmente um Cidadão do Mundo.  ( O Organizador)

Rua XV de Novembro em 1920. #SPFotos


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EFEMÉRIDE TENENTISTA EM SÃO PAULO


"Outro flagrante do saque, concitado e garantido pelos revoltosos aos armazens da Companhia Puglisi."

A Revolta de 1924 em São Paulo (também chamada de Revolução de 1924, Movimento de 1924, Revolta Paulista de 1924 e Rebelião de 1924 em São Paulo) foi um conflito brasileiro com características de guerra civil, deflagrado por militares tenentistas para derrubar o governo federal de Artur Bernardes. Iniciado na cidade de São Paulo em 5 de julho, o movimento expandiu-se ao interior e inspirou levantes em outros estados. O combate urbano concluiu numa vitória legalista em 28 de julho. A retirada dos rebeldes, até setembro, deu continuidade ao movimento com a Campanha do Paraná.

O núcleo conspiratório por trás da revolta era de oficiais do Exército, veteranos da Revolta dos 18 do Forte, de 1922, aos quais se associaram militares da Força Pública de São Paulo, baixas patentes e civis, todos inimigos do sistema político da República Velha. Eles escolheram o general reformado Isidoro Dias Lopes como seu comandante e planejaram um movimento de dimensão nacional, começando com a ocupação em poucas horas de São Paulo, cortando um dos braços das oligarquias que dominavam o país na política do café com leite. O plano desandou, houve menos adesões do que o esperado e os legalistas resistiram no centro da cidade até 8 de julho, quando o governador Carlos de Campos retirou-se para a estação de Guaiaúna, na periferia. O governo federal concentrou grande parte do poder de combate do país na cidade, com uma vantagem numérica de cinco para um, e começou uma reconquista pelos bairros operários a leste e sul do centro, às ordens do general Eduardo Sócrates.

O maior parque industrial do país teve suas fábricas paralisadas pela luta, a mais intensa já travada dentro de uma cidade brasileira. Faltaram alimentos e, no vácuo de poder, começaram saques populares aos armazéns. Os legalistas desferiram um bombardeio indiscriminado de artilharia, com pesados danos para as residências, indústrias e habitantes. Os civis foram a maioria dos mortos, e um terço dos habitantes tornaram-se refugiados. A elite econômica paulista, liderada por José Carlos de Macedo Soares, presidente da Associação Comercial, fez o possível para conservar suas propriedades e a ordem na cidade. Temendo uma revolução social, ela influenciou o distanciamento dos líderes da revolta a movimentos operários, como os anarquistas, que haviam oferecido seu apoio; Macedo Soares e outros também tentaram, sem sucesso, intermediar um cessar-fogo.

Sem perspectivas de sucesso em batalha, os rebeldes ainda tinham uma rota de fuga para o território ocupado de Campinas a Bauru, mas ela estava prestes a ser cortada por vitórias legalistas no eixo de Sorocaba. O exército revolucionário escapou do cerco iminente e transferiu-se às margens do rio Paraná. Após uma invasão frustrada ao sul de Mato Grosso (a Batalha de Três Lagoas), entrincheiraram-se no oeste do Paraná, onde se uniram a revoltosos do Rio Grande do Sul para formar a Coluna Miguel Costa-Prestes. O governo restabeleceu o estado de sítio e intensificou a repressão política, prenunciando o aparato usado mais tarde pelo Estado Novo e a ditadura militar; em São Paulo, criou-se uma Delegacia de Ordem Política e Social (Deops). Apesar da dimensão dos combates, da destruição causada e das consequências políticas, o movimento ganhou o apelido de “Revolução Esquecida” e não tem comemorações públicas equivalentes às realizadas para a Revolução Constitucionalista de 1932.
 
CENAS DA REVOLTA

Desfile da Companhia de Carros de Assalto.



Revoltosos no portão do 4. Batalhão da Força Pública. 

Parede do Cotonifício Crespi. Parede do Cotonifício Crespi. Jornal da Móoca.


Canhão das forças legalistas. 
Desfile da Companhia de Carros de Assalto

Atacantes ao Palácio dos Campos Elíseos posicionam uma metralhadora

O Correio Paulistano celebra a vitória legalista na capital.

Repercussão internacional. Pelo menos dezoito países tinham representantes diplomáticos em São Paulo, devido à sua importância econômica, política e social. Partes importantes da economia da cidade eram controladas por investidores da França, Estados Unidos e especialmente do Reino Unido. Consulados brasileiros receberam críticas e pedidos de neutralidade para os cidadãos estrangeiros, mas elas eram muitas vezes ignoradas. O autoritarismo do governo Bernardes prejudicou a imagem internacional do Brasil, que pleiteava um assento permanente no Conselho da Liga das Nações. Preocupado com sua imagem no exterior, o governo brasileiro censurou até mesmo os telegramas dos correspondentes das agências de notícias internacionais. A United Press International e Associated Press foram proibidas de enviar qualquer notícia aos Estados Unidos, e um correspondente americano chegou a ser preso por algumas horas. Isto provocou protestos da Embaixada americana. O Ministério das Relações Exteriores montou um serviço de informações para vigiar os tenentistas na Argentina, Uruguai e Paraguai. Ativo desde a tomada de São Paulo, ele atuou sistematicamente a partir do período da Coluna Miguel Costa-Prestes.

Derrotada a revolta, o Partido Republicano Paulista parecia ter confirmado sua hegemonia na política estadual. Os oposicionistas estavam todos na clandestinidade ou em meios aparentemente da situação. Mas quando Washington Luís assumiu o governo federal em 1926, a imprensa, livre do estado de sítio, revelou um grau de prestígio acumulado pelos tenentistas. Em São Paulo o Partido Democrático (PD) contestou a hegemonia do PRP e explicitamente associou sua causa à dos tenentistas. Artur Bernardes, por outro lado, ficou com uma reputação de destruidor de São Paulo; a maioria dos livros sobre o tema têm visão negativa de seu bombardeio à cidade. Washington Luís soltou presos políticos, mas não anistiou os que respondiam ao processo. A primeira fase do tenentismo chegou ao fim em 1927. Um terceiro movimento armado começou a ser articulado, dessa vez associado aos dissidentes políticos civis. O tenentismo sofreu uma cisão interna, mas foi vitorioso na Revolução de 1930. Tanto Artur Bernardes quanto parte dos tenentistas apoiaram o movimento que alçou Getúlio Vargas ao poder e encerrou a República Velha. Ironicamente, Vargas havia sido um dos defensores do governo em 1924, quando elogiou Carlos de Campos em discurso na Câmara dos Deputados, chamando de “criminoso” o levante tenentista.

No novo regime, Miguel Costa chegou a ser comandante da Força Pública e secretário de Segurança. Ele fundou a Legião Revolucionária de São Paulo, enquanto o PRP e o PD se uniram contra Vargas, formando a Frente Única Paulista. A organização de Miguel Costa reagiu a tiros a uma manifestação em sua sede, precipitando a Revolução Constitucionalista de 1932. Os constitucionalistas prenderam Miguel Costa, mas receberam o apoio de Isidoro Dias Lopes. Artur Bernardes também ficou do lado dos constitucionalistas e tentou reabilitar sua imagem em São Paulo. O movimento não conseguiu derrubar Vargas. Posteriormente, vários envolvidos com os levantes de 1924 aproximaram-se do socialismo, como João Cabanas e Miguel Costa, um dos refundadores do Partido Socialista Brasileiro em 1945. Isidoro condenou o golpe de Estado de 1937, mas a esse ponto já estava afastado da vida pública.

[Texto e imagens da Wikipédia]



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TRAJETÓRIA DA URBIS PAULISTANA



Centro de São Paulo, tendo com destaque o Edifício Altino Arantes, um dos seus principais símbolos metropolitanos de época. Wikipedia. 


Antes de ser invadida por milhares edifícios de muitos andares e centenas de avenidas alargadas, efeitos da explosão demográfica e da industrialização, São Paulo dormiu por mais de três séculos o sono o sono provinciano de vila acanhada e rodeada de propriedades rurais. Com a o advento da república e sua ascensão politica e reconhecimento como Capital, a cidade rapidamente toma outros rumos de desenvolvimento. No início do século XIX, como aconteceu nas demais capitais republicanas, a cidade adotou o modelo parisiense de modernização urbana, adotando uma estética dominante na época de construção e embelezamento de amplas áreas públicas como praças, largos, avenidas, estações ferroviárias, prédios de serviços públicos e principalmente parques de lazer e eventos. Essas transformações deram uma aparência de organização e sobriedade urbana, porém teria pouca durabilidade. Nas décadas seguintes, atraídas pela beleza e praticidade, surgem rapidamente, na própria área central e também no seu entorno, as mudanças da verticalização que transformaram São Paulo num mar de  prédio comerciais e residenciais. Eles tomaram conta da cidade na área central, forçando inicialmente a busca de ocupação nos bairros periféricos mais próximos, mas ainda dentro dos limites dos rios Tietê, Tamanduateí e Pinheiros. Com o tempo, essa ocupação e verticalização atingiu as antigas freguesias, abrindo centenas de loteamentos para atender a crescente demanda de moradias. Surgem também no centro e nas áreas periféricas as ocupações precárias como os cortiços e favelas, que também vão se espalhando na medida que o crescimento urbano vai se deslocando no sentido inverso à área central. Na década de 1970 tem início a ocupação organizada nas áreas limítrofes com outros municípios, que ainda tinham grande áreas verdes, antigos sítios e fazendas. Eram os primeiros condomínios suburbanos de luxo, construídos próximo às rodovias que davam acesso à Capital. Esse crescimento foi tão acelerado, muito estimulado pelo transporte de abastecimento, que houve a necessidade da construção gradual de um grande anel viário interligando as principais regiões e municípios  da chamada Grande São Paulo. O Rodoanel é hoje o grande ponto de transformação da Capital e sua expansão no sentido interior e litoral. Paralelamente, ocorreu nesse período, acentuadamente nas três últimas décadas,  entre 1990 e 2020, uma intensa verticalização com a construção de edifícios com o dobro de andares dos que foram construídos nas décadas anteriores. Essas novas ocupações ocorreram principalmente em locais onde foram instaladas novas linhas e estações do Metrô, bem como novos terminais rodoviários. Outro fator que facilitou essa expansão verticalizada foi a desativação de antigas fábricas e e galpões de empresas, que faliram ou que se deslocaram para o interior e outros estados. São Paulo atinge na terceira década do século XXI com cerca de 21 milhões de habitantes: "... é a sétima maior aglomeração urbana do planeta.[9][10] São Paulo é a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo, em 2016, a 11.ª cidade mais globalizada do planeta". (texto do organizador)

Paisagem urbana da Capital no início do século XX tendo Paris como modelo de modernização. O Vale do Anhagabaú, o viaduto do Chá  e antigo Theatro São José, este último destruído em 1898 por incêndio. No local  foi construído o  Edifício Alexandre Mackenzie, também conhecido como Prédio da Light. Acervo: Arquivo Público do Estado.


O Anhangabaú e o  Edifício Alexandre Mackenzie- Prédio da Light em 2008. 



MODELO EUROPEU DE CIDADE ARISTOCRÁTICA



Guilherme Gaensly. Rua Libero Badaró, sentido Praça do Patriarca, c. 1920. Arquitetura semelhante aos edifícios da capital francesa, modelo de transformação urbanística da época. Acervo: Instituto Moreira Salles, São Paulo.



 Júlio Prestes então presidente do Estado de São Paulo (cargo equivalente ao atual de governador) em frente a antiga fábrica da Ford na rua Sólon, Bom Retiro, em 1929. Na foto Prestes é o que está mais na frente.  Influência da arquitetura fabril e pragmática norte-americana. São Paulo Antiga.



SÃO  PAULO:  OCUPAÇÃO  E CRESCIMENTO

SÃO PAULO: ORIGEM PORTUGUESA E COLONIAL VICENTINA

A história da cidade de São Paulo ocorre paralelamente à história do Brasil, ao longo de aproximadamente 469 anos de sua existência, contra os mais de quinhentos anos do país. Todavia tenha sido marcada por uma relativa inexpressividade, seja do ponto de vista político ou econômico, durante os primeiros três séculos desde sua fundação, São Paulo destacou-se em diversos momentos como cenário de variados e importantes momentos de ruptura na história do país.

É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano, da lusofonia e de todo o hemisfério sul, e a quinta cidade mais populosa do mundo. São Paulo é a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo, em 2016, a 11.ª cidade mais globalizada do planeta, recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC). O lema da cidade, presente em seu brasão oficial, é Non ducor, duco, frase latina que significa "Não sou conduzido, conduzo".

Em 1532, Martim Afonso de Sousa fundou no litoral de São Paulo a primeira vila brasileira, de São Vicente. Onde ocorreu o primeiro conflito entre europeus na América Sul, a Guerra de Iguape. Donatário da capitania de São Vicente, Martim Afonso incentivava a ocupação da região e outras vilas são criadas no litoral (Itanhaém, 1532; Santos, 1546). Poucos anos depois, vencida a barreira representada pela serra do Mar, os colonizadores portugueses avançam pelo planalto Paulista, estabelecendo novos povoados. Em 1553, João Ramalho, que vivia no planalto desde antes da criação de São Vicente, funda a vila de Santo André da Borda do Campo, situada no caminho do mar (atual região do ABC paulista). Explorador português, João Ramalho era casado com a índia Bartira. Esta, por sua vez, era filha do cacique Tibiriçá, chefe da tribo dos tupiniquins. João Ramalho encontrava-se, dessa forma, apto a exercer a função de intermediário dos interesses portugueses junto aos indígenas.

Interessado em estabelecer um local onde pudesse catequizar os indígenas longe da influência dos homens brancos, o padre Manuel da Nóbrega, superior da Companhia de Jesus no Brasil, observou que uma região próxima, localizada sobre um planalto, seria o ponto ideal, então chamado de Piratininga. Em 29 de agosto de 1553, padre Nóbrega fez 50 catecúmenos entre os nativos, o que fez aumentar a vontade de fundar um colégio jesuíta no Brasil.
Ocupação da cidade

Desde o início, a ocupação das terras da cidade se deu de forma policêntrica, com diversos aldeamentos, principalmente jesuítas mas também de outras ordens eclesiásticas, em torno das quais iniciavam-se as aglomerações. A motivação mais natural para isso, em São Paulo, era o relevo da cidade, com muitos aclives e riachos. A organização urbana, da mesma forma que em toda a colônia, era centrada, administrativa e eclesiasticamente, nas paróquias. Cada paróquia era centrada em uma capela.

A primeira paróquia foi, naturalmente, a Freguesia da Sé, fundada em 1589. Conforme os demais núcleos foram crescendo, eles desmembraram-se, com novas capelas ganhando status de paróquia. As paróquias desmembradas do centro foram:

1796, 26 de março: Paróquias de Nossa Senhora do Ó e Penha de França, ambas distantes cerca de 10 km do centro;  1809, 21 de abril: Paróquia da Santa Ifigênia, mais próxima mas naturalmente separada pelo rio Anhangabaú; 1812, 21 de outubro: Paróquia de São Bernardo, que no ano seguinte (1813, 9 de novembro) foi ainda elevado a distrito; 1818, 8 de junho: Paróquia do Brás, também mais próxima, mas naturalmente separada pelo rio Tamanduateí.

Além dessas, houve diversos aldeamentos mais distantes. Dentre eles, apenas dois prosperaram: o de Pinheiros e o de São Miguel, ambos fundados por José de Anchieta em 1560. Vários aldeamentos foram dizimados pela varíola, dentre os quais podemos citar: Itaquaquecetuba, Mboy, Itapecerica, Barueri, Guarapiranga, Carapicuíba, Ibirapuera e Guarulhos.

São desta época os primeiros caminhos: o que ia ao Campo do Guaré (hoje chamado bairro da Luz) tornou-se a atual rua Florêncio de Abreu. Os outros dois dariam origem às hoje denominadas rua 15 de Novembro e rua Direita.

Também no século XVI são fundadas novas igrejas: a Matriz, em 1588 (primeiro protótipo da Sé paulistana), a de Nossa Senhora do Carmo, de 1592 (demolida em 1928), a Igreja de Santo Antônio (ainda hoje na Praça do Patriarca), e a capela de Nossa Senhora da Assunção, por volta de 1600 (que daria origem ao atual Mosteiro de São Bento).


Fundação de São Paulo, 1913. Pintura de Antônio Parreiras. Museu Paulista.



Quadro Fundação de São Paulo, produzido em 1909 por Oscar Pereira da Silva. âmara Municipal de São Paulo. 



Túmulo do Chefe Tupiniquim Tibiriçá na Cripta da Catedral da Sé
, São Paulo. Aliado dos portugueses, Tibiriçá teve papel destacado na fundação da Vila de São Paulo de Piratininga, atual Cidade de São Paulo, em 1554. Foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes. Seu nome de batismo cristão foi Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente, Martim Afonso de Sousa. Por seu papel em proteger a Vila de Piratininga do ataque de indios hostis, Tibiriçá ganhou o título de Cavaleiro da Ordem de Cristo pelo Rei de Portugal. Foi também Proclamado por José de Anchieta como fundador e protetor da Vila da São Paulo de Piratininga, pois junto de seus guerreiros defendeu a jovem Vila da Invasão dos Índios Guaianases


Entrada acesso na zona Leste da cidade de São Paulo em 1821

Pátio do Colégio nos anos 1950



Pátio do Colégio, no centro da cidade,  é onde foi levantada a primeira construção da atual cidade de São Paulo, quando o padre Manuel da Nóbrega e o então noviço José de Anchieta, bem como outros padres jesuítas a pedido de Portugal e da Companhia de Jesus, estabeleceram um núcleo para fins de catequização de indígenas no Planalto. É uma obra apostólica pertencente à Companhia de Jesus. Composto pelo Museu Anchieta, Auditório Manoel da Nóbrega, Galeria Tenerife, praça Ilhas Canárias (Café do Pátio), Igreja São José de Anchieta (abriga o fêmur de José de Anchieta), a Cripta Tibiriçá e a Biblioteca Padre Antônio Vieira. Também integram o complexo Pateo do Collegio o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas e o projeto social Oficinas Culturais Anchieta, ambos no município de Embu das Artes.[Textos e imagens da Wikipedia]


Pátio do Colégio, em São Paulo, fundado por Nóbrega, Anchieta, Paiva e Brás em 1554. Fotografia de Militão Augusto de Azevedo, em 1862. Ponto de origem da expansão territorial e da colonização do interior do país, e hoje a maior cidade do Hemisfério Sul e a quinta maior cidade do mundo.



Estudo da Partida da Monção, 1897. Pintura de Almeida Júnior. Museu Paulista.

No século XVII, as atividades econômicas da vila limitavam-se quase que exclusivamente à agricultura de subsistência. A produção e exportação de açúcar não tinha grande desenvolvimento, embora crescessem outros cultivos nos arredores da vila, como o de trigo, mandioca e milho, além da criação de gado. Não obstante, São Paulo permanecia como um núcleo de povoamento pobre e isolado das áreas mais dinâmicas da colônia. Assim, já nas primeiras décadas do século, os paulistas começaram a organizar as bandeiras – grandes expedições que partiam em direção aos sertões inexplorados da colônia, em busca de mão-de-obra indígena, pedras e metais preciosos. Em pouco tempo, os bandeirantes se tornaram os grandes responsáveis pela ampliação dos limites das fronteiras da colônia, incorporando ao território do Brasil inúmeras áreas que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha.

Os bandeirantes se tornaram figuras centrais na história política de São Paulo no século XVII, e a autoridade local dos exploradores por vezes sobrepujava os interesses da Igreja Católica e da própria coroa portuguesa. Em 1640, a forte oposição dos jesuítas à captura e comercialização da mão-de-obra indígena promovida pelos bandeirantes levou a uma série de conflitos entre os dois grupos, que culminariam, em 13 de julho daquele ano, com a expulsão dos jesuítas de São Paulo, medida que teve apoio dos comerciantes da vila. Os jesuítas só obteriam permissão para retornar a São Paulo em 1653.

É também na vila de São Paulo que se registra, no mesmo ano de 1640, o primeiro movimento nativista do Brasil, a chamada "Aclamação de Amador Bueno". Com o fim da Guerra da Restauração, em que Portugal restabeleceu sua independência política da Espanha, os moradores de São Paulo, principalmente bandeirantes e comerciantes, temiam ser prejudicados, já que haviam se beneficiado economicamente do tráfico de indígenas na região do rio da Prata durante as décadas em que vigorou a União Ibérica. Como forma de protesto, declararam São Paulo reino independente, e Amador Bueno, capitão-mor, rico morador da vila e irmão do bandeirante Francisco Bueno, é aclamado como rei. Amador Bueno, no entanto, rejeita o título e jura fidelidade à coroa portuguesa, encerrando o levante.



Aclamação de Amador Bueno, 1909. Pintura de Oscar Pereira da Silva. Museu Paulista.


CICLODO OURO

Primeiros a explorar e ocupar o território mineiro, os paulistas logo enfrentariam a concorrência de luso-brasileiros de outras regiões da colônia, culminando no conflito denominado Guerra dos Emboabas. A descoberta paulista despertou pela primeira vez a atenção do reino português sobre a vila, já que São Paulo, a essa altura, não apenas concentrava a partida das expedições, mas também tornara-se o núcleo principal de irradiação das correntes de povoamento que se dirigiam para Minas Gerais e, posteriormente, para o Mato Grosso e Goiás. Como consequência, em 1709, São Paulo substitui São Vicente como sede administrativa da capitania (que tem seu nome alterado para Capitania de São Paulo e Minas de Ouro). Em 1711, São Paulo é elevada a cidade. Conta nesse ano 9 mil habitantes. Em 1745, torna-se sede de bispado autônomo, separando-se da diocese do Rio de Janeiro. Embora a corrida pelo ouro de Minas tenha enriquecido muitos desbravadores paulistas, o efeito sobre a cidade foi o oposto. O esvaziamento populacional empobreceu São Paulo, que assistiu a um longo período de estagnação em seu crescimento econômico. Com o esgotamento das jazidas mineiras, na segunda metade do século XVIII, a situação se agrava, e muitos paulistas retornam aos seus locais de origem. A cidade recebe novo fluxo populacional e tenta reorganizar sua atividade econômica.

O CICLO DO AÇÚCAR 

O governo paulista passa a desenvolver um plano de fixação de suas populações em áreas exploradas da capitania, e começa a fornecer incentivos à lavoura e à indústria. O plantio da cana-de-açúcar é estimulado nas áreas a sudeste da capital, e grandes fábricas de tecelagem e fundição são instaladas.
De forma ainda intermitente, São Paulo começa a prosperar, e novas edificações são erguidas. Em 1750, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, dessa vez por determinação do marquês de Pombal, os bens da ordem são confiscados. A igreja dos jesuítas, reconstruída no início do século XVIII, é transformada em sede da administração da capitania (agora, já separada de Minas Gerais e renomeada Capitania de São Paulo). Em 1765, é fundada a Casa de Ópera do Pátio do Colégio, primeiro teatro da cidade, e em 1775 é inaugurado o Cemitério dos Aflitos, primeira necrópole paulistana, destinada ao enterro de pobres, escravos e condenados à forca. Também do século XVIII são o Mosteiro da Luz(recolhimento de religiosas construído em taipa de pilão, a partir do projeto de Frei Galvão, de 1774) e a Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco (1787), entre outros. Em 1798, a cidade inaugura seu Jardim Botânico (atual Jardim da Luz). Ainda no fim do século XVIII, por iniciativa do marechal José Arouche de Toledo Rendon, os limites urbanos da cidade são expandidos, com a abertura da rua São João e da ponte do Marechal, sobre o rio Anhangabaú. Começa a ser formado o Campo do Curro, atual Praça da República.

 Em 1792, a abertura da Calçada do Lorena, importante obra de engenharia do período colonial, ligando as cidades de São Paulo e Santos, forneceria condições adequadas para o transporte de açúcar e de outros gêneros alimentícios produzidos no interior da capitania. São Paulo é beneficiada por sua posição geográfica estratégica, como encruzilhada natural das vias de circulação entre o interior e o litoral da colônia. Afirma então seu papel de centro comercial, através do qual se fazia o escoamento da produção, rumo ao porto de Santos.

Durante a maior parte de todo o século XIX, São Paulo preservaria as características de uma cidade provinciana, mas vê crescerem suas possibilidades de desenvolvimento após a transferência da Família Real Portuguesa para o Rio de Janeiro. A abertura dos portos às nações amigas, decretada por Dom João VI em 1808, dá novo alento à economia do litoral paulista, ao passo que interior da capitania continua a registrar relativa prosperidade com a plantação da cana-de-açúcar. A capital, situada em meio à rota obrigatória para o escoamento da produção do açúcar, assiste ao desenvolvimento do comércio.

Cresce a importância política da capitania (que se torna província em 1821), e a cidade de São Paulo serve de palco para acontecimentos de grande importância na história do país. Entre os mais destacados nomes da campanha pela independência brasileira figurou um paulista, José Bonifácio de Andrada e Silva. E foi na capital paulista, à margens do riacho do Ipiranga, que Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil. 

Após a independência, São Paulo recebeu o título de "Imperial Cidade", outorgado por D. Pedro I em 1823. Em 1825, é criada a Biblioteca Pública Oficial de São Paulo, a primeira da província. Em 1827, é lançado o primeiro periódico da cidade, O Farol Paulistano. Em 1828, é inaugurada a Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Trata-se da mais antiga instituição de ensino jurídico do país, ao lado da Faculdade de Direito de Olinda, ambas instituídas por decreto imperial de 1827. Após a instalação da faculdade, a cidade recebe o título de "Imperial Cidade e Burgo dos Estudantes de São Paulo de Piratininga". O consequente afluxo de mestres e estudantes ocasiona uma radical mudança no cotidiano da cidade. Além de demandar a construção de hotéis, restaurantes e núcleos artísticos, a aglomeração de acadêmicos enriquece a vida cultural paulistana. Ao longo da história, a faculdade (incorporada à USP em 1934) formou parte considerável da elite intelectual e política brasileira, e seu edifício (instalado no local do antigo convento de São Francisco) foi palco de atos e manifestações públicas relacionadas a inúmeros fatos da vida política do país.


O Mosteiro da Luz, em fotografia de 1867. Wikipedia.



Independência ou Morte!, 1888. Pintura de Pedro Américo. Museu Paulista.


Palácio do Governo de São Paulo em 1827 (atual Pátio do Colégio), por Jean-Baptiste Debret. Museu Paulista. 



O II REINADO E O CICLO DO CAFÉ 

Desde as primeiras décadas do século XIX, a queda dos preços do açúcar nos mercados internacionais havia motivado o cultivo do café no Brasil. Vindo do Rio de Janeiro, o café começou a ser extensivamente cultivado em São Paulo, sobretudo na região do Vale do Paraíba. Em 1850, o café já era o principal produto exportado por São Paulo. Do Vale do Paraíba, os cafezais se espalharam pelas terras roxas do oeste paulista, antes ocupadas com a cana-de-açúcar (Rio Claro, Campinas e Jaú), enriquecendo a província.[69] A partir do reinado de D. Pedro II, a cidade ganha novo impulso com o desenvolvimento da economia cafeeira: os setores de comércio e de serviços aumentam consideravelmente e observa-se a formação de uma expressiva burguesia.

Muitos fazendeiros prosperam, com lucros provenientes da utilização do trabalho assalariado e do emprego de mão-de-obra imigrante. A abundância de recursos financeiros propicia a realização de grandes investimentos, a maior parte custeada pela iniciativa privada. São abertas várias ferrovias, interligando a cidade de São Paulo às principais áreas produtoras da província e ao porto de Santos: a primeira é a São Paulo Railway, inaugurada em 1867, à qual se segue a Estrada de Ferro Sorocabana, entregue em 1870. Ao mesmo tempo, em áreas mais distantes do centro da cidade, as quais posteriormente seriam alcançados pela vertiginosa expansão urbana do século XX, um modo de vida rural ainda predominava, com diversas fazendas distribuídas por esse território.

No primeiro censo nacional, realizado em 1872, São Paulo contabilizava 31 385 habitantes. A cidade ganha casas exportadoras e vários bancos de financiamento. Sua fisionomia começa a mudar: o casario baixo e acanhado começa a ceder lugar a edificações maiores e tipicamente urbanas. Com vistas a garantir a salubridade, é inaugurado, em 1858, o Cemitério da Consolação, o mais antigo em funcionamento da cidade. Em 1865, é fundado o Teatro São José. Em 1872, são instalados os serviços de abastecimento de água, esgoto e iluminação a gás, e é criado o sistema de transporte com bondes de tração animal. Em 1884, começam a funcionar as primeiras linhas telefônicas. Para suprir as necessidades educacionais da crescente elite paulistana e minorar os problemas provenientes da falta de habilitação técnica, a iniciativa privada inaugura as primeiras instituições de ensino (Instituto Presbiteriano Mackenzie, em 1870; Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, em 1873; Escola Alemã, em 1878).

Após a década de 1880, o café teve nova valorização internacional. Os fazendeiros paulistas, entretanto, tinham de lidar com o problema da escassez de trabalhadores. Após a promulgação da Lei Eusébio de Queirós e a consequente abolição do tráfico negreiro, ocorrida em 1850, os negros escravizados tornaram-se escassos e cada vez mais caros. Para substituí-los, começaram a chegar os imigrantes, sobretudo italianos. Um número significativo desses imigrantes fixou-se na própria capital, empregando-se nas primeiras indústrias que se instalavam nos bairros do Brás e da Mooca, a partir de investimentos provenientes dos lucros obtidos pelos empresários do setor cafeicultor. Em 1882, é fundada a Hospedaria dos Imigrantes, a princípio no Bom Retiro (1882) e posteriormente na Mooca (1885).

A riqueza proveniente dos cafezais e de uma indústria ainda incipiente sustentou a liderança paulista no movimento republicano. Em 1873, realiza-se em Itu a primeira convenção republicana do Brasil, e é criado o Partido Republicano Paulista (PRP), que utilizará o periódico Correio Paulistano como veículo oficial. Com a extinção da escravidão após a promulgação da Lei Áurea, em 1888, os fazendeiros paulistas exigem indenização pela perda de propriedade. Sem conseguir, aderem ao movimento republicano como forma de pressão. O império perde sua última base de sustentação (crises políticas e econômicas iniciadas ou agravadas após a Guerra do Paraguai já haviam afastado a igreja e os militares da base de apoio da monarquia) e a república é proclamada no Rio de Janeiro, a 15 de novembro de 1889.

O SÉCULO XX

Com o crescimento industrial da cidade, no século XIX e XX, a sua área urbanizada passou a aumentar em ritmos acelerados, sendo que alguns bairros residenciais foram construídos em lugares de chácaras. O grande surto industrial se deu durante a Segunda Guerra Mundial, devido à crise na cafeicultura e às restrições ao comércio internacional, o que fez a cidade ter uma taxa de crescimento muito elevada até os dias atuais. Uma das indústrias de maior destaque nesse período é o conglomerado conhecido como Indústrias Reunidas Fábrica Matarazzo, a qual tinha seu parque industrial de cerca de 100 000 metros quadrados localizado no bairro da Água Branca, o qual funcionou entre as décadas de 1920 e 1980.

O fim da República Velha, assim como as seguidas crises econômicas que abalaram o café enquanto commodity na primeira metade do século XX, representam um marco político não só nacional, mas também da própria cidade de São Paulo. Nesse período, movimentos como a Greve Geral de 1917 e a Revolta Paulista de 1924 simbolizam a dimensão das manifestações populares que já ocorriam em São Paulo, bem como a disposição do governo federal em reprimir de forma veemente tais insurreições, ainda que à custa de parte da infraestrutura urbana paulistana. Por conseguinte, a chamada Revolução Constitucionalista de 1932 representa um choque mais amplo de interesses políticos, no qual parte da elite paulista e paulistana contestou a perda do poder político em escala nacional após a deposição de Washington Luís. Apesar da derrota paulista, um fato revelador da manutenção do prestígio político e econômico da elite paulistana foi a criação da Universidade de São Paulo em 1934, originalmente criada com a função de fornecer instrução de excelência para essa mesma elite, recebendo diversos professores estrangeiros de grande prestígio em seus anos iniciais.

A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX

Segundo o censo realizado em 1960, a cidade de São Paulo contava com uma população de 3 825 350 habitantes. Nessa época, o município já era considerado o mais populoso do Brasil, também concentrando a maior parte da produção industrial e atividade econômica do país. Esse crescimento acelerado na primeira metade do século XX se deveu não só a imigração estrangeira, mas também à chegada de brasileiros de diversas regiões, em sua maioria atraídos pela demanda de mão-de-obra das indústrias localizadas em São Paulo.

Nas palavras do geógrafo Pasquale Petrone, o qual escreveu em 1951 justamente sobre a rápida modificação urbana pela qual São Paulo esteve submetida no século XX:

“No que se refere à construção de prédios, parece não existir nenhuma cidade que a iguale: não há rua que não ofereça um telhado novo, raras são as que não assistem à construção de um prédio. Prédios residenciais, finos ou modestos, palacetes ou bangalôs estandartizados, arranha-céus, de 8 a 10 andares e gigantes de mais de 25 andares, com sua estrutura de cimento armado. Enquanto em Nova York constrói-se, a cada ano, uma casa para cada grupo de 423 habitantes, em Buenos Aires para 134, em São Paulo registra-se a média de 102. Nos últimos anos, o aumento médio anual de prédios foi mais de 18 000, embora já se tenha registrado um total de mais de 24 000 por ano. Pode-se afirmar, sem receio de errar, que se constrói em São Paulo uma casa em cada 20 minutos!"

Atualmente, o crescimento vem-se desacelerando, devido ao desenvolvimento industrial verificado em outras regiões do Brasil. A cidade passa por um processo de transformação em seu perfil econômico, convertendo-se de um centro industrial para um grande polo de comércio, serviços e tecnologia, sendo, atualmente, uma das mais importantes metrópoles do mundo.

[Textos e imagens da Wikipedia]


O MUSEU DO IPIRANGA

Pedra Fundamental do Museu do Ipiranga. Pintura de Henrique Manzo. Acervo do museu.



O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, também conhecido como Museu do Ipiranga ou Museu Paulista, é o museu público mais antigo da cidade de São Paulo, cuja sede é um monumento-edifício que faz parte do conjunto arquitetônico do Parque da Independência. É o mais importante museu da Universidade de São Paulo e um dos mais visitados da capital paulista. O museu foi inaugurado oficialmente em 7 de setembro de 1895 com o nome Museu de História Natural. O edifício, inicialmente projetado para concretizar a versão conservadora da proclamação da independência, adquiriu outros significados a partir da Proclamação da República, dentre eles o de “renascimento da nação”. Com sua apropriação pelo governo do Estado de São Paulo, que o transformou em museu público, a ressignificação do monumento passou pela ideia de que a história do progresso nacional era a história do progresso de São Paulo, colocando a colina do Ipiranga como um caminho articulador das riquezas com o Porto de Santos, então recém-inaugurado. Em 1922, época do Centenário da Independência, o caráter histórico da instituição foi reforçado, quando novos acervos foram criados, com destaque para a História de São Paulo. A decoração interna do edifício foi criada, com pinturas e esculturas apresentando a História do Brasil no Saguão, Escadaria e Salão Nobre. Também foi inaugurado o Museu Republicano "Convenção de Itu", extensão do Museu Paulista no interior paulista. Ao longo do tempo, houve uma série de transferências de acervos para diferentes instituições. A última delas foi em 1989, para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. A partir daí, a instituição vem ampliando seus acervos referentes ao período de 1850 a 1950 em São Paulo. Como órgão da Universidade de São Paulo desde 1963, o museu exerce pesquisa, ensino e extensão. Até seu fechamento para reformas, o Museu Paulista possuía um acervo de mais de 125 mil unidades, entre objetos, iconografia e documentação textual, do século XVII até meados do século XX, significativo para a compreensão da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à história paulista e conta com uma equipe especializada de curadoria. Desenvolve também um Projeto de Ampliação de seus espaços físicos.[Textos e imagens da Wikipedia]

Festa escolar no Museu do Ipiranga em 1912.

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Linha regular São Paulo Santos. Fonte: Propagandas Antigas. 



São Paulo em 1821. Aquarela de Arnaud Julien Pallière, representando a Várzea do Carmo. Museu Paulista



A Estação da Luz em 1900: símbolo da prosperidade trazida pelo café. Ferrovias Paulistas. 

Ferrovias Paulistas


A SÃO PAULO RAIL COMPANY-SPR 

POR MARC FERREZ


Obras da Ferrovia São Paulo Railway. Fotografias de Marc Ferrez, c. 1870- 1880. Instituto Moreira Sales.


A São Paulo Railway inicia suas operações ligando Santos a São Paulo em 1865 e chegando a Jundiaí em 1867. No ano seguinte fazendeiros, capitalistas e grandes proprietários criaram uma nova empresa ferroviária – a Companhia Paulista de Estrada de Ferro, cujo objetivo inicial era ligar Jundiaí a Campinas. Os trilhos da ferrovia chegam a Campinas em 1872, Limeira em 1876, Rio Claro em 1884. Continuam sua expansão, através de construção e compra de outras companhias ferroviárias, ocupando uma enorme área do estado de São Paulo.  Seus trilhos percorriam milhares de quilômetros e chegavam nos limites do estado com Mato Grosso e Goiás, tendo incorporado, dentre outros, a Estrada de Ferro São Paulo Goiás, Estrada de Ferro Dourados, Estrada de Ferro Rio Claro.  Foram construídas em função dos interesses do café, caracterizando a clássica vinculação entre expansão cafeeira, ferrovia e urbanização. O trabalhador da ferrovia era preferencialmente brasileiro e com origem no estado de 
São Paulo. Quando estrangeiro basicamente português, sem distinção de ocupação por 
nacionalidade ( Brazil Imperial)



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Avenida  Ipiranga com São Luiz. Anos 1950


Avenida São João, esquina com Rua Formosa, Centro-SP. Ano 1900


Avenida São João em 1936. Foto:  Oskar Schmieder.

A Avenida São João é uma importante via arterial do Centro de São Paulo. Conecta-se a ela o Elevado Presidente João Goulart e em sua perspectiva encontra-se o Edifício Altino Arantes (Banespa), importante ponto focal urbano. Em sua área mais central, a avenida é inteiramente pedonal (situação caracterizada como "calçadão"), sendo restrito o tráfego de automóveis. A história da Avenida São João remonta a 1651. Naquele ano, os paulistanos Henrique da Cunha Gago e Cristóvão da Cunha solicitaram à Câmara Municipal a doação de terrenos na área delimitada pelos Ribeirões Anhangabaú e Yacuba. Com o passar do tempo, esse rústico caminho passou a ser conhecido como “Ladeira do Acú”, numa abreviação de Yacuba, o riacho fronteiriço. A ladeira iniciava-se no antigo Largo do Rosário – atual Praça Antonio Prado – e terminava nas proximidades do Largo do Paissandú. Desse ponto em diante, ela transformava-se na “Estrada de Jundiaí”, caminho muito utilizado por tropeiros que seguiam em direção ao interior do Estado. E como Ladeira do Acú, a São João permaneceu durante todo o século XVIII. A designação atual é uma homenagem a São João Batista, considerado o “protetor das águas” na tradição católica. Buscando as raízes dessa homenagem, verificamos que os cursos d’água que cruzavam a antiga “Ladeira” eram considerados perigosos para os antigos paulistanos: Yacuba ou Acú, significa em Tupi “Água Envenenada”; esse córrego margeava o atual edifício dos Correios e desaguava no Anhangabaú que, também no Tupi, significa “Águas Assombradas” ou Águas do Diabo”. Referida homenagem, inicialmente, consolidou-se informalmente passando a constar nos registros a partir de 28 de novembro de 1865, quando o vereador Malaquias Rogério de Salles Guerra sugeriu a denominação “Ladeira de São João”. Mais tarde, o logradouro se transformou em Rua e, a partir de 1916, Avenida São João.Entre 1910 e 1937, sucessivas reformas, alargamentos e prolongamentos foram realizados. Alguns dos alargamentos ocorreram nas administrações de Raimundo Duprat (1911-1913) da Rua Libero Badaró ao Largo de Paissandu, Washington Luís (1914-1919) do Largo do Paissandu à Praça Júlio de Mesquita e de Firmiano Pinto (1920-1925) da Rua Libero Badaró até a Praça dos Pirineus (atual Praça Marechal Deodoro). No começo de 1970, sobre trecho relativo da Avenida São João foi levantado o Elevado Presidente João Goulart. A obra lançada pelo prefeito da época, Paulo Maluf, visava o desafogo das vias centrais e foi inaugurada no 417° (quadragésimo décimo sétimo) aniversário da cidade de São Paulo. O fluxo pesado e contínuo de automóveis, o ruído, a sujeira e a poluição aumentaram drasticamente nas vias sobre as quais o elevado foi construído, cenário que desvalorizou o mercado imobiliário da região.

Boulevard da Avenida São João.



Vista área da avenida Ipiranga  e sua principais confluências. Foto Labor, 1953


MATARAZZO,  UMA FÁMÍLIA PAULISTANA ICÔNICA



Francisco Matarazzo Júnior saindo com sua carruagem da cocheira da mansão da família, na avenida Paulista, em 1947. #SPFotos

Mansão Matarazzo em sua primeira versão em 1896, no estilo eclético. Foto da década de 1910. O palacete foi construído na avenida Paulista em estilo neoclássico, com área de 4.400 metros quadrados, implantado num terreno de doze mil metros quadrados de jardins. A casa foi cenário de festas grandiosas, frequentadas pela alta sociedade paulistana. Foi demolido em 1996 e o terreno foi vendido à Cyrela Commercial Properties e a uma empresa do grupo Camargo Corrêa (atual Mover Participações), por 125 milhões de reais, que no local construiu o Shopping Cidade São Paulo.

O ramo brasileiro foi fundado por Francesco Matarazzo, também conhecido no Brasil como Francisco, nascido em Castellabate em 9 de março de 1854, o primeiro dos nove filhos de Costabile Matarazzo, prestigiado advogado e proprietário terras, e de Mariangela Jovane. Francesco contraiu matrimônio com Filomena Sansivieri, com quem teve 13 filhos: Giuseppe, Andrea, Ermelino, Teresa, Mariangela, Attilio, Carmela, Lydia, Olga, Ida, Claudia, Francisco Júnior e Luís Eduardo. Em outubro de 1881 embarcou com a família para o Brasil, e quatro dos seus irmãos o acompanhariam pouco depois. Começou trabalhando em Sorocaba, onde foi tropeiro e abriu um comércio de alimentos, e mais tarde montou uma pequena fábrica para processar banha de porco. Uma segunda fábrica foi aberta em Capão Bonito, passando a acumular considerável fortuna também com o comércio de suínos e a produção de latas para embalar a banha produzida, uma novidade no Brasil. Em 1889 mudou-se para São Paulo. Seu sucesso empresarial levou à fundação em 1890 da Matarazzo & Irmãos, em sociedade com Giuseppe e Luigi, que foi a origem das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo. Em 1900 a empresa já faturava 2 mil contos de réis. O império Matarazzo cresceu cada vez mais investindo em diversos setores, como o bancário, madeireiro, petrolífero, alimentício, têxtil, naval, siderúrgico, ferroviário e hidrelétrico. Foi um dos fundadores e primeiro presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Figura brilhante mas complexa e controversa, Matarazzo faleceu em 10 de fevereiro de 1937. Deixava uma fortuna estimada em 10 bilhões de dólares. Seu filho Ermelino havia sido preparado para sucedê-lo na direção do conglomerado empresarial, mas morreu antes do pai, recaindo o comando em Francisco Júnior. A divisão da herança deu origem a muitas disputas na família. 
[Textos e imagens da Wikipedia]

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O Clube de Regatas Tietê no início do século XX. Guilherme Gaensly. Museu Paulista


CHUVAS INTENSAS REDESENHARAM O TIETÊ HÁ 17 MIL ANOS. "Com um trajeto que corta quase todo o estado de São Paulo, desde a região metropolitana até a divisa com Mato Grosso do Sul, o rio Tietê tinha um formato bem diferente até cerca de 17 mil anos. Era um rio formado por uma rede de canais entrelaçados que corria 5 quilômetros (km) mais ao norte no interior paulista e a essa mesma distância ao sul na atual capital paulista, em comparação com o traçado de hoje.
A rede de canais percorria uma paisagem ocupada por árvores baixas e esparsas, similar ao Cerrado típico, entre terrenos com idades próximas a 17 mil anos e 35 metros (m) mais altos que os do atual leito. O rio era provavelmente três vezes mais largo e transportava rochas do tamanho de uma bola de tênis, que erodiam o leito e abriam caminho para terras mais baixas. A configuração atual do Tietê resultou das chuvas intensas que banharam a atual região Sudeste do Brasil. Em quase toda a área que hoje é o estado de São Paulo, períodos de chuva intensa e contínua, durante milhares de anos, transformaram a paisagem e alimentaram uma vegetação florestal, parcialmente eliminada nos últimos séculos com a expansão das cidades e da agricultura. O aguaceiro intensificou o transporte de sedimentos para o rio, que aos poucos migrou para terrenos mais baixos e jovens, com idade aproximada de 3 mil anos. Formou-se um canal principal sinuoso, as margens foram ocupadas por vegetação e, em consequência, o volume de água transportado para o rio diminuiu. Desde essa época, o rio carrega principalmente lama e sedimentos finos como a areia de praia".  Carlos Fioravanti. Revista PESQUISA Fapesp


Retificação do Rio Tietê em 1969.

Passagem da comitiva do Imperador Dom Pedro II pela Ponte Grande sobre o Rio Tietê, 1880. Foto Militão Augusto de Azevedo #SPFotos


TERRA DA NEBLINA  E DA GARÔA



Avenida 9 de Julho, anos 1950.


Do ponto de vista climático, São Paulo é caracterizada pelo clima tropical de altitude, devido ao gradativo aumento da umidade no final da primavera e início do outono, que são as estações de transição, respectivamente, para o verão (chuvoso) e inverno (seco). Uma intensa garoa regava o solo e o imaginário de artistas paulistanos. Atualmente, esta condição praticamente deixou de existir. Os motivos são os mais diversos, não sendo necessariamente ocasionados pela “martelada” mudança climática global, mas sim pelas modificações antrópicas associadas a um acelerado processo de crescimento urbano.

As alterações antrópicas que contribuíram decisivamente para acabar com a “garoa paulistana” estão ligadas ao próprio desenvolvimento da cidade. A construção das habitações em áreas legais e ilegais, de comércios, ruas, pontes resultou na retirada de árvores, importantes dispersoras de umidade (através da evapotranspiração); a impermeabilização do solo reduziu a infiltração e a umidade que ele proporcionava (também aumentou o escoamento superficial e contribuiu terminantemente para as enchentes). A retificação e canalização dos rios reduzem de forma marcante a oferta de umidade, a verticalização prejudica a circulação dos ventos e o deslocamento da umidade e a poluição, associada “às ilhas de calor”, aumenta muito a incidência de tempestades.

Pesquisas recentes (Fapesp e INPE) demostram o aumento de tempestades em detrimento da garoa, isso ocorre devido às ilhas de calor, que atuam aumentando a velocidade da evaporação, e à poluição, responsável pelo material particulado, que serve como “núcleo de condensação”. Assim, a velocidade de formação da precipitação (chuva) é muito maior, dessa maneira, vão ocorrer mudanças no padrão das precipitações com maior ocorrência dos eventos de tempestades.

São Paulo dificilmente voltará a ser a “terra da garoa”, pois medidas para reverter o processo de degradação que foi instalado são muito complexas e somente surtirão efeitos a longo prazo. Mas isso não quer dizer que devemos cruzar os braços. Medidas para mitigar os efeitos da poluição, das ilhas de calor (que também causam grande desconforto térmico) e das enchentes fazem parte da administração eficiente de uma cidade, devendo ser colocadas em prática algumas ações como: o plantio de árvores, a construção de praças, a retirada da cobertura de concreto e asfalto de áreas estratégicas (várzeas, por exemplo), a redução da verticalização em áreas de topos, a “descanalização” de rios e córregos, etc. Estas são medidas que no atual momento, apesar de serem mitigatórias, podem melhorar a vida das pessoas que moram em São Paulo. Mas, o título de “terra da garoa” já não vai mais ser de São Paulo.

Fonte: Hexag-Mackenzie


Tarde chuvosa no Viaduto do Chá nos anos 1960

 Dia de chuva em 1940.  Avenida São João e o edifício da Delegacia Fiscal ao fundo.  #SPFotos





Mapas de São Paulo do final do século XIX (1893 e 1897) mostram a rápida expansão e transformação da cidade.




Alameda Nothmann, Campos Elísos. Embaixo dos trilhos da São Paulo Railway. Ao fundo a residência da família de Santos Dumont. 

 Campos Elíseos bairro  localizado no distrito de Santa Cecília, região central. Foi o primeiro bairro planejado da cidade, onde se fixaram vários dos antigos e abastados fazendeiros do café. No bairro está localizada a antiga sede do Governo do Estado de São Paulo, o Palácio dos Campos Elíseos, que pertenceu anteriormente ao aristocrata e político Elias Antônio Pacheco e Chaves, localizado na antiga Alameda dos Bambus, futura Avenida Rio Branco. A sede do Governo foi transferida posteriormente, após sofrer um incêndio, para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Veio a abrigar posteriormente a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. A Sala São Paulo e a Estação Júlio Prestes, que foi reformada para ser a maior sala de concertos da cidade, também se localizam no bairro. O bairro  foi idealizado e loteado por empresários suíços no fim do século XIX, em 1878, notadamente pelo suíço Frederico Glete e o alemão Victor Nothmann, que adquiriram antiga chácara em um local conhecido como Campo Redondo e a lotearam. Para isso contrataram o arquiteto alemão Herman von Puttkamer, que desenhou o urbanismo da área. A localização era privilegiada: próximo da Estação Sorocabana, inaugurada em 1878 (atual estação Estação Júlio Prestes) e da Estação da Luz e, ao mesmo tempo, não muito longe do centro da cidade, os espaçosos terrenos do loteamento eram ideais para abrigar as mansões e residências dos barões do café quando vinham à capital a negócios. O Liceu Coração de Jesus, renomada instituição pedagógica também se instalou na área. E ficava nas cercanias o principal hospital da cidade à época, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Algumas das ruas foram batizadas com os sobrenomes destes empresários ou em homenagem aos seus países de origem, como Alameda Glette, Alameda Nothmann, Alameda Cleveland e Rua Helvetia. Na Revolta Paulista de 1924 o bairro foi bombardeado e durantes os combates vários pontos da cidade foram atingidos, em especial bairros operários como Mooca, Ipiranga, Brás, Belenzinho e Centro, que foram seriamente afetados pelos bombardeios. A partir de década de 1930, os Campos Elíseos sofreram com o prejuízo dos barões do café que lá moravam. Com as dificuldades dos cafeicultores, e seus herdeiros que repartiam as heranças, e que optaram por mudarem para novos bairros, muitos casarões e mansões foram demolidos, cedendo espaço a prédios de apartamentos e galpões industriais. Outros continuaram de pé, sendo alugados e sublocados, transformando-se em pensões, cortiços e moradias coletivas precárias. Apenas um núcleo do bairro preservou características das décadas de 1930 e 1940. Trata-se da região próxima à rua Chácara do Carvalho (antiga propriedade do Conselheiro Antônio da Silva Prado, com seu majestoso palacete), onde fica o Colégio Boni Consilii: ali ainda existem alguns poucos casarões e edifícios residenciais de porte, muitos com garagem, ocupados ainda por pessoas de classe média. [Textos e imagens da Wikipedia]

O Palácio dos Campos Elísios, na Avenida Rio Branco.




UM SÍMBOLO DA EDUCAÇÃO PAULISTANA E PAULISTA

A Escola Estadual Caetano de Campos. Escola pública estadual na cidade de São Paulo fundada no ano de 1846, inicialmente em um prédio contíguo à Catedral da Sé, a escola chegou a ser extinta duas vezes e mudou também de prédio. Em 1875 instalou-se junto à Escola de Direito do Largo São Francisco e posteriormente foi transferida para a rua da Boa Morte, permanecendo até 1894 quando foi para a Praça da República onde ficou até 1977. Em 1978 a Escola Caetano de Campos saiu do prédio da Praça da República e, a partir daí, foi dividida em duas unidades: EEPSG Caetano de Campos – Aclimação e EEPSG Caetano de Campos – Consolação. O edifício na Praça da República foi reinaugurado em 19 de fevereiro de 1979 e atualmente é denominado Casa Caetano de Campos, passou a abrigar a Secretaria de Estado dos Negócios da Educação, atualmente Secretaria de Estado da Educação/SEE. O nome da escola é uma homenagem ao médico e educador Antônio Caetano de Campos. Nascido no estado do Rio de Janeiro em 1844, graduou-se na Escola de Medicina da antiga Corte em 1867. Quando mudou-se para São Paulo, em 1870, passou a trabalhar com educação, tornando-se nome de referência na área, no Brasil. Ele foi o primeiro diretor da instituição, à época em que era uma escola normal.[Textos e imagens da Wikipedia]
Escola Normal de São Paulo em 1908 

A Escola Normal Caetano de Campos, fundada inicialmente como Escola Normal da Capital, hoje é denominada como Escola Estadual Caetano de Campos. Funcionava no prédio anexo à Catedral da Sé velha e foi transferida para a Praça da República para o edifício projetado por Antônio Francisco de Paula Sousa e Ramos de Azevedo, inaugurado em 1894 e funcionou neste edifício até 1978, onde passou a abrigar a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Foi a primeira dessa modalidade , criada em 1846, com a primeira lei de instrução primária da Província de São Paulo que instituía: Art. 31º - 0 governo estabelecerá na Capital da Província uma escola normal de instrução primária. Todas as aulas eram dadas pelo mesmo professor, também fundador da escola, Dr. Manoel José Chaves. Havia uma variação de 11 a 21 alunos matriculados anualmente na escola. Esta escola atendia alunos exclusivamente do sexo masculino, que uma vez aprovados, poderiam prover instrução primária. No ano de 1867, a escola foi a fechada por ausência de verba, em razão da aposentadoria do professor. Após oito anos, foi reaberta devido a obrigatoriedade do ensino, consagrada na lei número 9 de 22 de março de 1874. Começa a funcionar em uma ala da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e passou a aceitar estudantes do sexo feminino, que estudavam em horários e locais diferentes, já que não podiam ter contato com os estudantes do sexo masculino. Ocorre um novo fechamento das portas em 1878, por motivos de instalação, disponibilização de material didático, baixa frequência e alta evasão escolar: o curso começava com 214 alunos e alunas, terminando com apenas 44. Em 1880, a Escola foi novamente aberta, mas em outro local, mudando ainda mais duas vezes. Acomodou-se primeiramente na Rua do Tesouro; depois, no prédio do Fórum Civil. Mais tarde em 1881, foi transferida para a Rua da Boa Morte, conhecida hoje como Rua do Carmo.   Abrigava os cursos normais primários e secundários, para a formação de docentes nestes dois níveis de ensino. Tinha como anexo o Jardim da Infância, único caso de investimento pré-escolar na época da República e a Escola Modelo, destinada ao Ensino Primário masculino, dirigida pela professora Miss Browne. O Jardim de Infância foi inaugurado em 1896 e tinha como objetivo servir de estágio para aos professores normalistas. Com relação aos cursos normais, o espaço destinado a ela apresentava uma distinta separação entre a seção masculina situada na ala direita do edifício e a seção feminina, localizada na área esquerda. Essa diferenciação de gênero indicava também formações diferentes, que prescrevia disciplinas diferentes de acordo com o gênero. Por exemplo, na ala direita destinada aos alunos estavam as oficinas de tornos e marcenarias. Já na ala esquerda, situavam-se as oficinas de modelagem e esculturas em argila e gesso. Em anuários de ensino de 1907 e 1908, consta que a escola dispunha de um museu com mais de 600 espécies de zoologia, 257 fósseis, 150 espécies de mineralogia, um museu escolar de Saffray e aparelhos para o ensino de Anatomia. Nos meados dos anos 1870, o edifício contemplava várias salas para diferentes fins: sessenta amplas salas de aula, três salas dedicadas à música, quatro salas de professores, três secretarias, até dois gabinetes dentários, um gabinete médico, dois pátios abertos, dois cobertos, um auditório, uma sala nobre conhecida como sala Álvaro Guião, conservada até hoje, porém sem o mobiliário da época que eram poltronas de madeira, estas foram substituídas por poltronas de tecido, duas bibliotecas, quatro salas de orientação, além de porão, onde funcionava a cantina, o centro de documentação e depósitos . [Textos e imagens da Wikipedia]
Direção, corpo docente e funcionários.

Vista da escola, pela lente de Werner Haberkorn.Fotolabor/Museu Paulista da USP 


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A Avenida Pompéia, em 1922, na esquina com a Rua Ministro Ferreira Alves. Obras de abertura e pavimentação. São Paulo Velhos Tempos. 

PARQUE ESTADUAL DA ÁGUA BRANCA


Avenida Água Branca, atual Avenida Francisco Matarazzo, década de 1920 (Arquivo Nacional).


O Parque Estadual da Água Branca (oficialmente Parque Fernando Costa) é um parque localizado no distrito da Barra Funda, na cidade de São Paulo, Brasil. O local possui 136.765.41m², e fica na Avenida Francisco Matarazzo no bairro da Água Branca. Idealizado pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), entidade representativa da agropecuária brasileira, o Parque começou as ser formado em 1905 e foi inaugurado em 2 de junho de 1929 pelo Secretário de Agricultura Dr. Fernando de Sousa Costa, responsável por fornecer novas vertentes à indústria animal, criando também o Departamento de Lacticínios da Indústria Animal. Com o objetivo de abrigar exposições e provas zootécnicas, o parque foi criado em um período em que a Avenida Água Branca sequer havia sido asfaltada. Com isso, o Parque da Água Branca passou a ser formado em 1905. No dia 25 de abril de 1928 a área do Parque da Água Branca foi transferida ao Estado pela Prefeitura, que recebeu como permuta um terreno "da Fazenda do Estado", situado no Parque do Ibirapuera. Com isso, o Estado ampliou o terreno em mais 35.000 m².Com o apelo de criadores e fazendeiros para a criação de um recinto de exposições e um local para sediar o antigo Departamento de Produção Animal, em 1928 o então governador do Estado de São Paulo, Júlio Prestes, que tinha como secretário da Agricultura Fernando Costa, decidiu transferir o antigo Departamento e Parque de exposições da Mooca para a Água Branca, local que ficou conhecido por um tempo como Pavilhão de Exposições de Animais, até ganhar o seu nome oficial. No período de 1939 a 1942 foram adquiridos pelo governo do Estado de São Paulo mais 12.022,27 m², totalizando a área atual do parque, de 136.765.41 m2².


Arquitetura. Além do Estilo Normando, com referências românticas típicas das duas primeiras décadas do século XX definidas pela simetria da entrada principal do parque, também é possível admirar em seu portal de entrada vitrais com motivos rurais, criados pelo pintor Antônio Gonçalves Gomide, em 1929, no estilo Art déco, e também com uma busca por temas brasileiros. Anos depois, a restauração dos vitrais foi realizada pela Dra. Regina Lara. Ao longo do tempo, foram construídas outras edificações em diversos estilos, e atualmente o conjunto abriga mais de 30 prédios e pavilhões de diversos formatos. A vegetação existente no Parque foi introduzida ao longo dos anos, sem um projeto de paisagismo ou planejamento de distribuição. Anos depois, isso acabou comprometendo algumas estruturas próximas de árvores de grande porte. Desde sua criação, o Parque possui dois lagos artificiais de 700 e 750 m², destinados à criação de peixes e tartarugas. Os dois são abastecidos por uma das duas nascentes existentes na parte mais elevada do parque, que funciona com um sistema de tanques e bombeamento para a oxigenação dos peixes. Há também uma segunda nascente, responsável pelo abastecimento do Lago Preto, próximo à Casa do Caboclo, construção de pau a pique onde é possível experimentar fatias de bolo e saborear xícaras de café. Além disso, o Parque possui Instituto de Pesca, Associações de criadores de animais, Playground, Fundo Social de São Paulo, Casa da Arquitetura, Meliponário, Observatório de pássaros, Mini Zoo, estacionamento, biblioteca, arquibancada e arena onde são realizadas aulas de equitação.

Espaço de convivência, onde animais e visitantes circulam livremente pelo Parque.

Significado histórico e cultural. Desde sua criação, o Parque abrigou diversas exposições, espaços para lazer, prática de esportes e circulação de animais. A principal luta da Associação de Ambientalistas e Amigos do Parque da Água Branca para garantir a preservação do espaço foi concretizada com a conquista do Tombamento do Parque da Água Branca pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (CONDEPHAAT), que teve inicio com a abertura do processo, em 25 de março de 1983, e encerrou com sua efetivação em 1996, ano da "Revitalização do Parque". Essa revitalização foi o resultado de uma série de projetos de recuperação ambiental e arquitetônica, formado por uma grande equipe, boa parte voluntários, de engenheiros agrônomos como Cristiano Budergas, Roberto Ferrari e Sandra Ramos. Foram levantados 3.846 exemplares vegetais presentes no parque, dando especial atenção àqueles que precisavam de poda, remoção ou transplante. Além disso, foi criada uma relação com nomes científicos e populares das 159 espécies arbóreo-arbustivas do parque, e o levantamento das 38 espécies de aves presentes no local.

Espaço de convivência, onde animais e visitantes circulam livremente pelo Parque.



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Barra Funda é um distrito situado na região oeste do município de São Paulo, com 5,6 km² de superfície. Situado em uma área de várzea ao sul do rio Tietê, cortada desde o século XIX por duas ferrovias (Santos-Jundiaí e Sorocabana), foi durante muitos anos uma região de vocação industrial. Atualmente se tornou uma zona de classe média e pequenos escritórios. Em seu limite se encontram o Parque Fernando Costa (Parque da Água Branca) e o terminal rodoviário da Barra Funda, que funciona junto com a estação terminal da Linha 3 (vermelha) do Metrô de São Paulo. Foi retratada na obra de Alcântara Machado "Brás, Bexiga e Barra Funda", que aborda o cotidiano das classes proletárias da cidade de São Paulo na primeira metade do século XX. Por volta de 1850, a região que corresponde atualmente à Barra Funda fazia parte da antiga Fazenda Iguape, propriedade de Antônio da Silva Prado, o Barão de Iguape. Essa fazenda após loteada deu origem a várias chácaras, entre elas a Chácara do Carvalho, pertencente ao Conselheiro Antônio Prado, neto do Barão de Iguape, e que mais tarde se tornaria prefeito do município de São Paulo. As outras áreas loteadas deram origem ao distrito da Barra Funda e a parte dos atuais distritos da Casa Verde e Freguesia do Ó.[Textos e imagens da Wikipedia]

O desenvolvimento maior da região ocorreu após a inauguração da Estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana, em 1875, funcionando como escoamento da produção de café paulista e também como armazém dos produtos que eram transportados do porto de Santos para o interior.
Isso incentivou o aumento populacional e a ocupação da região e de seus arredores, que se intensificou com a criação, em 1892, da São Paulo Railway, inaugurada próxima à Estrada Sorocabana, justamente onde se encontra atualmente o Viaduto da Avenida Pacaembu. O crescimento demográfico na região proporcionado pela ferrovia fez com que essa passasse a transportar, a partir de 1920, não apenas cargas mas também passageiros. A partir do século XX a população negra começou a povoar a região, alterando a característica essencialmente italiana da Barra Funda. O primeiro bonde elétrico de São Paulo foi lançado em 7 de Maio de 1902, ligando a Barra Funda ao Largo São Bento. Neste trajeto, passava nas ruas Barra Funda, Brigadeiro Galvão, até seu ponto final na rua Anhanguera. Também na Barra Funda, na rua Brigadeiro Galvão, foi inaugurada pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) em 14 de julho de 1928 a primeira central telefônica automática da cidade de São Paulo. Este prédio encontra-se conservado até os dias atuais. Esse desenvolvimento comercial do bairro, aliado à grande facilidade no transporte e à proximidade dos elitizados bairro de Higienópolis e Campos Elísios, fez com que parte da elite paulista da indústria e do café se instalasse nessa região ao sul do bairro, entre a linha férrea e as margens do rio Tietê. Outro fator que colaborou para o desenvolvimento da Barra Funda foi a proximidade com o Parque Industrial das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, instalado no bairro vizinho da Água Branca, em 1920. As Indústrias Matarazzo empregavam boa parte da população da região, assim como em grande parte da cidade e foram a base do conhecido "Império Matarazzo", que foi se enfraquecendo até se extinguir na década de 1980. O desenvolvimento da região sofreu um forte abalo com a Grande Depressão, que resultou no fechamento de indústrias e deslocamento da elite dessa região, abandonando seus casarões (alguns se tornaram cortiços mais adiante). Restou basicamente a indústria artesanal com oficinas, marcenarias, serraria ou indústrias alimentícias e têxteis de pequeno porte.

CULTURA
Em 1917 foi inaugurado o Teatro São Pedro. Três anos depois, o Palestra Itália de São Paulo comprou um terreno em que foi construído o Estádio Palestra Itália, pertencente ao clube que em 1942 mudaria seu nome para Sociedade Esportiva Palmeiras, em 2014 foi inaugurado o novo estádio do clube, o Allianz Parque, no mesmo local do antigo estádio. A Barra Funda também foi palco da criação do mais antigo cordão de carnaval da cidade: o Grupo Carnavalesco Barra Funda. O Grupo foi perseguido por pressão do presidente Getúlio Vargas, que confundiu a associação já que os mesmos utilizavam camisas verdes e calças brancas, mesmas cores da ação Integralista de Plinio Salgado. Finalmente, mudou de nome em 1953 para cordão Camisa Verde e Branco, mais tarde tornando-se escola de samba em 1972, ganhando o carnaval paulistano por 9 vezes e mantém sua sede no distrito.

A partir da década de 1970 começou a migração nordestina para a região e a atividade industrial, anteriormente um dos grandes pontos fortes da Barra Funda, diminuiu sensivelmente. Essa situação começou a mudar apenas no final da década seguinte, com a construção do Terminal Intermodal Barra Funda, um dos maiores do país e com importância semelhante ao Terminal Tietê, pois reunia todas os tipos de transporte coletivo existentes na capital paulista: Metrô (com a inauguração da estação terminal da linha 3 - Barra Funda), trens das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí, além de ônibus para viagens municipais, intermunicipais e internacionais. Tais obras trouxeram novo desenvolvimento a área, com a revitalização de imóveis antigos, novos estabelecimentos comerciais e inclusive a instalação dos estúdios da Rede Record de televisão em 1995. Antes eram ocupados pela extinta TV Jovem Pan. Neste bairro também se encontram os Fóruns Trabalhista Rui Barbosa e Criminal Mário Guimarães, além de abrigar a nova sede da Federação Paulista de Futebol. A FPF, antigamente, era situada na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, centro da Capital.[Textos e imagens da Wikipedia]


O Memorial da América Latina é um centro cultural, político e de lazer, inaugurado em 18 de março de 1989 na cidade de São Paulo, Brasil. O conjunto arquitetônico, projetado por Oscar Niemeyer, é um monumento à integração cultural, política, econômica e social da América Latina, situado em um terreno de 84 482 metros quadrados no bairro da Barra Funda. Seu projeto cultural foi desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro. É uma fundação de direito público estadual, com autonomia financeira e administrativa, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura. O complexo é constituído por vários edifícios dispostos ao longo de duas áreas unidas por uma passarela, que somam ao todo 25 210 metros quadrados de área construída: o Salão de Atos, a Biblioteca Latino-Americana, a Galeria Marta Traba, o Pavilhão da Criatividade, o Anexo dos Congressistas e o Auditório Simón Bolívar — que sofreu um incêndio em novembro de 2013. Na Praça Cívica, encontra-se a escultura em concreto, também de Niemeyer, representando uma mão aberta, em posição vertical, com o mapa da América Latina pintado em vermelho na palma, simbolizando uma mancha de sangue, em referência aos episódios turbulentos do passado e aos problemas sociais da região. O Memorial possui um acervo permanente de obras de arte, exibidas ao longo da esplanada e nos espaços internos, e conta com um centro de documentação de arte popular latino-americana. A biblioteca possui cerca de 30 mil volumes, além de seção de música e imagens. Mantém o Centro Brasileiro de Estudos da América Latina. [Textos e imagens da Wikipedia]

Mão, escultura de Oscar Niemeyer localizada na Praça Cívica no Memorial da América Latina.


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"PAULICÉIA ADOENTADA" A GRIPE QUE DERRUBOU SÃO PAULO


Epidemia mais letal da história, gripe espanhola de 1918 foi tratada com purgantes, sangrias e um avô da cloroquina; em dois meses, matou 1% dos paulistanos


. "Epidemia mais letal da história, gripe espanhola de 1918 foi tratada com purgantes, sangrias e um avô da cloroquina; em dois meses, matou 1% dos paulistanos.  Para ter uma ideia do que foi a gripe que assolou São Paulo em 1918, você precisa mentalizar tudo o que de pior você viveu neste ano com a covid-19 e depois multiplicar pelo cenário de um apocalipse zumbi. Imagine uma cidade de ruas vazias, por onde circulam apenas bondes e caminhões lotados de caixões. Acrescente médicos que ainda acreditavam em receitar purgantes, sangrias e quinino — um avô da cloroquina — para curar todos os males, sem falar dos que envenenavam seus pacientes com injeções de mercúrio. Misture tudo com muita desigualdade social. Polvilhe com a fome nos bairros operários e os saques por comida. Deixe o medo da morte se estender por 66 dias. Está pronto. Visualize o horror acompanhado de uma caipirinha — bebida que, reza a lenda, nasceu daqueles dias de peste — e bote para tocar um samba anunciando que o mundo ia se acabar".



Manchete anuncia as mortes causadas pela pandemia. A Gazeta, 29/10/1918



Loucura-trágica. Os piores crimes eram atribuídos à gripe espanhola. O Combate, 3/12/1918



Depósito de caixões da Prefeitura de São Paulo. Fon-Fon, 23/11/1918


Fonte: Fausto Salvatore. Portal da Câmara Municipal de São Paulo.


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AS MODERNAS NECRÓPOLES PAULISTANAS


Uma  das alamedas do Cemitério da Consolação


Cemitérios de SP: números e curiosidades. Por Edison Veiga
Estadão. 02/11/2011. Atualização: 25/11/2022 | 16h25

Quantos cemitérios há na cidade? Existem em São Paulo 22 cemitérios municipais, 18 particulares e um crematório - que fica na Vila Alpina. Quantas pessoas morrem por dia em São Paulo? Morrem cerca de 220 pessoas por dia na cidade. Qual é o mais antigo cemitério paulistano em funcionamento? Trata-se do Cemitério da Consolação (foto acima). Ele foi inaugurado em 1858, com o nome de Cemitério Municipal. Ali estão enterradas personalidades importantes para a história e a cultura do Brasil, como Campos Sales, Washington Luis, Monteiro Lobato, a Marquesa de Santos, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Mario de Andrade... E antes da inauguração desse cemitério, onde as pessoas eram enterradas? Antes, o costume era que os mortos fossem sepultados nos interiores ou nos arredores das igrejas. Mas aí havia um problema: indigentes, criminosos e escravos mortos não tinham lugar nas igrejas. Então esses excluídos costumavam ser enterrados no Cemitério dos Aflitos, construído em 1775 na Liberdade. O local foi abandonado com a inauguração do Cemitério Municipal da Consolação e, já em ruínas, acabou loteado no fim do século 19. Sobrou apenas uma pequena igreja, que ficava dentro dele e existe até hoje. O beco que dá acesso a ela, pertinho da Praça da Liberdade, é chamado de Rua dos Aflitos.  Qual o maior cemitério de São Paulo? Não só de São Paulo, mas do Brasil. É o cemitério da Vila Formosa, na zona leste da cidade. Cerca de 2 milhões de mortos já foram enterrados ali, em seus 760 mil metros quadrados. Em média, são 300 sepultamentos novos por mês.

O Cemitério da Consolação. Entrada no Dia de Finados, 1928. É a mais antiga necrópole em funcionamento no município brasileiro de São Paulo, capital do estado homônimo. É uma das principais referências do Brasil na área da arte tumular, ao lado do Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. Localizado no distrito da Consolação, região central da cidade, foi fundado em 10 de julho de 1858 e inaugurado oficialmente em 15 de agosto do mesmo ano, com o nome de Cemitério Municipal, tendo uma área de 76 340 m². Com a prosperidade advinda da aristocracia da cafeicultura e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o local passou a abrigar obras de arte produzidas por escultores de renome, que serviam para ornamentar os jazigos de famílias abastadas e de personalidades importantes na história do Brasil. Sua área é arborizada e tranquila, em oposição à agitada rua do mesmo nome. Apresenta cerca de trezentas esculturas e trabalhos de artistas importantes, como Victor Brecheret e o arquiteto Ramos de Azevedo, que projetou seu portão principal. Em 2017, foi tombado pela Resolução n° 08 do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP), cuja proteção recai sobre "O traçado das alamedas, quadras e ruas dos três cemitérios; a capela, o pórtico de entrada, o Ossário e a atual administração, de autoria de Ramos de Azevedo, além das inúmeras esculturas, de grande valor artístico". A resolução é acompanhada de uma lista de bens tombados e de um mapa com sua localização dentro do cemitério. Abriga um grande número de sepulturas de figuras conhecidas, além de personalidades da história paulistana, como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Ramos de Azevedo, Marquesa de Santos, Líbero Badarò e o monumental mausoléu da Família Matarazzo, considerado o maior da América do Sul, com altura aproximada de um prédio de três andares.[Textos e imagens da Wikipedia]

Vista da capela a partir do portão principal


Ainda que inaugurado oficialmente em 1858, o Consolação tem uma história anterior. Foi em meados de 1829, que o então vereador Joaquim Antonio Alves Alvim defendeu a construção de um cemitério público na cidade. Antes disso, a prática era sepultar os corpos em solo sagrado, ou seja, no terreno de igrejas, pois o senso comum dizia que a proximidade com os santos auxiliaria a entrada daquelas almas no Paraíso.[8] No entanto, isso trazia inúmeros problemas de saúde pública e assim, com o surgimento de noções sobre sanitarismo e higiene, os governos das cidades passaram a construir necrópoles.

Por envolver crenças religiosas, a proposta resultou em imensa discussão que durou cerca de trinta anos. Durante esse período, o projeto foi sofrendo algumas alterações sobre sua localização, ao lado da igreja da Consolação, no bairro da Luz, ou no bairro Campos Elísios. Em 1855, o engenheiro Carlos Rath elaborou um estudo indicando que o melhor local era a região da Consolação, já que levava em conta a elevada altitude da região, a direção dos ventos dominantes, qualidade do solo e até então, a distância da cidade. Uma parte do terreno era de domínio público, outra uma chácara pertencente a Marciano Pires de Oliveira. Foi somente um ano depois do início das obras que a Câmara Municipal conseguiu comprar a chácara pelo valor de duzentos mil réis. Entretanto, a construção seguia devagar por conta da falta de verba. Em 1857, a Marquesa de Santos doou dois contos de réis, uma considerável fortuna na época, para uso exclusivo na construção da capela.

Quando se deu o surto de varíola na cidade de São Paulo, em 1858, os corpos ainda estavam sendo enterrados nas igrejas. O presidente da província ordena então à Câmara Municipal de São Paulo, em 7 de julho de 1858, que proibisse a partir de então as práticas de sepultamento nos templos. Dessa forma o Cemitério da Consolação passaria a receber os primeiros corpos das vítimas desta epidemia, antes mesmo que as obras estivessem totalmente concluídas. Assim, no dia 15 de agosto de 1858, quando aconteceu o primeiro sepultamento, foi oficialmente inaugurado o primeiro cemitério público de São Paulo. Foi ampliado duas vezes, a primeira em 1884, quando foi incorporada parte da chácara do Conselheiro Ramalho, localizada nos limites com o bairro de Higienópolis, e em 1890, com a venda da grande chácara de Joaquim Floriano Wanderley, na direção da Avenida Paulista, ao custo de três contos de Réis.

Primeiros anos

Em seus primeiros anos era o lugar de sepultamento de pessoas de todas as classes sociais, incluídos os escravos, que foram posteriormente transferidos ao Cemitério dos Aflitos. Até o ano de 1893, era o único na cidade de São Paulo, quando foi aberto o Cemitério do Brás. Em 1897, foi inaugurado o Cemitério do Araçá. Com a construção dessas duas novas necrópoles, o local passou por um processo de elitização, recebendo quase que exclusivamente pessoas das classes média e alta, devido ao loteamento dos terrenos em jazigos perpétuos que passaram a ser vendidos pela prefeitura. Na época, um túmulo suntuoso era visto como sinal inequívoco de status social. Havia uma verdadeira competição entre as famílias abastadas que construíam jazigos cada vez mais sofisticados, em materiais nobres como mármore e bronze. A ornamentação ficava a cargo de artistas de primeira grandeza, que tinham na arte tumular atividade com demanda estável a altamente lucrativa. Uma ala específica, principalmente a voltada para a rua da Consolação, se tornou cada vez mais aristocrática. Um bom exemplo é o de Joaquim Antonio Alves Alvim, que no ano de 1871 encomendou na Europa a confecção de um mausoléu, que foi remontado em São Paulo. Em 1901, o então vereador José Oswald Nogueira de Andrade, pai do escritor Oswald de Andrade, propôs uma reforma geral nos muros e portões de entrada, com o argumento de que estava com um aspecto desagradável para a cidade. Um ano depois, tais reformas foram aprovadas, com o projeto do arquiteto Ramos de Azevedo. O resultado das novas obras já podia ser visto em 1909, época em que se tornou a primeira necrópole de São Paulo "por todos admirada, principalmente por visitantes estrangeiros".

Atualmente, o cemitério é tido por muitos como um museu a céu aberto, abrigando túmulos de personalidades históricas e famílias ilustres da sociedade brasileira e da sociedade paulista. Além disso, é também referência na arte tumular no Brasil, reunindo cerca de mais de trezentas obras de escultores como Victor Brecheret, Celso Antônio Silveira de Menezes, Nicola Rollo, Luigi Brizzolara e Galileo Emendabili e do arquiteto Ramos de Azevedo, chamando a atenção não somente dos apreciadores de arte, como também de fotógrafos e estudantes de arquitetura.[Textos e imagens da Wikipedia]


Mausoléu da Família Matarazzo, no Cemitério da Consolação, ao lado do túmulo do Presidente Campos Sales, é considerado o maior mausoléu da América Latina, com 20 metros de altura e 150 m². Foi construído para o sepultamento do Conde Matarazzo, e sua família, sendo ornamentado com um conjunto escultórico de bronze e o brasão do Conde na entrada. Seu projeto é do renomado escultor italiano Luigi Brizzolara.
[Textos e imagens da Wikipedia]


O Cemitério São Paulo, também denominado Necrópole São Paulo, é um dos principais e mais antigos cemitérios do município de São Paulo, capital do Estado de São Paulo. Sua fundação ocorreu em 14 de janeiro de 1926. Localizado na Rua Cardeal Arcoverde, entre os bairros de Pinheiros e Vila Madalena, o Cemitério São Paulo foi projetado devido à superlotação dos aristocráticos cemitérios da Consolação e do Araçá, tornando-se um novo local para abrigar os jazigos da elite paulistana. Possui 104 mil metros quadrados de área e registra mais de 140 mil sepultamentos desde sua fundação. Abriga um grande número de mausoléus e monumentos funerários projetados por escultores de renome, como Victor Brecheret, Galileo Emendabili e Luigi Brizzolara, destacando-se algumas obras de referência na arte tumular do país. Após a criação do Cemitério da Consolação em 1858, encerrou-se em São Paulo a prática de sepultar as pessoas nas criptas das igrejas, criticada por razões sanitárias desde 1820. A secularização do sepultamento também representou o fim do hábito de marcar a posição social dos falecidos por meio de sua localização no interior das igrejas, mais ou menos próxima do altar. O então denominado Cemitério Municipal passaria a atender a todos os estratos sociais, de escravos a fazendeiros. Surge nesse contexto o hábito recorrente entre a elite paulistana de homenagear os amigos e familiares falecidos com obras tumulares monumentais, à altura de sua importância social, como forma de perpetuar após a morte a distinta posição social adquirida em vida.[Textos e imagens da Wikipedia]

Projeto da fachada principal, de autoria do escritório Dacio & Winter em 1921.


Entre o fim do século XIX e o começo do século XX, a prosperidade advinda do plantio do café e da incipiente industrialização ocasionou profundas mudanças no perfil socioeconômico da cidade. A criação de novos cemitérios nesse período – como os do Araçá (1887), da Quarta Parada (1893) e do Chora Menino (1897) – permitiu a “estratificação social” da atividade funerária. Cercados por incipientes bairros nobres, os cemitérios da Consolação e do Araçá passaram por um processo de elitização, consolidado nas duas primeiras décadas do século XX. Converteram-se em “museus de arte” a céu aberto, passando a abrigar um grande número de jazigos luxuosos e monumentos funerários encomendados por barões do café, industriais, intelectuais, médicos, juristas e pessoas públicas a escultores de renome. Com a superlotação do Cemitério da Consolação e a ocupação da área verde contígua ao Cemitério do Araçá, surgiu a necessidade de um novo local para sepultar a elite econômica e social da cidade. O Cemitério São Paulo surgiria, portanto, como um "prolongamento" dessas duas necrópoles. Os planos para construí-lo datam de 1920, quando a prefeitura autorizou a aquisição do terreno de propriedade dos padres passionistas, no bairro de Pinheiros. O projeto da fachada principal, capela e muros é de autoria dos engenheiros Dacio Aguiar de Moraes e Guilherme Winter. A construção do cemitério ficou a cargo do mestre-de-obras Caetano Antônio Bastianett e de operários espanhóis, italianos e portugueses, que se converteram nos primeiros moradores do nascente bairro de Vila Madalena. O cemitério foi inaugurado em 14 de janeiro de 1926, o último ano de gestão do prefeito Firmiano de Morais Pinto. Nas décadas seguintes, aos jazigos das famílias tradicionais da cidade, somaram-se túmulos, mausoléus e monumentos encomendados por famílias de imigrantes bem-sucedidos, nomeadamente das comunidades italiana e sírio-libanesa, com o intuito de firmar uma posição social recém adquirida, além de artistas, militares, atletas, pequenos e médios empresários que haviam prosperado após o estabelecimento da sociedade do trabalho livre.[Textos e imagens da Wikipedia]

Alfredo Oliani: Último adeus (túmulo da família Cantarella).

Galileo Emendabili: Túmulo da família Forte ("túmulo do pão").

Muitos dos escultores comissionados para executar os jazigos eram imigrantes europeus, sobretudo italianos, ou artistas brasileiros de formação europeia, bastante valorizados por seu conhecimento de técnicas e tendências artísticas então pouco divulgadas no país. Obras encomendadas a Victor Brecheret, Bruno Giorgi, Luigi Brizzolara, Galileo Emendabili e Nicola Rollo, entre outros, transformariam o Cemitério São Paulo em uma importante referência para a arte tumular brasileira.
Uma comissão estabelecida durante a segunda administração do prefeito Jânio Quadros (1986-1988) identificou 180 peças de importância artística no local. Projetos para explorar o potencial turístico e didático deste e de outros cemitérios da cidade têm sido elaborados desde a década de 1980, mas com poucos resultados práticos.[Textos e imagens da Wikipedia]

Vista do Cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros.



O Cemitério do Araçá (Necrópole do Santíssimo Sacramento)  localizado na Avenida Doutor Arnaldo. Fundado em 4 de junho de 1887, é um dos mais antigos da capital paulista. Sua área atual é de 221.475,16 m², divididos entre os bairros de Pinheiros e do Pacaembu, região nobre no distrito da Consolação, onde se localizam mausoléus de importantes e tradicionais famílias paulistanas. Surgiu da necessidade da cidade de São Paulo ter uma nova necrópole, após a superlotação do Cemitério da Consolação. Além disso, os imigrantes italianos, que estavam em ascensão, demandavam um local específico para enterrar os seus mortos, pois no Consolação, o espaço era predominantemente destinado às famílias tradicionais da elite paulistana, ligadas à cultura cafeeira. Se no início era uma alternativa mais econômica para esse segmento emergente da população, transformou-se depois em uma cemitério mais elitizado. O nome Araçá foi escolhido por estar situado na antiga Estrada do Araçá, atual Avenida Doutor Arnaldo, que pode indicar que essa árvore era comum na região.[Textos e imagens da Wikipedia]

O Cemitério Israelita Butantã foi inaugurado em 1953, para suprir as necessidades das famílias judaicas e da falta de espaço tumular no Cemitério da Vila Mariana inaugurado em 1919. É mantido pela Chevra Kadisha - Associação Cemitério Israelita de São Paulo, fundada em 1923, que também administra também mais outros três cemitérios - Embú -Vila Mariana - Cubatão. 

O Cemitério da Vila Formosa. É considerado o maior cemitério da América Latina.  Fundado em 20 de maio de 1949, o Cemitério da Vila Formosa ocupa uma área de 763 175 m². Desde a sua inauguração, já foram realizados mais de 1,5 milhão de sepultamentos. É uma necrópole voltada sobretudo para pessoas das classe C, D e E. Dividido em duas alas, todo mês realizam-se uma média de 275 sepultamentos. Com vinte e quatro salas para os velórios, o Vila Formosa possui três entradas. Ocupa a quarta maior área verde do município, sendo superado apenas pelos parques Anhanguera, Ibirapuera e Carmo, também na zona leste paulistana, representando assim uma importante área verde para a zona leste da cidade. Por ser muito arborizado é utilizado diariamente para o lazer, principalmente das crianças e dos adeptos das caminhadas e corridas.[Textos e imagens da Wikipedia]

Ala E do cemitério. Reportagem do jornal Washinton Post destacando o alto número de sepultamentos no cemitério de Vila Formosa no período pandemia do corona virus.


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A CAPITAL E SEUS DISTRITOS

TRANSFORMAÇÃO POLÍTICA E TERRITORIAL



Entre 1558, da sua elevação a categoria de Vila, e 2007, quando a cidade atingiu o ápice (sempre provisório) da sua dimensão e dinâmica geopolítica, a cidade passou por intensas mudanças, quase sempre acompanhadas pelo esforço de organização jurídica que respondesse às necessidades administrativas. A urbanização acelerada no início do século XX mudou totalmente a acanhada paisagem paulistana original, que ainda se mantinha nas primeiras décadas. Para acompanhar esse ritmo frenético, leis e decretos tiveram que ser sucessivamente aplicados para ordenar e organizar as ocupações. Essa evolução está descrita pelo IBGE no perfil da cidade, que obviamente muda de acordo com as rápidas e constantes transformações:





"Em divisão territorial datada de 2003, o município de São Paulo é constituído de 97 distritos: São Paulo e mais 96: 

Água Rasa, Altos de Pinheiros, Anhanguera, Aricanduva, Artur Alvim, Barra Funda, Belém, Bom Retiro, Brás, Brasilândia, Butantã, Cabumci, Cachoeirinha, Campo Belo, Campo Grande, Campo Limpo, Cangaiba, Capão Redondo, Carrão, Casa Verde, Cidade Ademar, Cidade Dutra, Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Consolação, Cursino, Ermelino Matarazzo, Freguesia do Ó, Grajaú, Guaianases, 

Iguatemi, Ipiranga, Itaim Bibi, Itaim Paulista, Itaquera, Jabaquara, Jaçanã, Jaquara, Jaquaré, Jaraguá, Jardim Ângela, Jardim Helena, Jardim Paulista, Jardim São Luís, José Bonifácio, Lajeado, Lapa, Liberdade, Limão, Mandaqui, Marsilac, Moema, Mooca, Morumbi, Parelheiros, Pari, Parque do Carmo, Pedreira, Penha, Perdizes, Perus, Pinheiros, Pirituba, Ponte Rasa, Raposo Tavares, República, Rio Pequeno, 

Sacomã, Santa Cecília, Santana, Santo Amaro, São Domingos, São Lucas, São Mateus, São Miguel, São Rafael, Sapopemba, Saúde, Sé, Socorro, Tatuapé, Tremembé, Tucuruvi, Vila Andrade, Vila Curuçá, Vila Formosa, Vila Guilherme, Vila Jacuí, Vila Leopoldina, Vila Maria, Vila Mariana, Vila Matilde, Vila Medeiros, Vila Prudente, Vila Sônia.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Fonte:  São Paulo (SP). Prefeitura. 2014. Disponível em: http://www.cidadedesaopaulo.com. Acesso em: jan. 2014.

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SÃO PAULO DE TEMPOS REMOTOS E HOJE PERIFÉRICOS


Igreja Santa Cruz - década de 1930, na  Vila Santa Cruz,


Guaianases, distrito situado na Zona Leste do município de São Paulo e pertencente à Subprefeitura de Guaianases Igreja fundada em 1879 que se encontra hoje no distrito de Guaianases - esta é a segunda igreja de Santa Cruz que ainda permanece. A primeira, fundada em 1861 nas dependências da hoje Paróquia de Santa Quitéria, foi derrubada. A formação do distrito de Guaianases é a mesma de Itaquera: ambos nasceram de aldeamentos indígenas e do esforço dos jesuítas, com destaque para o padre Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que fundaram o colégio Jesuíta para a catequese dos guaianás. O aldeamento prosseguiu, mas "por volta de 1820 os índios já estavam extintos e a terra encontrava-se em mãos de particulares". Nessa época, o distrito era parada e pousada de viajantes, um ponto de passagem na Estrada do Imperador, que, depois, seguia para as minas de ouro. Existem registros de que a chácara do major Aníbal serviu de estadia para o próprio dom Pedro por mais de uma vez. Como de costume, ergueu-se uma igreja. Dessa vez, em homenagem a Santa Cruz do Lajeado Velho. Onde hoje está instalada a paróquia de Santa Quitéria, foi fundado, a 3 de maio de 1861, o bairro e uma capela chamada Santa Cruz. O bairro era chamado de Lajeado Velho. O local cresceu lentamente com a instalação de diversas olarias nas imediações e com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro do Norte mais tarde foi conhecida como Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1879, foi fundada a nova Capela de Santa Cruz e a antiga teve seu nome alterado para Santa Quitéria, porém viria a ser derrubada em meados do século XX para a construção de um novo templo. A partir dos anos 1920, o bairro se tornou mais populoso, as olarias e a Estrada de Ferro Norte deram um impulso na economia local. Pela estrada de ferro também vieram os imigrantes italianos e posteriormente os espanhóis a partir de 1912, para dedicar-se à extração de pedras através das Pedreiras Lajeado e São Mateus. Mais tarde, começou o domínio da família Matheus que construiu um grande império no bairro. Em 7 de setembro de 1950, Isidoro Mateus fundou o E.C. Santa Cruz de Guaianases, nome que homenageava a Igreja de Santa Cruz. Até hoje, o time é considerado histórico dentro do futebol amador do estado de São Paulo e tinha a maior torcida da várzea paulistana. Além disso ficou conhecido como "Galo da Central". Em 1957, o distrito recebeu oficialmente o nome de Guaianases, que era a tribo que o habitava.[Textos e imagens da Wikipedia]

Foto aérea do Distrito em 2023


Itaquera é um distrito dentro da Subprefeitura de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. Por volta de 1620, apareceram as primeiras referências à "Roça Itaquera", localizada nas proximidades do Aldeamento de São Miguel.[3] No final do século XVII, a região passou a ser citada como povoamento de São Miguel, no fim do século XVIII, como território da freguesia da Penha e por último como bairro do distrito de São Miguel Paulista. Em 1920, passou a ser um distrito autônomo. O desenvolvimento do distrito se deu, em grande parte, sob a forma clássica de loteamentos e vilas. Em 1837 existiam apenas três grandes extensões de terras: Fazenda Caguaçu, também conhecida como Fazenda do Carmo, que pertencia a uma ordem religiosa chamada Província Carmelitana Fluminense (daí a origem dos nomes - Carmosina, Fazenda do Carmo, Parque do Carmo e Jardim Nossa Senhora do Carmo e da própria igreja matriz no centro do bairro), Sítio Caguaçu, que pertencia ao doutor Rodrigo Pereira Barreto, onde foi feito o primeiro "loteamento" ocorrido na região, com lotes de 10.000 metros quadrados cada um, vendidos como áreas de veraneio e chácaras (área compreendida entre o Hospital Planalto e o Rio Jacu).Sítio da Casa Pintada - cuja casa sede foi retratada por Debret, teve um cunho mais popular. Os compradores fizeram casas no local e ergueram uma capela em louvor a Santa Ana, surgindo assim a Vila Santana.A Fazenda Caguaçu teve uma parte vendida para o engenheiro Oscar Americano, parte esta que compreendia a área do Jardim e do Parque do Carmo. Na área remanescente a Companhia Pastorial e Agricola. Este fez um loteamento de cunho popular e urbano plenamente planejado (um dos primeiros da Zona Leste de São Paulo) no que hoje conhecemos como Vila Carmosina e fez loteamentos de cunho rural, na área hoje conhecida como Colônia Japonesa. Em 1875, um acontecimento moldou o desenvolvimento econômico da região: a inauguração da Estação de Trem de Itaquera pelo ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil. O impacto da chegada da estrada de ferro foi enorme, propiciando o transporte de seus moradores a outras regiões e das mercadorias produzidas em Itaquera ao centro de São Paulo. Ao redor da estação se consolidou um pujante centro comercial. A partir da década de 1920, imigrantes japoneses passaram a residir nas glebas rurais existentes na região. A principal atividade econômica dessas famílias era a produção de pêssegos em uma extensa área circundante à Mata do Carmo. No transcorrer do século XX, processos econômicos foram aos poucos substituindo as áreas de roçado por vilas e loteamentos. Grandes levas populacionais, sobretudo do Nordeste assentaram-se na região, atraídas pelos terrenos baratos e pela estação de trem, que permitia o deslocamento rápido até o centro do município.[Textos e imagens da Wikipedia]

Bairro de Itaquera. Até o início da década de 1980, Itaquera era um distrito com pouca infraestrutura urbana, e sua população era composta de operários e trabalhadores assalariados no comércio e no ramo de serviços. Foi nessa época que surgiram as primeiras favelas da região. A partir de 1980, no entanto, a construção dos conjuntos habitacionais (conhecidos como Cohabs) potencializou a explosão demográfica de Itaquera. O primeiro deles, o Cohab José Bonifácio, foi inaugurado em 1980 pelo então presidente João Batista Figueiredo e se localiza em um enorme terreno ao lado das plantações de pêssegos. Após a inauguração do primeiro conjunto habitacional, vários outros foram construídos, sendo rapidamente povoados. A população pressionou o poder público por serviços essenciais de saúde e educação, sendo em parte atendida, uma vez que até hoje a prestação de serviços públicos é deficitária. Nesse momento, o distrito contava com 1.247.239 habitantes e por meio do processo migratório, sem precedentes, por conta do programa de habitação popular da COHAB atingiu 2.380.783 de habitantes em 2010.


A Estrada do M'Boi Mirim é uma via estrutural localizada na zona sul do município de São Paulo, no estado de São Paulo, Brasil. As origens do bairro remontam ao início do século XVIII, quando foi criado o aldeamento jesuíta de Mboy, a 36 km do centro de São Paulo de Piratininga. Após a criação da Vila de Santo Amaro, em 1852, Mboy foi incluída em seu território.  A estrada, caracterizada como uma grande avenida, liga o início do distrito do Jardim São Luis até o final do distrito de Jardim Ângela, numa extensão de mais de 16 quilômetros. A estrada tem o nome de M'Boi Mirim, por cruzar o rio Embu-mirim (antigo M'Boi Mirim, que também deu nome á região), próximo a divisa com Itapecerica da Serra. No decorrer da estrada predominam o variável e extenso comércio popular, pequenos empreendedores individuais, o Hospital Dr. Moysés Deutsch (popularmente conhecido como Hospital M'Boi Mirim), os terminais de ônibus Terminal Jardim Ângela e Terminal Guarapiranga além de um grande número de residências. Nos bairros que existem ao seu redor, moram cerca de 2 milhões de pessoas. Outro ponto importante está relacionado ao transporte público na região, que é notadamente insuficiente para suprir toda a demanda ali existente, resultando na superlotação dos ônibus, além de grandes congestionamentos em diversos horários durante o dia. O topônimo "M'Boi Mirim" é de origem tupi: significa "cobra pequena", através da junção de mboîa (cobra) e mirim (pequena). Apesar de corrente, a prosódia /eme boi mirim/ é totalmente equivocada. O "M" sem vogal inicial faz parte do nome "Mboi" (cobra), presente, em sua forma simplificada para o português, em palavras de origem tupi tais como "boitatá", "jibóia" ("i-mboi", cobra d'água), "boiçucanga", "boiçununga", "boipeba". Deve-se preferir a prosódia em que a vogal é omitida mas o fonema /m/ soa: /mboi mirim/.[Textos e imagens da Wikipedia]

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PAULISTA: SÍMBOLO DO PODER FINANCEIRO


Avenida Paulista, anos 1990. 



A avenida Paulista foi criada no final do século XIX, a partir do desejo de paulistas em expandir na cidade novas áreas residenciais que não estivessem localizadas imediatamente próximo às mais movimentadas centralidades do período, por essa época altamente valorizadas e totalmente ocupadas, tais como a Praça da República, o bairro de Higienópolis e os Campos Elísios. A avenida Paulista foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima e do dr. Clementino de Sousa e Castro (na época Presidente do conselho de intendências da cidade de São Paulo, atual cargo de prefeito), para abrigar paulistas que desejavam adquirir seu espaço na cidade.
Naquela época, houve grande expansão imobiliária em terrenos de antigas fazendas e áreas devolutas, o que deu início a um período de grande crescimento. As novas ruas seguiam projetos desenvolvidos por engenheiros renomados, e nas áreas mais próximas à avenida e a seu parque central os terrenos eram naturalmente mais caros que nas áreas mais afastadas; não havia apenas residências de maior porte, mas também habitações populares, casebres e até mesmo cocheiras em toda a região circundante. "Avenida Paulista no dia da inauguração, 8 de dezembro de 1891". Aquarela de Jules Martin.



A Paulista está localizada no limite entre as zonas Centro-Sul, Central e Oeste; e em uma das regiões mais elevadas da cidade, chamada de Espigão da Paulista. Considerado uma das mais importantes vias e um dos principais centros financeiros da cidade, assim como também um dos seus pontos turísticos mais característicos, a avenida revela sua importância não só como polo econômico, mas também como centralidade cultural e de entretenimento. Abriga um grande número de sedes de empresas, bancos, consulados, hotéis, hospitais, como o tradicional Hospital Santa Catarina e instituições científicas, como o Instituto Pasteur, culturais, como o MASP e o Sesc Avenida Paulista e educacionais, como os tradicionais Colégio São Luís e a Escola Estadual Rodrigues Alves. Também não deixa de existir o lazer, contém grandes shoppings e uma diversidade enorme de lugares para comprar, desde o Shopping Pátio Paulista e o Cidade São Paulo, até os camelôs. Por ela, todos os dias, movimentam-se milhares de pessoas oriundas de todas as regiões da cidade e de fora dela, é um dos lugares de São Paulo com a maior diversificação cultural possível. Além disso, a avenida é um importante eixo viário da cidade ligando importantes avenidas como a Dr. Arnaldo, Rebouças, 9 de Julho, Brigadeiro Luís Antônio, 23 de Maio, rua da Consolação e a Avenida Angélica. De acordo com a Associação Paulista Viva, a população residente na avenida era de 5 mil em 2014.[Textos e imagens da Wikipedia]

 
"O Projeto Nova Paulista previa pistas abaixo do nível em toda a extensão da Avenida. Porém, devido ao corte de verbas do Governo Militar, que se posicionou contra o projeto por ser muito caro, a obra foi interrompida. Hoje vemos apenas um pequeno trecho do Projeto do Engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz que inclusive era o prefeito de São Paulo na época". Roberto de Castro. Amo SP-  SP em Fotos Antigas. 


Avenida Paulista interditada para lazer em fim-de-semana. A avenida foi criada no final do século XIX, a partir do desejo de paulistas em expandir na cidade novas áreas residenciais que não estivessem localizadas imediatamente próximo às mais movimentadas centralidades do período, por essa época altamente valorizadas e totalmente ocupadas, tais como a Praça da República, o bairro de Higienópolis e os Campos Elísios. A avenida Paulista foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima e do dr. Clementino de Sousa e Castro (na época Presidente do conselho de intendências da cidade de São Paulo, atual cargo de prefeito), para abrigar paulistas que desejavam adquirir seu espaço na cidade.


Avenida Paulista e o Masp, 1972. #SPFotos



Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP é um centro cultural e museu de arte brasileiro fundado em 1947 pelo empresário e jornalista paraibano Assis Chateaubriand. Entre os anos de 1947 e 1990, o crítico e marchand italiano Pietro Bardi assumiu a direção do MASP a convite de Chateaubriand. Inicialmente instalado na rua 7 de abril, desde 7 de novembro o prédio está localizado de 1968 na Avenida Paulista, cidade de São Paulo (estado homônimo), em um edifício projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi para ser sua sede, é considerado uma das mais importantes instituições culturais brasileiras. O MASP possui a mais importante e abrangente coleção de arte ocidental da América Latina e do hemisfério sul, abrangendo arte africana, das Américas, asiática, brasileira e europeia, desde a Antiguidade até o século 21, incluindo pinturas, esculturas, desenhos, fotografias e roupas, entre outros, totalizando aproximadamente 10 mil peças. O acervo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Também abriga uma das maiores bibliotecas especializadas em arte do país. É o museu mais visitado do Brasil e frequentemente listado entre os melhores do mundo. É conhecido pelos cavaletes de cristal de autoria de Lina Bo Bardi, conhecidos por suspender as obras de arte em suportes transparentes com o objetivo de aproximá-las do público, que desta forma pode circular em seu entorno.[Textos e imagens da Wikipedia]

Salão principal de exposições do MASP


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ARENAS  DA VELOCIDADE



Primeiro Grande Prêmio de São Paulo pelas ruas do Jardim América em 1936. #SPFotos




Autódromo de Interlagos, na zona Sul. Pela proximidade com o bairro de Interlagos é popularmente chamado de Autódromo de Interlagos. Foi inaugurado em 12 de maio de 1940, pelo interventor Ademar de Barros. O nome tradicional do bairro (e consequentemente do circuito) vem do fato da localização em uma região entre dois lagos artificiais, Guarapiranga e Billings, que foram construídos no começo do século XX para suprir a cidade com água e energia elétrica. O nome foi sugerido pelo arquiteto e urbanista francês Alfred Agache devido a região de Interlaken (literalmente "entre lagos") localizada na Suíça. Em 1985 foi renomeado para homenagear o piloto de Fórmula 1 José Carlos Pace, falecido em 1977. Anexo a sua construção, há um Kartódromo, o Kartódromo Municipal Ayrton Senna.

História. No fim da década de 1920, o engenheiro britânico Luiz Romero Sanson idealizou uma região de lazer entre as represas Billings e Guarapiranga, sendo que sua filha escolheu o nome Interlagos para o local. A ideia era atender a população mais rica da cidade, que se interessava pelo automobilismo. A construção do circuito também foi incentivada por um acidente acontecido em 1936, quando foi realizada a primeira prova internacional de São Paulo nas ruas da cidade. A francesa Hellé-Nice sofreu um acidente que causou 6 mortes e deixou mais de 30 pessoas feridas. A iniciativa da construção foi de Sanson e do Automóvel Clube do Brasil. O traçado foi inspirado nas pistas de Indianapolis, nos Estados Unidos, Brooklands, na Inglaterra e Monthony, na França. Em abril de 1939, com o autódromo ainda em obras, um grupo de pilotos liderado por Manoel de Teffé deu as primeiras voltas na pista. Um ano após houve a grande inauguração no dia 12 de maio de 1940, quando o autódromo abriu suas portas. Tinha, à época, uma extensão total de 7 960 m. Neste dia o autódromo recebeu 15 mil pessoas para duas corridas: uma de motos, com 96 km (12 voltas) e o Grande Prêmio São Paulo, com 200 km (25 voltas). O vencedor foi o piloto Artur Nascimento Júnior, que percorreu 25 voltas da prova no tempo de 1 hora, 46 minutos e 44 segundos. A estrutura ainda não estava pronto, e ainda não haviam arquibancadas, boxes, lanchonetes, banheiros, torre de cronometragem e de transmissão. Fechado para reformas em 1967, só foi reaberto em 1 de março de 1970, para a realização de uma prova do campeonato internacional de Fórmula Ford. Em 1971, o autódromo passou novamente por reformas para abrigar no ano seguinte, pela primeira vez, um Grande Prêmio de Fórmula 1. Em 1972 houve o primeiro Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 sem contar pontos para o campeonato, sendo vencido pelo argentino Carlos Reutemann, piloto da equipe Brabham. Em 1973 a prova já era válida pelo campeonato mundial de equipes e pilotos, sendo vencida pelo brasileiro Emerson Fittipaldi, da Lotus. Em 1975, o autódromo foi palco da primeira dobradinha de brasileiros na Fórmula 1: José Carlos Pace foi o vencedor, seguido de Fittipaldi.[2] Até 1980 o autódromo recebeu o Grande Prêmio sucessivamente, com exceção de 1978 que foi no Autódromo de Jacarepaguá devido à reformas no circuito. Devido às condições precárias e poucas manutenções, Interlagos ficou impossibilitada de realizar corridas de Fórmula 1, sendo assim, em 1981, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 passou a ser realizado no Rio de Janeiro em Jacarepaguá até 1989.[3] Em 29 de junho de 1988, o Autódromo de Interlagos recebeu o 1° Hanabi Matsuri, em comemoração aos 80 anos da Imigração japonesa no Brasil [Textos e imagens da Wikipedia]

 O Grande Prêmio do Brasil foi realizado pela primeira vez em Interlagos, em 1972, embora ainda não fizesse parte da Fórmula 1. No ano seguinte, no entanto, a corrida foi incluída pela primeira vez ao calendário oficial. Em 1978, o Grande Prêmio do Brasil foi transferido para o Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, enquanto o Autódromo de Interlagos era modernizado e remodelado.  

Torre de controle do Autódromo de Interlagos



Grande Prêmio do Brasil de 2006


JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO


Jockey Club de São Paulo na avenida Lineu de Paula Machado 1263, entre o Butantã e o Morumbi.



O Jockey Club de São Paulo é a entidade que administra e detém a propriedade do Hipódromo de Cidade Jardim. Foi fundado em 14 de março de 1875, sob o nome de "Club de Corridas Paulistano". Sua primeira praça de corridas foi o Hipódromo da Mooca, na rua Bresser. Inicialmente havia uma determinação para que o novo hipódromo fosse situado no Ibirapuera. No entanto, mais tarde, em 25 de janeiro de 1941, foi inaugurado o atual hipódromo da Cidade Jardim, que buscou corresponder as modernidades atuando como palco de diversos eventos como feiras, desfiles de moda, algumas festas, entre outros, instalado no bairro de mesmo nome, no distrito do Morumbi, em São Paulo. O terreno em que se encontra o atual Jockey Club de São Paulo foi uma doação da Companhia Cidade Jardim, que entendia a necessidade de um espaço maior que atendesse às demandas do público e concebido pelo então Prefeito de São Paulo e Presidente do Jockey Club, Fábio Prado. O hipódromo foi então construído nos 600.000 metros às margens do Rio Pinheiros, ainda não retificado na época, entre os anos de 1937 e 1941. O projeto foi feito por Elisário Bahiana, arquiteto brasileiro e posteriormente remodelado pelo arquiteto francês Henri Sajous. Apesar da localização do novo hipódromo, a sede social do clube ainda permaneceu nas proximidades de seu local de origem, à rua do Rosário. Dali, mudou-se para a rua São Bento em 1917, depois para a rua 15 de Novembro, Praça Antônio Prado e, finalmente, nos anos 60, para a localização atual, situada à rua Boa Vista, no centro da cidade. O Jockey Club também possui o Centro de Treinamento de Campinas, na cidade homônima, situada no interior do estado de São Paulo, no local onde funcionou o Hipódromo Boa Vista.

A entidade constituiu-se por efeito da paixão que um republicano tinha por cavalos. Apesar da sede atual do Jockey Club de São Paulo só ter sido inaugurada em 1941, a história desta associação já marca mais de 100 anos. Em março de 1875, foi inaugurado o então Club de Corridas Paulistano tendo como um dos mais importantes fundadores Antonio da Silva Prado, que tinha na época 23 anos. A Diretoria ainda era composta pelo presidente Rafael Aguiar Pais de Barros, formado em direito e reconhecido como o patriarca do turfe. Após viagem para a Inglaterra, onde conheceu o esporte, o fundador do clube buscou os meios para criar o Club de Corridas na cidade de São Paulo que tinha, na época, 25.000 habitantes. O espaço foi arrendado por 20 contos de réis em um terreno na várzea da Mooca.

ELITE EMPRESARIAL

O Jockey Club de São Paulo foi uma entidade formadora da elite empresarial paulistana. No início, uma seleção de 73 sócios dispunha de um capital de 9 contos e 90 mil réis. Rafael Aguiar Pais de Barros, junto com seus sócios, redigiu o regulamento de corridas e traçou as raias nas colinas da Mooca. Assim pôde ser inaugurada a primeira corrida no domingo de 29 de outubro de 1876. No evento, dois cavalos compareceram para disputar um prêmio de mil contos de réis do Governo da Província. Seus nomes eram Macaco e Republicano, o primeiro ainda desconhecido, de menor tamanho, enquanto o segundo apresentava mais vitórias. Entretanto, foi Macaco o primeiro cavalo a vencer uma corrida no Club correndo 1.609 metros em 2 minutos e 3 segundos, 2 segundos mais rápido que o adversário e contrariando as expectativas de quem assistia. Há ainda registros da primeira mulher a praticar o turfe em São Paulo, Domitila de Aguiar e Castro, que venceu com 2 minutos e 9 segundos no terceiro páreo da corrida de 10 de julho de 1877. Posteriormente, mais corridas foram sediadas, tendo uma média de três a cinco eventos anualmente até 1886. É em 1881 que o clube passará a ser chamado oficialmente por Jockey Club, que até então era considerado o nome informal. Em 1888, uma crise decorrente da abolição da escravatura atinge o Jockey e no ano seguinte morre o presidente Rafael Aguiar, dando início a uma nova fase a partir de 1890. A reabertura do Jockey sob a presidência de José de Souza Queirós foi reanimadora, mas sofreu altos e baixos por alguns anos. Em 1893 registrou até 41 corridas, mas ainda era seguida por outras dificuldades. Em 28 de abril de 1912, a pista do hipódromo da Mooca foi utilizada como pista de voo, com o Comandante Edu Chaves pilotando um aeroplano em direção ao Rio de Janeiro[1]. Foi a primeira conexão feita entre as duas cidades por via aérea. Em 1920, há a melhora e ampliação do espaço, com o objetivo de abrigar mais 2.800 espectadores. Durante a Revolução Paulista de 1924, Revolução de 1930 e Revolução de 1932, as corridas precisaram ser suspensas, o que consequentemente resultou em momentos ruins para o Jockey. [Textos e imagens da Wikipedia]

Entrada principal do hipódromo na avenida Lineu Prestes, no Morumbi. 

Último páreo do Grande Prêmio São Paulo de Turfe 2017.

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Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Parque da Luz.  é um dos mais importantes museus de arte do Brasil. Ocupa um edifício construído em 1900, no Jardim da Luz, centro de São Paulo, projetado por Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi para ser a sede do Liceu de Artes e Ofícios. É o mais antigo museu de arte de São Paulo, fundado em 1905 e regulamentado como museu público estadual desde 1911. Após a reforma conduzida por Paulo Mendes da Rocha na década de 1990, tornou-se uma das mais dinâmicas instituições culturais do país, integrando-se ao circuito internacional de exposições, promovendo eventos culturais diversos e mantendo uma ativa produção bibliográfica.  Administra o espaço denominado Estação Pinacoteca , instalado no antigo edifício do DOPS, no Bom Retiro, onde mantém exposições temporárias de arte contemporânea, a Biblioteca Walter Wey e o Centro de Documentação e Memória da instituição. A Pinacoteca abriga um dos maiores e mais representativos acervos de arte brasileira, com mais dez mil peças abrangendo majoritariamente a história da pintura brasileira dos séculos XIX e XX. Destacam-se também a Coleção Brasiliana, integrada por trabalhos de artistas estrangeiros atuantes no Brasil ou inspirados pela iconografia do país, a Coleção Nemirovsky, com um expressivo conjunto de obras-primas do modernismo brasileiro e, mais recentemente, a Coleção Roger Wright, recebida em comodato no mês de janeiro de 2015.[Textos e imagens da Wikipedia]



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Lei Cidade Limpa é um regulamento que ordena a paisagem do município de São Paulo que está em vigor desde 1 de janeiro de 2007. A lei foi sancionada pelo então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e publicada no Diário Oficial da Cidade em 26 de dezembro de 2006 (Lei Municipal nº. 14.223/06) e proíbe a propaganda em outdoors na cidade, além de regular o tamanho de letreiros e placas de estabelecimentos comerciais, entre outras providências. Com a lei, foi anunciado a proibição de anúncios publicitários em muros, coberturas e laterais de lotes urbanos, a publicidade em bicicletas, motos, ônibus e carros. A legislação foi elaborada pela arquiteta e urbanista Regina Monteiro que estava a frente da Diretoria de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Emurb. A lei proíbe, em seu artigo 18, toda e qualquer forma de publicidade exterior: "Fica proibida, no âmbito do Município de São Paulo, a colocação de anúncio publicitário nos imóveis públicos e privados, edificados ou não." Uma das consequências da lei é o desvio das publicidades para os outros meios de comunicação, pois, ao retirar as propagandas da rua os profissionais que trabalham com essa mídia passaram a redirecionarem seus veículos para outros locais, como sites em internet, spam online e outros locais, e ainda assim parte da população como comerciantes não se sentem favorecidos com a lei, já que foi retirada, através dela, parte de seu meio de veiculação de suas propagandas. Essa foi uma das principais e mais notáveis transformações urbanas que a cidade de São Paulo já passou na última década, tornando-se um marco histórico para a capital. O não cumprimento da lei implica uma série de punições, como por exemplo: intimação, multa, multa com reincidência (valor em dobro), cancelamento de licença/autorização (quando houver) e remoção do anúncio. [Textos e imagens da Wikipedia]

Calçadão da avenida Barão de Itapetininga nos anos 1970



Rua Direita nos aos anos 1970 no auge da poluição visual.

A Rua Direita é um dos mais antigos logradouros da cidade de São Paulo, localizada na região da Sé. Tem início na Praça da Sé e término na Praça do Patriarca. Forma em conjunto com a rua Quinze de Novembro e a rua São Bento, o histórico "triângulo" do centro da cidade. Faz esquina com a rua José Bonifácio, o Largo da Misericórdia e a rua Quintino Bocaiuva. Foi aberta no final do século XVI para ligar o centro da cidade com a antiga estrada que levava à aldeia indígena de Pinheiros. Dar a denominação de Rua Direita a principal rua de uma cidade é um costume que veio de Portugal com os colonizadores. Não importando se a rua era reta ou não, sendo a principal rua da cidade ela tinha que se chamar Direita, e geralmente ficava à direita da principal igreja local, devido a influência religiosa na vida das pessoas. A rua inicialmente foi chamada "Direita de Santo Antônio" e também "Direita da Misericórdia", sendo os templos religiosos as referências. A rua tornou-se famosa nacionalmente nos ano 1970 quando tornou título de uma canção gravada pelo conjunto Os Originais do Samba, cujo verso inicial da letra brincava com esse nome: "Do lado direito da rua Direita", insinuando uma confusão geográfica e sentimental.[Textos e imagens da Wikipedia]

O LADO DIREITO DA RUA DIREITA


Rua Direita após  a Lei da Cidade Limpa.




Rua Direita: Luiz Carlos Evangelista de Souza e Francisco Serra. 


Do lado direito da rua direita
Olhando as vitrines coloridas eu a vi
Mas quando quis me aproximar de ti não tive tempo
Num movimento imenso da rua eu lhe perdi
Do lado direito da rua direita
Olhando as vitrines coloridas eu a vi
Mas quando quis me aproximar de ti não tive tempo
Num movimento imenso da rua eu lhe perdi
E cada menina que passava
Para o seu rosto eu olhava
E me enganava pensando que fosse você
E na rua direita eu voltarei pra lhe ver
Do lado direito da rua direita
Olhando as vitrines coloridas eu a vi
Mas quando quis me aproximar de ti não tive tempo
Num movimento imenso da rua eu lhe perdi
Do lado direito da rua direita
Olhando as vitrines coloridas eu a vi
Mas quando quis me aproximar de ti não tive tempo
Num movimento imenso da rua eu lhe perdi
E cada menina que passava
Para o seu rosto eu olhava
E me enganava pensando que fosse você
E na rua direita eu voltarei pra lhe ver...

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PROJETO AULA PÚBLICA NO GLICÉRIO



PROJETO AULA PÚBLICA. "Desde o primeiro dia que entrou em sala de aula, há 33 anos, o professor de geografia Paulo Roberto Magalhães, 57 anos, sonha em contribuir para melhorar a sociedade e fazê-la acreditar que o caminho da mudança está atrelado à educação.  Professor de uma escola pública na região central de São Paulo, ele conta que a violência urbana é a tônica local e que as famílias dos alunos fogem à estrutura nuclear tradicional e muitas vivem em situação de vulnerabilidade. Mestre em arquitetura e urbanismo, o professor desenvolveu um projeto, em 2016, para levar os estudantes a visitações em vários pontos da capital paulista, para mostrar, a partir de fotografias antigas, como se deu a ocupação do espaço e como isso influencia a vida na região, em especial no Glicério, onde está inserida a escola em que ele trabalha: Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Duque de Caxias. Surgiu assim o projeto Aula Pública: Além dos muros da escola". Correio Brasiliense. 



Itinerários externos do Projeto Aula Pública. 


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A ERA DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS


Rino Levi no alto do Edifício Columbus. O arquiteto nasceu em São Paulo em 31 de dezembro de 1901. Filho de pais italianos, estudou arquitetura em Milão e Roma. Foi um dos responsáveis pela transformação da arquitetura da cidade de São Paulo e é um dos expoentes da arquitetura moderna no Brasil. Rino estudou inicialmente na Academia de Brera em Milão, passando para a Escola Superior de Arquitetura em Roma, onde formou-se em 1926. Ainda antes de concluir seus estudos em Roma, Rino Levi envia da Itália uma carta ao jornal Estado de São Paulo (publicada em 15 de outubro de 1925) sob o título “Arquitetura e estética das cidades”, que foi futuramente classificada como uma das primeiras manifestações em torno da arquitetura moderna no Brasil. Foi aluno de Marcello Piacentini em Roma, autor do edifício Matarazzo em São Paulo. Rino Levi faleceu em 29 de setembro de 1965, acompanhando Burle Marx em uma expedição botânica no interior da Bahia, em Morro do Chapéu, mais especificamente no Morrão, ponto turístico que da o nome da cidade. Burle Marx foi um grande amigo e colaborador e participou, como paisagista e como artista plástico, dos seus mais significativos projetos.

Principais obras: Edifício Columbus (1932) - São Paulo (demolido em 1971);Edifício Guarani (1936);Cine Art-Palácio (1936) - Recife; Edifício Porchat (1940);Instituto Sedes Sapientia (1940);Cine Ipiranga (1941);Teatro Cultura Artística (1942);Edifício Prudência (1944);Casa de Rino Levi (1946) - São Paulo; Hospital do Cancer (1947); Edifício Seguradora Brasileira (1948) - Largo da Pólvora
Hospital Cruzada Pró-Infância (1948) - (atual Hospital Pérola Byington), em São Paulo; Casa de Olivo Gomes (1949) - no Parque da Cidade em São José dos Campos; Residência de Milton Guper (1951)
Hospital Israelita Albert Einstein (1958) - São Paulo; Edifício Sul-Americano (1963); Centro Cívico (1965) - atual Paço Municipal de Santo André, São Paulo. [Textos e imagens da Wikipedia]



Edifício Columbus - ca.1937. foto: Claude Lévi-Strauss. Acervo do Instituto Moreira Salles (IMS) -



Edifício da IBM do Brasil em 1977, localizado no número 1157 da rua Tutóia e a Avenida 23 de maio.
O prédio é projeto do arquiteto Gian Carlo Gasperini e as obras ficaram a cargo da Construtora Loyo S.A. #SPFotos.


CONSTRUÇÃO E REINVENÇÃO DO EDIFÍCIO VIRGÍNIA




Edifício Virgínia. Projeto José Augusto Belucci. O Virginia foi entregue à cidade em 1951 pelas mãos do arquiteto José Augusto Bellucci e do engenheiro Luiz Maiorana. O prédio foi encomendado pela família Matarazzo para servir de renda para Virginia Matarazzo Ippolito. Com 11 pavimentos, dois blocos de apartamentos e quatro lojas no térreo, foi um residencial de alto e médio padrão nas suas primeiras décadas de vida. O declínio da região central a partir da década de 1970 teve um triste efeito sobre o Virginia. O prédio passou de residencial para comercial e aos poucos foi sendo abandonado. Em 2019, fechou as portas e ficou à mercê do tempo .O traço do Virginia traz a assinatura de José Augusto Bellucci, um gênio discreto, que preferiu se manter longe dos holofotes, mas deixou um legado de construções icônicas nas nossas cidades.  Nascido em São Paulo em 1907, Bellucci foi por muito tempo um dos arquitetos preferidos da família Matarazzo. Para eles, projetou casas, móveis, prédios, além de ter tocado uma série de reformas. Dessa época, o Virgínia é seu trabalho mais simbólico, e também o mais conhecido em sua cidade natal. 

Instalações da 12ª Semana de Design de São Paulo no Edifício Virgínia | Foto: Fabiano Sanches


 Mostra “Quanto tempo temos?”, no Edifício Virgínia, durante a 12ª Semana de Design de São Paulo idealizada pela incorporadora Somauma, dedicada ao retrofit de edifícios abandonados ou subutilizados, e responsável pela revitalização do Edifício Virgínia, no centro da capital paulista. O objetivo, segundo Marcelo Falcão, arquiteto e sócio da incorporadora Somauma, é expor uma reflexão sobre como é possível construir um futuro mais justo, democrático e sustentável: "A proposta é fazer com que o Virgínia seja um grito coletivo. Queremos mostrar que por meio do design é possível criar cidades e soluções desejáveis e sustentáveis que atendam a diversas camadas da sociedade. Acreditamos e estamos provando que existe sim um caminho para colaborar e criar melhores soluções para a sociedade, causando o mínimo de impacto no planeta”.

 
Instalações da 12ª Semana de Design de São Paulo no Edifício Virgínia | Foto: Fabiano Sanches



BASTIDORES DA TRANSFORMAÇÃO DE SP EM METRÓPOLE 

Resultado de pesquisa de pós-doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, e-book mostra a evolução arquitetônica da capital paulista através de revistas do início do século 20

 
Revista da USP. Publicado: 12/03/2024. Texto: Denis Pacheco


Apesar dos 470 anos completados em janeiro deste ano, a transformação da cidade de São Paulo em uma das maiores metrópoles do planeta é relativamente recente. Para mapear o começo dessa mudança, surgiu o livro "O que se pensava sobre arquitetura quando São Paulo virou metrópole: desenhos e escritos em revistas (1900-1920). Iniciado em 2022, o estudo se baseou em uma compilação de revistas de arquitetura que circularam em São Paulo entre 1900 e 1920.

Quem eram os engenheiros-arquitetos?

Conforme a autora, a peculiaridade da engenharia da capital paulista na época residia na figura do “engenheiro-arquiteto”, uma categoria de profissionais responsáveis pelos principais projetos públicos até então. Por meio das publicações analisadas, a pesquisa registrou a importância desses engenheiros na transformação da cidade, evidenciando seu papel diante de grandes obras públicas. Na época, São Paulo passava por um boom populacional que exigia não apenas moradia, mas novos tipos de espaços públicos. “A população dobrou, passando de 250 mil para mais de 500 mil habitantes. A cidade não se constrói apenas com casas; e teatros, hospitais e escolas requerem um preparo formal. Esses engenheiros-arquitetos, em número reduzido, se apresentaram como agentes fundamentais na construção de São Paulo”, sumariza. A professora lembra que as duas primeiras décadas do século 20 foram marcadas por projetos icônicos, como o Teatro Municipal de São Paulo, concebido por Ramos de Azevedo, professor da Escola Politécnica, e o Instituto Butantan, este produzido por ex-alunos da Escola Politécnica. A estreita relação entre docentes e estudantes, aliada ao propósito de contribuir para o desenvolvimento da cidade, gerou uma produção heterogênea de revistas, documentos fundamentais para compreender a efetiva virada de São Paulo para a condição de metrópole.

“Essas revistas, atuantes entre 1905 e 1913, publicavam palestras dos professores da época, como Vitor da Freire Júnior, diretor de obras da prefeitura, especialista em Urbanismo”, explica Mirandulina.

A diversidade de temas abordados nas revistas, que iam desde aulas de geometria descritiva até questões relacionadas ao projeto urbano, destacava a riqueza do período. Conforme a arquiteta, esses veículos eram produzidos com os recursos disponíveis, e registravam a variedade de materiais utilizados na construção da cidade. Um dos destaques do trabalho foi investigar como a evolução desses modos de construir e a convivência de arquiteturas diversas, como taipa de pilão (terra compactada em formas de madeira), ferro, alvenaria, tijolos e concreto, influenciaram a transformação da metrópole.

A combinação desses materiais, de acordo com Azevedo, resultou de experimentações e intervenções realizadas pelos engenheiros-arquitetos, que ousaram misturar componentes trazidos de fora e explorar sistemas construtivos inovadores em obras que permanecem até hoje. Não por acaso, a autora salienta que “essas obras foram preservadas porque eram públicas e representavam investimentos significativos”.

Por fim, o trabalho argumenta que a contribuição dos engenheiros-arquitetos vai além da técnica construtiva. “São Paulo não pode ser entendida apenas pela evolução linear de sistemas construtivos. E as tentativas e experimentações desses engenheiros-arquitetos revelam uma São Paulo viva, em constante transformação”, conclui Mirandulina Azevedo.



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O COMPLEXO ANHEMBI


Complexo do Anhembi: Centro de Exposições, Palácio de Convenções e Hotel Foto:P.M. de São Paulo


Na década de 1950 as feiras industriais estavam em alta nos EUA, e o país foi introduzido a esse universo de empreendedores, e a partir disso surgiu a possibilidade de introdução das feiras. E tudo teve início no ano de 1966, quando Caio de Alcântara Machado constatou que o Pavilhão da Bienal já estava pequeno para os eventos que ali ocorriam, e passou a idealizar um novo espaço. Ele tinha a intenção de construir um Grande Polo de Exposição em São Paulo. Com isso começou a procura de um espaço grande onde pudesse realizar o seu plano. Até que encontrou um terreno ás margens do Rio Tietê, de 510.000 metros quadrados que pertencia a Prefeitura. Em 12 de dezembro de 1967, foi concedido pelo governo o uso deste terreno às margens do Rio Tietê para a construção do projeto de Caio Alcântara. As obras deram início em 5 de julho de 1968 com apoio financeiro de aproximadamente duas mil empresas que compraram cotas e ações na Bolsa de Valores de São Paulo. E devido ao apoio, em 1970 o Anhembi Parque foi inaugurado sob o nome de "Centro Interamericano de Feiras e Salões S.A.", ou CIFS, o complexo tinha um caráter mais voltado aos negócios, diferente dos outros centros de convenção em São Paulo, o que possibilitou também a internacionalização da indústria nacional. Em novembro de 1970, o Pavilhão de Exposições do Anhembi foi inaugurado com a realização do “VII Salão Automóvel”, se consagrando como evento inaugural. Em 1972 o "Centro Interamericano de Feiras e Salões S.A." passou a se chamar Anhembi Parque. No entanto, com uma divida de de US$ 15 milhões para um banco nova-iorquino, Alcântara Machado, em 1975, se obrigou a propor uma parceria para a Prefeitura de São Paulo, que ficou com 77% das ações da empresa, e se tornou sócia majoritária e total responsável pela administração do Anhembi Parque. A criação do Anhembi Parque foi um marco importante para São Paulo, possibilitando um fluxo diferente de negócios para a região norte da cidade, além de ser um importante marco para o turismo na cidade. Atualmente complexo do Anhembi é dividido em três grandes áreas: Pavilhão de Exposições, Centro de Convenções e Sambódromo. [Textos e imagens da Wikipedia]


O ex-presidente Juscelino Kubitshek observa uma demonstração musical durante uma feira no Anhembi nos anos 70.




"Registradas no início de 1970 pelo fotógrafo Edison Pacheco de Aquino, vemos cenas da construção [entre 1968~1970] do ‘Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi’. O projeto de arquitetura foi de Jorge Wilhelm; o estrutural, do engenheiro Cedric Marsh e a construção esteve a cargo da Alcântara Machado S/A Comércio e Empreendimentos". São Paulo, suas histórias e algo mais. Hilton Takahashi  

Jorge Wilheim. Nascido em Trieste, na Itália, descendente de judeus húngaros, Wilheim se mudou com a família para o Brasil em 1940, aos 11 anos de idade, em meio a II Guerra Mundial. Como urbanista, atuou em obras no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Bahia. Entre 1975 e 1979 foi secretário estadual de economia e planejamento de São Paulo. Em sua gestão fundou as estatais EMTU e a Fundação Procon SP, além de ter criado o Vale-transporte. Na década de 1980 sua empresa de arquitetura e urbanismo foi vencedora do concurso de reforma do Vale do Anhangabaú, supervisionando a implantação do projeto do novo Vale. Morreu em 14 de fevereiro de 2014 devido a complicações após um acidente de carro. Seu corpo foi velado no Hospital Albert Einstein e enterrado no Cemitério Israelita do Butantã. Wilheim era casado e deixou esposa, irmã, dois filhos e netos.[Textos e imagens da Wikipedia]


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VERTIGEM E SOLIDÃO




A Capital da Solidão.  De todos os paradoxos de São Paulo, um dos maiores é o que oferece o cotejo de seu presente com o seu passado. A metrópole vertiginosa e trepidante de hoje nasceu distante, fora do alcance dos navios portugueses, escondida pela serra do Mar - uma barreira que foi obstáculo, mas também desafio a vencer, definindo a personalidade desta São Paulo. Numa narrativa envolvente e reveladora, o leitor é convidado a conhecer momentos cruciais da trajetória da cidade que, por mais de uma ocasião, esteve ameaçada de penosos retrocessos, senão de extinção, por motivo do abandono dos moradores, da precariedade de recursos e do que por vezes pareceu uma irremediável falta de futuro.
O destino de São Paulo, ao longo dos três primeiros séculos de existência, foi de isolamento e de solidão. Em 1872, os primeiros sinais de prosperidade começavam a visitá-la, por conta da riqueza trazida pelo café, mais ainda assim a população de pouco mais de 30 mil habitantes a situava numa rabeira com relação às demais capitais brasileiras. Em 1890 já tinha dobrado de tamanho. O momento em que finalmente engrena é súbito como uma explosão - na passagem do século XIX para o XX, a cidade se transformou num aglomerado de gente vinda de diferentes partes do mundo e começou a virar a São Paulo que se conhece hoje. Após reconstituir em A capital da solidão a história de São Paulo das origens a 1900, o jornalista Roberto Pompeu de Toledo narra em A capital da vertigem sua arrancada rumo à modernidade. Eis uma cidade que deixa a condição de vila e se torna a maior metrópole do país. É a capital da vertigem: vertigem artística, industrial, demográfica, social e urbanística.
Neste painel que vai do início do século XX a 1954 - quando a cidade completa quatrocentos anos -, aparecem personagens como Oswald e Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Washington Luís, Prestes Maia, e Francisco Matarazzo, e surgem episódios que vão da Semana de Arte Moderna de 1922 à epidemia de gripe espanhola, da Revolução de 1924 à chegada do futebol ao país. 

Fonte: Resenhas do site da Amazon, fornecida pela editora das duas obras. 

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Logomarcas históricas do CVV exibida durante um treinamento de estudantes em um programa de prevenção do suicídio nas escolas. 

A agitação permanente de uma cidade que não dorme é admirável e prova da sua amplitude em todos os aspectos. Porém essa grandiosidade tem um lado obscuro de dor moral que incomoda muita gente que vive numa metrópole: a solidão e o risco permanente de suicídio. Para enfrentar o problema e aliviar o sofrimento emocional, que põe em risco milhares de habitantes, surgiu em 1961 um grupo de voluntários treinados para acolher e ouvir as pessoas que sofrem de solidão e ideação suicida. O serviço de prevenção hoje está em quase todas as grandes cidades do Brasil, tem mais de 3 mil voluntários e recebe cerca de quatro milhões de chamadas por ano. É o CVV, Centro de Valorização da Vida, que atende pelo número 188. Um trabalho que começou há de 60 anos com apenas 17 voluntários
Em 1982 o jornal o Estado de São Paulo, falando sobre o problema da solidão paulistana, contou uma parte dessa história.


SOLIDÃO

José Maria Mayrink



No Centro de Valorização da Vida (CVV), rua da Abolição, no 411, um empresário tocou a campainha num fim de tarde de trabalho e entrou. "Não sei bem o que estou fazendo aqui”, disse ele se desculpando, mas aceitou o convite do jornalista Valentim Lorenzetti, que estava de plantão.
“Era um executivo muito bem vestido, sem dúvida um homem bem instalado na vida", conta Valentim, que jamais ficou sabendo o seu nome. Ele simplesmente sentou-se diante do plantonista e soluçou durante quinze minutos, sem dizer uma só palavra. Na hora de sair e agradecer, comentou apenas: "Este foi o único lugar onde me deixaram chorar".

Os 120 plantonistas do CVV, que se revezam em turnos de cinco horas de trabalho voluntário, atendem a 500 chamadas por dia. As pessoas costumam falar uma média de trinta minutos e pelo menos 10% delas acabam indo à instituição para um contato pessoal. Os telefonemas são mais numerosos entre 16 e 22 horas, todos os dias, multiplicando-se assombrosamente na época do Natal.

"Todos ligam porque se sentem solitários ou quando se descobrem sozinhos, numa solidão que pode levá-los à beira do suicídio", explica Valentim Lorenzetti, que muitas vezes identifica no recurso ao CVV o último grito da pessoa que se sente abandonada e quer se matar.

O plantonista apenas ouve, frequentemente nem precisa dizer nada. As pessoas que se sentem sós e ligam para outra, mesmo que seja uma desconhecida, têm necessidade de falar, querem só alguém disposto a ouvi-las, não exigindo mais do que isso. Muitas delas são pessoas que, acordadas na solidão da madrugada, não têm mais a quem recorrer. Quando sai do ar o último programa de televisão, elas se lembram do número 34-4141 e começam a conversar, como se estivessem retomando um papo interrompido.

Como as emissoras de rádio e TV costumam divulgar o telefone do CVV no fim da noite, os solitários aproveitam a dica para chamar imediatamente. Ou guardam o endereço para procurá-lo, quando for necessário. Foi o que fez o pernambucano Arnaldo Alves, de vinte e um anos, vigia de obra, que chegou há dez meses a São Paulo. Trabalhando das 18 às 6 horas da manhã, numa construção em Perdizes, ele ainda não precisou de ajuda, mas fez questão de ir conhecer a sede do CVV na rua da Abolição, depois de ouvir o anúncio do rádio.

A madrugada é vazia e dura para Arnaldo, principalmente entre uma e 4 horas, quando não há mais movimento de gente na rua. Sua distração é ouvir música ou conversar com o zelador do prédio em frente, que ficou seu amigo e até o convidou para almoçar em casa num domingo. Se não fosse essa amizade, ele não sabe como seria sua vida em São Paulo.

"Não quero saber de baile, pois não vou arranjar namorada para casar. Casamento é só com moça do Norte."

Arnaldo, que deixou os pais e cinco irmãos no Recife para vir ganhar um salário de Cr$ 40 mil em São Paulo, confessa que algumas vezes costuma sentir alguma coisa parecida com solidão, mas trata de abafá-la com o trabalho.

Cartaz do CVV em 1977, na época associado aos "Samaritans", da Inglaterra. 


TREINANDO JOVENS NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO



Professor cria Programa Estação Amizade em escola de São Vicente

Apoio emocional trata das questões sentimentais dos jovens; educador é voluntário do CVV há 30 anos.
  
Ouvir os jovens e fazer eles se ouvirem é o trabalho do professor Dalmo Duque dos Santos, da E.E. Margarida Pinho Rodrigues, de São Vicente. Com o Programa Estação Amizade, entre palestras e rodas de conversa, o educador promove uma relação de aproximação e respeito entre os estudantes.

“O programa estação amizade é um programa de prevenção ao suicídio. Um programa de apoio emocional criado especialmente para jovens, que têm dificuldade de se comunicar, de se posicionar, de falar sobre os seus sentimentos, um programa temático que se concentra em questões sentimentais do humano em geral, mas especificamente dos jovens”, explicou o professor.

Para a aluna Sthefany Karoline Goes Santana, as atividades têm um grande impacto na vida dos adolescentes. “Eu acho importante porque a maioria das pessoas que sofrem com depressão e têm tendência suicida, elas não procuram ajuda abertamente. Então, um debate, uma atividade, levam essa pessoa a tomar uma atitude de procurar uma ajuda. Ela se sente acolhida”, disse.

De acordo com o professor, os alunos sempre manifestam confiança, melhoram, inclusive, o desempenho na escola. “Eles melhoram entre si como amigos, eles dão valor a essa questão da amizade e eu acho que esse programa reforça essa ideia de amizade, de confiança entre eles, de fidelidade, esses valores que para eles é muito difícil de entender”, disse. Além dos debates e rodas de conversa, Dalmo é criador do blog minicursocvv.blogspot.com , que concentra informações para propagar a atividade desenvolvida por ele. “O objetivo é que mais pessoas conheçam, participem e articulem essas ações e com o blog eu consigo explicar como realizar a atividade na escola ou em qualquer lugar”, disse.

O educador é voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV) há 30 anos, é autor dos livros “CVV, 50 anos ouvindo pessoas” e Estação Amizade – Dez jovens tentados ao suicídio”, ficção voltada para o público jovem e base do programa de ajuda emocional. Atua como voluntário do CVV desde 1980 e atualmente é membro do Conselho Diretor do Centro de Valorização da Vida.

Fonte: Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 

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Rua das Carmelitas nos anos 1950.  Nessa rua aconteceram as primeiras reuniões de um grupo de jovens que iriam fundar em 1961 a Campanha de Valorização da Vida, para prevenção do suicídio. Eles faziam incursões de auxílio em lugares carentes da periferia e da região central e constataram um elevado numero de tentativas e suicídios. Fora aconselhados a desenvolverem um projeto de pronto-socorro emocional. O grupo passou se reunir na sede FEESP -Federação Espírita do Estado de São Paulo, na rua Maria Paula, onde realizaram um curso preparatório ministrado por amigos médicos, enfermeiros e até advogados. Ali, numa pequena sala , iniciaram o atendimento de apoio através de 17 voluntários. O primeiro plantão foi feito às 16 horas do dia 31 de março de 1962 pela voluntária Misayo Ishioca.

 Antiga sede da FEESP na rua Maria Paula: sala e telefone emprestados para funcionar o primeiro posto do CVV em 1962.



TRAGÉDIA E VALORIZAÇÃO DA VIDA



O Setembro Amarelo é o mês mundial da Prevenção do Suicídio e no Brasil o movimento foi inspirado em dois poetas parnasianos: Francisca Júlia da Silva e Manoel Batista Cepelos, ambos mortos tragicamente ao tirar suas próprias vidas no início do século XX. As duas mortes, com histórias e épocas diferentes, chocaram a sociedade paulistana e o mundo literário brasileiro, porém inspiraram a fundação do CVV- Centro de Valorização da Vida, o primeiro trabalho voluntário preventivo do Brasil, por sua vez também inspirado no formato dos Samaritanos da Inglaterra, com postos de atendimento presencial e telefônico. A lembrança inspiradora desses dois poetas foi uma sugestão de Chico Xavier ao jovem Jacques Conchon, um dos fundadores do CVV que, por acaso, tinha ido à Uberaba acompanhando um amigo que ilustrava as capas dos livros do médium. O amigo teve que voltar a São Paulo, pois tinha esquecido os desenhos de aprovação mais urgente. Jacques permaneceu no hotel e recebeu um recado inesperado do Chico para que fosse até sua casa. Ali lhe foi sugerido fundar um trabalho de prevenção do suicídio e que o mesmo seria feito sob a inspiração dos dois poetas mortos. Meses depois Jacques e um outro amigo, Flávio Focaccio, reunidos numa casa da rua das Carmelitas, formaram um grupo de 17 voluntários e criaram o CVV, que funcionava incialmente numa sala com telefone emprestado pela Federação Espirita de São Paulo-FEESP. Antes organizaram um curso e pediram instruções a dois médicos amigos, que os prepararam para essa primeira fase de atuação, que durou dez anos em forma experimental. Em 1972 fundaram o Hospital Francisca Júlia, para acolher pacientes com transtornos mentais e ideação suicida, quase todos, cerca de 150, oriundos do Manicômio do Juqueri, que estava sendo desmontado. Em 1977 o CVV-Samaritanos (fusão programática com a sigla inglesa), expande seus postos na Grande São Paulo e várias cidades do Brasil, Colômbia, Argentina e Uruguai. Em 2012, já tinha 70 postos e 2.500 voluntários. Na década seguinte esse número saltou para 100 postos, 4.500 voluntários e com 4 milhões de chamadas telefônicas por ano. Vários grupos de prevenção surgiram inspirados no CVV e nos Samaritanos de Londres, atuando também nas comunidades, ofertando amizade e apoio como alívio do sofrimento psíquico e da solidão. Hoje o CVV atende pela linha 188 gratuita.

Fonte: CVV, Como Vai Você. 50 anos ouvindo pessoas. Editora Aliança., 2012.


O senador Peixoto Gomide ( em pé à direta), influente político da República Velha, matou a filha com tiro, atirou na própria cabeça, morrendo logo depois. Essa tragédia ainda provocou o suicídio do poeta Batista Cepellos. 

Visita de aprendizes do CAMP Rio Branco -São Vicente à Pinacoteca de São Paulo. Ao fundo a estátua de Francisca Júlia da Silva -Musa Impassível - feita em Paris por Victor Brecheret. A estátua fazia parte do túmulo da poetisa no Cemitério São Paulo, substituída por uma réplica.


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O ESTÁDIO DO PACAEMBÚ




Estádio  do Pacembú. 
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido por Estádio do Pacaembu ou simplesmente Pacaembu, é um estádio desportivo localizado na praça Charles Miller, no final da avenida Pacaembu, no bairro do Pacaembu,[na zona central da cidade de São Paulo, no Brasil. Foi inaugurado na década de 1940 com capacidade para 70 mil espectadores e, na época, era considerado o mais moderno estádio da América do Sul. Também abriga o Complexo Esportivo do Pacaembu, que contém estruturas para atividades físicas variadas. Ali também está o Museu do Futebol.  Foi um dos principais palcos da Copa do Mundo de 1950. O estádio foi tombado pelo CONDEPHAAT, em 1998, em virtude de seu estilo Art Déco, característico da época em que foi construído.[Textos e imagens da Wikipedia]

Início da construção do Estádio do Pacaembu no final dos anos 1930

Inauguração do Estádio do Pacaembu, em 27 de abril de 1940. Mídia sob a guarda do Arquivo Nacional.

Vista do Estádio Paulo Machado de Carvalho, popular Pacaembu, em fotografia de meados da década de 1960. São Paulo Antiga. 


O ESTÁDIO DO CANINDÉ


Antigo estádio da Portuguesa de Desportos no Canindé. 



Novo estádio da Portuguesa. Em 1956, a Portuguesa adquiriu o imóvel no bairro do Canindé, do seu proprietário, Wadih Sadi,[5] um sócio do São Paulo, que comprara o imóvel do próprio clube, que usou o dinheiro nas obras do Estádio do Morumbi. No local havia apenas uma pequena infraestrutura, que incluía um campo para treinos, um pequeno salão, vestiários e outras dependências de treinamento. Para que pudessem ser realizadas partidas oficiais no local e atender às exigências da Federação Paulista de Futebol, foram realizadas várias reformas, levantados alambrados e uma arquibancada provisória de madeira. Estas primeiras arquibancadas acabaram conferindo ao estádio o apelido carinhoso de "Ilha da Madeira" — título que, além de ser alusivo à condição da edificação, também se refere à ilha portuguesa, tendo as suas arquibancadas de madeira existido até 1962. Com tais características, o Canindé recebeu sua primeira partida oficial em 11 de novembro de 1956, quando a Portuguesa venceu um combinado dos rivais Palmeiras e São Paulo por 3 a 2. Nelsinho do São Paulo fez o primeiro gol desta partida no estádio ainda de madeira. Com o nome de Estádio Independência, o Estádio do Canindé foi inaugurado oficialmente em 9 de janeiro de 1972, com a partida Portuguesa 1×3 Benfica.[7] Nessa inauguração oficial o estádio já contou com arquibancadas de concreto, mas sua capacidade ainda era de apenas dez mil espectadores. O árbitro foi Oscar Scolfaro, com gols de Vitor Batista, Jordão, Marinho Peres (pênalti) e Simões (pênalti). A Portuguesa jogou com Aguilera, Deodoro, Marinho Peres, Calegari e Fogueira; Lorico e Dirceu (Luís Américo); Ratinho (Xaxá), Cabinho, Basílio e Piau; o Benfica, com José Henrique, Da Silva, Messias, Rui Rodrigues e Adolfo; Toni e Vitor; Nenê (Artur), Vítor Batista, Jordão e Simões. Em 1979, o presidente Manuel Mendes Gregório rebatizou o estádio com o atual nome de Estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte, homenageando seu predecessor na presidência do clube.[8] A capacidade total foi ampliada para 28.500 espectadores sentados. Anteriormente à construção deste estádio, porém, foi encomendado ao arquiteto João Batista Vilanova Artigas (que já havia projetado o Estádio do Morumbi na década anterior) um estudo para o estádio-sede do clube, no mesmo local. Este estudo — caracterizado por arquibancadas triangulares e por estar aberto às marginais —, porém, foi descartado em favor do projeto que constitui o atual estádio.[Textos e imagens da Wikipedia]


Canindé  tradicional bairro localizado na Região Central da cidade de São Paulo.
Pertence ao distrito do Pari, administrado pela Subprefeitura da Mooca. Apesar de sua posição geográfica, é considerado como sendo da Região Administrativa do Sudeste. Famoso por ser o bairro onde está sediada a Associação Portuguesa de Desportos, é considerado um reduto de portugueses. Pelo bairro passam vias importantes, como a Avenida Cruzeiro do Sul e a Marginal Tietê. A palavra ''Canindé'' se originou do termo tupi kanindé, que significa ''Arara de belas penas azuis escuras''. O bairro do Canindé é relativamente extenso e limita-se com os bairros de: Santana, Vila Guilherme, Bom Retiro, Luz, Pari e Brás. O bairro do Canindé foi retratado no diário da escritora Carolina de Jesus em seu livro Quarto de Despejo, em que ela narra o seu dia a dia nas comunidades pobres da cidade de São Paulo em meados do século XX. É um bairro que sofre com um crescente índice de desenvolvimento humano, pois abriga um amplo comércio localizado em toda a sua extensão, principalmente nas ruas Hannemann e Avenida Vautier.O bairro faz parte do grande comércio do Brás e Pari com várias lojas de moda e eletrônicos e presentes, réplicas de relógios e bolsas réplicas de várias linhas de qualidade podem ser encontradas nessa região. Canindé já foi o bairro mais doce de São Paulo, com as fabricas doces Neusa, e Tostines (hoje Shopping Pari). 

O Canindé e o rio Tietê na de década de 1940


O ESTÁDIO DO PARQUE ANTÁRCTICA


Vista interna do Estádio Palestra Italia na rua Turiaçu em 2010.



O Estádio Palestra Italia, também conhecido popularmente como Parque Antarctica, foi o primeiro estádio de futebol pertencente à Sociedade Esportiva Palmeiras, localizado no distrito da Barra Funda, na zona oeste da cidade. No final do século XIX, a Companhia Antarctica Paulista criou o Parque da Antarctica, um espaço de lazer de trezentos mil metros quadrados para seus funcionários, próximo à fábrica, contendo uma vasta área verde (com um pequeno lago, coreto e bosques), parque infantil, restaurantes, choperia e áreas para a prática esportiva (incluindo pistas de atletismo, quadra de tênis e um dos primeiros campos de futebol da cidade). Com a chegada e a expansão do futebol, esse espaço passou a ser cada vez mais requisitado, e a empresa aproveitou a oportunidade ao alugar o campo de futebol para pequenos clubes da cidade no início do século XX. Além de se tornar um dos principais campos para a prática do futebol, o parque era referência para uma série de eventos ao ar livre, como exibições de boxe e até corrida de automóveis. Em julho de 1908, sediou a primeira corrida automobilística disputada na América do Sul, o "Circuito de Itapecerica", que terminou com vitória do paulista Sílvio Penteado. Em 1920, o América afundou-se em problemas financeiros e acabou extinto. Em meio a isso, o Palestra Italia efetuou a compra do terreno, incluindo não apenas o estádio, mas também todas as outras instalações esportivas, pelo valor total de 500 contos de réis, sendo 250 contos à vista e outras duas parcelas anuais de 125 contos cada, além de um contrato perpétuo de venda dos produtos da Companhia Antarctica nas dependências do estádio. Na época, isso chegou a ser chamado de "A Loucura do Século", porque muitos duvidaram que o Palestra pudesse pagar as prestações, já que era um clube ainda com poucos anos de existência e poucos recursos. Realmente, em 1922 o Palestra Italia não tinha condições de pagar a última parcela, e a solução foi vender uma parte do terreno para as Industrias Matarazzo (o terreno onde hoje existe um shopping center). O Estádio Palestra Italia (assim como o atual Allianz Parque, hoje) era considerado um dos estádios mais acessíveis da capital paulista (assim como o Pacaembu). Localizado na Rua Turiaçu, 1840, no bairro da Água Branca (limite entre os bairros da Barra Funda e de Perdizes), no chamado "centro expandido" da cidade de São Paulo, ficava às margens das linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano de São Paulo (antigas Estrada de Ferro Santos Jundiaí e Estrada de Ferro Sorocabana, respectivamente) e do Metrô, com as estações Palmeiras–Barra Funda e Água Branca.[Textos e imagens da Wikipedia]

Instalações do estádio do Palestra Itália no início do século XX

A Rua Turiaçu (algumas vezes incorretamente grafada Turiassu ou Turiassú) é uma importante via arterial da cidade de São Paulo situada nos bairros da Barra Funda e Perdizes. Com cerca de três quilômetros de extensão, segue paralela à Avenida Francisco Matarazzo e termina na Praça Marrey Júnior, fazendo cruzamento com a avenida Sumaré, no bairro de Perdizes. Nesta rua, localiza-se o Clube Português de São Paulo, a Associação das Damas de São Vicente de Paula. Quando ela era mais extensa, localizava-se a Sociedade Esportiva Palmeiras, a arena Allianz Parque e o Bourbon Shopping.
Seu nome é uma homenagem ao município de Turiaçu, no estado do Maranhão. Em 11 de fevereiro de 2015, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a legalidade de projeto de lei que altera o nome da via, a partir da Avenida Sumaré, para "Rua Palestra Itália", em homenagem ao Palmeiras, clube de futebol sediado no local. [Textos e imagens da Wikipedia]


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O PARQUE DO IBIRAPUERA

 
Parque do Ibirapuera nos anos 1960 ainda pouco arborizado. 

Parque do Ibirapuera, na zona Sul.  É um parque urbano localizado na cidade de São Paulo, Brasil. Em 2017, foi o parque mais visitado da América Latina, com aproximadamente 14 milhões de visitas, além de ser um dos locais mais fotografados do mundo. Inaugurado em 1954 com uma área de 158 hectares (390 acres), entre as avenidas Pedro Álvares Cabral, República do Líbano e IV Centenário, o Parque Ibirapuera é um parque tombado e patrimônio histórico de São Paulo. Tem como atrações e equipamentos culturais o Museu de Arte Moderna, Jardim de Esculturas, Auditório Ibirapuera, Planetário Professor Aristóteles Orsin, Escola de Astrofísica,Viveiro Manequinho Lopes, Escola de Jardinagem, Herbário Municipal, Fonte do Ibirapuera, Marquise. Parquinho, Pavilhão Japonês, OCA, Bienal de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea, Museu Afro Brasil e o Pavilhão Engenheiro Armando de Arruda Pereira.[Textos e imagens da Wikipedia]

Vista panorâmica do Parque Ibirapuera e sue entorno residencial.



Monumento das Bandeiras é uma obra em homenagem aos Bandeirantes, que exploraram os sertões durante os séculos XVII e XVIII. Foi inaugurada no ano de 1953, fazendo parte das comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo. O Monumento está localizado no Parque do Ibirapuera, na área que compreende a Praça Armando de Salles Oliveira. O Monumento às Bandeiras, do escultor Victor Brecheret, começou a ser desenhado ainda em 1920, quando o artista tinha apenas 26 anos de idade. Por conta de uma série de questões políticas do país, a obra só foi concretizada 33 anos depois, às vésperas do IV Centenário da capital paulista de 1954. Já com 58 anos, Victor Brecheret não quis esperar o ano seguinte e finalizou a obra no ano de 1953.[Textos e imagens da Wikipedia]

Avenida Ibirapuera em 1960. Acervo: Eliezer Poubel Magliano. 


Avenida Ibirapuera é uma avenida localizada na cidade de São Paulo. Tem início na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves (antigo nome da via), no distrito de Vila Mariana e termina no acesso à Avenida dos Bandeirantes e no viaduto homônimo, na divisa dos distritos de Moema e Campo Belo.
O nome da via é originado da junção dos termos indígenas "ibira" (madeira) e "uera" (velho), que significa "aquilo que foi e não é mais". A avenida teve seu nome atual oficializado por meio do Ato nº 505, de 18 de agosto de 1933. Ela foi constituída a partir da união de dois antigos logradouros, um considerado como parte integrante da Av. Conselheiro Rodrigues Alves, e o outro chamado de "Av Araponga" ou mesmo com a denominação do primeiro trecho. Ao longo de sua extensão, estão localizadas diversas empresas, além de duas estações (Moema e Eucaliptos) da Linha 5-Lilás do Metrô, e o Shopping Ibirapuera, um dos maiores e mais antigos de São Paulo, inaugurado em 1976. Nas proximidades da avenida também está localizado o Parque Ibirapuera, um dos maiores da cidade. A avenida faz parte do Corredor Vereador José Diniz-Ibirapuera-Centro, inaugurado em 2008 e que liga a Zona Sul ao metrô Santa Cruz e ao centro pelo Corredor Norte-Sul, no trecho conhecido como Avenida 23 de Maio.

O Shopping Ibirapuera é um centro comercial brasileiro localizado no distrito de Moema, na cidade de São Paulo. Inaugurado em 6 de agosto de 1976, leva esse nome devido ao endereço onde está situado, a Avenida Ibirapuera. Na época de sua inauguração, o shopping contava com 278 lojas e atualmente conta com 435, segundo a ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers). Ainda de acordo com a associação, o shopping conta com 4 andares, 3110 vagas de estacionamento, 6 salas de cinema, área construída de 163 165 m² e área bruta locável de 49 529 m². De acordo com dados da administração, o fluxo mensal no shopping é de cerca de 2 milhões de pessoas. Foi o segundo shopping a ser inaugurado em São Paulo. Antes disso, a cidade contava apenas com o Shopping Iguatemi. A obra durou um ano e nove meses e 3.000 operários trabalharam na sua construção. Na época, o investimento custou cerca de 20 milhões de cruzeiros. No terreno onde foi construído, funcionava antes uma tecelagem chamada Indiana. A cerimônia de inauguração contou com cerca de 15 000 pessoas. No Shopping Ibirapuera, foi inaugurada a primeira loja C&A da América Latina, poucos dias após a abertura do mesmo. Em 1978, no segundo aniversário de inauguração do centro de compras, a confeitaria Brunella preparou um bolo de 4 toneladas, consumido por 100.000 pessoas. O bolo durou apenas dois minutos.Tal tipo de celebração nunca mais tornou a ocorrer no Shopping Ibirapuera. mO empreendimento é caracterizado por ser administrado pelos próprios lojistas, o que contribui para a presença de marcas pouco conhecidas que não costumam ser vistas em outros shoppings. O centro comercial também foi pioneiro em grandes eventos organizados por shoppings, como sorteios de automóveis. Entre 1995 e 1997, o Shopping Ibirapuera foi considerado o maior do Brasil de acordo com o Guinness Book. No jardim em frente ao local, na Avenida Ibirapuera, há uma árvore pau-brasil plantada em 1985 pelo paisagista Burle Marx. mO shopping fica localizado próximo a alguns pontos importantes de São Paulo, como o Parque Ibirapuera e o Aeroporto de Congonhas. Nos estacionamentos, é possível observar os aviões passando baixo acima dos coqueiros e da bandeira brasileira. O centro comercial conta com um estilo arquitetônico bastante eclético, misturando diversos materiais como vidro translúcido, cimento, cerâmica, blocos e ferro, muito utilizados nos anos 70. Nos corredores e na área externa, é possível visualizar esculturas de artistas consagrados como: Roberto Vivas, Caciporé, Francisco Stockinger, Carlos Tenius e Doely Moreno. Elas foram instaladas em 1976, ano de inauguração do shopping. O shopping possui fácil acesso pelo transporte público, por meio do corredor de ônibus Vereador José Diniz-Ibirapuera-Centro e pela estação Eucaliptos da Linha 5-Lilás do Metrô, inaugurada em 2018. 

O COMPLEXO ESPORTIVO DO IBIRAPUERA 



O Ginásio Geraldo José de Almeida, mais conhecido como Ginásio do Ibirapuera, é uma construção feita por Ícaro de Castro Mello. A construção arquitetônica se deu início na década de 50 do século XX, por iniciativa da administração pública e o processo de modernização Prestes Maia. Sua inauguração se deu em 1957, quando foi inaugurada a construção do Parque do Ibirapuera. Concluído em 25 de janeiro de 1957, o Ginásio faz parte do Complexo Desportivo do Ibirapuera Constâncio Vaz Guimarães,[8] que também engloba estruturas como o estádio de atletismo Ícaro de Castro Melo, o conjunto aquático Caio Pompeu de Toledo e o Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro. Sua construção faz parte do projeto de idealização do Complexo do Ibirapuera, que também engloba o parque, em homenagem ao aniversário de 400 anos da cidade. Idealizado pelo arquiteto Ícaro de Castro Melo, seu nome é uma homenagem ao narrador Geraldo José de Almeida, famoso radialista e narrador esportivo que acompanhou, principalmente, a seleção brasileira de futebol entre os anos de 1954 e 1974.

Composição. o Gymnasium de Esportes do Ibirapuera começou a ser criado em 1954, como consolidação do processo de modernização da cidade de São Paulo promovida por Prestes Maia. Seu fim se deu em 25 de janeiro de 1957. Em sua criação, o ginásio conta com uma cúpula, alçada à 38 (trinta e oito) metros do solo, branca, com uma quadra em sua base. O diâmetro desta cúpula ocupa 40 (quarenta) metros de diâmetro e conta com uma quadra poliesportiva, podendo abarcar um grande número de atividades, sendo algumas delas o handebol, futsal, voleibol, luta livre, esgrima, hockey, patinação no gelo. Com capacidade para 20 mil espectadores ao redor do espaço para jogos, acima das arquibancadas estão as tribunas de imprensa, os vestiários, sanitários públicos, almoxarifados, secretarias, gabinetes médicos, pronto-socorro e um salão nobre, que contem bares e dependências próprias. Hoje em dia, após as reformas, o número de espectadores caiu para quase 11 mil pessoas.
A arquibancada possui 34 (trinta e quatro) degraus que, somadas, dão uma extensão de 15 (quinze) quilômetros. O piso da quadra e todos os equipamentos necessários para práticas são desmontáveis, visando a prática do maior número possível de esportes. Desde seu início, o ginásio teve esta capacidade e propósito de se tornar um ambiente versátil para a prática esportiva. A arena de imprensa conta com uma capacidade para 144 (cento e quarenta e quatro) lugares. Imprensa, rádio e televisão são divididos em áreas correspondentes a instalação e infraestrutura. Sendo assim, dos 144 lugares, há 24 cabines para transmissão de emissoras radiofônicas e televisivas.

Plano de Avenidas de São Paulo. Sua criação se deu pelo processo de modernização protagonizado pelo então chefe da Secretaria de Viação e Obras Públicas da Prefeitura de São Paulo em 1930, Francisco Prestes Maia. O Plano de Avenidas de São Paulo relata de modo claro que há a necessidade de criar um parque na região que pudesse contribuir com o lazer do paulistano. Sem propriamente apresentar um plano estruturado, o então secretário apresenta a ideia para a Dierberger & CIA na ideia de construir 2.000.000 m² de parque dentro da cidade de São Paulo. O projeto definia duas áreas projetadas para a formação do Parque do Ibirapuera. Um margeado pela Avenida Brasil e outro próximo ao viveiro de mudas, perto do lago. Nesta divisão, Prestes Maia busca tratar com diferenciamento as duas áreas: a primeira buscava uma "arte e delicadeza" que seria traduzido em um estilo de vida próximo das classes altas presentes na região; enquanto a segunda seria a parte mais da natureza. Não houve aceitação inicial do projeto. Mesmo com outros planos propostos e com Prestes Maia se tornando prefeito da cidade de São Paulo, não houve viabilização para a construção do parque. Em 1929 surge o primeiro projeto materializado do parque após a ideia de Maia, organizada por Reinald Dierberger. O projeto contava com extensas áreas de jardins e perspectiva de ocupação pública por meio dos esportes, com ginásio e edifícios destinados a ginástica e outras atividades. Em 1930 o plano de avenidas é barrado na gestão de Pires do Rio. Com a Revolução de 1932 e a consequente mudança do governo paulista, Dierberger consegue a aprovação do primeiro projeto futuro pelo Ato n° 378, de 29 de julho de 1932. Este ato determinava a retirada do Hipódromo da Mooca para os terrenos do Ibirapuera. De acordo com essa mesma lei, os recursos a serem gastos na construção do parque seriam promovidos pelos cofres da Prefeitura. Portanto, não havendo a necessidade de ser aberto em hipótese alguma nenhum crédito particular. O novo plano de Dierberger não implicava mais num memorial descritivo.
O plano sofreu diferenças mudanças de 1933 até 1948. Os planejamentos eram então estudados e constantemente colocados em segundo plano pelos governantes da cidade. No decorrer do tempo, até 1948, o projeto volta a tomar proporções primárias com o plano de urbanização da Prefeitura Municipal (1948). O plano tinha como principal movimento reconstruir áreas próximo da Avenida Brasil até o monumento de 9 de julho. Em 1951, com uma influência de Cristiano Stockler Neves, as coisas se modificam e o plano de construção do Ginásio passa a ser feito. Com o convite de Matarazzo Sobrinho, mesmo criador do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o empresário, indo de encontro com o planejamento de Stockler Neves, prepara uma equipe formada pelos arquitetos Oscar Niemeyer, Zenon Lotufo, Eduardo Kneese de Mello e Hélio Cavalcanti, com colaboração de Gauss Estelita e Carlos Lemos, para a produção do parque. Desta maneira começam seus estudos na área do parque do Ibirapuera. Ícaro de Castro Mello, Milton Ghiraldini e Otávio Augusto Teixeira Mendes também participaram de certos elementos do parque, como, respectivamente, o ginásio, paisagismo e urbanização. Este projeto saiu do papel devido a comemoração do IV Centenário da Fundação de São Paulo. Após sua apresentação em 1952, o plano passa por uma fase de maturação, desenvolvimento e acordos com o governo paulista. A dificuldade se consistia no assentamento do terreno na região, implantação de planos para formulação dos projetos e outros feitos. Em 1954 o parque é inaugurado e, junto a ele, o Ginásio do Ibirapuera, criação de Ícaro de Castro Mello. O projeto de arte e cultura como dito por Maia propôs uma possibilidade de novos meios de ocupação da cidade de São Paulo que não pelos interesses industriais, como ocorria na época. As releituras do espaço e a reflexão do que é moderno e nacional se traduziram na construção do Ginásio e do propósito do parque.

Ícaro de \Castro Mello, arquiteto, engenheiro e atleta nas Olimpíadas de Berlim em 1936. 


A composição de Ícaro de Castro Mello possui traços técnicos dominantes quanto a utilização da cúpula. Em função do tamanho do prédio e a necessidade de ventilação, Ícaro reforça este traço ao construir o Ginásio do Ibirapuera. Além disso, para a quadra retangular, segundo Fontana, permite que haja uma maior percepção do espaço. Os arcos de metal colocados no Ginásio funcionaram pelo tamanho da construção. As estruturas densas procuravam retirar o máximo do espaço construído pelo arquiteto-engenheiro. Além disso, utiliza de cruzamentos entre as peças verticais das estruturas com os quebra-sóis horizontais que circundam e dão unidade ao edifício. Em sua composição inicial, para a parte de esportes, o Ibirapuera contaria com o Ginásio Geraldo José de Almeida e o estádio de atletismo ao redor de sua composição inicial. Os primeiros projetos não previam a construção de um conjunto desportivo. Contudo, no decorrer da construção iniciada em 1954, outros tipos de construções se deram pela presença do Ginásio naquele espaço. O Conjunto foi inaugurado em 1957, três anos após a criação do inicial prometido. Ainda hoje é um dos maiores da América Latina. Portanto, além do Ginásio, o conjunto conta com o Conjunto Aquático do Ibirapuera (Caio Pompeu de Toledo), o Estádio Ícaro de Castro Melo (inaugurado para fins de atletismo até 1998), o Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro e o Palácio do Judô. Todos estes fazem parte dos 95 mil m² presentes no Parque do Ibirapuera. Além disso, o conjunto possui ainda um alojamento de 340 atletas e auditório para 300 pessoas, três salas de condicionamento físico, quadras de tênis e outra pista de corrida menor. O conjunto recebe este nome pelo advogado, procurador fiscal, decatleta, e presidente da delegação Olímpica nos jogos de Berlim, em 1936.




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USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO



A Universidade de São Paulo (USP) é uma das maiores e uma das mais importantes universidades públicas do Brasil, uma das mais importantes da Ibero-América, da lusofonia e uma das mais prestigiadas em todo o mundo. É uma das quatro grandes universidades públicas mantidas pelo Governo do Estado de São Paulo, juntamente com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (UNESP) e a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). A USP é uma das maiores instituições de ensino superior na América Latina. São 42 unidades de ensino e pesquisa, distribuídos em dez campi: São Paulo (com três campi), Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos e São Carlos (2 áreas). O campus principal em São Paulo é chamado Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira,[18] com uma área de quase 3,7 milhões de metros quadrados.[19] A instituição está envolvida no ensino, pesquisa e extensão universitária em todas as áreas do conhecimento. Somando todos os Campi, a USP possui uma área total de aproximadamente 78 milhões de metros quadrados,[20] 246 cursos de graduação, 229 cursos de pós-graduação, 5,8 mil professores e 93 mil alunos matriculados entre graduação e pós-graduação (2012).

ORIGENS. A USP surgiu da união da recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) com as já existentes Escola Politécnica de São Paulo, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito (foto acima) e Faculdade de Farmácia e Odontologia. A FFCL surgiu como o elemento de integração da universidade, reunindo cursos nas diversas áreas do conhecimento. Ainda em 1934, havia sido criada a Escola de Educação Física do Estado de São Paulo, primeira faculdade civil de educação física no Brasil e que viria a ser incorporada pela USP anos depois. Na sequência foi criada a Escola de Engenharia de São Carlos - EESC (1948) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- FMRP (1951) e outras várias unidades foram sendo criadas pela universidade nos anos seguintes, e nos anos 1960 a universidade foi gradualmente transferindo as sedes de suas unidades para a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, em São Paulo. Além do político Armando de Salles Oliveira, um outro homem de grande importância na fundação da USP foi o jornalista Júlio de Mesquita Filho. A instituição recebeu inúmeros professores estrangeiros nesse período.

Após o revés sofrido por São Paulo na Revolução Constitucionalista de 1932, o estado viu-se ante a necessidade de formar uma nova elite, capaz de contribuir para o aperfeiçoamento das instituições, do governo e da melhoria do país. Com esse objetivo, nasceram duas instituições distintas: em 1933, um grupo de empresários fundou a Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP), hoje Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Em 1934, o então interventor de São Paulo, cargo que atualmente corresponde ao de governador, Armando de Salles Oliveira, criou a Universidade de São Paulo (USP). A ELSP assumiu o objetivo de formar elites administrativas para um novo modelo que vinha se configurando em que se notava uma atuação crescente do Estado, enquanto a USP voltou-se a formar professores para as escolas secundárias e especialistas nas ciências básicas. O modelo sociológico norte-americano constituiu o exemplo para ELSP, enquanto que o mundo acadêmico francês foi a principal fonte de inspiração para a USP. Professores estrangeiros tais como Claude Lévi-Strauss, Fernand Braudel, Roger Bastide, Emilio Willems, Donald Pierson, Pierre Monbeig e Herbert Baldus difundiram nas duas instituições novos padrões de ensino e pesquisa, formando as novas gerações de cientistas sociais no Brasil. A aula inaugural da USP em seu segundo ano, deu-se em 11 de março de 1935, no anfiteatro da Faculdade de Medicina, às 21h00 horas.[Textos e imagens da Wikipedia]

A CIDADE UNIVERSITÁRIA


A Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (CUASO) sedia a Universidade de São Paulo (USP), fazendo parte do campus USP da Capital. Está localizada na zona oeste da cidade de São Paulo, bairro do Butantã.[1] Leva o nome do fundador da universidade, o então interventor do estado, Armando de Salles Oliveira, político liberal paulista. Nela estão localizadas a maioria das unidades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade de São Paulo. Encontram-se também os órgãos centrais e administrativos da USP, como a Reitoria, gabinete do reitor, secretarias, superintendências e as pró-reitorias. A Cidade Universitária possui mais de 3,7 milhões de metros quadrados. Também estão sediados na Cidade Universitária: o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC), a Academia de Polícia (Acadepol), o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados e uma ETEC do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.

História. A construção da Cidade Universitária já estava prevista no projeto original da USP na década de 1930. Intelectuais paulistanos basearem-se no modelo alemão de universidade moderna, e uma comissão de estudos reservou a área da antiga Fazenda Butantã para a instalação da universidade.[2] No entanto, por diferentes motivos, sua implementação efetiva foi postergada diversas vezes. Sua ocupação, com a construção de edifícios para diversas unidades, deu-se a partir da segunda metade dos anos 50. A maior parte dos edifícios existentes hoje na Cidade Universitária foram construídos a partir de meados da década de 1960. Desta forma, apresentou-se de forma bastante evidente uma intenção urbanismo funcionalista na constituição de seus espaços e na organização de suas unidades. Apesar de não ter havido um plano original para a Cidade (segundo esta linha de pensamento, pois havia antes dela uma série de outros planos com caráter historicista), os edifícios foram sendo implantados segundo a lógica da arquitetura moderna e do funcionalismo, buscando espaços que se assemelham a superquadras. É possível dizer que parte dos arquitetos ligados a estes projetos buscavam um ideal de cidade diverso daquele encontrado em São Paulo (ou seja, buscavam um desenho aparentemente ordenado em oposição a uma organização urbana informal e desprovida de planejamento). O resultado, porém, foi um bairro dentro de São Paulo com poucas ligações com a cidade que o rodeia e altamente dependente do automóvel. De uma forma geral, os edifícios da Cidade Universitária possuem implantação isolada, apresentando grandes distâncias entre uns e outros. Eventualmente, algumas unidades possuem cercamentos em seu perímetro, mas a permeabilidade é mais comum à maioria das unidades. Junto a elas, normalmente são encontrados grandes bolsões de estacionamento e espaços livres desqualificados, cobertos por vegetação.[Textos e imagens da Wikipedia]


Praça do Relógio na Cidade Universitária- USP entre as zonas Oeste e Sul.  A Torre do Relógio foi inaugurada em 1973 – há exatos 50 anos, portanto. O projeto do arquiteto paulistano Rino Levi, nos anos 1950, foi criado para o estudante contemplar e refletir sobre o seu cotidiano na Universidade de São Paulo. Mas são os 12 desenhos em baixo e alto-relevo desenvolvidos pela escultora vicentina Elizabeth Nobiling que destacam a Torre do Relógio como um dos monumentos marcantes de São Paulo. A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP foi convidada especialmente por Levi para repensar o tema. Criou seis imagens em cada um dos lados da torre para representar o Mundo da Fantasia e o Mundo da Realidade. A face da Fantasia foi composta de cima para baixo, representando a Poesia; Ciências Sociais; Ciências Econômicas; Música, Dança e Teatro; Artes Plásticas e Arquitetura; e a Filosofia. Já a face da Realidade, também observada de cima para baixo, destaca a Astronomia; Química; Ciências Biológicas; Física; Ciências Geológicas; e Matemática.
Na base circular da torre está a frase do professor Miguel Reale, reitor da USP em 1949 e 1950 e entre 1969 e 1973: “No universo da cultura, o centro está em toda parte”. [Textos e imagens da Wikipedia]



O Instituto Butantan surgiu em 1899 (final do século XIX) para ajudar no combate a um surto de peste bubônica que se propagava no estado de São Paulo a partir do Porto de Santos. Temendo que a doença atingisse a capital, o governo paulista convocou o Instituto Bacteriológico (atual Instituto Adolfo Lutz) para tentar resolver o problema. Seu diretor, Adolfo Lutz, mandou para essa cidade o assistente Vital Brazil. Em pouco tempo ele diagnosticou a doença e, em conjunto com o médico Oswaldo Cruz, criou um plano para controlá-la. De volta à capital, Vital Brazil foi encarregado de chefiar a organização de um laboratório de produção de soro antipestoso, vinculado ao Instituto Bacteriológico. Para albergar este novo serviço e laboratório, o médico Emílio Ribas, diretor sanitarista do estado, sugeriu ao então presidente de São Paulo, Coronel Fernando Prestes de Albuquerque, a desapropriação da fazenda Butantan. A localização da fazenda era ideal, já que ficava bastante afastada do centro da cidade, do outro lado do Rio Pinheiros, em uma época em que não havia pontes para unir as duas margens. Em fevereiro de 1901, esse serviço transformou-se em instituição autônoma, então denominada "Instituto Serumtherapico do Estado de São Paulo", e tendo como primeiro diretor o médico sanitarista Vital Brazil. O nome Butantan, segundo o filólogo Eduardo Navarro, é originário do tupi antigo e quer dizer "terra dura dura", formando o superlativo a partir da duplicação do adjetivo. A nomeação para Instituto Butantan aconteceria na década de 1920: em 1925, a instituição já era chamada assim em documentos oficiais. [Textos e imagens da Wikipedia]

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MINHOCÃO, O ELEVADO QUE DEU ATÉ NOVELA DE PROTESTO

Rua Amaral Gurgel nos anos 1960





O Elevado em construção nos anos 1970. Rua Amaral Gurgel. 

Inauguração do elevado em 24 de janeiro de 1971.





Minhocão nos anos 1970. 

Minhocão. Idealizado por Luiz Carlos Gomes Cardim Sangirdadi, arquiteto do Departamento de Urbanismo da Prefeitura de São Paulo, em 1968, o projeto do Minhocão foi apresentado ao prefeito Brigadeiro José Vicente de Faria Lima como uma solução ao tráfego pesado da Avenida São João, duplicando sua capacidade sem alargá-la, indo até a Praça Marechal Deodoro. À época, a via elevada era uma tipologia consagrada, que resolvia uma das questões fundamentais do século XX: o conflito entre trajetórias diferentes de veículos ou pedestres, tendo em vista o vertiginoso aumento nos volumes de tráfego urbano. O Brigadeiro recusou a obra, considerando-a radical demais, e deu prioridade à construção do metrô. Contudo, enviou o projeto para a Câmara dos Vereadores e reservou a área necessária para a construção, caso algum de seus sucessores se interessasse.  No ano seguinte, o engenheiro Paulo Maluf assumiu como prefeito biônico da cidade disposto a fazer uma obra que marcasse sua gestão. Maluf teria tentado imprimir sua marca, para se contrapor ao prefeito anterior como um bom administrador público, uma vez que, aos 38 anos, nunca havia assumido um cargo dessa envergadura. Assim, retomou o projeto do Elevado, uma construção grandiosa e de rápida execução, que contrastava com o prefeito anterior pela importância que o projeto dava ao automóvel. Deste modo, dia 24 de janeiro de 1971, aniversário da cidade de São Paulo, apenas 11 meses após o começo da construção, era inaugurado o Elevado Presidente Costa e Silva, uma via expressa com velocidade máxima de 80 km/h. 950 homens trabalharam em um ritmo febril de 16 horas por dia, totalizando seis milhões e 80 mil horas.

Construído para desafogar o tráfego, o Minhocão ironicamente foi cenário de um congestionamento em seu primeiro dia de funcionamento, quando um carro quebrado provocou um engarrafamento, agravado já que os demais motoristas não podiam fazer uma rota alternativa pela pequena quantidade de acessos e saídas à via elevada. O equipamento possuía torres de observação para alertar os motoristas sobre acontecimentos assim, algo importante quando rádios não eram acessórios comuns em carros.

A questão do custo final do Elevado não é totalmente esclarecida. Ao anunciar o projeto em 1969, Maluf assegurou um preço de 37 milhões de cruzeiros. No entanto, a Folha de S.Paulo aponta um valor de cinquenta milhões de cruzeiros, discriminando o valor pago às duas vencedoras da licitação pública: ao Consórcio Brasileiro Construtor de Estruturas, foram repassados Cr$ 32 milhões para a construção do trecho entre as praças Roosevelt e Marechal Deodoro, e à Rossi Engenharia, responsável pela parte até o Largo Padre Péricles, se transferiu um montante de Cr$ 18 milhões.

Passando a cinco metros dos prédios de apartamentos, o elevado tem 3,4 quilômetros de extensão e liga a região central à zona oeste da cidade. Foram usados na obra trezentos mil sacos de cimento, sessenta mil metros cúbicos de concreto e duas mil toneladas de cabos de aço, entre outros materiais. A obra recebeu diversas críticas, sendo chamado de "cenário com arquitetura cruel" e "uma aberração arquitetônica". O jornal O Estado de S. Paulo criticou a obra, em dezembro de 1970, alegando que ela não tinha "um objetivo definido": "A via elevada não é resposta a nenhuma pesquisa de origem e destino da população, não tem um objetivo definido. É apenas uma obra. O prefeito [Maluf] já tentou explicá-la, mas não apresentou nenhum argumento técnico, nenhum dado de pesquisa". Houve críticas, ainda, relacionadas à obra do Metrô, que teria sido atrasada por causa do Minhocão, que também causaria mudanças no trajeto da então futura Linha Leste-Oeste, que passaria sob a Avenida São João, mas teria de mudar de lugar ou receber um método de construção mais caro, por causa dos pilares do elevado. Ainda hoje, não é bem visto pela população da região, devido à desvalorização dos imóveis próximos e à deterioração do local.[Textos e imagens da Wikipedia]


Técnico da CET medindo o nível de ruido no trânsito do elevado. 




O Grito é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 27 de outubro de 1975 a 30 de abril de 1976, em 125 capítulos. Escrita por Jorge Andrade, foi dirigida por Walter Avancini, Gonzaga Blota e Roberto Talma.  O cenário principal e centro da trama é o Edifício Paraíso, construído por uma família aristocrática na cidade de São Paulo, que sofre desvalorização com a construção do Elevado Presidente Costa e Silva, mais conhecido como "Minhocão", que passa à altura de seu segundo andar. Os personagens são os moradores do edifício, cada qual com sua história. No térreo moram os zeladores e nos demais andares, os vários tipos característicos da classe média paulistana. A cobertura é habitada por remanescentes da família que construiu o prédio. Em meio à variada gama de personagens, está a ex-freira Marta, que vai morar no prédio, e cujo filho Paulinho grita horrivelmente durante a noite, suscitando um movimento para expulsá-los, mas nem todos concordam, formando-se grupos a favor e contra. Um clima de tensão se forma quando um interceptador telefônico é roubado e alguém pode estar ouvindo as conversas dos moradores. Preocupado, o síndico Otávio convoca uma reunião com os moradores para esclarecer o roubo do equipamento e também para decidir sobre a expulsão de Marta. Entre acusações mútuas, todos são considerados suspeitos, e a reunião é interrompida pelo zelador, que encontrou uma carta anônima no prédio, com a mensagem: "Conheço o segredo de todos! Ainda estão escondidos, mas poderão ser revelados! Cada um terá o seu preço. Assinado... o interceptador!". A reunião é encerrada e os moradores seguem lidando com suas culpas e problemas, pressionando pela expulsão de Marta, que recebe uma segunda carta anônima: "Como os outros, você sabe o que fez. O preço de seu segredo é sair do prédio. Se não sair, ele será comunicado aos condôminos. Assim vou fazer com todos. Da cobertura ao térreo, cada um tem um delito escondido que será revelado ao prédio." O síndico marca uma nova reunião quando Marta recebe uma outra carta anônima, em que o suposto o ladrão do interceptador ameaça revelar o segredo de cada morador ao delegado Sérgio, que se instala numa sala do edifício, para interrogar os moradores sobre uma investigação de contrabando. Ele desconfia de uma ligação entre o roubo do interceptador e supostos contrabandistas moradores do prédio. A proposta principal da novela era mostrar a realidade de se viver na cidade de São Paulo, que em 1975 já era bastante caótica. O ponto de partida da história era o convívio entre os moradores do Edifício Paraíso, que havia se desvalorizado com a construção do Minhocão.

“O paraíso de se viver em São Paulo. O retrato dessa realidade. A vida nas suas vinte e quatro horas de correria, poluição, gente se esbarrando e nem sentindo, solidão, superpopulação e potencialidades, marginalidades e neurose
—  Jorge Andrade, autor da novela.


               



Minhocão interditado e funcionando como parque nos finais de semana.

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Centro Cultural São Paulo visto de um viaduto sobre a avenida 23 de maio na altura do Paraíso. 




A história do Centro Cultural São Paulo começa na década de 70, quando o terreno entre a rua Vergueiro e a Avenida 23 de Maio foi cedido para a prefeitura. Fruto das desapropriações ocasionadas pela construção do metrô, a área de aproximadamente 300 mil metros quadrados foi alvo de diversas especulações. Em julho de 1973, na administração de Miguel Colassuono, surgiu o Projeto Vergueiro, cujo objetivo era promover a urbanização do local, onde seriam construídos um complexo de escritórios, hotéis, um shopping center e uma grande biblioteca pública. O prazo para o término das obras era de cinco anos.

Dois anos depois, a administração de Olavo Setúbal cancelou o Projeto Vergueiro, tendo que arcar com a indenização ao consórcio Prounb, que havia vencido a licitação para as obras. Do plano antigo restou somente a construção da biblioteca pública. Para isso, foi instalada uma comissão de estudos que contava com bibliotecários, professores e o arquiteto Aron Cohen. A ideia do grupo era construir uma biblioteca moderna em que o leitor tivesse livre acesso ao material, de forma que o objetivo não seria mais guardar a informação e sim escancará-la para o público. O arquiteto Eurico Prado Lopes venceu a concorrência aberta em 1976, e as obras tiveram início em 1978.

A gestão seguinte, do prefeito Reynaldo de Barros, resolveu reformular o projeto da biblioteca e adaptá-lo ao de um centro cultural multidisciplinar nos moldes dos que estavam surgindo no mundo todo como o Georges Pompidou, fundado em 1977 na cidade de Paris (França). O então secretário municipal de cultura, Mário Chamie, alegava que a localização era ideal para a instalação de uma instituição como essa. Além disso, argumentava-se que a obra era grande demais para abrigar somente uma biblioteca. Ficou decidido, então, que o centro cultural contaria com cinema, teatro, espaço para recitais e concertos, ateliês e áreas de exposições. Os arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles continuaram à frente do projeto.

A concepção do centro cultural foi baseada em extensa pesquisa para entender o que significava o acesso à informação em um país como o Brasil. O edifício foi projetado com o objetivo de facilitar ao máximo o encontro do usuário com aquilo que seria oferecido no centro cultural. Dessa maneira, a arquitetura do prédio não obedeceu a padrões pré-estabelecidos, privilegiando as dimensões amplas e as múltiplas entradas e caminhos.

O arquiteto Eurico Prado Lopes (à esquerda) apresentando a maquete do Centro Cultural São Paulo aos secretários municipais Mário Chamie (cultura) e Paulo Gomes Machado (obras), 1979.



A construção

O Centro Cultural São Paulo começou a ser construído nos últimos anos da ditadura no Brasil. A proposta de valorizar o aspecto multidisciplinar dos espaços e evitar a compartimentação foi alvo de muitas polêmicas. Nas palavras do arquiteto Luiz Telles: “Ficávamos de prontidão, para ver com o que iam implicar. Não que fôssemos subversivos, os outros é que eram retrógrados”. 

O projeto foi amplamente discutido na mídia, pois, além de apresentar conceitos inéditos como integração e multidisciplinaridade, sua construção contou com alguns problemas de ordem técnica, já que apresentava muitas inovações arquitetônicas. Pesquisas e experimentações tiveram que ser realizadas antes que se pudesse chegar ao produto final. Para viabilizar as formas arrojadas pretendidas pelos arquitetos, utilizou-se os mais variados materiais, como vidro, aço, concreto, acrílico, tijolo e tecido.

As estruturas mistas previstas no projeto fizeram com que conceitos tradicionais de execução tivessem que ser modificados, dando lugar a novas técnicas muito específicas, em um processo que beirou o artesanal. Durante a construção do prédio, Emilie Chamie, esposa do então secretário de cultura, Mário Chamie, criou o logotipo da instituição. O desenho é a representação de uma junção de curvas e foi pensado, segundo sua criadora, a partir das estruturas do prédio.


A inauguração

A lei de criação do Centro Cultural São Paulo, promulgada em 6 de maio de 1982, estabelecia que suas funções incluíam: “planejar, promover, incentivar e documentar as criações culturais e artísticas; reunir e organizar uma infra-estrutura de informações sobre o conhecimento humano; desenvolver pesquisas sobre a cultura e a arte brasileiras, fornecendo subsídios para as suas atividades; incentivar a participação da comunidade, com o objetivo de desenvolver a capacidade criativa de seus membros, permitindo a estes o acesso simultâneo a diferentes formas de cultura; e oferecer condições para estudo e pesquisa, nos campos do saber e da cultura, como apoio à educação e ao desenvolvimento científico e tecnológico”.

A inauguração aconteceu no dia 13 de maio de 1982. O prefeito Reynaldo de Barros e o secretário de cultura Mário Chamie receberam um grande público entre convidados, participantes da obra e a população em geral. Após a cerimônia, os presentes percorreram as dependências do edifício, assistiram a espetáculos musicais com o Coral Paulistano e com o pianista João Carlos Martins e puderam apreciar as obras em exibição na Pinacoteca.

Em 1982, São Paulo possuía aproximadamente 8,5 milhões de habitantes, grande parte deles espalhada pela periferia. A intenção do centro cultural que nascia era a de agregar essa população heterogênea, fornecendo um espaço em que todos tivessem acesso aos mais variados gêneros culturais.

Mário Chamie destacou em seu discurso todo o trabalho que a obra demandou, apontando que “durante dois anos, dez meses e um dia pelas manhãs, tardes e madrugadas adentro, trabalhou-se na construção desse espaço”. Segundo Chamie, era necessário abrigar em um só espaço cultura popular e erudita, e todo tipo de manifestação cultural de grupos ou comunidades as mais diversas, para refletir “toda essa igualdade cultural brasileira que é feita justamente das diferenças”. PMSP



Escultura de Tomie Otake no Centro Cultural São Paulo, na avenida 23 de Maio. 


AVENIDA 23 DE MAIO


Avenida 23 de maio na altura do Ibirapuera

Avenida 23 de Maio. 1982. Fotos Antigas- Preservação Da Memória Fotográfica. Originalmente conhecida como Avenida Itororó e, depois, Avenida Anhangabaú, é uma das mais movimentadas avenidas do município de São Paulo, sendo o principal corredor de ligação dos bairros da subprefeitura da Vila Mariana à região central da cidade. Faz parte do Corredor Norte-Sul. Recebeu este nome em referência ao dia em que foram mortos os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (conhecidos pelo acrônimo MMDC), 23 de maio de 1932, evento que se encaixa no contexto da Revolução Constitucionalista de 1932.  Construída sobre o antigo córrego Itororó, que foi canalizado, a avenida consiste numa via expressa em sua totalidade, isto é, não é endereço de nenhum estabelecimento residencial ou comercial, tendo barreiras de contenção em seus lugares, ocupando uma faixa com largura total de oitenta metros, para permitir a arborização dos locais. Três dos viadutos que passam sobre a avenida — Dona Paulina, Condessa de São Joaquim e Pedroso — têm uma estrutura interna, cuja função original, no caso dos dois últimos, seria abrigar futuras estações de metrô, referentes aos antigos projetos da Linha Norte–Sul do Metrô, que correria a céu aberto pelo largo canteiro central da avenida — inicialmente, entretanto, esse canteiro central deveria ser usado como faixa expressa. Essas estruturas, inclusive, contam com escadas que desembocam no que seriam as plataformas laterais das estações. No Dona Paulina, funciona o serviço funerário municipal; já no Condessa de São Joaquim, que já funcionou como albergue, moravam, em 2006, famílias de sem-teto. No Pedroso, ainda funciona um abrigo, mantido desde 1996 pela Comunidade Metodista do Povo de Rua. Já os viadutos construídos na região do Ibirapuera foram definidos pelo jornal O Estado de S. Paulo', em 1969, como tendo "linhas arquitetônicas inéditas e um completo tratamento paisagístico do local".  [Textos e imagens da Wikipedia]

Noturna da 23 de Maio vista do Viaduto Paraíso. São Paulo City.



POLÍCIAS PAULISTAS




A Polícia Civil do Estado de São Paulo é uma Instituição que integra a estrutura da Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública e tem por atribuição principal (essencial) o desenvolvimento das atividades próprias administrativas e de Polícia Judiciária. Nasceu junto à Secretaria dos Negócios da Justiça, em 1841, tendo como primeiro chefe de polícia, o Conselheiro Rodrigo Antonio Monteiro de Barros. A primeira pessoa a pensar na estruturação da Polícia, tornando-a mais séria, profissional e remunerada: de carreira foi José Cardoso de Almeida, quando chefe de polícia no governo de Francisco de Paula Rodrigues Alves. Procurando alertar as autoridades para essa necessidade de melhoria organizacional, Cardoso de Almeida fez um relatório, em 1902, narrando as dificuldades policiais da época. As suas idéias de uma Polícia Civil de Carreira foram acompanhadas pelo delegado de polícia, Antonio de Godoi Moreira e Costa, que as aprofundou e lhes deu maior consistência. Finalmente, em 1905, mais precisamente no dia 7 de novembro, o presidente do Estado, Jorge Tibiriçá Piratininga deu início à tão sonhada reivindicação de José Cardoso de Almeida, criando a Polícia Civil de Carreira. A Polícia de Carreira foi se impondo e o delegado de polícia passou a exercer um papel civilizador dos mais importantes. Em 1912, a Lei nº 1.342, de 16 de dezembro, reorganizou vários departamentos da Secretaria da Justiça e da Segurança Pública e também o Gabinete de Investigações e Capturas, que teve suas seções distintas: investigação, capturas e de identificação. A Lei foi um dos pontos altos da Polícia paulista, porque possibilitou a melhor reaparelhagem dos serviços policiais. Pouco depois, já em 1916, sete delegacias regionais foram inauguradas: Santos, Campinas, Ribeirão Preto, Guaratinguetá, Botucatu, Araraquara e Itapetininga.

O Gabinete de Investigações e Capturas, atuante em todo o Estado de São Paulo através de suas sete delegacias especializadas, tornara-se o mais afamado departamento de nossa Polícia, principalmente pela elucidação de crimes de grande repercussão, motivo pelo qual recebeu nova denominação em 1924, passando a Gabinete Geral de Investigações, e dois anos depois, a Gabinete de Investigações.

A Delegacia de Ordem Pública e Social, já existente em 1940, recebeu novas denominações, como Superintendência de Segurança Política e Social, até que chegasse a Departamento Estadual de Ordem Política e Social – setor definitivamente extinto em 1991. O acervo do departamento foi transferido para o Arquivo do Estado, despertando enorme interesse da população, pois se trata de dados e documentos produzidos pela Polícia Política de 1924 a 1983.

Rádio Patrulha. Também faz parte da história da Polícia Civil, o serviço  criado em São Paulo no ano de 1935, entrou em funcionamento na capital e em algumas cidades do interior em 1937 - Esse moderno serviço policial de comunicações foi inspirado no modelo da Rádio Policial norte-americana e teve como sede, a 6ª Divisão Policial.

A Escola de Polícia foi outro setor que passou por modificações ao longo dos anos. De 1934 a 1936, funcionou em um prédio na Rua Visconde de Rio Branco, nº 541, e no ano seguinte, devido à ampla reforma no ensino técnico-policial realizada por Adhemar de Barros, foi substituída pelo Instituto de Criminologia do Estado de São Paulo, IC, pois o governador entendia que o ensino policial deveria incluir as questões de Criminologia.

O IC funcionou na Rua Conde do Pinhal, nº 52, onde hoje há um estacionamento, até 1942, quando o Decreto nº 12.497, de 7 de fevereiro (em seu artigo 19), determinou que o tradicional estabelecimento paulista de ensino técnico-policial voltasse a denominar-se Escola de Polícia, mantendo-se sua estrutura, e por quase dez anos (até 1951), funcionou no prédio da Rua da Glória, nº 410, o qual, atualmente preservado, mantém a sede do 1º distrito policial.

Apenas em 24 de julho de 1969, através do Decreto nº 52.213, a Escola de Polícia passou a se chamar Academia de Polícia, recebendo no dia 6 de março de 1975, a denominação de Divisão de Ensino e Aperfeiçoamento. Finalmente, em 27 de maio de 1970, foi realizado o ato de despedida do velho prédio da Rua São Joaquim, com celebração de missa de ação de graças, sendo transferida a Academia de Polícia para o prédio na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo.  Atualmente, a Academia, que se denomina “Dr. Coriolano Nogueira Cobra”, realiza concursos públicos para provimento de vagas das carreiras policiais, de caráter efetivo e temporário, das classes administrativas da Polícia Civil, e de despachantes policiais, e mantém o atual Museu do Crime, onde há objetos e documentos relacionados a crimes de grande repercussão e à história de “famosos” marginais. 

Dentre os avanços tecnológicos que fez a Polícia Civil nesses cem anos, está o Setor de Identificação. Em 1938, Ricardo Gumbleton Daunt o revolucionou dividindo-o em quatro fases: Fotografia, Antropometria, Dactiloscopia e Aplicação (de vários recursos da ciência da identidade), e desde a sua criação, o Instituto de Identificação, que leva o seu nome, o IIRGD, já identificou mais de 40 milhões de pessoas, e atualmente emite mais de 10 mil cédulas de identidade por dia, entre primeiras e segundas vias. Na década de 50, e especialmente no ano de 1954, novas formas de delinqüência se multiplicaram pelo Estado, o que suscitou nova reforma na Polícia Civil paulista. As autoridades da época pretendiam fazer de cada policial de São Paulo um especialista inteiramente integrado às suas funções específicas, dando-lhe treinamento cuidadoso, bem como aos meios materiais de que disporiam para trabalhar dignamente. Os ensinamentos a eles passados pela Academia da Polícia Civil “Coriolano Nogueira Cobra” são um exemplo dessa filosofia. Nessa linha de modificações, outro registro importante veio através do Decreto nº 25.409, de 30 de janeiro de 1956, do então Governador Jânio Quadros, que instituiu no Gabinete da Secretaria de Segurança Pública, a Assessoria Policial.


Um órgão de suma importância para a Polícia Civis é o Setor de Arte Forense, da Delegacia Geral de Polícia, o qual está inserido na Assistência Policial de Comunicação Social (APCS), cujo trabalho é feito a partir de todo e qualquer tipo de imagem de rosto, com o objetivo de identificar pessoas o mais convictamente possível. Através desse trabalho, grandes casos foram elucidados pela Polícia Civil de São Paulo. Ressalte-se, contudo, que muitos outros também foram esclarecidos pelos trabalhos manuais de desenhos e de lâminas de acetato feitos (e ainda hoje) por alguns departamentos de polícia.

Dando um salto até 1967, chegamos à modificação ocorrida no Departamento de Investigações, DI, que deixando de existir após outra grande reforma da estrutura policial civil, deu lugar ao Departamento Estadual de Investigações Criminais, o Deic. No final da década, em 1969, as circunscrições policiais se tornaram distritos policiais e a 1ª Divisão Policial, também conhecida como 1ª Auxiliar, teve sua denominação alterada para Departamento das Delegacias Regionais de Polícia da Grande São Paulo, Degran, ao mesmo tempo em que as zonas policiais receberam o nome de seccionais de polícia. Ainda em 1969, pelo Decreto-Lei nº 141, de 24 de julho, foi criado o Dicom, responsável pela instalação, operação e manutenção das redes de telecomunicações da Polícia Civil, incluindo o Cepol, Centro de Operações e Comunicações da Polícia Civil. Desaparecia, então, a denominação Departamento de Comunicações e Serviço de Rádio Patrulha - Rádio que passou a pertencer à Polícia Militar.

Paralelamente ao Degran, surgiram o Departamento das Delegacias Regionais de Polícia de São Paulo Interior, Derin, formado por dezoito delegacias regionais e cinqüenta e duas seccionais e o Departamento Regional de Polícia da Região de São Paulo Exterior, Derex, que, em 1975, foi transformado em Delegacia Regional da Polícia do Litoral, e subordinado ao Derin. Naquele mesmo ano, era criado o DEPC, Departamento Estadual de Polícia Científica, com a incumbência de realizar os trabalhos de pesquisa nos campos de Criminalística, Medicina Legal, Identificação e Cadastramento de interesse policial, bem como proceder às perícias médico-legais e técnico-científicas, coordenar e executar a formação, pesquisa, especialização e o aperfeiçoamento dos policiais civis, executar identificações civis e criminais e fazer o cadastramento de interesse policial. Posteriormente, o DEPC tornou-se DPC, Departamento de Polícia Científica, e hoje, DIRD, Departamento de Identificação e Registros Diversos, ao qual estão subordinados órgãos como o IIRGD e as Divisões: de Produtos Controlados, Registros Diversos, Capturas, Policial de Portos, Aeroportos, Proteção ao Turista e Dignitários, Administrativa e o Serviço de Fiscalização de Despachantes.

Ainda com referência à história da Polícia Civil de Carreira, não podemos deixar de mencionar o Detran, Departamento Estadual de Trânsito, órgão subordinado, diretamente, à Secretaria da Segurança Pública, mas que é dirigido por um delegado de polícia de classe especial. Também faz parte da história dessa Polícia de Carreira, o policiamento ostensivo, como o efetuado pela RONE, Ronda Noturna Especial, RUPA, Rondas Unificadas da Primeira Auxiliar, RUDI, Rondas Unificadas do Departamento de Investigações – que deu origem ao GARRA, CERCO, Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado, GOE, Grupo de Operações Especiais, do Decap e GARRA, Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos – que foi criado em 1976, por Mauricio Henrique Guimarães Pereira, tendo como primeiro supervisor, o delegado Alberto Angerami.

Nos anos 80, outras criações importantes: Em 1983, era criado o Decon, Departamento de Polícia do Consumidor, para apurar e investigar infrações penais contra a economia popular, a ordem econômica e as relações de consumo, além das infrações previstas no Código do Consumidor.

Com a extinção do DEOPS, o órgão responsável pela prevenção e repressão dos crimes contra a economia popular, o governo estadual se viu obrigado a dotar a Polícia de um meio para combater crimes dessa área – motivo da criação do Decon, que passou a operar no mesmo prédio em que o DEOPS estava instalado, e ainda, que ficou responsável pela fiscalização dos despachantes policiais. Hoje, porém, o Decon não existe mais.

Também em 1983, foi instituído o Deplan, Departamento de Planejamento e Controle da Polícia Civil, um dos órgãos de apoio da Delegacia Geral de Polícia, incumbido de planejar, coordenar e controlar os recursos humanos e materiais e de proceder à execução policial.

O Deplan ainda assessora a DGP em suas áreas de atuação, propondo alterações de sua legislação e apresentando sugestões para valorizar os trabalhos desenvolvidos pela Polícia Civil de São Paulo. Hoje, o Deplan é o DAP, Departamento de Administração e Planejamento.

No ano seguinte, 1984, surgiu o DHPP, Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, que foi oficializado em 14 de março de 1986, pelo Decreto de nº 24.919, assinado pelo governador Franco Montoro.

Considerado “a menina dos olhos” da Polícia Civil, o DHPP, hoje, utiliza a Recognição Visuográfica, recurso amplamente utilizado na investigação de crimes contra a vida, bem como, contra o patrimônio e em acidentes de trânsito, cujo criador foi o então delegado geral de polícia, Marco Antonio Desgualdo. A Recognição é um relato do crime, detalhadamente descrito, esquematizado e ilustrado fotograficamente, considerada a verdadeira semente da futura investigação policial, considerando-se o seu dinamismo e praticidade.

Outro marco também importante da história da Polícia Civil de Carreira é a inauguração da primeira Delegacia de Defesa da Mulher, fundada no dia 6 de agosto de 1985, cuja primeira delegada foi Rosmary Corrêa - um ato inédito no País e no mundo. Dois anos depois, uma importante e estratégica divisão da Polícia foi transformada em departamento: a de entorpecentes. No dia 24 de setembro de 1987, foi criado o Denarc, Departamento de Investigações Sobre Narcóticos, extinguindo a Dise, Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes, do Deic (que existia desde 1975).

No Denarc funcionam divisões como a Diap, Divisão de Inteligência e Apoio Policial, órgão destinado a coletar, estudar e arquivar as informações obtidas das mais diversas formas e fontes, assessorando, colaborando e participando conjuntamente das ações das delegacias da Dise que foram mantidas no novo departamento, e a Dipe, Divisão de Prevenção e Educação, que mantém uma assistência social e uma seção de ensino, e faz encaminhamentos de dependentes químicos a hospitais e clínicas especializadas; grupos como o Gape, Grupo de Apoio e Proteção à Escola, criado em 1997, com a finalidade exclusiva de atender às solicitações recebidas da área educacional sobre a criminalidade circundante (As ações de apoio e proteção à escola, hoje, são atribuições de todas as unidades policiais do Denarc, não mais apenas do Gape); e setores como o SOE, Setor de Operações Especiais, criado em 1998, como órgão especializado em ações repressivas, e destinado ao apoio necessário às demais delegacias do departamento.

A disciplina da Polícia Civil de Carreira também faz parte de sua história. Através do Decreto nº 25.440, de 3 de fevereiro de 1956, foi criado um órgão para sistematizá-la e aplicá-la aos policiais: Sua primeira sede foi instalada na antiga 8ª divisão policial, e sua primeira qualificação foi Serviço Disciplinar da Polícia, SDR - sendo extintas as comissões de correição. Anos depois, em 1975, o SDR deu origem à Corregedoria da Polícia Civil, a qual, finalmente, foi estruturada em 15 de setembro de 1989, pelo Decreto de nº 30.413.

A Corregedoria da Polícia foi criada com o objetivo de apoiar a Delegacia Geral, e dentre suas atribuições, está a elaboração de procedimentos referentes às infrações administrativas e penais praticadas por policiais civis no exercício de suas funções.

Na década seguinte, mais precisamente no dia 18 de maio de 1990, o Decreto nº 31.581 criava a Deatur, Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista, que ficaria subordinada ao Degran, e estaria incumbida de prestar assistência de natureza policial aos turistas, durante sua permanência no município de São Paulo. Ao mesmo tempo, pretendia-se um entrosamento entre os órgãos policiais civis e as entidades ligadas ao turismo na cidade, para que se solucionassem adequadamente os problemas ocorrentes.

No ano de 1991, o Degran foi extinto, dando lugar ao Decap, Departamento de Polícia Judiciária da Capital, que foi instalado na Rua Ferreira de Araújo, nº 653, no bairro de Pinheiros, onde se formou o GOE, e, paralelamente, ao Demacro, Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo.

O Decap dirige as delegacias seccionais, delegacias de defesa da mulher, a Delegacia de Proteção ao Idoso – criada através do Decreto nº 35.696, de 21 de setembro de 1992, para atender, auxiliar e orientar pessoas idosas, bem como encaminhá-las, quando necessário, aos órgãos competentes -, as Delegacias de Polícia da Infância e da Juventude, a Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Infrações Contra o Meio Ambiente e a Saúde Pública e os distritos policiais da capital.

Também em 1991, surgiu o Dinfor, Departamento de Informática da Polícia Civil, com a finalidade de gerir e coordenar a elaboração, implantação e operação na Polícia Civil de um sistema de coleta, armazenamento e recuperação de dados de interesse policial civil, por processamento eletrônico. Seis anos depois, em 1997, ele foi extinto, criando-se em seu lugar, o Detel, Departamento de Telemática da Polícia Civil, ao qual ficou subordinada a Dicom, Divisão de Comunicações da Polícia Civil.

O Deic, em fevereiro de 1995, foi denominado Departamento de Investigações Sobre Crimes Patrimoniais, ou seja, Depatri, deixando o Palácio da Polícia e ganhando novas instalações na Avenida Zacki Narchi, nº 152, e em 2001, tornou-se o hoje conhecido, Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado.

Ainda em 1995, outras novidades: foi implantado o site da Polícia Civil na Internet, um trabalho da equipe de policiais do extinto Departamento de Informática (Dinfor), que hoje é o Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol), através do qual a população tem acesso aos links da Polícia, como da Sala de Imprensa da DGP, Academia de Polícia, Decap, Demacro, Denarc, DHPP, Dipol, Garra e outros, bem como a consultas referentes a editais de licitações, concursos públicos, pessoas desaparecidas, procurados da Justiça e informações sobre antecedentes criminais, cédula de identidade, dicas de segurança, dentre outras; e foi dado início ao processo de desativação das cadeias anexas aos distritos policiais da capital, Grande São Paulo e interior.


No final da década, em 1999, o Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior, Deinter, substituiria o Derin. Atualmente, para facilitar o trabalho policial e administrativo, existem nove Deinteres: Deinter-1, São José dos Campos; Deinter-2, Campinas, Deinter-3, Ribeirão Preto; Deinter-4, Bauru; Deinter-5, São José do Rio Preto; Deinter-6, Santos; Deinter-7, Sorocaba; Deinter-8, Presidente Prudente e Deinter-9, Piracicaba.

Também em 1999, o Departamento de Administração e Planejamento da Polícia Civil, DADG, foi extinto para que surgisse o atual Departamento de Administração e Planejamento, DAP, criado em novembro daquele ano, pelo Decreto nº 44.448, órgão que sofreu intensa reorganização em 2000, assumindo várias atribuições, e desde então, sua estrutura básica constitui as Divisões: de Planejamento e Controle de Recursos Humanos, Controle de Recursos Materiais, Controle de Execução Policial, de Administração de Pessoal, de Finanças, Suprimentos, Transportes, Protocolo e Arquivo, Serviços Diversos e Saúde.

Atuando em parceria com o Dipol, o DAP mantém um cadastro atualizado dos quadros de recursos humanos, materiais e de toda a frota da Polícia Civil, o que possibilita o vislumbramento imediato das necessidades de cada unidade, sanando as defasagens existentes, ao mesmo tempo em que as corrige de forma adequada às necessidades prioritárias da instituição.

Dentro dessa visão, foram adquiridos armamentos, munições, viaturas e outros equipamentos necessários à segurança dos policiais e da população.

Por um bom tempo, os policiais civis de São Paulo portaram revólveres do calibre 38, Puma do calibre 38, Calibre 12 e alguns policiais, o Taurus 357 - armas que ficaram obsoletas com o passar dos tempos. Uma curiosidade: A primeira arma automática adquirida pela Polícia foi a Imbel calibre 45.

Um importante setor do DAP é a Divisão de Prevenção e Apoio Assistencial (DPAA), que tem como atribuição prestar ao policial civil e a seus familiares, serviços médicos, odontológicos, psicológicos e fisioterápicos. Hoje, a Polícia Civil conta com um amplo Ambulatório Médico para consultas e atendimentos.

Em janeiro de 2000, a Polícia Civil de São Paulo inovou em relação a todo o País com a inauguração da Delegacia Eletrônica, acessada pela população através dos sites www.policia-civ.sp.gov.br e www.ssp.sp.gov.br. A Delegacia Eletrônica foi idealizada para descongestionar os distritos policiais de todo o Estado, objetivo que vem sendo cumprido nesses sete anos de funcionamento. De pouco mais de vinte mil boletins eletrônicos de ocorrência registrados em 2000, chegou-se a quase duzentos mil em 2006. Um aumento considerável que impulsionou o crescimento do setor: o número de policiais civis da unidade passou de cinco a quarenta e quatro e o de terminais, de cinco a trinta (após a reforma pela qual passou, finalizada em 2007). A Delegacia atende casos de furtos e perdas de documentos, celulares e placas de veículos, furtos de veículos, desaparecimento e encontro de pessoas, e disponibiliza consultas dos BEOs pelos sistemas Infocrim (Informações Criminais) e RDO (Registro Digital de Ocorrência), o que impossibilita a duplicidade de comunicação de um crime e viabiliza o compartilhamento de informações por toda a Polícia Civil do Estado.


Também em 2000 foi criado o Gradi, Grupo de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância, com o objetivo de reprimir crimes e ataques contra minorias da população e executar o trabalho preventivo de crimes de intolerância de qualquer espécie, como racial, religioso, sexual, esportivo, dentre outros.

Em 2002, o Detel foi substituído pelo Dipol, um órgão projetado para planejar e apoiar as atividades de telecomunicações, informática e de inteligência da Polícia Civil, ao qual ficou subordinado o Setel, Serviço Técnico de Monitoramento Legal de Telecomunicações.

Entre 2003 e 2005, o Departamento de Inteligência da Polícia Civil desenvolveu dois projetos de inteligência policial: o Ômega e o Phoenix.

Ômega é um sistema que integra diversas bases de dados em um único ambiente, viabilizando o agrupamento de ocorrências e a identificação automática de relacionamento entre pessoas, veículos, armas e endereços. Por meio de alertas e pesquisas realizadas nos bancos de dados do Registro Digital de Ocorrência e da Delegacia Eletrônica ele é usado para aprimorar cada vez mais as investigações policiais.

O Phoenix possibilita a identificação criminal por meio de boletins de identificação digitalizados, além da elaboração de retratos falados. Ele possui banco de dados de vozes e de individuais dactiloscópicas digitalizadas, fazendo com que detalhes como características físicas, incluindo tatuagens, cicatrizes, deformações do corpo, cor da pele, olhos e tipo do rosto da pessoa pesquisada, além do modus operandi de um criminoso possam ser pesquisados. Ainda em 2002, a Resolução Conjunta nº 1, do dia 21 de março, da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica e da Secretaria da Segurança Pública, estabeleceu que fossem concebidas e implantadas as delegacias de polícia participativas no Estado – um programa que visa oferecer à comunidade atendimento gratuito e de boa qualidade, ou seja, de forma padronizada, rápida, transparente e eficiente, sem discriminações ou privilégios, nas áreas social, jurídica e psicológica, além da policial, durante vinte e quatro horas.


POLÍCIA MILITAR


Polícia Militar de São Paulo. Em 15 de dezembro de 1831, por lei da Assembleia Provincial, foi criado o Corpo de Guardas Municipais Permanentes, composto de cem praças a pé, e trinta praças a cavalo, em atendimento ao decreto Imperial baixado pelo Regente Feijó. Dentro da província (atual estado de São Paulo), a Polícia Militar, assim como o Corpo de Bombeiros, a Guarda Nacional, a Marinha e as tropas regulares do Exército, faziam parte da Força Pública de São Paulo. Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os membros do Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo (CB PMESP). Atualmente, em efetivo, é a maior polícia do Brasil e a terceira maior Instituição Militar da América Latina, contando com aproximadamente 82 500 policiais. Em 1926, é criada a Guarda Civil do Estado, como auxiliar da Força Pública, mas sem o caráter militar desta. Às vésperas da Revolução de 1930, a Força Pública do Estado de São Paulo já era o segundo maior corpo armado da América Latina, somente superada pelo próprio Exército Brasileiro. Possuía desde infantaria até aeronáutica militar. No entanto, a oposição de São Paulo contra essa Revolução levou a cortes drásticos no poderio bélico da Força por parte do Governo Provisório de Getúlio Vargas, devido ao medo do presidente de uma possível reação paulista ao golpe dado contra o Governo Washington Luís. Em 1970, a Força Pública se fundiria com Guarda Civil, originando a denominação atual de Polícia Militar. Desde então, a PMESP é uma organização fardada e organizada militarmente. Fica subordinada ao Governador do Estado, por meio da Secretaria da Segurança Pública e do Comando Geral da Corporação. A PMESP tem a obrigação constitucional, assim como todas as outras PMs brasileiras, de prestar seus serviços dentro dos limites do rigoroso cumprimento do dever legal. [Textos e imagens da Wikipedia]



Soldado PM em ação urbana de controle de trânsito e fluxo de pedestres

Treinamento de tiro  no início do século XX. 

Registro das primeiras ações ostensivas e repressivas de PMs femininas
 

Centro de comunicações, atendimento e operações da PM em São Paulo nos anos 1970. 

Patrulhamento preventivo apelidado de "Romeu e Julieta"  no comércio das ruas do centro, décaa de 1970. 


O VIGILANTE RODOVIÀRIO



Carlos Miranda, ator do primeiro seriado produzido especialmente para a televisão em toda a América Latina, com o maior índice de audiência já registrado no Brasil, nasceu em São Paulo, capital, a 29 de julho de 1933. Começou sua carreira como cantor de circo e de parques de diversões aos 15 anos, logo em seguida indo trabalhar nas empresas Maristela e freqüentando os grupos do Teatro Popular do SESI, onde fez curso de ator, estreando na peça “O Ídolo das Meninas” de Gastão Tojeiro, levada no teatro Colombo no Largo da Concórdia em São Paulo, hoje Praça da Concórdia (o teatro já não existe mais). Trabalhou nos estúdios da Maristela no Jaçanã até o seu fechamento. De lá saíram os equipamentos para a montagem do primeiro estúdio de dublagem de filmes estrangeiros do Brasil. O seriado “Vigilante Rodoviário”, era patrocinado pelos produtos Nestlé e o nome da série para a TV era para ser: “O Patrulheiro” e o registro foi feito naquela ocasião, porém pouco antes da data de lançamento, a Toddy (Achocolatados) estreou um seriado estrangeiro com o titulo “Patrulheiros Toddy”. O Sr. Ary Fernandes (Criador e diretor da série “Vigilante Rodoviário”), em reunião com o Sr. Gilberto Valtério (Diretor da Nestlé), sugeriu o embargo da concorrente pelo uso do título registrado, mas este diretor da Nestlé, solicitou ao Sr. Ary Fernandes que colocasse outro nome no seriado, para evitar conflitos com uma concorrente do mesmo seguimento de mercado, sendo assim o Sr. Ary rebatizou sua série, com o nome que a fez tão famosa até os dias de hoje.

O seriado “Patrulheiros do Oeste” existiu, porém foi exibido pela TV muitos anos depois do “Vigilante Rodoviário”.  O primeiro episódio da série O Vigilante Rodoviário®, foi ao ar em março de 1961, na Rede Tupi Canal 4 numa (4ª) quarta-feira, às 20:05pm. Já no primeiro mês de exibição disparou na frente dos concorrentes para se tornar o campeão de audiência com a expressiva marca de +-45%. Como na época só 30 % das casas possuíam televisão, o produtor e o diretor acharam importante transformar a série em um filme de longa metragem, unindo 4 episódios e em seguida mais 4. O lançamento foi no cine Art-Palácio em São Paulo, resultando em uma divulgação nacional e assim , um fenômeno de bilheteria. Curiosidades a respeito da produção não faltam: como o orçamento era apertado foram convidados a fazer parte do filme atores em início de carreira como: Fulvio Stefanini, Rosamaria Murtinho, Ari Fontoura, Stenio Garcia, Juca Chaves, Ari Toledo, Toni Campelo, Milton Gonçalves, Luis Guilherme, e outros. Hoje são nomes conhecidos nacionalmente. Na época não havia televisão colorida, vídeo tape, e o equipamento era simples de cinema profissional de bitola de 35 mm. Para ser exibido em televisão era reduzido para 16 mm.

 O Oficial. Após o término da série em 1962, Carlos foi convidado pelo então Comandante Geral da Força Pública General de Exército João Franco Pontes para ingressar na carreira de policial, pois para interpretar o personagem do Vigilante, ele tinha feito a escola de Policiais Rodoviários em Jundiaí. Depois de 25 anos na Polícia, e tendo feito todos os cursos na corporação, em 1998 passou para a reserva como Tenente Coronel PM RES.  O Legado. Hoje Carlos Miranda participa de encontros de colecionadores de carros antigos, além de dar palestras e de se apresentar em comemorações de festas cívicas como símbolo das Polícias. O sucesso da série, lembrada até hoje pelas pessoas com mais de 45 anos, é digno de estudos na área de propaganda e marketing, bem como na de antropologia e sociologia.

Fonte: site da corporação


Um Simca Chambord usado na série "O Vigilante Rodoviário"


HERÓIS EM SÃO VICENTE

 

ZELADOR E RODOVIÁRIO EVACUARAM O PRÉDIO EM POUCOS MINUTOS


imagem da "Revista Enciclopédia Bloch", do Edifício Vista Linda, que tombou em 1966 em São Vicente. São Vicente de Outrora.

Queda do Edifício Vista Linda  na saída da Ponte Pênsil. 23  de Dezembro de 1966, às 17:28 horas, o sargento Jaime de  Miranda, de plantão no posto rodoviário, ouviu um estalo achando que parte do Morro dos Barbosas, atrás do edifício, poderia desabar e provocar uma tragédia. Com a ajuda do zelador do prédio, o oficial conseguiu evacuar em poucos minutos os  38 moradores que estavam espalhados pelos 10 andares. Logo em seguida, uma  pedra rola pelo morro abaixo e atinge parte das vigas de sustentação do edifício provocando sua queda junto ao morro.  


O HERÓI DO VISTA LINDA. Na esquerda da imagem dos anos de 1960,o lendário policial rodoviário Jaime Miranda, o "Turco Louco", herói da retirada dos moradores do edifício "Vista Linda", literalmente tombado em São Vicente. A imagem é no antigo posto da Polícia Rodoviária na Ponte Pênsil. Claudio Sterque. 


Posto rodoviário da Ponte Pênsil no Japui nos anos 1960. Claudio Sterque
Higienópolis é um bairro nobre localizado na região central da cidade brasileira de São Paulo. Está situado em uma das regiões mais altas da cidade, chamada de Espigão da Paulista. Apresenta perfil residencial, caracterizado por uma população de rendas média-alta e alta, sendo também conhecido pela presença de relevantes instituições culturais.


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HIGIENÓPOLIS



Foto do bairro de Vila Buarque, visto do Hospital Santa Isabel.


Higienópolis. A região ocupada desde o século XVI, tendo seu desenvolvimento se dado paralelamente àquele da própria cidade. O bairro se destaca pela presença de grande quantidade de exemplares da arquitetura de tendências diversas. Sempre foi endereço de expressivas famílias tradicionais da aristocracia paulista, de maioria de origem portuguesa no início e depois de norte americanos e outras nacionalidades, passando a abrigar, nos dias de hoje, habitantes de variadas origens, migrantes e imigrantes, inclusive judeus de diversas nacionalidades provindos em sua maioria da Europa Central. Tendo ainda se tornado um dos bairros preferidos por artistas em geral, sendo palco de grandes atividades na semana de arte moderna. História A região onde se situam os atuais bairros de Higienópolis, Pacaembu e Perdizes compreendia a "Sesmaria do Pacaembu", que era dividida em Pacaembu de Cima, do Meio e de Baixo. O bairro de Higienóplis está localizado em parte do que era conhecida como "de Cima". A extensa propriedade rural pertencia à Companhia de Jesus. Seus membros, os jesuítas, receberam-na no século XVI como resultado de uma doação feita pelo donatário Martim Afonso de Sousa. Esses religiosos foram violentamente expulsos do Reino de Portugal e de suas colônias em 1760, através da determinação de Marquês de Pombal e seus bens foram confiscados e vendidos, dentre eles a sesmaria. E ali, com o passar dos anos, integrantes da aristocracia paulistana construíam suas chácaras, propriedades urbano-rurais e autossuficientes em água e subsistência. Já existia na região do Bairro da Vila Buarque a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, inaugurada em 1884, bem como, inaugurou-se em 1892 o viaduto do Chá que trouxeram ao lugar, desenvolvimento e fluxo respectivamente àquele local que era considerado inóspito. Devido ao crescimento da cidade, causado pelo êxodo rural e o Ciclo do café, essas terras foram loteadas. As antigas terras do Barão de Ramalho e do legado do espólio do padre pernambucano Wanderley, que juntas apresentavam 847.473 m², foram compradas em 1893 por Martinho Buchard e Victor Nothmann, capitalistas alemães. Os dois empreendedores trouxeram da França o projeto e os materiais para a construção do segundo loteamento planejado e de alto-padrão da cidade, destinado especificamente para a elite paulistana. Chamado primeiramente de "Boulevard Bouchard", o loteamento fora lançado em 1895. Com os acréscimos posteriormente dos já existentes sítios de Dona Veridiana que mandou construir em 1884 uma "villa" denominada Maria que ladeava a hoje avenida Higienóplis até ao que hoje é a avenida Angélica e Dona Angélica que possuía também um sítio; que se juntaram todas essas terras formando o que hoje é o bairro de Higienópolis (cidade ou lugar de higiene), nome atribuído por conta de um hotel indicado por suas condições de limpeza e climáticas que era administrado pela Cia Higienópolis, acrescente-se a isso que ressaltadas pela altitude do bairro, que impedia o acúmulo de grandes enchentes, que poderia resultar em áreas de fácil contaminação da Malária, Febre Amarela e Tifo e pela publicidade do empreendimento, tais como o fornecimento de água e esgoto que vieram logo depois, que na época eram proporcionados em poucos locais da cidade. Além disso possuiria também iluminação à gás, arborização e seria atendido por linhas de bondes, sendo considerado como o maior loteamento em extensão territorial e em importância social e econômica.


Visão da Universidade Presbiteriana Mackenzie, tem suas origens no Mackenzie College, construído em 1874.

Na época no bairro de Vila Buarque a região já contava com o Colégio Mackenzie - Gymnasio Americano, que gerou o atual campus paulistano da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Construído em 1874 no terreno de parte da antiga chácara de Dona Maria Antônia da Silva Ramos, e que foi um empreendimento idealizado pelo Reverendo Chamberlain.[5] Além do Hospital Samaritano de São Paulo, edificado em 1892 pela firma Krugg & Filho, através de doações diversas: de José Pereira Achao (por testamento), Victor Nothmann e Burchard, dos presbiterianos do Instituto Mackenzie, família Lee e Dona Maria Paes de Barros. O loteamento foi dividido em duas fases: Higienópolis 1 e Higienópolis 2, possuindo lotes de 700m² a 1000 m² juntamente com os sítios de Dona Veridiana e Dona Angélica. Na primeira etapa, a dos altos de Santa Cecília, vias foram criadas e receberam os nomes de 3 senhoras integrantes da aristocracia local, proprietárias de extensa áreas na região, todas filhas de abastados barões: Maria Angélica de Sousa Queirós, filha do barão de Sousa Queirós (Avenida Angélica), Maria Antônia da Silva Ramos, filha do barão de Antonina (Rua Maria Antônia) e Veridiana da Silva Prado, filha do barão de Iguape (Rua Dona Veridiana).

A Vila Penteado na Avenida Higienópolis em foto de 1900.Transcrição do texto no rodapé: "Martin Bouchard e Victor Nothmann foram responsáveis por esse loteamento urbano lançado em 1895."
São Paulo.


E logo a área foi ocupada pela aristocracia do café, fazendeiros, empresários, comerciantes, anglo-saxões e profissionais liberais; que erguiam seus palacetes, os mais elegantes da cidade. Muitos deles anteriormente moravam nos Campos Elísios, primeiro bairro nobre paulistano. Dentre os membros da elite destacam-se:as famílias Sousa Queirós, Prado, Alves Lima, Silva Telles, Toledo Piza, Pacheco e Silva, Paes de Barros, Barros Brotero, Amaral Souza, Lucas Garcia Borges, o conde Antônio Álvares Leite Penteado, o cafeicultor Carlos Leôncio de Magalhães, a família do presidente Rodrigues Alves, o presidente Fernando Henrique Cardoso, o empresário e comendador Franz Müller, o delegado Arthur Rudge da Silva Ramos, o jurista e político Jorge Americano, os ex-prefeitos da cidade: o urbanista e engenheiro Francisco Prestes Maia e o empresário, banqueiro e engenheiro Olavo Egydio Setúbal, o aristocrata e cafeicultor José de Queirós Aranha, a pintora modernista Tarsila do Amaral, a pianista Guiomar Novais, o jornalista Júlio Mesquita, o médico e ex-governador do estado Ademar de Barros, o médico Geraldo Vicente de Azevedo, e, dentre outros, Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil.  As mansões do bairro reproduziam os modelos franceses, procurava-se recriar o modo de vida das metrópoles europeias mais importantes do século XIX, tanto que a manutenção de um palacete exigia no mínimo de 10 a 15 criados. Os móveis, o material de construção e até a planta das casas eram trazidas da Europa. Possuíam pomares e jardins, algumas delas seriam tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural e Ambiental de São Paulo e, instituições educacionais e consulados se estabeleceriam nas tradicionais moradias. Uma das mais conhecidas da época chamava-se Vila Penteado. Construída em 1902 no estilo art nouveau, era pertencente ao conde Antônio Álvares Leite Penteado, fazendeiro de café e industrial paulista, detentor de grande riqueza. Projetada pelo engenheiro sueco Carlos Ekman foi a lançadora desse estilo na cidade. Decorada com estátuas, mobiliário, vitrais e mármores europeus. Ocupava toda a quadra entre a Avenida Higienópolis, ruas Sabará, Maranhão e Itambé, com grande área verde".


 Final da avenida Higienópolis em 1900. No primeiro plano o Hospital Samaritano e ao fundo a várzea do Rio Tietê. Publicação: SO Fotos Antigas. 



Edificio Louveira, projeto do arquiteto João Batista Vilanova Artigas,_


Desde sua fundação Higienópolis foi residência das classes mais abastadas. Os palacetes outrora pertencentes aos barões de café e seus filhos, aliados aos edifícios modernistas do início do século XX, o tornam uma miríade da arquitetura paulistana. Nele existem exemplares em estilos: eclético, neoclássico, pitoresco, normando, florentino, art nouveau, neocolonial, art déco, e outros, sendo objeto de estudos e pesquisas.Muitos desses imóveis foram tombados por órgãos governamentais. Ciclo do café. Bairro planejado por uma empresa privada ao final do século XIX, Higienópolis apresentava características que o diferenciavam do restante da cidade. Suas residências possuíam água tratada, esgoto além de apresentar vias arborizadas, praças, dentre as quais a Praça Higienópolis (de 1913) mais tarde denominada Praça Buenos Ayres, e enfim, Parque Buenos Aires. Os moradores, integrantes da elite paulistana, construíam seus palacetes baseados na arquitetura europeia, sendo trazidos de lá os materiais de construção e as plantas das futuras residências.



 A Vila Adelaide em 1911, na Avenida Higienópolis, entre as ruas Sabará e Itacolomi.


Residência de Dona Angélica: Por volta de 1893, Dona Maria Angélica de Sousa Queirós Aguiar de Barros, deixou a chácara de seu pai, o Barão de Souza Queiroz, para residir em um palacete da Avenida Angélica. A construção era uma réplica do Palácio de Charlottenburg, com materiais importados da Alemanha. Possuía um renque de palmeiras que vinha desde a estrada de Campinas, ladeando o caminho, e de onde surge o nome da Rua das Palmeiras. >.

Palácio de Charlottenburg, inspiração para residência de Dona Maria Angélica
Residência de Dona Veridiana: A filha do Barão de Iguape, Veridiana da Silva Prado, era personagem influente na sociedade da época. Sua mansão era ponto de encontro dos intelectuais e da elite paulistana, e mais tarde, palco das discussões da Semana de 1922. Denominada de Chácara Vila Maria, a propriedade da família Prado, se estendia até a Avenida Angélica e a Rua Dr. Martinico Prado. Apresentava uma mansão francesa, datada de 1884, e estava situada no quadrilátero entre as ruas Dona Veridiana, General Jardim, Sabará e Avenida Higienópolis. Nela funcionou o São Paulo Clube e posteriormente veio a abrigar o Iate Clube de Santos.

Vila Penteado: Em 1902, o conde Antônio Álvares Leite Penteado, fazendeiro de café e industrial paulista, detentor de grande fortuna, mandou construir suntuoso palacete em estilo art nouveau com projeto do arquiteto sueco Carlos Ekman. O palacete foi o lançador do estilo em São Paulo. Decorado com estátuas, mobiliário, vitrais e mármores europeus além de apresentar grande área verde. A Vila Penteado, como ficou conhecida, ocupava toda a quadra entre a Avenida Higienópolis e as ruas: Sabará, Maranhão e Itambé. Seus herdeiros, doaram a propriedade à Universidade de São Paulo, onde tornou-se, em seus fundos, sede dos cursos de pós-graduação da FAU-USP, na Rua Maranhão. Tombada pelo Condephaat em 1978.

Vila Antonieta: Em 1903, Antonieta Álvares Penteado e o marido Caio Prado foram residir em palacete construído pelo engenheiro sueco Carlos Ekman, com tendência art nouveau.
Residência de Maximilian Emiliano Hehl: O arquiteto construiu sua residência, baseando-se nos castelos medievais e na art nouveau. Situava-se no lado impar da Avenida Higienópolis. Por sua arquitetura, recebeu a denominação de Château de France.

Cúria Metropolitana: construção de 1916, na Avenida Higienópolis, abriga sede da Cúria Metropolitana, onde funcionava o Colégio Santa Cruz, em estilo de influência florentina.

Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus: inaugurada na Rua Maranhão, no ano de 1928. Projetada pelo engenheiro italiano Antonio Vincenti, executada a obra pelo arquiteto Fiorello Panelli, com seu interior inacabado. A imagem de Santa Teresinha, trazida de Lisieux (França), foi doação de Dona Sofia Neves Torres e o sino, foi presente do empresário ítalo-brasileiro Conde Matarazzo. A paróquia, uma das mais ricas de São Paulo, realiza inclusive obras assistenciais e filantrópicas.

Residência de Carlos Leôncio de Magalhães: O palacete do "rei do café", apelidado de Nhonhô Magalhães, foi construído na década de 1930. Foi erguido na Avenida Higienópolis pela empresa Siciliano & Silva, com estilo eclético e requinte em toda construção. Apresentando cinco pavimentos, no estilo manuelino português, e abrigando também uma capela, inspirada no Mosteiro dos Jerônimos, de Lisboa; além de um anfiteatro para acolher até 50 pessoas. O proprietário faleceu antes da conclusão do palacete, desfrutado por sua esposa, dona Ernestina e os filhos. Em 1974 se instalou no local a Secretaria da Segurança e Anti-Sequestro. Preservado pelo Patrimônio Histórico, foi vendido em leilão pelo Governo do estado ao grupo que administra o Shopping Pátio Higienópolis.

Casarão de Antonieta Cintra Gordinho: na Avenida Higienópolis, um casarão tombado, mais tarde tornou-se salão de entrada do Edifício Maria Antonieta que fica atrás. O casarão, construção de 1947 para o casal Antonieta e Antonio Cintra Gordinho, foi projeto do arquiteto francês Jacques Pilon, com inspiração no Petit Trianon, de Versalhes.

Casa de Franz Müller: propriedade do empresário alemão Franz Müller, construída no ano de 1895, na Rua Maranhão, de estilo neoclássico, foi em 1969 comprada e recuperada pela Sociedade Tradição, Família e Propriedade, sendo tombada pelo Condephaat.

Casa de Henrich Trost, na Rua Maranhão, uma das três casas primitivas do loteamento.

Residência de Martinho Burchard, vizinha das três casas pioneiras do bairro, de 1892, na Rua Maranhão, que abrigou pensionato de religiosas por anos, sendo demolida mais tarde.

Casa modernista da Rua Bahia, situada no nº 1126, tombada pelo IPHAN, residência de Luiz da Silva Prado. Construção de Gregori Warchavchik (1930).

Na Avenida Higienópolis, o palacete da família de Oscar Rodrigues Alves, filho do presidente da República Rodrigues Alves, de 1922 em estilo neoclássico, foi inspirado no Petit Trianon, conservado e tombado pelo Condephaat, e abrigou o Consulado Geral da Itália e posteriormente o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo (IICSP), com construção prevista para ser iniciada, de um moderno anexo do Instituto Italiano que vai abrigar restaurante, teatro, duas galerias e centro multimídia, obra do arquiteto italiano Massimiliano Fuksas. "Trata-se de uma ideia que temos desde 2005, quando o instituto passou a ocupar o atual endereço", conta o diretor adjunto da entidade, Claudio D’Agostini.

O fazendeiro de café em Jaú, Alcides Ribeiro de Barros foi proprietário da residência seguinte, construção de Ramos de Azevedo, do ano de 1927, com mobiliário do Liceu de Artes e Ofícios, demolida para construção dos edifícios Santa Sophia e Santa Odila, fazendo esquina com a Avenida Angélica.


Avenida Angélica esquina com a rua Pará. 

Em frente, na esquina da Avenida Angélica com a Avenida Higienópolis, morava a família de Francisco Camargo Lima, posteriormente uma pensão e mais tarde adquirida pelo médico dr.Rubens de Brito, onde instalou sua clínica e posteriormente a alugou para instalação de agência bancária, sendo tombada pelo Condephaat em sua arquitetura externa e vitrais.

Na Rua Piauí, logo depois da Praça Vilaboim, ao lado do Edifício Louveira, antiga residência do médico paulista Dr. Geraldo Vicente de Azevedo, filho do Barão da Bocaina, Francisco de Paula Vicente de Azevedo, belo casarão antigo preservado, de tijolos aparentes, chama atenção por seu conjunto arquitetônico construído em ampla área e que contém inúmeros vitrais coloridos, todos com diferentes desenhos na temática de barcos à vela. Placa: "Dr. Geraldo V. de Azevedo - Médico Operador" .

A Vila da Rua Piauí, no nº 1164, com construção de 1925, apresenta conjunto de casas de estilo art déco num projeto do arquiteto Augusto Rodrigues.

A antiga residência de Gustavo Stahl e família, construída nas primeiras décadas do século XX, localizada na Rua Piauí ao lado do Parque Buenos Aires, e que já foi sede do Consulado do Japão, tendo tombamento pelo Conpresp, apresenta arquitetura eclética, com elementos do estilo Luís XVI modernizado, e requintados detalhes e pinturas, preservando na totalidade suas áreas internas e externas.

Na esquina das ruas Piauí e Itacolomi, à espera de nova finalidade, imponente casarão, construído entre os anos de 1910 e 1918 que já foi propriedade da família do ex-presidente Rodrigues Alves, é um dos últimos exemplares da arquitetura dos palacetes do período de ouro do café. Pertencente ao INSS, até o ano de 2003 abrigou a sede da PF (Polícia Federal), e que teve prisão funcionando em alguns de seus cômodos. Tombado pelo patrimônio histórico, entrou em um período de abandono e degradação, permanecendo fechado devido a questões judiciais.

Na Rua Maranhão em frente à Paróquia de Santa Teresinha, um prédio histórico de seis andares, e tombado pelo patrimônio, que já foi ateliê do artista modernista Di Cavalcanti, abriga galeria de arte.


Início da verticalização. Devido ao desejo da elite local por espaços segregados, Higienópolis se tornou junto com a Avenida São Luís uma das primeiras áreas a se verticalizar e abrigar edifícios de alto-padrão. Esse processo se iniciou na década de 1930. O primeiro edifício do bairro foi construído no ano de 1933, na Rua Alagoas esquina com a Avenida Angélica. O prédio de cinco pavimentos, Edifício Alagoas, foi construído onde mais tarde residiu o jurista Plínio Correia de Oliveira, fundador da Sociedade Tradição Família e Propriedade. Depois surgiu o Edifício Santo André em 1935, na esquina da Rua Piauí com a Avenida Angélica, frente ao Parque Buenos Aires, sendo construído pelo engenheiro Francisco Matarazzo e projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon, com painel, no hall de entrada, em alto relevo, do artista John Graz, e que foi considerado o edifício elegante da ocasião. Nesse edifício residiu a artista modernista Tarsila do Amaral. No ano de 1937, houve a construção do terceiro, o Edifício Augusto Barreto. Foi construído pelos engenheiros da empresa Barreto Xandi e Cia. e erguido por iniciativa do fazendeiro de café em Mococa, Augusto Barreto, para residência de seus familiares. O Edifício D. Pedro II, o primeiro da Avenida Higienópolis, possuidor de dois andares, foi levantado no ano posterior 1938, onde se situava casa da família de Nhonhô Magalhães. Por muitos anos foi escritório da Cia. Belgo Mineira, e o prédio passou a ser o Convento das Irmãs de Santa Zita, que se mudaram para o local quando as casas onde viviam desde o ano de 1946 foram demolidas para a construção do Shopping Higienópolis.

Efeitos da verticalização. A partir da década de 1950, o bairro começou a se verticalizar substancialmente e grande parte dos antigos casarões que o caracterizavam foram demolidos. Alguns desses palacetes foram ocupados por instituições, tais como: Na Avenida Angélica, esquina com Rua Alagoas, o palacete estilo neocolonial de dona Belinha e do jurista Eurico Sodré, passou a ser utilizado por agência bancária, tendo sua frente voltada para o Parque Buenos Aires. A Sociedade de Cultura Inglesa, se estabeleceu onde era a casa da família Fonseca Rodrigues. No ano de 1953, teve início a construção do Edifício Rotary, na Avenida Higienópolis, tendo sido doado ao Colégio Rio Branco em 1960. O Colégio Nuno de Andrade, ocupou o imóvel da família Pereira do Valle e na do advogado Antônio Caio da Silva Ramos, na Rua Itacolomi, se instalou o Colégio Higienópolis. Em 1970 foi instalada a Escola Panamericana de Arte e Design, na antiga residência de Izabel Maria de Lima, na Avenida Angélica, esquina com Rua Pará, de 1998, um projeto de Siegbert Zanettini. O prédio onde foi instalado o Colégio Nossa Senhora de Sion, o Colégio Sion, foi projetado pelo engenheiro-arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, em estilo eclético e erguido nos terrenos do antigo Hotel Higienópolis, tendo sido gradativamente ampliado. A Capela de Nossa Senhora de Sion, provisória, foi construída mais tarde, em 1940. Em 28 de março de 1941, a atual capela tem suas obras iniciadas, seu estilo guarda as características das Capelas de Nossa Senhora de Sion de outros países. O conjunto arquitetônico foi tombado pelo Condephaat em 1986. Com tal fenômeno, o bairro tornou-se um ponto de destaque na cidade como um "mostruário" de exemplares diversos de arquitetura, ocupado quase que predominantemente por edifícios de apartamentos de múltiplos andares, como os que se seguem:

O delegado Arthur Rudge da Silva Ramos, era morador do palacete na esquina da Avenida Higienópolis com Rua Martim Francisco. Com seu falecimento, no local foi erguido o Edifício Mansão Orlandina Rudge Ramos, nome de sua esposa. A residência da família do Dr. Renato Rudge Ramos, na Avenida Angélica, deu lugar a prédio comercial. A casa de Fernando Chaves e após, residência de dona Maria Helena Prado Ramos e do doutor Eduardo da Silva Ramos, foi demolida após o falecimento do casal, sendo erguido no local o Edifício Barão de Antonina, nome em homenagem ao antepassado do proprietário, na Avenida Higienópolis.

O ex-prefeito de São Paulo, o engenheiro e urbanista Francisco Prestes Maia, residia em ampla casa do lado par, na Avenida Angélica, na região próxima da Avenida Paulista, sendo após demolida para construção de arranha-céu comercial. Em frente, lado impar, ficava a residência da família do fazendeiro de café em Campinas, José de Queirós Aranha, filho do Barão de Anhumas, também dando lugar mais tarde a novo prédio. A casa de seu filho, o jurista Cássio Egídio de Queirós Aranha, era na Rua Bahia, onde foi construído o Edifício Lafayette. Na residência do engenheiro Felix Dabus, na mesma avenida, ergueu-se o Edifício São José.

A família Gasparian habitava na Rua Pará, que deu lugar ao Edifício Solar do Conde, onde veio a residir o historiador José Aranha de Assis Pacheco e, na mesma via, o palacete da família Silva Telles sofreu demolição para dar lugar a um prédio. A pianista Guiomar Novais assim como a vizinha família Castilho de Andrade, tiveram a construção de condomínio em suas propriedades, na Rua Ceará, já liberada pelo então prefeito de São Paulo, Miguel Colasuonno. A família Rocha Campos residia na Avenida Angélica, posterior Edifício Paulistânia.

Na Rua Itacolomi, no antigo casarão do jurista Renato Egídio de Souza Aranha, ergueu-se o Edifício Marquês de Três Rios, homenagem a seu familiar. O empresário e ex-prefeito de São Paulo, Olavo Setúbal, tinha residência na Rua Sergipe, onde posteriormente foi erguido edifício de consultórios e escritórios. Na mesma rua, esquina com a Avenida Angélica, ficava a casa do jurista e professor de direito José Pedro Galvão de Souza, que deu lugar ao Edifício Palmares. E, mais adiante, na proximidade da Rua Bahia, o mesmo ocorreu com relação ao palacete do engenheiro Caio Sergio Paes de Barros, com a construção do Edifício São Vicente, denominação dada em homenagem à fazenda do mesmo nome, de seus antepassados, em Campinas.

Avenida Higienópolis, 1995. Delfim Martins. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024


No final da Avenida Higienópolis, esquina com a Rua Conselheiro Brotero, na antiga propriedade do jornalista Júlio Mesquita e vendida a Cássio Muniz, ergueu-se o Edifício Muniz de Sousa. Na Rua Maranhão, esquina com a Rua Rio de Janeiro o engenheiro Edgard de Sousa, superintendente da São Paulo Tramway, Light and Power Company, tinha casa térrea, no futuro, um prédio de apartamentos.

Os anos de 1940 surgiram com edificação de novos prédios a preços módicos, como o Edifício Rubayat e o Edifício Teresópolis, na avenida Higienópolis. Começou nova era para o bairro. Aconteceu o êxodo da elite deixando seus palacetes para locais mais aprazíveis, dando lugar aos edifícios para a classe média. Em 1946 o Edifício Louveira, edifício residencial com dois blocos interligados por rampa e jardins, localizado na Rua Piauí, junto à Praça Villaboim, foi projetado pelos arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi, sendo considerado importante representante da arquitetura moderna, tendo sido tombado pelo Condephaat.

Edifícios como os de Rino Levi tornaram-se logo exemplares do novo momento, tendo no Edifício Louveira, de Vilanova Artigas, um caso paradigmático. Seguiram-se a ele outros arquitetos influenciados pelo modernismo, tais como o Edifício Prudência e Capitalização, na Avenida Higienópolis (1950), de autoria de Rino Levi e Roberto Cerqueira César, com paisagismo de Burle Marx, e o Edifício Lausanne, na Avenida Higienópolis, projeto do suíço Franz Heep. Foi também local de surgimento de exemplares de uma arquitetura caracterizada pelo abuso da ornamentação de pastilhas de tonalidades vistosas, muito criticada em sua época porém hoje revalorizada, como o Edifício Bretagne, na Avenida Higienópolis e o Edifício Parque das Hortênsias, na Avenida Angélica, ambos projetados por João Artacho Jurado (1957). E ainda, pelo mesmo Artacho Jurado, o Edifício Cinderela (1956), na Rua Maranhão, em pastilhas rosa e elementos vazados que apresentam mosaicos de flores.

O Edifício Anchieta, projeto dos arquitetos Marcelo Roberto e Milton Roberto, de 1941, de um dos mais importantes escritórios da Arquitetura Moderna Brasileira, o MMM Roberto, é o último da Avenida Angélica, com frente para a Avenida Paulista.

O CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, promove abertura do processo de estudo de tombamento de imóveis situados no Bairro de Higienópolis, assegurando a preservação dos bens até decisão final da autoridade competente, ficando, portanto, proibida, sem prévia autorização deste Conselho, qualquer intervenção nos mesmos em termos de modificação ou destruição que venham a descaracterizá-los.

Fonte: HOMEM, Maria Cecília Naclério: Higienópolis, grandeza e decadência de um bairro paulistano - Prefeitura do Município de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura - Departamento do Patrimônio Histórico, 1980.



O Edifício Bretagne (1959), construção projetada por João Artacho Jurado, na Avenida Higienópolis, tendo ao lado o palacete de Antonieta Cintra Gordinho e o da Cúria Metropolitana de São Paulo, e do mesmo, o Edifício Parque das Hortênsias (1957), o Edifício Piauí (1949) e o Edifício Cinderela (1956). de construção de Adolpho Lindenberg (engenheiro), na mesma confluência com a Rua Sabará, onde já havia o Domus de 1956, feito na obra de Ermanno Siffredi e Maria Bardelli. E os Edifícios Santa Francisca e Santa Cândida (1963) projetado por Salvador Candia, nas esquinas da Rua Marques de Itú com Rua Aureliano Coutinho, feitos embasados na obra de Ludwig Mies van der Rohe, todos de vidro e lajes nervuradas que dispensam colunas no interior do imóvel, são um ícone da arquitetura moderna da cidade. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (8º Distrito do IPHAN), ocupa, na Avenida Angélica nº 626, na Santa Cecília. O palacete que pertenceu a Dona Sebastiana de Souza Queiroz, de 1910, projeto do arquiteto Ramos de Azevedo, no antigo pomar da residência de Dona Angélica de Barros e que ainda conserva os portões originais para passagem dos veículos a tração animal.



Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A trajetória da instituição é vasta e está, desde o início, atrelada ao desenvolvimento da cidade de São Paulo. A Irmandade já esteve abrigada no Largo da Misericórdia, Chácara dos Ingleses e Rua da Glória, que foi demolida em 1888, até ser inaugurado, em 1884, o Hospital Central no bairro de Vila Buarque no distrito da Consolação. Há 128 anos, a estrutura na região central é a sede da entidade. O estabelecimento ostenta o título de mais antiga instituição assistencial e hospitalar em funcionamento de toda a cidade de São Paulo. A ordem das Santas Casas de Misericórdia foi fundada em Portugal em 1498, e no Brasil a primeira foi fundada em 1543, em um povoado que ocupava a região da baixada santista em São Vicente. Todas visavam o mesmo objetivo: a caridade. O estabelecimento goza ainda de uma grande equipe que totaliza mais de 8.000 profissionais da área de saúde como médicos e médios residentes. A irmandade da Santa Casa era constituída por seis hospitais, um colégio e uma faculdade de medicina: Hospital Central; Hospital Santa Isabel; Centro de Atenção Integrada á Saúde Mental; Hospital Geriátrico e de Convalescentes D. Pedro II; Hospital São Luiz Gonzaga; Colégio São José e Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo.[Textos e imagens da Wikipedia]

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Impresso de recados do Hotel Fraccarolli nos anos 1950. 

Anúncio do Parque Balneário em Santos nos anos 1940 

Terraço do Casino  da Ilha Porchat  (do grupo Fracarolli) em São Vicente nos anos 1950, voltado para a praia do Itararé.


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Várzea do Carmo e Rio Tamanduateí, de José Wasth Rodrigues (1858), retrata lavadeiras ao Tamanduateí, casas e o Convento do Carmo

O processo de urbanização na região central da cidade de São Paulo no século XIX perpassou o rio Tamanduateí que inicialmente era chamado de Rio Piratininga, daí o nome da cidade de São Paulo, quando ainda era uma Vila (São Paulo de Piratininga). O curso natural do rio compreendia uma série de voltas até encontrar o seu afluente Anhangabaú, de forma que os bairros do centro da cidade surgiram adaptados ao seu contorno. O rio tem papel chave nesse momento de desenvolvimento da cidade de São Paulo, sendo via de transporte para mercadorias, local de pesca e ponto de encontro de lavadeiras. A várzea do Tamanduateí, assim como a Várzea do Carmo, eram utilizadas para banhos e faziam parte da vida social de São Paulo durante o período de urbanização da cidade. Artistas como Antonio Ferrigno, Arnaud Julien Palliè e Benedito Calixto retrataram entre o final do século XIX e início do século XX o rio Tamanduateí como integrado à paisagem de São Paulo, servindo à sua comunidade, embora ainda fosse um marco do limite geográfico de São Paulo, de onde podia se partir em direção ao Rio de Janeiro. Autores também descreveram a várzea do rio e o baixo da Ladeira do Carmo por seu teor operário, fabril e pobre, em oposição à região do Anhangabaú que com suas palmeiras imperiais e construções planejadas ostentava a rica economia do café paulista.Em 1848, houve os primeiros esforços na eliminação das curvas sinuosas do rio Tamanduateí a fim de conter suas enchentes na região central de São Paulo, durante a gestão de João Theodoro.Entre as décadas de 1870 e 1880, o rio Tamanduateí foi um dos pontos de lazer do paulistano, quando a "Ilha dos Amores", que era uma pequena ilhota ajardinada existente nas proximidades da atual Rua 25 de Março, mantinha quiosques com bebidas e comidas, além de uma casa de banho e espaço para o descanso, permitindo, assim, um local de entretenimento e lazer para a população, estimada nesta época em 31 mil habitantes conforme o censo de 1872. Após vários alagamentos, a ilha foi abandonada e deixou de existir no início do século XX, quando ocorreu a segunda retificação do rio. O Tamanduateí, até o início do século XX, foi um via de transporte fluvial, atendendo o Mercado Grande (ou Mercado Velho) e o Mercado dos Caipiras que existiam na antiga Rua de Baixo, atual rua 25 de Março, quando barcos transportavam mercadorias e escravos até o porto denominado de Ladeira Porto Geral. Frequentemente alagado por estar na área da várzea do Tamanduateí, o local ficou conhecido também como "beco das sete voltas".[Textos e imagens da Wikipedia]

Lavadeira à margem do Tamanduateí na década de 1910.



Rodovia BR Presidente Dutra em 1975. 


Rua Augusta em 1969. #SPFotos



Horário da saída dos alunos do Grupo Escolar Maestro Fabiano Lozano, em Vila Mariana. Anos 1960

Vista paulistana a partir da avenida Paulista nos anos 1940, futuro vão do MASP

Rua Teodoro Sampaio, Pinheiros, 1952. 


 Vista antiga do bairro Freguesia do Ó a partir do Seminário. Ruas João Alves, Javorahú ao centro subindo até o alto na avenida Itaberaba, cemitério, ruas Diogo Domingues e Bonifácio Cubas. Portal do Ó

A região da Freguesia do Ó foi povoada em 1580, quando o bandeirante Manuel Preto tomou posse do lugar com sua família e índios escravos. Seu primeiro nome Citeo do Jaragoá e suas terras incluíam o Pico do Jaraguá (onde se acreditava haver ouro), além das terras correspondentes aos atuais bairros de Pirituba e Limão. Em 1610, Manuel Preto solicitou à sede da paróquia autorização para erguer uma capela em honra de Nossa Senhora do Ó, que deu nome ao lugar. Manuel e sua esposa, Águeda Rodrigues, após obterem despacho favorável em 29 de Setembro de 1615, ao requerimento de provisão que fizeram, pelo motivo de não poderem cumprir suas obrigações religiosas na Vila de São Paulo, juntamente com sua gente, iniciaram a construção da capela dedicada à virgem sob a denominação de Nossa Senhora da Esperança ou da Expectação. Um século e meio depois, em 1796, foi inaugurada a nova igreja dedicada à Virgem do Ó, construída onde hoje se situa o "Largo da Matriz Velha", e se tornou Paróquia pelo alvará de constituição de 15 de Setembro de 1796, concedido pela Rainha de Portugal. A cultura da cana-de-açúcar foi muito praticada na região, principalmente para a produção de aguardente. O plantio de cana-de-açúcar foi a principal atividade rural da região até a metade do século XX, antes da expansão da urbanização da cidade. Na década de 50, o distrito foi conectado à cidade, com a construção da Ponte da Freguesia do Ó. Na década de 1970, a administração do prefeito Olavo Setúbal abriu as avenidas Inajar de Sousa e General Edgard Facó, e nelas, realizou a canalização dos rios Cabuçu e Verde (respectivamente). [Textos e imagens da Wikipedia]

Largo da Matriz da Freguesia do Ó nos anos 1960. 


Bairros de Pinheiros e Butantã na Planta da Cidade de S. Paulo Mostrando Todos Os Arrabaldes e Terrenos Arruados (1924)

Pinheiros e São Miguel Paulista são considerados os dois primeiros bairros paulistanos, em função de sua criação relacionada à Vila de São Paulo, inicialmente como aldeamentos, posteriormente convertidos em freguesias e vilas. No início do século XVII, o Caminho de Pinheiros era um dos mais destacados da Vila de São Paulo, por ser o único acesso à aldeia e às terras além do rio, no sentido oeste. Em 1786 iniciou-se a construção de uma estrada ligando Pinheiros aos campos de Santo Amaro, que hoje corresponde à Avenida Brigadeiro Faria Lima. No final do século XIX, essa estrada foi sendo estendida para o sentido oposto até a Lapa, recebendo inicialmente o nome de Estrada da Boiada, hoje correspondente aos trechos designados por Rua Fernão Dias, Rua dos Macunis e Avenida Diógenes Ribeiro de Lima. A progressiva mudança na configuração do bairro, em função do aumento do número de casas e ruas foi documentado nos mapas publicados nos anos seguintes: na primeira década do século XX foi construída a Rua Arco Verde (atual Rua Cardeal Arco-Verde) e instalada, na Rua Teodoro Sampaio, a linha de bonde ligando Pinheiros ao centro de São Paulo: iniciada em 1904, a linha de bonde passava pelo cemitério do Araçá e chegava até o cruzamento da Rua Teodoro Sampaio com a Rua Capote Valente. O Largo de Pinheiros foi contemplado com essa linha de bonde somente em 1909, após drenagem e aterro em toda a área entre os dois pontos.[Textos e imagens da Wikipedia]


Instalações da Cooperativa Agrícola de Cotia (década de 1920) no Largo da Batata, onde os agricultores de Cotia comercializavam batatas e outros produtos agrícolas.

O Mercado de Pinheiros foi inaugurado em 1910 e inicialmente não passava de uma área cercada por arame farpado com pequeno galpão no centro, onde agricultores locais e de Itapecerica da Serra, Carapicuíba, Piedade, M'Boy, mas principalmente de Cotia, comercializavam seus produtos. A área que ficava entre o Mercado de Pinheiros e o Largo de Pinheiros e que, a partir do início do século XX, começou a receber os agricultores de Cotia (predominantemente japoneses) que dirigiam-se à região para comercializar batatas (o principal produto agrícola de Cotia nas primeiras décadas do século XX) e lá estacionavam suas carroças e animais, acabou sendo denominada, por essa razão, de Largo da Batata.

Na década de 1910 o bairro foi ampliado, com a construção do novo bairro operário da Vila Cerqueira César e de um bairro operário entre as atuais ruas Fernão Dias, Padre Carvalho e Ferreira de Araújo, ambos a partir do modelo dos bairros operários da Mooca e do Brás, constituídos de ruas curtas e casas pequenas, com a frente junto à calçada e com as paredes laterais próximas das casas vizinhas, sem espaço frontal ou lateral para jardins, porém com quintal e, eventualmente, edícula nos fundos. Com isso, intensa modificação do perfil do bairro: em 1915 inaugurou-se a iluminação pública e, em 1929, iniciou-se o serviço de água encanada e a pavimentação das ruas com paralelepípedos. Ao mesmo tempo, o espaço entre o bairro de Pinheiros e o centro de São Paulo foi rapidamente urbanizado, passando a ser facilmente percorrido por meio do bonde. O início da construção, em 1922, da BR-2 ou Estrada São Paulo-Paraná (futura Rodovia Raposo Tavares), sobre a antiga Estrada de Cotia ou Estrada de Sorocaba (anteriormente Caminho das Tropas), acelerou o desenvolvimento da região e atraiu os agricultores de Cotia a comercializarem seus produtos no Mercado de Pinheiros, fazendo com que a Cooperativa Agrícola de Cotia instalasse galpões de armazenamento no local que, por essa razão, passou a ser conhecido como Largo da Batata.[Textos e imagens da Wikipedia]

São Paulo - 1906. Bonde de Transporte de Carne Saindo Do Matadouro Municipal De Vila Clementino. Em 1903 Foram Adicionados Dois Carros Motores E Quatro Reboques.Hoje no local funciona a Cinemateca Brasileira, fica no Largo Senador Raul Cardoso, prédio preservado.. Amo SP




CEASA - CEAGESP nos anos 1970



PRATOS POPULARES DA CULINÁRIA PAULISTANA 



A variedade da comida popular paulistana é encontrada numa grande diversidade de lugares  e situações como os eventos as feiras, os jogos nos estádios e campos improvisados , nas feiras, calçadas, nos restaurantes, botecos, lanchonetes, pontos de ônibus, estações do metrô, praças, prédios comerciais e públicos, shoppings, enfim, onde houver alguma chance da procura pela fome e oferta do que comer. 

Inúmeras publicações e reportagens já listaram os pratos típicos e preferidos em diversas épocas, revelando sempre uma enorme riqueza de culturas, preferências e gostos. 

Claro que sempre alguns desse pratos podem ser muitos mais lembrados e outros até esquecidos mas, no geral, esses são os mais citados e consumidos: 

a coxinha, a esfiha, o quibe e o pastel;

 o pão na chapa com pingado (café com leite);

o churrasquinho de rua, o cachorro-quente, o milho verde;

os sanduiches de pernil e de mortadela, o misto quente e o baurú;

a pizza, o virado à paulista, a feijoada, o picadinho;

o sonho, o brigadeiro, o beijinho, a trufa, a vitamina de frutas e o churro. 

Sempre tem por perto uma sorveteria, um carrinho de pipoca e de algodão doce;

uma bomboniere de guloseimas;

os restaurantes de nacionalidades,

as churrascarias gaúchas com seus fartos rodízios, 

as casas e restaurante do Norte 

as lanchonetes comuns e de redes de hamburgueria; 

as pastelarias;  

e finalmente os queridíssimos cafés  e seus pães de queijos. 


Pronto, falamos tudo. Quase tudo... porque existe na cidade e nos arredores uma imensa diversidade de colônias e redutos de povos estrangeiros e também das comunidades nacionais e estrangeiras, sempre contribuindo para uma constante renovação de hábitos e costumes.

Esquecemos alguma que não poderia ter ficado de fora? 

Então, bom apetite!


ALGUNS DOS MUITOS PONTOS HISTÓRICOS



Ponto Chic é um bar e lanchonete situado em São Paulo, no Largo do Paiçandu, fundado por Odílio Cecchini e Antônio Milanese, em 24 de março de 1922. Odilio Cecchini fazia parte da diretoria da Sociedade Esportiva Palestra Itália (desde 1942 é a Sociedade Esportiva Palmeiras). Seu sócio Antônio Milanese morreu em combate como voluntário na Revolução Constitucionalista de 1932. O estabelecimento ficava no térreo de um prédio de três andares, tinha mesas e balcão em mármore de Carrara, azulejos e cristais importados. Era frequentado por homens da alta sociedade, muito bem vestidos, que ali discutiam política, arte, economia, esportes. Nos andares superiores havia "Madame Fifi com suas francesas". Por muitos anos, foi um ponto de encontro de torcedores do Palmeiras. Foi no Ponto Chic que Casimiro Pinto Neto, em 1937, criou o sanduíche Bauru, referência à sua cidade natal, o município de Bauru, no estado de São Paulo. A verdadeira receita do Bauru do Ponto Chic é um sanduíche no pão francês com finas fatias de rosbife, tomate em rodelas, picles e uma mistura de 4 tipos de queijos fundidos em banho-maria (queijo prato, estepe, gouda e suíço).


O Gato que Ri, no Largo do Arouche nos anos 1960.

O Gato que Ri é um patrimônio de São Paulo, ainda em pleno funcionamento no largo do Arouche. A cantina foi fundada em 1951 pela italiana Amélia Montanari, a dona Amélia, que, recém-chegada de Vêneto, começou a servir massas caseiras preparadas por ela. Fez-se fama a lasanha verde, que até hoje recebe o incremento de molho à bolonhesa e molho branco intercalados com a massa, feita de espinafre. É histórica a cena do músico Adoniran Barbosa sentado em uma cadeira, em frente à porta do restaurante, na calçada, com uma dose de uísque, a batucar samba na caixinha de fósforo. Ele tinha o costume de levar o nhoque ao sugo para comer com a mulher, Matilde, em casa. A cantina, que nasceu de um pequeno espaço e hoje ocupa um salão espaçoso e alegremente barulhento, mantém um cardápio extenso, que traz, para além das massas, risotos, carnes, peixes, sopas e um galeto desossado com arroz à grega e purê de batata.- Gurmit Guide



O Gigetto chega aos 70 anos
muito mudado, distante daquele que foi provavelmente o restaurante mais conhecido, animado e badalado, que reunia "toda São Paulo", era ponto habitual de artistas, jornalistas, políticos, intelectuais, boêmios e desgarrados da noite. Mas ainda conserva um pouco da majestade dessa época e faz ainda pratos que podem agradar os saudosistas, como steak Diana (R$ 56), strogonov (R$ 49), miolo de boi à dorê (R$ 40), camarões à grega (R$ 82), camarões à paulista (com azeite e muito alho, R$ 79), filé cordon bleu (empanado e recheado com presunto e queijo, R$ 62), filé de pescada com molho de camarão (R$ 78). Preços meio altos para uma casa relativamente simples. O restaurante nasceu na avenida Rio Branco, mas o seu auge foi na Nestor Perstana. Era uma delícia, um desfilar constante de pessoas interessantes, mulheres bonitas. As contas de algumas mesas nunca fechavam. Os amigos iam chegando, jantando e pagando a sua conta. A mesa continuava até o fim da noite nesse senta levanta. Não era uma cozinha requintada, mas sim cheia de sabor, com algo caseiro, que hoje se perdeu um pouco. Há 39 anos ele foi para a Avahandava, para um grande salão retangular, com lambris de madeira nas paredes e meio frio, sem o calor do casarão. Deixou de lado alguns de seus melhores pratos, como o lombo de porco assado, o rosbife com salada de batatas, o peixe dourado à brasileira com um belíssimo pirão. O galeto assado foi substituído por um frango adulto, que foi o melhor prato da noite (R$ 26) O galeto era melhor, mas o frango estava ótimo. Nos velhos tempos, o cozinheiro colocava o panelão de arroz para prensar o frango na chapa. Camarão à grega empanado e entremeado no espeto com queijo. Empanado um pouco espesso, aparecendo demais. Filé à cubana correto, à milanesa, com banana, palmito, ervilhas, batata palha, R$ 59). Dobradinha à toscana muito boa, saborosa, porém um pouco rija (R$ 22,50). O ponto franco ficou com a massa, um cappelletti gratinado com queijo e calabresa (massa além do ponto, pegando no dente e lingüiça comum). Clientela constante. Muitos casais que demonstram conhecer a casa e os garçons. Serviço cordial. Compensa como garçon Neto há décadas na casa, para ouvir causos dos velhos tempos. Onde: Avanhandava, 63, Centro. Jamil Chade. Estadão. 8 de junho de 2018


PADARIAS ANTIGAS DO BEXIGA

No Bexiga, padarias ultrapassam os 100 anos e chegam à 4ª geração

Gilberto Amendola- Portal Terra, 29 junho de 2019

De manhã, o cheiro do pão italiano quentinho vai impregnando as ruas do Bexiga, na Bela Vista, região central de São Paulo. Clientes locais, gente que veio de longe e até turistas são guiados pelo aroma e pela promessa de uma bela mordida na tradição - que também pode vir recheada com linguiça e provolone. Por lá, há quatro padarias italianas que ultrapassaram os 100 anos: Italianinha (fundada em 1896), 14 de Julho (1897), São Domingos (1913) e Basilicata (1914). Com boa vontade (e desejo de queimar as calorias conquistadas nos próprios estabelecimentos em questão) é até possível fazer um circuito a pé para conhecê-las. Hoje, todas ostentam uma quarta geração de descendentes interessados nas próximas fornadas. A história das padarias centenárias do bairro tem muitos pontos em comum. O primeiro, claro, é a imigração italiana. No início do século 19, diversas famílias recém-chegadas ao País foram morar na região. Na época, trouxeram para a cidade um hábito de sua terra natal - o de fazer pão em casa.  "Na Itália, cada família tinha um forno, girava sua massa e fazia o próprio pão por um mês. Depois, as famílias passavam seu fermento natural para o vizinho, que após produzir o seu pão também repassava o fermento para a próxima família", contou Ângelo Agazio Lorenti, da quarta geração da família que está no comando da Basilicata. O prazer de produção caseira veio antes da comercialização do produto. Como a quantidade produzida era grande, os pães eram compartilhados entre amigos e vizinhos. Depois, a crise econômica e a dificuldade de arrumar trabalho em outras áreas fizeram com que aquilo que era um hobby virasse profissão. Nos primeiros anos, as padarias do Bexiga faziam suas entregas em carroças, usando cavalos para levar os pães de casa em casa.


 À margem do viaduto que dá acesso à Avenida Radial Leste está a padaria São Domingos. Fundada em 1913 por Domenico Albanese, militar da Guarda Nacional Italiana. No início, Albanese percorria as ruas do bairro entregando pães com um carrocinha. Depois, estabeleceu-se no endereço onde a padaria existe até hoje. Detalhe: por muitos anos, Albanese e a família moraram nesse mesmo sobrado. "Nós estávamos aqui antes do viaduto. Tem na família quem conte que, por pressão e boa influência dos meus avós, a padaria não foi desapropriada na época da construção do viaduto", conta Victor Albanese, 28 anos, da quarta geração. Na São Domingos, os pães saem do mesmo forno desde a inauguração. O espaço também não mudou - continua charmoso e apertado (a expressão mais repetida pelos clientes é 'com licença'). Além dos pães (com destaque para o recheado com calabresa), vale a pena beliscar um cannoli. Um dos clientes históricos da casa foi o músico Adoniran Barbosa (seria de lá o tal torresmo à milanesa cantado pelo compositor?).


A mais antiga delas é a Italianinha, com quase 123 anos, que em seus primórdios se chamava Lucânia (mais conhecida hoje como região da Basilicata), terra natal do fundador, Felipe Poncio. Nos anos 1960, foi comprada por Rafaelli Franciulli e passou a se chamar Italianinha. Naquele período, a padaria era muito maior - e estendia-se até a metade da Rua Rui Barbosa. Com o processo de urbanização do bairro, a Rui Barbosa foi alargada e boa parte da padaria, desapropriada. Hoje, a Italianinha ocupa o que era o depósito da padaria original. "Tenho muitos clientes que me conheceram quando eu era criança", conta Sandra Franciulli, da quarta geração a trabalhar ali. Como as outras padarias centenárias, a Italianinha fabrica pães respeitando o processo de fermentação natural, usando um forno tão velho quanto a própria padaria e uma receita que vem de longe. Além do italiano tradicional, a casa se destaca pelo pão recheado com linguiça calabresa e antepastos como sardela e alichela. O irmão de Sandra, Alexandre Franciulli, é hoje o responsável por outra padaria centenária do bairro, a 14 de Julho. Fundada em 1897 por Rafaelli Franciulli (que anos mais tarde também seria dono da Lucânia/Italianinha). Originalmente, Franciulli trabalhava como mecânico em Santa Maria di Castellabate, na Itália, mas ao chegar ao Brasil notou que quase não existiam automóveis circulando pela cidade. "A saída dele foi abrir uma padaria", contou o neto, Alexandre, da terceira geração. O pai, Wilson Franciulli, foi quem cuidou da padaria por mais tempo - até que perdeu um braço em um acidente de trabalho. Depois do ocorrido, Rafaelli vendeu a padaria - que teve outros donos até ser recomprada pelo próprio Wilson. Hoje, Alexandre é quem toca o lugar e mantém a tradição familiar. Além dos pães italianos, o lugar é conhecido pela porchetta recheada. Ao lado da padaria, Alexandre abriu uma cantina com o mesmo nome.

Por fim, a Basilicata. No início, o espaço que hoje tem um característica sofisticada (com produtos importados e restaurante) era um empório popular (do tipo que vende pasta de dente, vassoura...). O espaço era dividido com uma cocheira - lugar onde ficavam os cavalos usados na entrega dos pães. O lugar também era casa da família e abrigo para pessoas que saíam de sua terra natal para tentar a sorte no Brasil. "Os padeiros e leiteiros tinham a chave de casa e entravam de madrugada para o trabalho. Eles entregavam pães para todos os casarões da Avenida Paulista", conta Lorenti. "Os cavalos eram tão condicionados que, diz a lenda familiar, quando o entregador descia para bater na porta de alguém e entregar o pão, o cavalo já ia sozinho para a próxima residência - porque conhecia o itinerário."




 Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico do salto triplo na Avenida Rio Branco, em um ponto de ônibus para o bairro da Casa Verde. SP Antiga.

A avenida Rio Branco, no centro da cidade de São Paulo, tem início no Largo do Paiçandu e termina na Rua Dr. Elias Chaves. No século XIX (por volta de 1860), essa avenida era uma trilha conhecida como "Alameda dos Bambus". Com o tempo passou a ser chamada "Rua dos Bambus" e depois, passou a ter dois nomes em sua extensão: Alameda dos Bambus e Rua Visconde do Rio Branco (homenagem a José Maria da Silva Paranhos, estadista, diplomata, militar, pai do Barão de Rio Branco) e posteriormente, Rua Visconde de Rio Branco e Alameda Barão de Rio Branco (homenagem a José Maria da Silva Paranhos Júnior, patrono da diplomacia brasileira). A mudança de nomes e as homenagens ao pai, Visconde do Rio Branco e depois ao filho, Barão do Rio Branco, ficam evidentes a partir das leis, ato e plantas da cidade de São Paulo de períodos diversos. Na Planta da Cidade de São Paulo de 1881, aparece o nome Rua dos Bambus, com início no Largo do Paysandú e até encontrar a Alameda Glete, pois não há continuidade do traçado. Na Planta Geral da Capital de São Paulo, de 1897, a avenida aparece com dois nomes em sua extensão: como Rua Visconde do Rio Branco, do início no Largo do Paysandú até o cruzamento com a Rua Duque de Caxias, quando aparece como Alameda dos Bambus. Na Planta Geral da Cidade de São Paulo, de 1905, aparece ainda como Alameda dos Bambus e Visconde do Rio Branco. A Lei 4068, de 31 de dezembro de 1954, passa a denominar como Avenida Rio Branco toda a extensão das antigas Rua Visconde do Rio Branco e Alameda Barão do Rio Branco.[Textos e imagens da Wikipedia]

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A ERA DO CINEMA PAULISTANO


Em 1906 o imigrante espanhol Domingos Fernando Alonso desembarcou no Brasil, e nesse país o jovem construiu um império, com empreendimentos em muitas áreas, dentre elas o cinema. O empresário tinha mais de uma dezena de salas de cinema, na época da construção do Cine Olido, onde antes existia o Cine Avenida. Depois da demolição do antigo cinema, foi construído um prédio, com o mesmo nome do dono, Domingos Fernando Alonso. No piso térreo do edifício, a Galeria e o Cine Olido foram construídos, sendo este o primeiro cinema localizado dentro de uma galeria. O nome Olido foi escolhido através de uma fusão entre o nome Domingos e o nome da sua esposa, Olivia, daí surgiu o singular nome Olido. Cinelândia era como a região do centro de São Paulo era conhecida, por causa das célebres salas de cinema que existiam no local, dentre elas: Broadway, Ritz e Paissandu. Aproveitando a fama local o Cine Olido foi inaugurado na Avenida São João, número 473; no dia 13 de dezembro de 1957. O filme “Tarde demais para esquecer”, com Cary Grant e Débora Kerr, foi a primeira exibição do cinema, a inauguração também contou com uma orquestra sinfônica que apresentou a música principal do longa. O Cine Olido estreou com inúmeras novidades, em comparação à concorrência. Além de ter sido o primeiro cinema de São Paulo instalado dentro de uma galeria comercial, o que o transformou em um antecessor do conceito que se tornaria forte em todo o Brasil, cinemas em shoppings centers. O pioneirismo também ficou por conta da venda dos ingressos antecipados, com o intuito de evitar filas; e as 800 poltronas numeradas, que proporcionavam a possibilidade dos telespectadores escolherem os seus lugares. O espaço do cinema era muito sofisticado, com um grande salão de entrada revestido de mármore, espelhos de cristal e uma orquestra com piano que se apresentava antes das exibições. O edifício passou por uma demolição tendo sido reconstruído com maiores dimensões em 1970, edifício presente até hoje. Na década de 80, as grandes instituições financeiras mudaram para outras áreas da Cidade de São Paulo e começou a surgir os shoppings  com amplos estacionamentos, pois o automóvel era cada vez mais utilizado pela população. Devido a essa junção de fatores o centro da cidade entrou em declínio, e as salas de cinema, que outrora foram um local da elite, passaram a ser esquecidas pelo público. A empresa que administrava o Cine Olido nessa época de transformação econômica, dividiu a sala que antes tinha 800 lugares, em três salas menores. [Textos e imagens da Wikipedia]

Escadaria de acesso ao Cine Olido. 





Fachada do Cine Metro na avenida São João, em 1981

Cine Arte Palácio na estreia do filme Presença de Anita, 1951.



Inauguração do Cine Comodoro em 1959. SP in Foco. 

O Cine Comodoro foi idealizado pelo empresário Paulo Sá Pinto (1912-1991), diretor-presidente das Empresas Cinematográficas Paulista e Sul, proprietária de outras salas importantes na capital paulista, como o já citado cine Marabá, além dos cines Ouro, República, Olido e Ritz. Sá Pinto (acima, em 1960, ao ser condecorado com a medalha Marechal Rondon) nasceu em Minas Gerais, mas se estabeleceu em São Paulo, onde entrou para o ramo das salas de espetáculos e cinemas. Posteriormente, expandiu os seus negócios para o sul do Brasil, nas cidades de Curitiba e Porto Alegre. O empresário chegou a ter o controle de 60 salas de cinema em sete capitais do país. Mas foi em São Paulo que a sua empresa adquiriu maior prestigio e ficou conhecida, quebrando a hegemonia de outro empresário do ramo, Francisco Serrador. Sempre entusiasmado com as novas técnicas cinematográficas vindas de Hollywood, foi por sua iniciativa que foi exibido o primeiro filme em cinemascope (tela panorâmica) no Brasil, "O Manto Sagrado" (The Robe, 1953), no cine República, em São Paulo. Nesta mesma sala, foi apresentado pela primeira vez o Terceira Dimensão (3D), também por iniciativa de Paulo Sá Pinto. História Mundi.[Textos e imagens da Wikipedia]





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Construção da COHAB I na zona leste

Inauguração da COHAB I na zona leste

Entroncamento da rodovia Fernão Dias com a Via Dutra nos anos 1960. 



Prédios da Pontifícia Universidade Católica no bairro de Perdizes nos anos 1960

PUC São Paulo. O Campus de Perdizes, situado na rua Monte Alegre e sede da universidade, é o maior da PUC-SP, tanto em tamanho quanto em número de alunos. Nele estão a Reitoria e os principais serviços administrativos da Universidade divididos em dois complexos, o Edifício Cardeal Motta (antigo Convento Carmelita datado do século XIX), também chamado de Edifício Sede ou de Prédio Velho, e o Edifício Reitor Bandeira de Mello, conhecido como Prédio Novo. Ao lado da entrada principal do Edifício Sede está o histórico e emblemático Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o TUCA. Além disso, o campus abriga o enorme acervo da Biblioteca Nadir Gouvêa Kfouri (5° Reitora da Universidade) e a Paróquia Imaculado Coração de Maria, apelidada de Capela da PUC. Situa-se em Perdizes, na zona oeste da cidade de São Paulo. O Campus da Consolação, na rua Marquês de Paranaguá, ocupa a área da antiga sede do Instituto Sedes Sapientae.[Textos e imagens da Wikipedia]

Missa no Pátio da Cruz nos anos 1950
 

Assembleia de protesto em frente ao TUCA. Teatro da Universidade Católica de São Paulo nos anos 1970. 

Resistência  crítica ao Regime Militar. Durante a época da Ditadura Militar, vários estudantes e professores da PUC-SP participaram de várias manifestações contra o regime, e o então Grão-Chanceler, Dom Paulo Evaristo Arns, admitiu professores de universidades públicas que tinham sido cassados pela ditadura. Nomes como Florestan Fernandes, Octávio Ianni, Bento Prado Jr., José Arthur Giannotti, Celso Furtado e Paulo Freire, perseguidos pela ditadura militar, passaram a fazer parte do quadro de docentes da universidade. Em meados da década de 1970, o curso de filosofia é ameaçado de extinção, sendo que em 1974, a reitoria chegou a anunciar o fechamento do curso. O departamento de filosofia, através de elaboração de relatórios e reorganização administrativa, reage e consegue sustentar a existência do mesmo. INVASÃO. Foi no campus sede da PUC-SP, em meados de 1977, que ocorreu a 29ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), até então proibida. Pouco tempo depois, em 22 de setembro de 1977, a instituição foi local da reunião de retomada da UNE - União Nacional dos Estudantes, outrora fechada pelo regime militar. Nesta mesma reunião com estudantes de diversas universidades brasileiras, como a Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Universidade Presbiteriana Mackenzie, a PUC-SP foi invadida por tropas militares comandadas pelo Secretário de Segurança Pública, Coronel Erasmo Dias,[23] onde centenas estudantes foram presos. O episódio ficou conhecido como "a invasão da PUC", como descrito pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) no Jornal Folha de São Paulo. Na manhã seguinte ao fato, o então Cardeal-Arcebispo e Grão-Chanceler da PUC-SP, Dom Paulo Evaristo Arns, ao saber do ocorrido e voltando com urgência de Roma, manifestou a frase mais marcante do período: Na PUC só se entra prestando exame vestibular, e só se entra na PUC para ajudar o povo, não para destruir as coisas.


Prédio Novo da Puc da rua Ministro Godoy esquina com a rua Caiubi, em Perdizes.



ENTRE SÃO VICENTE E SÃO PAULO, FUI ESTUDAR NA PUC
 

DALMO DUQUE


Morei em São Vicente pela primeira vez  entre março de 1974 e janeiro de 1985, quando pedi demissão da Liquid Química em Cubatão. Em 1985 fui para São Paulo acompanhar minha família. Minha mãe finalmente tinha conseguido realizar o sonho dela: morar e trabalhar em São Paulo. Fomos residir na região do Butantã, especificamente no Jardim Bonfiglioli, entre a Avenida Corifeu de Azevedo Marques e a rodovia Raposo Tavares, altura do quilômetro 13. 

Já era fascinado pela grandiosidade paulistana, que visitava com frequência desde o final da década de 1970. Durante a semana, trabalhando como voluntário do Centro Espírita Irmão Timóteo e do CVV, sempre subia a Serra para comprar livros para abastecer a livraria do centro (o qual eu era responsável). Além das visitas frequentes à Editora Aliança e Secretaria do CVV, na rua Genebra, percorria os principais pontos de venda de livros e discos no eixo Maria Paula-Praça da Sé. Meu ponto preferido era a Livraria Freitas Bastos.

Em São Paulo as coisas eram bem diferentes. Sempre foram. Realmente uma cidade de muitas faces e oportunidades. Fui estudar História na PUC e lá entrei definitivamente na educação. Como estudante, dava aulas no Colégio e no Curso Objetivo. Também lecionava, como estagiário, num supletivo de funcionários da manutenção do prédio da Secretaria da Fazenda, na Avenida Rangel Pestana, através da FUNDAP. Saía de casa às cinco da manhã e só voltava às onze ou meia noite. Estava mais fascinado ainda pelo ritmo elétrico da cidade e por tudo que estava acontecendo naquela época. 

Certa vez, não sei por qual motivo, enfiei na cabeça que queria ser redator de publicidade. Tinha pensado em fazer jornalismo, mas esse desejo há muito não me atraia mais. Matriculei-me, então, numa oficina de texto publicitário na Escola Superior de Propaganda e Marketing-ESPM, cuja sede ainda era na Rua Rui Barbosa, no Bexiga, próximo do Teatro Franco Zampari (onde o Faustão gravava o Perdidos na Noite). As aulas eram ministradas pelo escritor Ricardo Ramos (filho do Graciliano e parecidíssimo com o pai). Foi o verão mais deslumbrante (literalmente) que passei em São Paulo, ouvindo mil histórias e experiências da propaganda brasileira. Fiquei tão animado que comecei a pesquisar textos publicitários de todas as épocas, para aprender estilos, vocabulário, macetes, intenções, superlativos, adjetivos, slogans, títulos, enfim, tudo sobre essa arte que antigamente era exercida nas agências pelos melhores escritores e jornalistas: Orígenes Lessa, Mário Prata e dezenas de outros, como próprio Ricardo Ramos. Sabia que essa não seria a minha carreira, mas não deixava de sonhar com essa possibilidade. Não foi em vão, pois cultura e tecnologia a gente nunca perde e acaba sempre transformando em algo útil e diferente em situações e diferentes circunstâncias.

Realmente ainda tem gente que pensa que os anos 1980 foram uma década perdida e concordo, radicalmente, que, ao contrário, foram os anos nos quais foi inventado o século XXI, a Era da Informação e do Conhecimento. Foram muitas mudanças importantes: o surgimento da informática, a redemocratização no Brasil, a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria, as guerras na Iugoslávia e no Golfo, enfim, mil coisas ao mesmo tempo. Dava aulas de manhã e à noite e estudava no período da tarde, no campus das Perdizes. Época maravilhosa, na qual ocorreu a minha formação intelectual, proporcionada pela intensa vida cultural de São Paulo: o Centro Cultural do Paraíso, a USP, as livrarias e sebos no centro e em torno da PUC, feiras, cinemas alternativos, teatros, shows e grandes espetáculos ao ar livre no Ibirapuera.

Em 1986 a Polícia Federal invadiu a PUC, quando assistíamos ao filme "Je Vous salue, Marie", proibido pelo governo Sarney. A PUC tinha uma história de invasões e violências na época do regime militar. Nesse dia, para fugir da polícia, os alunos atiravam a fita de vídeo do prédio velho para o prédio novo. Lá tinha uma molecada que adorava provocar e apanhar da polícia. Todos os anos eles levavam "bombas" de chocolate de presente para o Coronel Erasmo Dias (deputado), na Assembleia Legislativa. Erasmo havia invadido o campus em 1977, quando era secretário de segurança. Ele recebia cordialmente os alunos, mas sempre um deles, de propósito, falava um desaforo e ele, muito nervoso, perdia a paciência, começava a xingar e logo chamava a segurança.

Calçada dos diretórios acadêmicos e passagem do prédio velho para o novo prédio da PUC


PROFISSIONAIS, MESTRES E AMIGOS

Permaneci no Objetivo por seis anos, uma grande escola de docentes. Tinha aprendido a dar aulas ainda na adolescência num centro espírita, com grandes oradores como Jacques e Sueli Conchon, Valentim Lorenzetti, Flávio Focassio e Adolfo Marreiro. Porém, o meu modelo de docência para grandes plateias, com quem praticamente dei os primeiros passos (e substituía eventualmente) foi o professor José Jobson Arruda, que era uma mistura de acadêmico e show-man, com aulas curiosíssimas sobre Grécia e Roma. Depois de assistir a uma aula dele sobre Maomé e a expansão muçulmana, nunca mais fui a mesma pessoa. Na cadeira de História tinha verdadeiros ícones do cursinho paulistano: Heródoto Barbeiro (depois jornalista e apresentador de TV). Isso acontecia na unidade da Paulista, 900, no prédio da TV Gazeta e Fundação Cásper Líbero. Era registrado em três empresas: Di Gênio & Patti (Cursinho), Colégio Integrado Objetivo e Bricor (franquia). 

Trabalhei em vários bairros cujas unidades do Objetivo eram um autêntico reflexo social das classes, costumes e etnias da nossa pauliceia desvairada: na Paulista e Aclimação, os japoneses, coreanos, chineses e mestiços de italianos com orientais, de classe média; em Pinheiros, Altos da Lapa e Santo Amaro (região do Brooklin), muitos descendentes de italianos e judeus de classe média alta; no Morumbi e Alfaville, os ricos e novos ricos, filhos de grandes e famosos empresários, que não se adaptavam nos colégios tradicionais e mais rigorosos (Pueri Domus, Miguel de Cervantes, Porto Seguro, Augusto Laranja e outros). Interessante lembrar que nas unidades onde frequentava a classe alta os professores eram muito bem tratados pelos alunos.  Já nas unidades de classe média tínhamos muitos problemas de disciplina, que obviamente aliviávamos aparentando certa informalidade e irreverência ao expor as aulas, sobretudo os assuntos polêmicos. 

Os próprios professores da nossa turma e época eram uma complexa e rica diversidade étnica e racial. Ao sentarmos numa mesa para tomar chope e bater papo nas calçadas daqueles barzinhos de Cerqueira César, dava para ter uma ideia das nossas diferenças e semelhanças culturais: Gabriel Bandouk (palestino); James Kobayashi, Issao e Yumiko (japoneses); Wu (chinês); Moré (judeu, irmão do jornalista Gilberto Dimenstein); eu (mulato, neto de negros, nordestinos e húngaros); as irmãs Marisol e Nuricel, e Luizinho “Torquemada”- especialista em Inquisição - (espanhóis); Nogueira e Gomes (portugueses); as também as irmãs Eva e Benê Turim, Sidnei Malena (italianos); Eduardo Silva - Dudu – biólogo e ator afro que fazia o Bongô do RA-TIM-BUM – e finalmente o Altino, talvez descendente de alguma família quatrocentona, pois morava numa bela casa em Moema e hoje mora no Canadá. O Cidão Malena dizia que ele certamente iria ficar famoso porque um dia existiu o Al Johnson, existia o Al Jarreau e ele seria o Al Tino. Nosso coordenador na unidade Vergueiro era o Renato e o primo dele, Ermínio, caipirão muito divertido de Ourinhos e fã do Roberto Carlos e, na época, do Fernando Collor de Melo. No Morumbi era o Otto, alemãozão muito gente boa; em Pinheiros era o Domingos.  

Essa era apenas a nossa turma, pois havia, na unidade da Paulista uma verdadeira legião de professores controlados por uma enorme sala de horário comandada pelo Professor Fazzoli e o Armandinho (japonezinho de Álvares Machado). Nessa época as estrelas e veteranos do cursinho eram Fernando Teixeira, Honda (de Tupã), Kvork, Clézio, Eduardo, Sales (de Piracicaba), Derville, Jobson, Nicola, Moacir, Fazzoli, Vera e Hernani (ex-vocalista dos Sombras, de Presidente Prudente). Nós éramos apenas seus aprendizes. 

Alguns professores do Objetivo se tornaram políticos influentes, vereadores e deputados, como os irmãos biólogos Ricardo e Roberto Trípoli; e o geógrafo Paulo Kobaiashy. Alguns alunos também entraram para a política como Aurélio Miguel e Robson Tuma (filho do Romeu Tuma). No mundo artístico, a lista de alunos é interminável. Só para citar alguns: Gretchen (nos anos 70), Luciana Vendramini, Mara Maravilha e Roger (Ultraje à Rigor, que também foi professor de inglês). Outra figura importante do Objetivo foi o Dr. Dráuzio Varela, que conheci quando estava fazendo sua pesquisa no presídio do Carandiru. Desses estudos surgiram as primeiras aulas e materiais didáticos sobre AIDS nas escolas e, anos depois, o famoso livro Estação Carandiru.  Dráuzio Varella foi colega de faculdade do também médico João Carlos Di Gênio e criador do nome “Objetivo”. Apesar de toda essa badalação, o Objetivo era, na verdade uma passarela de uma grande maioria de alunos e professores anônimos, desconhecidos, que por ali passam como meros aprendizes. Histórias como a minha e desses colegas citados são inúmeras e se perdem nessa multidão paulistana. 


Edifício Gazeta, sede da Fundação Casper Líbero (Rádio e TV Gazeta) e também a mais famosa unidade do Curso e Colégio Objetivo. 


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Escola Superior de Propaganda e Marketing-ESPM em sua sede nos anos 1980 na rua Rui Barbosa, na Bela Vista. Foi criada em 1951 por Rodolfo Lima Martensen, fruto da percepção de Pietro Maria Bardi, diretor do Masp. Originalmente a ESPM nasceu como Escola de Propaganda do Museu de Arte de São Paulo (Masp), que na época  funcionava  no segundo andar do Edifício Guilherme Guinle, na rua Sete de Abril, centro de São Paulo. A ideia dos criadores da escola era reunir num mesmo espaço a experiência dos mais conceituados profissionais desses dois segmentos da comunicação. 


Reunião dos fundadores da ESPM numa sala emprestada pelo MASP em 1951. Em baixo um cartaz conceitual da nova escola.  Acervo: ESPM




Liceu de Artes e Ofícios. A instituição foi criada em 1873 por um grupo de aristocratas pertencentes à elite cafeeira nacional que pretendia formar mão de obra especializada para uma futura possível industrialização do país, de acordo com os ideais positivistas que pregavam a "dignificação do homem através do trabalho". Seu fundador, Carlos Leôncio da Silva Carvalho, era um advogado e Deputado Geral(atualmente corresponde ao posto de Deputado Federal) e com o apoio financeiro da maçonaria paulista e dos cafeicultores, conseguiu tornar real a instituição para divulgação das artes e ofícios focando na formação de mão-de-obra especializada para a lavoura, a indústria e o comércio. Com a adoção do nome Lyceu de Artes e Officios, o novo modelo passa a ser exercido e são ministrados cursos de marcenaria, serralheria, gesso, desenho, entre outros, dentro do espírito positivista-burguês das Artes e Ofícios. A prosperidade financeira do Liceu possibilitou a criação de uma sede definitiva. Em 1897 o Escritório Técnico Ramos de Azevedo iniciou o projeto do edifício da Praça da Luz, nunca concluído mas entregue em 1900. Este edifício, através de um acordo com o Estado de São Paulo, seria dividido entre o LAOSP e a recém criada Pinacoteca do Estado.A produção industrial do Liceu prosperou nitidamente nos períodos de Guerras Mundiais, com o aumento do consumo de itens produzidos no país (devido à redução de importações). Neste período, passaram pelo Liceu nomes como Victor Brecheret; Alberto Santos Dumont; Adoniran Barbosa. O Liceu se torna o principal divulgador e realizador de obras em estilo Art nouveau da cidade (e do país). A partir dos anos 1950, com a adoção pelo país de um novo modelo de desenvolvimento industrial, os artesãos do Liceu passaram a ser inadequados para as novas atividades de produção. Ocorreu a separação entre a atividade industrial da instituição e sua seção educacional: todo o ideal original de indissociabilidade entre arte e indústria se perdeu a partir daí. [Textos e imagens da Wikipedia]


Oficina dos Ferreiros Artísticos do Liceu de Artes e Ofícios na rua da Cantareira, 1910.

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A Semana de Arte Moderna, embora ocorra um pouco antes da formação do Grupo dos Cinco, destaca as ideias e paixões que o grupo focaria e desenvolveria durante sua colaboração. Também desempenhou um papel essencial ao reunir os cinco poetas e artistas. A exposição ocorreu em fevereiro de 1922 e foi "um evento inaugural em nível simbólico, comparável ao Armory Show que havia ocorrido nos Estados Unidos nove anos antes". Organizada principalmente por Oswald de Andrade, a mostra tinha a intenção de empurrar o Brasil para o modernismo. A cultura conservadora do Brasil na época hesitava em acolher tal mudança, pois, como mostra a recepção mordaz da exposição anterior de Malfatti, o Brasil ainda não estava familiarizado com os "ismos" populares da arte moderna. A Semana de Arte Moderna concentrou-se particularmente em obras do fauvismo, expressionismo e pós-cubismo - movimentos artísticos considerados bizarros quando apresentados de repente a um Brasil conservador.
Esta exposição é melhor considerada não pela qualidade do trabalho que exibiu, mas pela natureza propositadamente provocativa da exposição. "A verdadeira busca do Modernismo na arte começou após a Semana de arte moderna", em grande parte devido à formação do Grupo dos Cinco.[Textos e imagens da Wikipedia]



O Grupo dos Cinco foi um grupo de pintores e escritores influentes associados ao modernismo brasileiro. Eles trabalharam juntos de aproximadamente 1922 a 1929, embora seu trabalho individual como artistas e poetas existisse antes disso e continuasse após o término da colaboração. O grupo incluía Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Mario de Andrade. Enquanto Malfatti e Amaral eram pintoras, seus três homólogos masculinos eram poetas e escritores. O Grupo dos Cinco é conhecido por seu papel central na busca da identidade brasileira, bem como por seu trabalho e envolvimento com a Semana de Arte Moderna, embora Amaral não tenha participado. Como grupo, desenvolveram ideias e manifestos que inspirariam futuras gerações de artistas brasileiros, como o manifesto poético Pau-Brasil e o Manifesto Antropófago.

Visão geral. Em dezembro de 1917, Anita Malfatti causou escândalo com sua exposição individual Exposição de Pintura Moderna. Seu uso de cores vivas e figuras abstratas não poderia estar mais em oposição às pinturas românticas e naturalistas que a cultura conservadora brasileira reverenciava. Enquanto a recepção em massa foi esmagadoramente crítica, o trabalho de Malfatti atraiu a atenção de intelectuais brasileiros como Oswald de Andrade e Menotti del Picchia. O Brasil era um país conservador nessa época e ainda não havia sido devidamente apresentado aos estilos de arte moderna como o cubismo, o expressionismo ou o fauvismo que estavam sendo praticados em lugares como Paris e Nova York. A exposição de Malfatti destacou as visões de arte conservadoras do Brasil e inspirou artistas e intelectuais a pressionar pela arte moderna brasileira. Oswald foi uma dessas figuras inspiradas e mais tarde se tornou o principal organizador da Semana de Arte Moderna - uma exposição dedicada à arte moderna no Brasil. O trabalho de Malfatti teve destaque e foi aqui que o Grupo dos Cinco começou a se relacionar. Amaral estava em Paris na época da exposição, mas veio ao Brasil três meses depois e se encontrou com Malfatti, Picchia e os Andrades em seu ateliê na Rua Vitória. Neste momento, o Grupo dos Cinco foi formado e começou sua busca para descobrir o Brasil. Eles viajaram por todo o país, desenhando e escrevendo sobre suas descobertas. Refletindo sobre esses tempos, Amaral escreveu: "Devemos ter parecido um bando de lunáticos disparando por toda parte no Cadillac de Oswald, delirantemente felizes e prontos para conquistar o mundo para renová-lo". Durante o período de debates e viagens intelectuais do grupo em 1922, Amaral descreveu o Grupo dos Cinco como "inseparável". Apesar do grupo ter permanecido em contato, após 1922 eles estavam frequentemente separados. Amaral e O. Andrade, principalmente, viajaram juntos pelo Brasil sem o resto do grupo. Em dezembro de 1923, o casal fez uma viagem às cidades mineiras com o poeta suíço Blaise Cendrars. Embora o grupo nunca tenha se desfeito oficialmente, a maioria dos estudiosos observa que o início da rixa entre Mário de Andrade e Oswald de Andrade sinaliza o fim da colaboração do Grupo dos Cinco.[Textos e imagens da Wikipedia]

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Cartaz comemorativo dos 400 anos de São São Paulo. Vista da Avenida Ipiranga (diagonal)  cruzamento com a Avenida São João. Praça da República, à direita. Fotos Antigas- Preservação Da Memória Fotográfica.

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COMPOSITORES  QUE TRADUZIRAM SÃO PAULO


William Blanco Abrunhosa Trindade, mais conhecido como Billy Blanco (Belém, 8 de maio de 1924 — Rio de Janeiro, 8 de julho de 2011), foi um arquiteto, músico, compositor e escritor brasileiro.


"Sinfonia Paulistana", de autoria do compositor paraense Billy Blanco,  foi concluída em 1974, depois de dez anos de trabalho. É composta por quinze canções, que foram cantadas e gravadas cantadas por Elza Soares, Pery Ribeiro, Cláudia, Claudette Soares, Nadinho da Ilha, Miltinho e pelo coro do Teatro Municipal de São Paulo. A produção foi de Aloysio de Oliveira, com orquestra regida pelo maestro Chico de Moraes. As músicas se chamam "Louvação de Anchieta", "Bartira", "Monções", "Tema de São Paulo", "Capital do Tempo", "O Dinheiro", "Coisas da Noite", "O Céu de São Paulo", "Amanhecendo", "O Tempo e a Hora", "Viva o Camelô", "Pro Esporte", "São Paulo Jovem", "Rua Augusta" e "Grande São Paulo". Em "Monções, destaca-se o carimbó épico, e em "O Tempo e a Hora", a fusão entre bossa e pop. O jornal O Estado de S. Paulo definiu o refrão de "Amanhecendo" como o "que mais define o paulistano". Entre 1974 e 2017, essa música, a mais famosa da suíte, fez parte da trilha sonora do Jornal da Manhã, noticiário matutino da Rádio Jovem Pan.[Textos e imagens da Wikipedia]

TREM DAS ONZE E SAMBA NO BRÀS



Adoniram Barbos com jornalistas do Diário da Noite 


Adoniran Barbosa, nome artístico de João Rubinato (Valinhos, 6 de agosto de 1912– São Paulo, 23 de novembro de 1982), foi um compositor, cantor, comediante e ator brasileiro, autor de famosas canções como "Trem das Onze", "Saudosa Maloca" e "Samba do Arnesto". Adoniran era filho de Francesco "Fernando" Rubinato e Emma Ricchini, imigrantes italianos da comuna de Cavarzere, província de Veneza. Seus avós paternos eram Angelo Rubinato e Anna Manfrinato, e os maternos, Francesco Ricchini e Antonia Freddo. Seus pais casaram-se em Cavarzere em 23 de maio de 1895, desembarcaram em Santos em 15 de setembro de 1895, passaram pela Hospedaria dos Imigrantes e foram trabalhar nas lavouras do município de Tietê. Sua mãe morreu em 1939 e seu pai em 1943. João Rubinato nasceu em 6 de agosto de 1910 em Valinhos, localidade que foi distrito do município de Campinas até 1953. Numa entrevista em 1972 ao programa Ensaio Especial da TV Cultura, Adoniran disse que na verdade nascera em 1912, mas sua família teria adulterado os documentos para 1910, para que começasse a trabalhar mais cedo, pois a fábrica em que iria trabalhar não admitia quem tivesse menos de doze anos.[Textos e imagens da Wikipedia]


RONDA 



Paulo Vanzolini em sua formatura em medicina pela Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1947.


Paulo Vanzolini. Descendente de italianos, seu pai, o engenheiro Carlos Alberto Vanzolini, foi com a família para o Rio de Janeiro quando Paulo tinha quatro anos. A família voltou para São Paulo dois anos depois, em 1930. Paulo cursou o primário no Colégio Rio Branco e o ginásio em escola pública. onde se formou em 1938. Aos dez anos de idade, Vanzolini visitou o Instituto Butantã, em São Paulo, onde surgiu sua vontade de ser biólogo e estudar répteis. Anos mais tarde, pretendia fazer graduação em zoologia, mas orientado pelo professor André Dreyfuss, fundador do Instituto de Biologia da USP, foi convencido a cursar medicina pois, na época, abriria mais possibilidades para doutorado no exterior. Então, em 1942, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Nessa época, junto com grupos de estudantes, passou a frequentar as rodas boêmias e a compor seus primeiros sambas. Em 1944, deixou a casa dos pais e foi morar no Edifício Martinelli, e a trabalhar com um primo, Henrique Lobo, na Rádio América, no programa Consultório Sentimental, de Cacilda Becker. Em seguida, foi convocado para o Exército, interrompendo os estudos. Dois anos depois retomou o curso de Medicina, passou a lecionar no Colégio Bandeirantes e começou a trabalhar no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.[Textos e imagens da Wikipedia]

SAMPA




Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 1942). Cantor, compositor, produtor, escritor. Caetano Veloso é um dos artistas brasileiros mais controversos e influentes. Tem atuação intensa no meio musical desde meados dos anos 1960. É agitador e debatedor cultural por excelência, sofisticado artesão de canções e artista de presença marcante no palco. 

Passa a infância em sua cidade natal e, em 1960, muda-se para Salvador, onde aprende a tocar violão. Entre 1960 e 1962, faz apresentações musicais em bares da cidade com a irmã Maria Bethânia (1946). Inicia a graduação em filosofia, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1963. Sua estreia acontece em 1967 com o lançamento do LP Domingo, em parceria com Gal Costa (1945). 

No mesmo ano, se apresenta no 3º Festival da Música Popular Brasileira da TV Record interpretando “Alegria, alegria” e alcança o quarto lugar. A canção provoca polêmica ao trazer a guitarra elétrica (considerada, à época, uma ameaça à MPB) e versos exaltando a liberdade (uma afronta à ditadura militar1). Essa edição do festival é considerada um marco do movimento tropicalista em curso na música brasileira: Gilberto Gil (1942) conquista o segundo lugar da edição com a canção “Domingo no parque” , acompanhado pelo grupo de rock Os Mutantes, composto por Rita Lee (1947), Sérgio Dias (1951) e Arnaldo Baptista (1948).

Em 1968, lança seu primeiro álbum solo, Caetano Veloso. Nele, o compositor busca captar a complexa realidade de seu tempo em suas contradições e nuanças. Em forma de colagem poética, os refrãos evocam elementos díspares da cultura brasileira — exóticos, sofisticados, cosmopolitas e grotescos — em roupagem carnavalesca. Enquanto o arranjo de Júlio Medaglia (1938) justapõe ritmos nacionais com orquestração sinfônica, o eu-lírico explora os contrastes do país. Na canção “Tropicália”, que abre o disco, ele homenageia uma de nossas manifestações artísticas mais bem-acabadas e modernas, a bossa nova, para, em seguida, “louvar” um de nossos elementos mais rústicos e arcaicos, as palhoças (habitações simples do campo): “Viva a bossa, sa, sa / viva a palhoça, ça, ça, ça, ça”.  

A proposição de sincretismos, como “rural” e “urbano”, “nacional” e “estrangeiro”, “popular” e “erudito” etc. é uma característica da Tropicália, movimento construído por Caetano e outros artistas, que procura superar as ideologias das chamadas “tradições nacionais puras'', numa atualização do programa modernista antropofágico de Oswald de Andrade (1890-1954). Agregam-se aos diversos estilos da música brasileira signos estrangeiros e novidades do momento no Brasil e no mundo, veiculadas por meios de comunicação de massa e circuitos de vanguarda.

Na década de 1970, a atividade artística de Caetano é intensa. Exilado em Londres desde 1969 por causa da ditadura militar, registra mais um álbum homônimo e compõe o LP Transa, lançado em sua volta definitiva ao Brasil no início de 1972. Grava oito álbuns solo nessa década, além de discos em parceria com outros artistas, como Gilberto Gil e Chico Buarque (1944). Seu trabalho mais controverso nesse período é Araçá azul (1973), cujo grau de experimentalismo é tão intenso que motiva diversas devoluções, saindo de catálogo temporariamente. Já outros discos, como Muito (dentro da estrela azulada) (1978), têm grande receptividade do público, com clássicos como “Terra” e “Sampa”.


Nos anos 1980, com a carreira consolidada, alcança grandes vendagens, além de realizar turnês no exterior. Outras palavras (1981) inaugura uma nova fase da música de Caetano e chega à tiragem de cem mil cópias, o disco mais vendido do cantor até então. Cores, nomes (1982) é outro álbum importante dessa época. Nele, o compositor explora com afinco o trabalho com a língua, além de trazer a canção “Sina”, composta por Djavan (1949), que cria o verbo “caetanear”. O cantor baiano segue com seu sucesso nos anos de 1990, entre álbuns inéditos, coletâneas e releituras. A música “Sozinho”, composição de Peninha (1953), é o maior êxito comercial de Caetano, parte do disco ao vivo Prenda minha (1998).

Mantendo-se conectado com os rumos da música brasileira, incorpora novas sonoridades no milênio que se inicia, como se pode observar na trilogia composta pelos discos Cê (2006), Zii e Zie (2008) e Abraçaço (2012), que traz uma roupagem de rock eletrônico. Em 2021, depois de um hiato de nove anos, lança Meu coco (2021), com músicas inéditas e autorais. Distribuído em plataformas digitais, o álbum demonstra a inventividade do artista e sua forma de perceber os acontecimentos contemporâneos, falando do mundo sob sua ótica – daí o uso da palavra “coco”, gíria para “cabeça”. A faixa “Anjos tronchos”, por exemplo, aborda o controle que as redes sociais, com seus algoritmos, têm sobre fatos sociopolíticos, em uma dura crítica não à tecnologia, mas ao uso que seus criadores fazem dela. Na ocasião do lançamento, a revista francesa L’Obs escreve que “devemos zelar por Caetano Veloso como zelamos pela Amazônia”, pois ele também seria “um patrimônio mundial”2. 

Em quase cinco décadas, Caetano Veloso é uma das personalidades mais marcantes da música popular. Transita por diversos gêneros e temáticas, materializando o espírito tropicalista em trabalhos multifacetados que permitem a fruição em diversos níveis. Realoca informações de diferentes registros sob uma referencialidade particular em suas canções com uma voz inconfundível. É, sem dúvida, um dos grandes personagens da cultura brasileira. Itaú Cultural


A TROPICÁLIA PAULISTANA 



Antônio José Santana Martins, conhecido como Tom Zé (Irará, 11 de outubro de 1936), é um compositor, cantor, arranjador e jardineiro brasileiro. É considerado uma das figuras mais originais da música popular brasileira, tendo participado ativamente do movimento musical conhecido como Tropicália nos anos 1960 e se tornado uma voz alternativa influente no cenário musical do Brasil.
Em 27 de setembro de 2022, Tom Zé foi eleito para ocupar a cadeira 33 da Academia Paulista de Letras, sucedendo a Jô Soares, morto em agosto deste ano. Com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Djalma Corrêa realiza espetáculo Nós, Por Exemplo nº 2, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Com o mesmo grupo, vai a São Paulo encenar Arena Canta Bahia, sob a direção de Augusto Boal, e grava o álbum definidor do movimento Tropicalista, Tropicália ou Panis et Circensis, em 1968. Em 1968, leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção "São Paulo, Meu Amor". Como é notável no seu disco de 1968, "Grande Liquidação", Tom Zé carregava fortes traços tropicalistas em suas canções e era também um dos expoentes do movimento, tendo inclusive participado do disco "Tropicália ou Panis et Circensis". Porém, por desencontros e desentendimentos, acabou se afastando do tropicalismo, de onde sua imagem foi sendo aos poucos apagada. Tom Zé chegou a ser chamado de "Trótski do tropicalismo", em referência ao marxista cuja participação na Revolução Russa foi apagada durante o governo stalinista.


Teatro Record - Rua da Consolação em 1958. O teatro Record foi fundado em 9 de março de 1958, na rua da Consolação, no também bairro da Consolação, na capital paulista. Na época, foi palco dos tradicionais musicais, mais notoriamente os festivais da MPB dos anos 1960 e seriados como Família Trapo. Depois de sofrer um grande incêndio, o teatro foi desativado. Após ser reativado por um curto período na Zona Central de São Paulo, foi transferido para o Jardim Aeroporto, com o nome de Teatro Paulo Machado de Carvalho onde permaneceu até 1995. Paulo Machado de Carvalho foi o fundador e proprietário da Rádio Record e TV Record dos anos 1930 até 1990.[Textos e imagens da Wikipedia]


                                 Foto: The Jordans no hall do teatro nos anos 1960.




TODOS OS SONS DO MUNDO NESTE FESTIVAL DE JAZZ!





O Festival de Jazz de São Paulo mostrou uma saudável salada de sons do presente e do futuro. E foi o nosso Hermeto, com sua incrível criatividade, quem melhor sintetizou essa bela mistura.

Por Ezequiel Neves

O simples fato de ter levado ao Palácio das Convenções do Anhembi uma platéia superior a 60.000 pessoas, durante sete dias e oito noites, consagra triunfalmente a realização do Primeiro Festival Internacional de Jazz de São Paulo. E o melhor: o fato de pelo menos metade dessa platéia ser composta de jovens que antes nunca haviam travado contato com o idioma de Louis Armstrong dignifica ainda mais a ótima idéia da Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia. que transformou São Paulo, do dia 11 ao dia 18 de setembro, em capital mundial do jazz. Lógico que um evento monumental como esse iria gerar muitas controvérsias. E as discussões partiram, principalmente, de puristas e retrógrados que insistem ainda em rotular o que é e o que não é jazz. O que não deixa de ser um papo muito do furado: durante mais de seis décadas, o jazz tem se firmado justamente por ser uma linguagem musical aberta a todas as influências. E os instrumentistas que integram suas trincheiras sempre souberam absorver e transcender todas as experiências do presente. Tendo por base a mais sadia improvisação, o jazz, acústico ou elétrico, provou mais uma vez ser o idioma musical popular sem as fronteiras que limitam repressivamente o passado, presente e futuro. John McLaughlinQuem foi ao Anhembi se esbaldou com a diversidade fosforescente de estilos e correntes. Elas conviveram sem nenhum conflito, mostrando de forma didática um vibrante painel que cobre quase cinqüenta anos de jazz.


As big bands (espécie de som discotheque dos anos 30) estiveram representadas da forma mais descabelada possível. Se a Jazz Band da Universidade do Texas mostrou apenas um xerox pomposo e amador de standards jazzísticos, Paulo Moura e José Menezes fizeram a platéia mergulhar na maior farra. O primeiro, tocando e regendo a Rio Jazz Orquestra, mostrou que o tempero brasileiro só enriquece e apimenta o jazz tradicional. E o segundo, à frente da eufórica Banda de Frevo do Recife, provou que esse ritmo explode o rótulo "folclore": jazz é também alegria. A exibição do grupo Jazz at the Philarmonic foi, principalmente, bem emocionante. Se somássemos as idades de seus componentes (os lendários Jimmy Rowles, Harry Edison, Mickey Roker, Ray Brown, Milt Jackson, Roy Eldridge e Zoot Jims) teríamos quase 400 anos de genialidade a serviço do som. E o que se ouviu foi uma exibição clássica e cristalina de estilistas vibrantes, exemplo máximo do que aconteceu de melhor com o jazz dos anos 50. E o mesmo pode ser dito do show do saxofonista Benny Carter, que transcendeu a "música de boate" feita pelo grupo de Nelson Ayres. Pertencendo à mesma geração desses medalhões, o sempre jovem Dizzy Gillespie, além de soprar seu trumpete entortado, também se esbaldou alegremente nas Percussões, inventando sons repletos de atualidade. Mas foi o setor do jazz vocal que motivou as mais caducas discussões. A incendiária Etta James, por exemplo, quase foi condenada à morte. Isso porque o seu jazz está pousado nos gospels profanos e na fusão do rhythm and blues com o rock. Etta, mastodôntica e maravilhosa, pulverizou a platéia com sua garganta furiosa a ponto de eclipsar a exibição de Al Jarreau (um Johnny Mathis da pirotecnia dos scats), Taj Mahal (prejudicado pela falta da cozinha rítmica) e Milton Nascimento. E os superstars também mandaram ver com classe e garra surpreendentes. George Duke instalou a farra no Anhembi, enquanto Chick Corea brilhou com seu "sofistifunk" e John McLaughlin estraçalhou seu arrebatador jazz-rock, faiscante e interplanetário. Mas em matéria de técnica e emoção, os violonistas Larry Coryell e Philip Catherine foram estrelas máximas, expandindo brilhantemente influências como as de Django Reinhart, Charlie Christian e Wes Montgomery. A grande virtude desse triunfal "Primeiro Festival", foi que não houve disputa ou confronto entre brasileiros e estrangeiros. Houve, isto sim, uma sadia troca de energia e vocabulário musicais em que o jazz saiu sempre e sempre vitorioso. A prova disso foi dada pelo prodigioso "Bruxo do Som", Hermeto Paschoal - autêntica síntese da maratona musical acontecida no Anhembi. Deliciosamente antropofágico, liquidificando todas as informações sonoras atuais, Hermeto partiu do mais descabelado free até a música nordestina, provando que os autênticos inventores vocais são aqueles que batalham para a criação da música do futuro.

PRIMEIRO FESTIVAL DE JAZZ DE SÃO PAULO

Data: de 11 a 18 de setembro de 1978
Local: Palácio das Convenções do Anhembi
Platéia: mais de 60.000 pessoas
Artistas: John McLaughlin, Tony Smith, Larry Coryell & Philip Catherine, Dizzy Gillespie, Taj Mahal, Patrick Moraz, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Chick Corea, Joel Farrel, Stan Getz, Al Jarreau, Peter Tosh, Milton Nascimento, Nivaldo Ornellas, Benny Carter, Jazz at the Philarmonic, Raul de Souza, Djalma Correa, George Duke, Etta James, Ray Brown, Zimbo Trio, Luiz Eça, Helio Delmiro, Márcio Montarroyos, Wagner Tiso, Victor Assis Brasil, entre outros.

Show do Zimbo Trio na Estação São Bento do Metrô em 1978 durante a realização da versão paulistana do Festival Internacional de Jazz de Montreux. 

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Theatro Municipal
 na área central. Projetado pelos arquitetos Ramos de Azevedo (nome da praça onde se localiza), Claudio Rossi e Domiziano Rossi no estilo arquitetônico eclético, inspirado na Ópera de Paris e inaugurado em 1911. É um dos cartões postais da cidade, localizado na Praça Ramos de Azevedo, também considerado um dos mais importantes teatros do país. Construído para atender ao desejo da elite paulista da época, que queria que a cidade estivesse à altura dos grandes centros culturais. Seu estilo arquitetônico é semelhante ao dos mais importantes teatros do mundo. O edifício faz parte do Patrimônio Histórico do estado desde 1981 quando foi tombado pelo Condephaat. Além de sua importância arquitetônica, o teatro também possui notabilidade histórica, pois foi palco da Semana de Arte Moderna, o marco inicial do Modernismo no Brasil.[Textos e imagens da Wikipedia]

Praça e Viaduto do Chá como foi concebido pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo.


Teatro São Paulo. 1952, entre as ruas da Glória e Conselheiro Furtado. Foi demolido no início dos anos 1970 e, função das obras da Radial Leste.







Fundada em 1958 como a Companhia Teatro Oficina, que veio a formar a atual Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, foi criada por Zé Celso Martinez Corrêa e outros estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, como Amir Haddad e Carlos Queiroz Telles. Desde sua profissionalização, em 1961, tem sua sede no bairro do Bixiga, São Paulo. O prédio atual era a sede do antigo Teatro Novos Comediantes, de uma companhia teatral mesmo nome. Na década de 1960, o prédio foi adquirido pela companhia. No mesmo ano, no entanto, o teatro foi destruído por um incêndio e, posteriormente, remontagens de peças teatrais foram realizadas para levantar de fundos e reconstruir o prédio. Dezenas de obras de grande importância na dramaturgia ocidental e do Brasil foram encenadas pelo Teatro Oficina por centenas de artistas que trabalharam na história da companhia. Atualmente, a companhia é dirigida por José Celso Martinez Corrêa.[Textos e imagens da Wikipedia]


O Teatro Lira Paulistana, também conhecido como Lira Paulistana ou Lira, foi um teatro e centro cultural da cidade de São Paulo. Em setembro de 2014, um dos fundadores do Lira Paulistana, lançou o livro "Lira Paulistana - Um delírio de porão", onde conta a trajetória do Lira. A obra contém depoimentos dos fundadores e de artistas que lá se apresentaram. Tem um vasto material iconográfico -- cartazes, filipetas e fotos dos shows, discos lançados pelo selo Lira Paulistana, depoimentos de artistas e de produtores e jornalistas sobre o teatro que fez fama na cidade de São Paulo. Com nome tirado da obra homônima do escritor Mário de Andrade, o Lira foi fundado em 25 de outubro de 1979 em um porão com cerca de 150 lugares localizado na Praça Benedito Calixto, na Rua Teodoro Sampaio, 1091, no bairro de Pinheiros na Zona Oeste de São Paulo. Além de teatro propriamente dito, também foi palco de diversos tipos de manifestações culturais, dentre estas a famosa Vanguarda Paulista que era composta de nomes como Ná Ozzetti, Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Cida Moreira, Eliete Negreiros, Laura Finocchiaro, Zé Eduardo Nazário, de grupos musicais alternativos como Língua de Trapo, Tonelada & Seus Kilinhos Rumo, Grupo Um e Premeditando o Breque, o regional Grupo Paranga e, mais tarde, dos grupos de rock da década de 1980 tais como Gang 90, Ira!, Ultraje a Rigor, Titãs, Violeta de Outono. O Lira encerrou suas atividades em 1986, mas entrou para a história cultural paulistana. O Lira também se notabilizou pelo seu selo fonográfico pelo qual lançou vários discos do membros da Vanguarda Paulista. Foram ao todo dezessete discos, sendo que alguns foram lançados em conjunto com o selo Continental. Foto: Folha de São Paulo. 


Itamar Assunção e a Banda Isca de Polícia. 



Vila Madalena (originalmente Vila dos Farrapos, foto dos nos 1960) é um bairro nobre da cidade de São Paulo situado no distrito de Pinheiros, na região oeste. Este bairro é bastante conhecido por ser um reduto boêmio da cidade de São Paulo, desde o início dos anos 70, quando estudantes com pouco dinheiro passaram a morar por lá, por causa da proximidade à Universidade de São Paulo e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Lá há grande concentração de bares e casas noturnas, além da escola de samba Pérola Negra. O nome do bairro também serviu de título a uma novela da Rede Globo, na década de 1990. Por causa de sua fama de bairro jovem e boêmio e por estar próximo ao metrô, diversos albergues (hostels) se instalaram na região. Devido ao grande número de galerias e estúdios de arte, mistura eclética de restaurantes(Nutty Bavarian é uma marca presente em grande quantidade na Vila Madalena por causa dos viajantes que passam por lá.) e bares e uma série de ruas e becos grafitados, como as ruas do Beco do Batman, que atraem jovens profissionais e inúmeras pessoas de diversas localidades, foi eleito o 13.º bairro mais legal do mundo de 2022 na publicação da revista Time Out.

Beco do Batman - uma das principais atrações da Vila Madalena. — Foto: Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo. A revista inglesa "Time Out" publicou a edição 2022 da lista dos 51 bairros mais legais do mundo – e tem presença paulistana na seleção: a Vila Madalena ocupa a 13ª posição do ranking liderado por Colonia Americana, bairro de Guadalajara, no México. O bairro boêmio de São Paulo é a única presença brasileira entre os locais escolhidos. G1





O Parque Estadual Villa-Lobos, em Pinheiros,  projeto do arquiteto Decio Tozzi, foi originalmente concebido para ser um oásis musical – uma homenagem ao compositor Heitor Villa-Lobos, mas hoje é muito procurado para caminhadas e passeios de bicicletas.  Antes de 1989, em sua porção mais a oeste havia um depósito de lixo do CEAGESP, onde cerca de oitenta famílias recolhiam alimentos e embalagens, na parte leste ao lado do Shopping Villa-Lobos, era um depósito de material dragado do Rio Pinheiros e na porção central o antigo proprietário permitia o depósito de entulho de construções.
Boa parte dos seus 750.000 metros quadrados são de área verde. A história do parque Villa Lobos é um pouco diferente da de outros parques. Antes de 1989, a área onde está hoje destoava muito dos arredores da região de Alto de Pinheiros. Na sua porção mais a oeste havia um depósito de lixo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), onde cerca de oitenta famílias recolhiam alimentos e embalagens. Na parte leste, vizinha ao atual Shopping Villa-Lobos, era depositado material dragado do Rio Pinheiros e na porção central o antigo proprietário permitia o depósito de entulho da construção civil.Em 1987, ano de comemoração do centenário de nascimento de Heitor Villa-Lobos, foram apresentados os primeiros estudos visando à implantação de um parque temático contemporâneo na área. Os Decretos Estaduais 28.335 e 28.336/88 destinavam os 732 mil m² à implantação de um “parque de lazer, cultura e esporte”. Os moradores da região receberam bem a proposta, principalmente por eliminar os problemas causados pelos usos que na época a área apresentava. Em 1989, o parque Villa-Lobos começou a ser implantado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE. Foram removidas as famílias que viviam no local, retirados 500 mil m³ de entulho com mais de 1 metro de diâmetro, e movimentados 2 milhões de m³ de entulho e terra para acerto das elevações existentes. O córrego Boaçava, que passava pela área, foi canalizado.No período de 2004 a 2008, foram plantadas 12 mil mudas em uma área de 120 mil m2, entre as quais 1.200 ipês de oito espécies, 110 roxos e 550 amarelos, árvore-símbolo de São Paulo. O projeto paisagístico do parque é do Engenheiro Agrônomo e paisagista Rodolfo Geiser, mas foi posteriormente adequado para o plantio realizado entre 2004 e 2006 de maneira a atender às Resoluções da SMA sobre a diversidade de espécies. Esta adequação foi possível principalmente devido a maior oferta de mudas de espécies nativas, com alta diversidade e com porte adequado para as situações de um parque em pleno uso. Sendo assim, o parque foi entregue concluído em 2006 com aproximadamente 24 mil árvores plantadas em covas de mil litros de substrato, após a remoção de entulho e troca de solo. Em 2008 foram plantadas mais 800 mudas referentes ao Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental TCRA da Autoban, para enriquecimento dos bosques.[Textos e imagens da Wikipedia]




Ladeira Porto Geral. Começa na Rua Boa Vista e termina na Rua 25 de Março. Por estar em um terreno inclinado, leva a denominação de ladeira. Possui característica comercial, com uma enorme quantidade de barracas de camelôs, apesar de proibidas. Seu nome original era Ladeira do Porto Geral, pois na região o rio Tamanduateí formava um meandro ou curva, uma das sete existentes na região, e nela ficava um porto que atendia o Mercado dos Caipiras e o Mercado Grande (ou Mercado Velho) com mercadorias transportadas por barcos que navegavam pelo rio. Essa área era inundável, considerada várzea e navegável na época. Posteriormente a região foi aterrada e retificada da forma original para a atual.[Textos e imagens da Wikipedia]

Ladeira do Porto Geral nos anos 1950. 




A Avenida São Luís  está localizada no bairro da Consolação - no distrito da Sé e subdistrito da República. Tem início na Avenida Ipiranga, próxima a Praça da República e a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, e término na Rua da Consolação - perto da Biblioteca Mário de Andrade - esquina com o Viaduto Nove de Julho, com extensão de apenas um quarteirão. É uma via de mão única que abriga, dentre outras coisas, o Edifício Itália, a Galeria Metrópole e, além de tudo, é uma das ruas temáticas da cidade onde há lojas do comércio especializado do ramo de agências de viagens.
 Quando aberta no início do século XVIII, não era uma das avenida mais movimentada da cidade, era apenas um beco denominado Beco Comprido. Inclusive, no mapa de 1810, o mais antigo da cidade, este logradouro aparece, porém sem denominação. Já no mapa seguinte, de 1881, encontra-se o logradouro com nome de Rua de São Luiz. Não se sabe muito sobre quem abriu a via, entretanto, sobre quem a batizou, tem-se coisas de sobra. Na origem da nomeação, está Luís Antônio de Sousa Queirós, o conhecido Brigadeiro Luís Antônio, militar luso-brasileiro que se tornaria um dos homens mais ricos de São Paulo na primeira parte do século XIX - como tropeiro, fez fortuna que lhe possibilitaria adquirir terras na capital. Uma de suas propriedades era uma chácara no bairro da Consolação - entre as ruas do mesmo nome, Rua 7 de Abril (antiga Rua da Palha) e a Praça da República (antigo Largo dos Curros). Dentro deste terreno, foi aberta uma trilha que, tempos depois, se tornaria a avenida. Com a morte do Brigadeiro em 1819, a chácara da Consolação passou para seu filho, Luís António de Sousa Queirós, o Senador Queirós. Por mais que a área fosse da família Queirós, a tal não residia nela, usando-a apenas para passar temporadas na casa sede. Foi por volta de 1960 que a rua recebeu seu nome em homenagem ao santo de devoção do Brigadeiro. Falecendo o Senador, a chácara passou a ser dividia e vendida em porções menores.[Textos e imagens da Wikipedia]



Perdizes,  cruzamento das rua Caiubi com Cardoso de Almeida nos ano anos 1960. 


Passeata em período eleitoral no calçadão comercial do centro nos anos 1980 com a presença do governado e ex-prefeito Paulo Maluf e também o ex-prefeito Olavo Setúbal. 




Cracolândia é a denominação comum para uma população em situação de rua, composta, na sua maioria, por dependentes químicos  que costuma ocupar uma determinada área no centro da cidade de São Paulo. A Cracolândia se localiza nas imediações das Avenidas Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero, Rua Mauá, Estação Júlio Prestes, Alameda Dino Bueno e da Praça Princesa Isabel,  Fica mais propriamente situada na "Praça do Cachimbo" (esquina da Rua Helvetia com Alameda Cleveland) no bairro de Campos Elíseos, e coincide parcialmente com a região da Boca do Lixo e da Luz. A Cracolândia surgiu a partir da década de 1990.  A demanda veio de chacinas nas periferias de São Paulo, que forçaram os consumidores a se exilarem no Centro. Ao longos dos anos,, entre 1990 e 2023, a Cracolândia passou por diversas migrações, com movimentos de dispersão ou concentração. Foto. Área do antigo Terminal Rodoviário da Luz, ao lado da Praça Júlio Prestes, em 2010. Wikipédia. 




     

Largo da Batata, confluência da avenida Brigadeiro Faria Lima e das ruas dos Pinheiros, Teodoro Sampaio, Cardeal Arcoverde, Baltazar Carrasco, Martim Carrasco, Chopin Tavares de Lima e Fernão Dias.  Já no século XX, foi fundado o Mercado Caipira, mercado de produtos agrícolas e, a partir de 1909, foi construído um mercado municipal, fortalecendo sua característica comercial. É conhecido como Largo da Batata desde a década de 1920, por concentrar vendedores de batatas. Possui também importância histórica no transporte, recebendo na década de 1930 bondes elétricos que ligavam o bairro ao centro da cidade. Fatos históricos importantes ocorreram no Largo da Batata, tais como: a chegada de portugueses e indígenas, pois foi o local onde estes se instalaram. Foi nesta região onde ocorreu também a catequese de índios. O Mercado Caipira, que logo após se transformou no mercado de Pinheiros foi o local onde agricultores vindo do interior vendiam seus produtos. Agricultores de origem japonesa deram origem a Cooperativa Agrícola de Cotia para comercializar batatas e que logo passou a ser o local de distribuição de frutas legumes e cereais[Textos e imagens da Wikipedia]

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OS JARDINS



Jardins  é uma região paulistana que compreende as ruas de quatro bairros nobres, todos pertencentes à Subprefeitura de Pinheiros: Jardim Paulista e Jardim América no Distrito de Jardim Paulista; e Jardim Europa e Jardim Paulistano no distrito de Pinheiros além de certos trechos de Cerqueira César, localizados na área sul à Avenida Paulista, que também são considerados como parte integrante da região. O Jardim América (jardim mais velho de todos) foi criado a partir de um loteamento feito pela Companhia City of S. Paulo Improvements and Freehold Land Co. Ltda. (do qual Horácio Sabino, dono das terras da Paulista em direção ao Rio Pinheiros na época, era um dos fundadores) e projeto urbanístico do inglês Barry Parker que também planejou o primeiro bairro-jardim de Londres. O projeto baseava-se no conceito de cidade-jardim e pretendia concentrar residências de alto padrão. A empresa impôs em contrato que os fechamentos dos terrenos para a rua deveriam ser baixos, afastados uns dos outros para que não pudessem impedir a visão dos imóveis. As obras foram iniciadas em 1913 e finalizadas em 1929. Industriais, políticos, famílias tradicionais da elite e profissionais liberais bem-sucedidos passaram a procurar lotes para construir suas residências, onde poderiam esbanjar e usufruir de sua riqueza.  O sucesso do Jardim América levou ao lançamento, em 1922, do projeto para o Jardim Europa, seguindo as mesmas diretrizes urbanísticas, na continuação do terreno em direção ao rio Pinheiros. O projeto, neste caso, foi assinado pelo engenheiro-arquiteto carioca Hipólito Gustavo Pujol Júnior. O terreno, originalmente alagadiço, apresentou-se adequado à especulação imobiliária depois da retificação do Pinheiros, na década de 1920. Ainda na década de 20, foi feito o loteamento do Jardim Paulista, em terras pertencentes às famílias Pamplona e Paim, nas terras acima do Jardim América, até a Avenida Paulista. Diferente do bairro vizinho, o Jardim Paulista nasceu com propósito residencial e foi urbanizado com ruas de traçado retilíneo, que se cruzavam apenas em ângulos retos. Além disso, em vez de nomes de países da América ou da Europa, as alamedas deste loteamento receberam nomes de localidades do interior paulista. O bairro foi ocupado por famílias de classe média alta. Na mesma época foram loteados também os terrenos a oeste e noroeste do Jardim Europa, pertencentes às famílias Matarazzo e Melão. Esses lotes deram origem ao Jardim Paulistano. Sem ser assinado por um grande urbanista, o planejamento urbano da região manteve o padrão de grandes áreas verdes e construções de luxo. No ano de 1986, os quatro bairros-jardins, juntamente com a tradicional Sociedade Harmonia de Tênis,foram tombados pelo CONDEPHAAT em virtude de serem a primeira experiência de urbanização pelo modo cidade-jardim no país. O Tombamento dos Jardins incidiu sobre o traçado urbano, a vegetação e as linhas demarcatórias dos lotes. Já o clube em questão recebeu o destaque por sua arquitetura inovadora, que explorou ao máximo o visual dos jardins circundados pelo terreno.
O bairro Jardins é um dos principais pontos turísticos do município, devido à presença de diversas lojas consideradas luxuosas, por serem de grifes internacionais, restaurantes, bares, prédios de luxo, flats e hotéis. O Jardim Europa e Jardim América são formados majoritariamente por residências horizontais de alto padrão. Já o Jardim Paulista e Cerqueira César, bairros vizinhos, destacam-se por uma maior verticalização e desenvolvimento comercial, principalmente por abrigarem as avenidas Paulista, Rebouças e as ruas Oscar Freire, Haddock Lobo, Bela Cintra e Augusta, algumas das mais movimentadas do município. No bairro de Cerqueira César estão o Colégio Dante Alighieri, o Conjunto Nacional e o único parque da região, o Parque Trianon e o Museu de Arte de São Paulo (MASP). No Jardim Paulista estão o edifício sede da FIESP, sede do Grupo Pão de Açúcar, sede do Enjoei, o Club Homs, o Citibank Brasil e o Banco Mercantil do Brasil. E no Jardim Paulistano (Avenida Faria Lima e cercanias) encontram-se o Shopping Iguatemi, a Escola Panamericana de Arte, a St. Paul's School, as sedes: da Camargo Correa, da Marfig, da Even, da BRF, da Multilaser e da Bradesco Investimentos.
O bairro possui uma expressiva comunidade judaica, tendo como exemplo desta o clube "A Hebraica", um dos grandes clubes do município, que está localizado no Jardim Paulistano. Além da Hebraica, também existem outros clubes com grandes áreas privadas destinadas ao convívio social e à pratica de esportes, como o Clube Atlético Paulistano, a Sociedade Harmonia de Tênis e o Esporte Clube Pinheiros, frequentados por selecionados associados.
Pontos turísticos: Museu da Casa Brasileira, rua Oscar Freire e Conjunto Nacional. A região apresenta diversos atrativos culturais, tais como o Museu de Imagem e do Som de São Paulo, Museu Brasileiro da Escultura, Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, Teatro Procópio Ferreira, Museu da Casa Brasileira e o Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico. Seu território apresenta a maior concentração de consulados do município, tais como: Espanha, Costa Rica, Peru, Bangladesh, Venezuela, China, Portugal, México, Rússia, França, Alemanha, Índia, Dinamarca, Uruguai e Paraguai. Por ser um local conhecido como um bairro muito nobre e que representa as classes alta e média alta, geralmente, em tramas de novela onde os personagens mais ricos, as cenas são gravadas no Jardins. Como exemplo, pode-se citar as novelas Caras & Bocas e Sete Pecados (do autor Walcyr Carrasco) e Rainha da Sucata e Passione (de Silvio de Abreu). [Textos e imagens da Wikipedia]

Rua Augusta- 1965, lado Jardins. Fotos Antigas- Preservação Da Memória Fotográfica. 


A Rua Augusta é uma via arterial da cidade de São Paulo que conecta o bairro dos Jardins a região do Centro Histórico de São Paulo. A rua é conhecida por suas lojas, boutiques e estabelecimentos de luxo na região do Jardins e por suas boates, casas noturnas, bares e vida noturna na região que parte da Avenida Paulista em direção ao Centro, passando pela região conhecida como Baixo Augusta. A rua segue em subida a partir de seu início no entroncamento das ruas Martins Fontes, Martinho Prado e a Praça Franklin Roosevelt, até o cruzamento com a Avenida Paulista. Após cruzar a Paulista, ela se torna uma descida seguindo em direção a rua Colômbia, no Jardim Europa. As primeiras referências dela datam de 1875, chamando-se primeiramente Rua Maria Augusta; em 1897 já aparece como Rua Augusta. Foi parte das terras do português Mariano António Vieira, dono da Chácara do Capão desde 1880, quando abriu várias ruas no Bairro da Bela Sintra, inclusive a Rua da Real Grandeza, atual Avenida Paulista. Resolveu abrir uma trilha, pois os caminhos eram muito íngremes, para posteriormente serem instalados bondes puxados por burros, em 1890. Apenas em 1891, com a inauguração da luz elétrica, foram movidos com eletricidade. Entre 1910 e 1912 ela foi estendida até a Rua Álvaro de Carvalho, ficando oficial em 1927. Até 1942, a Rua Martins Fontes fazia parte da Rua Augusta. O nome "Augusta": tudo leva a crer que o responsável pela sua abertura, o português Mariano Antonio Vieira, não quis homenagear uma pessoa e sim aplicar algo como um título de nobreza (ou adjetivo) ao chamá-la de "Rua Augusta". Colabora para esta versão o fato de que o mesmo Mariano, ao abrir uma "picada" no alto do Morro do Caaguaçu, chamou este logradouro de "Rua da Real Grandeza".Com o tempo, vieram os loteamentos, quando surgiram confortáveis residências e algum comércio para servi-las. Pouco a pouco começaram a surgir pequenos edifícios de moradia. Grande parte de comércio fino de decoração se instalou na região central-ascendente, a partir da Rua Marquês de Paranaguá. As casas residenciais deram lugar ao comércio de rua. Shoppings e Cinemas de categoria se instalaram frequentados pelas famílias e mais tarde pelos jovens que buscavam distração. Caminho certo rumo aos bairros dos Jardins e seus clubes, como o Club Athletico Paulistano, a Sociedade Harmonia de Tênis e o Esporte Clube Pinheiros.

Décadas de 1960 e 70. A Rua Augusta representou para os jovens paulistanos na década de 1960, glamour e diversão. A canção Rua Augusta, de Ronnie Cord, lançada em 1964 foi uma espécie de hino da juventude paulistana que frequentava o logradouro nesta época. A partir da década de 1970, começou a adaptar-se às mudanças, dado o pesado tráfego de automóveis e ônibus e a criação de inúmeras galerias e centros comerciais, aliado à falta de estacionamento. Mesmo assim, os jovens continuaram a estar por lá com suas motos, carros envenenados e muito congestionamento, principalmente, entre 1976 e 1980. Haviam muitas discotecas para acompanhar os "embalos de sábado à noite", pistas de esqui no gelo, doceiras, academias de musculação e aeróbicas. Está sempre sendo atualizada desde aquela época, com a reforma do calçamento, decoração com vasos, retirada de uma parte dos postes de iluminação pública (que estavam obsoletos), colocação de carpete, estacionamento Zona Azul e subterrâneo e a construção de um boulevard e por fim a eliminação dos ônibus elétricos com as novas calçadas.[Textos e imagens da Wikipedia]



A Avenida Brasil é uma importante via da cidade de São Paulo, situada no bairro do Jardim Paulista, que tem início na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, e término na Avenida Rebouças, cortando regiões valorizadas da cidade, como os bairros de Pinheiros, Jardim América, Jardim Paulistano, Jardim Europa e Ibirapuera. Com 2,3 quilômetros de extensão, a avenida tem como regra de zoneamento a construção apenas de edifícios com até doze metros de altura. Entre o início, na esquina com a Avenida Brigadeiro Luís Antônio, e a esquina com a Rua Colômbia é permitida a instalação de bancos, consulados e escritórios de profissionais liberais. No trecho a partir da Rua Colômbia e até o final da avenida, na esquina com a Avenida Rebouças, podem ser instalados orfanatos, museus, bibliotecas, serviços de saúde e showrooms — exceto de motocicletas —, e pode ser exercido ainda o comércio de alimentação, desde que sem consumo no local. A avenida foi projetada para cortar a região da cidade conhecida como Jardins, que foi projetada para ser um grande jardim, e concentrar grandes mansões.  O loteamento foi feito pela Companhia City, que impôs em contrato que os fechamentos dos terrenos para a rua deveriam ser baixos e não poderiam impedir a visão dos imóveis. Industriais e profissionais liberais bem-sucedidos passaram a procurar a avenida para construir suas casas, onde poderiam demonstrar sua riqueza nas respectivas fachadas. Até os anos 1960 apenas uma igreja, a Nossa Senhora do Brasil, até hoje na esquina com a Rua Colômbia, dividia espaço com residências na avenida. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, ela foi o "símbolo de riqueza e modernidade no início do século XX", mas passou a ter sinais de progressiva decadência no início do século XXI em meio à pujança do Jardim América, com diversos imóveis vazios, demolidos ou abandonados. 

Casarão antigo da avenida Brasil. 

Avenida Brasil em 1934



Oscar Freire é uma via localizada nos bairros Cerqueira César (Jardins) e Pinheiros, ambos pertencentes à zona oeste da cidade de São Paulo, e é considerada um dos principais endereços de compras de lojas de rua na cidade e uma das ruas mais luxuosas e caras do mundo, estando frequentemente na primeira posição a nível nacional. Entre as ruas Melo Alves e Padre João Manoel, os postes foram retirados e os fios da rede elétrica transformados em um sistema subterrâneo, tornando o visual do local mais agradável. A Avenida Rebouças cruza a rua separando os bairros acima citados. O nome da rua é uma homenagem ao médico legista baiano Oscar Freire de Carvalho, um dos principais discípulos do cientista maranhense Nina Rodrigues. Freire foi responsável pela introdução do ensino de medicina legal na Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia e, posteriormente, em São Paulo.
Características. A rua é avaliada como um dos metros quadrados mais caros da América Latina, e reconhecida por ser um dos pontos de comércio mais elegantes e valorizados da cidade de São Paulo. Geralmente essas lojas fazem um espaço conceito, ou seja, uma loja diferenciada das que elas têm em outros bairros e cidades. [Textos e imagens da Wikipedia]

Rua Oscar Freire, Jardim América, em dia de feira livre nos anos 1950. #SPFotos


Vendedor de amendoim na feira da rua Oscar Freire nos anos 1950

Avenida Rebouças em 1930 responsável pela ligação da Avenida Paulista com a Marginal Pinheiros e desta com o Centro, por meio da Rua da Consolação. A Avenida Rebouças caracteriza-se como um dos principais eixos rodoviários e de transporte público da cidade e é classificada como via arterial. Devido à grande importância de centro financeiro e comercial, a avenida apresenta tráfego intenso de veículos durante quase todo o dia. A avenida é atendida pela Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo por meio da Estação Oscar Freire, localizada no cruzamento com a Rua Oscar Freire. Originalmente chamada Rua Doutor Rebouças, a via homenageia Antônio Rebouças. Contratado em 1873 pela Companhia Paulista de Estrada de Ferro Jundiahy a Campinas para ser o Engenheiro em Chefe do prolongamento da Estrada de Ferro até São João do Río Claro, porém vitimado por febre tifóide veio a óbito na Cidade de São Paulo em 1874. Ela foi aberta em 1916, e seu traçado remonta a trecho do antigo Caminho do Peabiru. Nos anos 1930, passou a ser uma das principais ligações listadas no "Plano de Avenidas" do então prefeito Francisco Prestes Maia. A avenida tem seu início na Rua da Consolação, na altura do número 2 608, no Complexo Viário Rebouças, e estende-se até a Marginal Pinheiros. Seu trecho principal é duplicado e tem extensão de 3,3 quilômetros, terminando na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no cruzamento onde se localiza o Túnel Jornalista Fernando Vieira de Mello, inaugurado em 2004. O outro trecho, menos conhecido, é uma rua de mão dupla, paralela à Avenida Eusébio Matoso, que termina na Avenida Nações Unidas (Marginal Pinheiros), em frente ao Shopping Eldorado.[Textos e imagens da Wikipedia]




Confluência das avenidas Rebouças e Dr. Arnaldo. Ao fundo o complexo Clínicas


Avenida Rebouças, sentido Jardins-Centro, na altura do túnel de acesso à Avenida Doutor Arnaldo



Avenida Prefeito Faria LimaA lei determinando a abertura da via foi promulgada em janeiro de 1968, prevendo uma ligação de cinco quilômetros entre os bairros de Pinheiros e Brooklin, mesmo sem a Prefeitura saber a quantidade de edifícios que deveriam ser desapropriados. Segundo a lei, a avenida começaria na Praça Roquete Pinto e seguiria até a atual Avenida dos Bandeirantes, seguindo pelas ruas Pedroso de Moraes, Coropés, Miguel Isasa e Martim Garcia, alcançando, a partir daí, a Rua Iguatemi após cruzar interiores de quarteirões. A lei também previa cruzamentos em desníveis com as avenidas Eusébio Matoso, Rebouças e Cidade Jardim, com o Córrego do Sapateiro e com a Rua Doutor Eduardo de Souza Aranha. 
A avenida teve sua construção iniciada na segunda metade dos anos 1960, com o alargamento do trecho da rua Iguatemi compreendido entre o Largo da Batata, em Pinheiros, e o cruzamento com a Avenida Cidade Jardim, no Itaim Bibi (atual praça Luís Carlos Paraná), cruzando todo o bairro denominado Jardim Paulistano. As obras foram iniciadas na gestão do prefeito José Vicente Faria Lima e obrigaram a demolição de cem prédios. Com a morte deste, em 1969, a nova artéria, que se chamaria Radial Oeste, recebeu o seu nome, oficializado quando da inauguração do trecho duplicado da avenida, em 28 de abril de 1970 — a primeira pista já havia sido entregue ao tráfego no fim de 1969. José Eduardo, filho de Faria Lima, participou da cerimônia, descerrando uma placa de bronze. Em seu discurso, o prefeito Paulo Maluf elogiou o homenageado: "Faria Lima não nasceu em São Paulo, mas deu sua vida em holocausto a esta capital. Esta homenagem, que ora prestamos ao saudoso administrador, era o mínimo que a Prefeitura Municipal poderia fazer pela sua memória. Ela deverá lembrar, às gerações futuras, a figura marcante que foi o Brigadeiro."


Com o atraso da entrega e o aumento dos custos, as informações constantes de uma placa conjunta do Governo Abreu Sodré e da Prefeitura foram alteradas com tinta branca. Maluf brincou com o atraso em seu discurso, dizendo que poderia ter sido escrito um livro sobre a obra, com o título "Odisseia da Construção de uma Avenida". Poucos minutos após a nova via ser aberta, operários começaram a quebrar o asfalto na esquina com a Avenida Cidade Jardim, em busca das tampas de ferro das galerias subterrâneas, cobertas durante o asfaltamento, promovido às pressas. Além disso, em frente ao Shopping Center Iguatemi haviam sido fechados buracos cujas obras não estavam prontas, que teriam de ser abertos novamente. "Em poucos dias, irão reabri-los, mas, então, a inauguração já terá passado", contou um morador da região ouvido por O Estado de S. Paulo. O jornal, entretanto, destacou os aspectos positivos da avenida, considerada "muito boa", como a marcação das faixas em relevo, faixas de pedestres (embora nenhuma delas com semáforo) e iluminação feita por postes altos, com luz de mercúrio. Os dois únicos semáforos da avenida inteira ficavam no início (à época, a Avenida Cidade Jardim) e no fim (à época, a Avenida Rebouças). Na inauguração, Maluf já falou sobre os planos de prolongamento: de um lado, até as proximidades do CEASA, correndo em paralelo à Avenida Pedroso de Morais; de outro, em diagonal rumo ao Córrego da Traição (atual Avenida dos Bandeirantes), que era previsto no projeto original. Esse último prolongamento, entretanto, já estava descartado, porque o prefeito pretendia entregar em breve a pista da marginal esquerda do Rio Pinheiros. O projeto ainda previa um "canteiro-balão" entre a Rua Tucumã e a Avenida Cidade Jardim, em formato de "v", para a construção de um "parque-estacionamento" com capacidade para sessenta veículos e largura máxima de sete metros. A largura da avenida variava de quarenta metros, na altura da Alameda Gabriel Monteiro da Silva, a sessenta metros, no cruzamento com a Avenida Cidade Jardim.

Já no início da década de 1970, teve início a construção de inúmeros edifícios comerciais que romperam com a antiga paisagem residencial arborizada do Jardim Paulistano, e que caracterizariam a avenida como uma espécie de "segunda Avenida Paulista", dada a semelhança entre seus skylines. Desde essa época, já existia a expectativa de ampliação da avenida no sentido sul: em 1972, essa ampliação avançou os primeiros quarteirões após a Avenida Cidade Jardim, entre as ruas Amauri e Jorge Coelho, mas a obra parou ali e, dois anos depois, os moradores da região já se preocupavam com uma eventual desapropriação que parecia nunca sair do papel. Em 1974, o prolongamento era tratado como prioridade da Prefeitura, para ligar a avenida (e, consequentemente, os bairros da zona oeste) à Avenida Santo Amaro, por meio da Avenida Juscelino Kubitschek, cujas obras de construção estavam sendo finalizadas juntamente com a canalização do Córrego do Sapateiro, que passa por baixo dela.

Entretanto, esse prolongamento levaria mais de vinte anos para ser concluído. Na década de 1990, Maluf, novamente ocupando o cargo de prefeito, promoveu a extensão da avenida em suas duas extremidades: entre o Largo da Batata e a Avenida Pedroso de Moraes (alargando a antiga rua Miguel Isasa), e entre as avenidas Cidade Jardim e Hélio Pellegrino (já na Vila Olímpia), alargando pequenas ruas residenciais do Itaim Bibi. O traçado originalmente projetado passaria pela Rua Elvira Ferraz, causando a demolição de vários imóveis, porém a pressão da associação de moradores do bairro fez com que a Prefeitura optasse por um novo traçado. Depois, esse traçado seria alterado para o que acabou efetivamente sendo construído.[Textos e imagens da Wikipedia]


A inauguração do novo trecho de Pinheiros, com 1,38 quilômetro, até a Avenida Pedroso de Moraes, deu-se em 23 de outubro de 1995, embora ele tenha sido mantido no início com os nomes de Rua Corupés e Rua Miguel Isasa, por depender ainda de uma mudança nos cadastros dos imóveis que não foram demolidos e ainda ocupavam o que agora era a Avenida Brigadeiro Faria Lima. A construção desse trecho custou cerca de quatro milhões de reais e foram desapropriados 107 imóveis para a obra, causando protesto entre os donos desses imóveis. O trecho do Itaim estava, então, previsto para ser entregue entre março e maio de 1996, embora a Prefeitura tivesse a intenção de antecipá-lo para janeiro.
Em 25 de maio de 2010, foi inaugurada a Estação Faria Lima, da Linha 4-Amarela do metrô. Ela foi, juntamente com a Estação Paulista, uma das primeiras da linha a ser inauguradas. Está situada na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na altura do Largo da Batata. Nela estão localizadas importantes atrações paulistanas, tais como: o Shopping Iguatemi, shopping center pioneiro no Brasil, em 1966; O Museu da Casa Brasileira. O Esporte Clube Pinheiros.  O Edifício Dacon, com seu formato cilíndrico, um dos mais famosos de São Paulo. Inúmeros bares e pontos de agitação noturna, localizados principalmente nas extremidades da avenida. Nas proximidades da Estação Faria Lima do Metrô (Linha 4–Amarela) está a sede do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo. Nos arredores da avenida, encontram-se também outros importantes pontos de visitação da cidade, tais como o Shopping Eldorado, localizado próximo à Estação Hebraica-Rebouças do Trem Metropolitano (Linha 9–Esmeralda), e os luxuosos restaurantes e hotéis da região próxima aos cruzamentos com as avenidas Cidade Jardim e Juscelino Kubitschek.[Textos e imagens da Wikipedia]



Shopping Center Iguatemi no ano de 1966



 Clube Pinheiros durante a realização da Copa Davis em 1971,  Ao fundo, letreiro do Shopping Iguatemi. São Paulo. Fonte: Blog Rádio Vitrola.


A avenida, na altura do cruzamento com a Avenida Eusébio Matoso.


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O Copan é um dos mais importantes e emblemáticos edifícios da cidade de São Paulo, localizado no número 200 da Avenida Ipiranga, no centro da cidade, e foi inaugurado em 1966. É um dos símbolos da arquitetura moderna brasileira, concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer com projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo, visando às comemorações do Quarto Centenário da cidade de São Paulo. A obra, contudo, foi iniciada apenas em 1957, com algumas alterações e executada com a ajuda de Carlos Lemos. Como um símbolo da cidade de São Paulo, é um marco da arquitetura modernista no Brasil. É a maior estrutura de concreto armado do país, com 115 metros de altura e 120 mil metros de área construída. Com a utilização da liberdade formal, leveza, materiais curvilíneos, o modernismo deixa de seguir padrões europeus e norte americanos e passa a expressar sua própria cultura. Sem ornamentos típicos da arquitetura antes vista no Brasil e no mundo, o edifício inova na época em que se constrói (1951-1967), com a leveza de sua fachada e organicidade das formas, quebrando ângulos retos do centro da capital paulista. A projeção de lotes de geometria irregular funciona como uma extensão da rua. Com a arquitetura livre, Oscar Niemeyer pretendeu transformar a realidade, fazendo a sugestão de dissolução do lote, no centro da cidade. Buscando o racionalismo e o funcionalismo, o arquiteto buscava integrar o projeto com o entorno e a paisagem.[Textos e imagens da Wikipedia]

Edifício Copan em construção 



Rodoviária da Luz nos anos 1960. 


Detalhe da caixa de uma boneca de 1956 da Estrela. Museu do Ipiranga


A Estrela (Manufatura de Brinquedos Estrela S.A.) é uma tradicional fábrica de brinquedos brasileira, fundada por Siegfried Adler. Seu logo é composto por uma estrela de quatro pontas (ou rosa-dos-ventos), envolta por um círculo maciço de cor vermelha, tendo a baixo o nome da Empresa. A empresa foi fundada em 27 de junho de 1937 na Rua Marcos Arruda no distrito paulistano de Belém, e atualmente sua principal unidade fabril está localizada em Barão Ataliba Nogueira, no interior de São Paulo, além de outras duas unidades menores em Sergipe e Minas Gerais, disponibilizando mais de quatrocentos produtos em sua linha. Em 1944, a Estrela abriu seu capital para o mercado, se tornando uma das primeiras empresas considerada uma sociedade anônima no Brasil. Na década de 1940 apresentou o cachorro Mimoso, primeiro brinquedo de madeira com movimento e som fabricado no Brasil, que fez grande sucesso na época. Logo depois vieram outras inovações como os jogos clássicos, Pega Varetas e Banco Imobiliário. As bonecas, que até o fim dos anos 40 eram feitas em uma massa inquebrável, passaram a ser de plástico.[Textos e imagens da Wikipedia]

Banco Imobiliário, grande sucesso comercial da Estrela, contendo no jogo os endereços mais nobres da cidade de São Paulo. 

A SÉ E O MARCO ZERO



Praça da Sé em foto de 1880 de Marc Ferrez. A velha catedral de São Paulo está à direita.



CATEDRAL E PRAÇA DA SÉ, MARCO ZERO DA CIDADE

Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo, informalmente conhecida como Catedral da Sé, é a principal templo católico da cidade de São Paulo, Brasil. Localiza-se na Praça da Sé, na Zona Central do município. Apesar de ter uma cúpula de estilo renascentista, a Catedral Metropolitana de São Paulo é considerada como o quarto maior templo neogótico do mundo. A catedral é o templo principal da paróquia de Nossa Senhora da Assunção de São Paulo, criada em 10 de agosto de 1591. É uma das sete maravilhas brasileiras. A história da catedral de São Paulo começa em 1589, quando se decidiu que uma igreja principal (Matriz) seria construída na pequena vila de São Paulo de Piratininga. Esta igreja, situada onde está hoje o Monumento a Anchieta, escultura de Heitor Usai na Praça da Sé, foi terminada em torno de 1616. São Paulo transformou-se em sede de diocese em 1745, e a partir dessa data, a antiga igreja foi demolida e substituída por uma nova, construída em estilo barroco, terminada em torno de 1764. Esta modesta igreja seria a catedral de São Paulo até 1911, quando foi demolida.. Após um longo período de deterioração, a catedral foi completamente renovada entre 2000 e 2002. Com o fim de reparar o edifício, muitos pináculos sobre o nave e as torres foram terminados. As plantas originais, datadas de 1912, foram encontradas dentro do próprio edifício, permitindo uma restauração fiel ao projeto original. A catedral é a mais alta igreja de São Paulo, com 111 metros de comprimento, 46 de largura, duas torres com 92 metros de altura e uma enorme cúpula. Tem capacidade para abrigar 8 000 pessoas. No acabamento foram usadas 800 toneladas de mármore. Suas medidas a tornam uma das maiores igrejas do Brasil e do mundo. A cripta localiza-se debaixo do altar principal e é um vasto salão suportado por várias colunas e arcos de perfil gótico. Nela estão sepultados bispos e arcebispos de São Paulo e vários personagens importantes da história do Brasil. Entre estes, encontram-se: o grã-cacique Tibiriçá dos Guaianás, que teve importante papel na fundação de São Paulo. Outro personagem ilustre sepultado na cripta é o Regente Feijó, governante do Brasil durante o Período regencial. Encontra-se, ainda, parte dos restos mortais do sacerdote Bartolomeu Lourenço de Gusmão, brasileiro a quem foi dada a primeira patente de invenção em 1707. Dom Paulo foi sepultado no dia 16 de dezembro de 2016.[Textos e imagens da Wikipedia]


A Praça da Sé é um espaço público localizado no bairro da Sé, no distrito homônimo, no Centro do município de São Paulo, no Brasil. É considerado o centro geográfico da cidade. Nela, localiza-se o monumento marco zero do município. A partir dele, contam-se as distâncias de todas as rodovias que partem de São Paulo, bem como a numeração das vias públicas da cidade. Considerada quase um sinônimo para o Centro Velho, a praça é um dos espaços mais conhecidos da cidade e foi palco de muitos eventos importantes para a história do país, como o comício das Diretas Já. O nome deve-se ao fato de a praça ter se desenvolvido em frente à Sé da capital paulista. Originalmente conhecida como o "Largo da Sé", a praça desenvolveu-se a partir da construção, durante o período colonial, da Igreja Matriz do município (substituída pela atual Catedral Metropolitana de São Paulo no século XX) e de uma série de edifícios ao seu redor. No início do século XX, porém, com a demolição de vários dos edifícios originais e as obras de embelezamento urbano e alterações no sistema viário, a praça transformou-se e assim permaneceu até a segunda metade do século XX.  A praça abriga diversos monumentos e esculturas, entre eles o célebre Marco Zero no centro da praça e que indica o "coração" da cidade de São Paulo. À frente do Marco Zero, encontra-se o monumento a José de Anchieta, fundador de São Paulo e "Apóstolo do Brasil", inaugurado em 1954 por ocasião do quarto centenário da cidade. Com a reforma de 2006, a praça recebeu diversas novas intervenções artísticas, de maioria abstrata; entre elas as esculturas "Condor" e "Diálogo", entre outras. As esculturas foram espalhadas pela praça, e interagem com o espaço reformado. Apenas em 2009 foi instalada na praça um monumento em homenagem a São Paulo, apóstolo de Jesus e santo que dá nome da cidade.[Textos e imagens da Wikipedia]

Praça da Sé nos anos 1960 com destaque do Edifício Mendes Caldeira, demolido na década seguinte  por causa da construção da Linha Azul do Metrô e da  Estação Sé.

Implosão do edifício, realizada em 16 de novembro de 1975. Acervo da Companhia do Metropolitano de São Paulo.

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DA PÓLVORA Á LIBERDADE




Avenida da Liberdade é uma via situada no Centro de São Paulo (Brasil), capital do Estado de São Paulo e maior cidade brasileira. A avenida é de extrema importância econômica e cultural para a cidade, sendo ela parte da maior comunidade japonesa fora do Brasil (Bairro da Liberdade). No comércio, nos restaurantes e na arquitetura da Avenida e do Bairro, é notável a enorme influência da cultura não só japonesa, mas chinesa e coreana também, pela colonização de todos esses grupos no século XX. Inicia-se na Praça Doutor João Mendes, próximo a Catedral Metropolitana de São Paulo e termina na Estação São Joaquim, da Linha 1 do Metrô de São Paulo. É uma avenida bastante movimentada, por causa do Fórum da Sé, que fica próximo dela, e da Linha 1-Azul do metrô, que passa embaixo da avenida. São duas estações subterrâneas: São Joaquim, e Japão-Liberdade, que juntas têm uma demanda média de 64 mil passageiros por dia, sendo 39.000 na São Joaquim, e 25.000 na Liberdade.[Textos e imagens da Wikipedia]

Avenida da Liberdade em 1930: com trilhos de trem e bonde.



Rua Galvão Bueno


. Caminhão escolar transportando estudantes do Colégio Marista no bairro da Liberdade nos 1930. 


BAIRRO DA LIBERDADE

No século XIX, o bairro era conhecido como Bairro da Pólvora, em referência à Casa da Pólvora, construída em 1754 no largo da Pólvora. Era uma região periférica da cidade, e ficava no caminho entre o Centro da cidade de São Paulo e o então município de Santo Amaro. No bairro, se localizava o largo da Forca, assim nomeado em função da presença de uma forca que era utilizada para a execução da pena de morte. A forca havia sido transferida da rua Tabatinguera em 1604 a pedido dos religiosos do Convento do Carmo e funcionou até 1870. A partir de então, o largo passou a se chamar Largo da Liberdade, e o nome se estendeu a todo o bairro. Existem duas versões para a adoção do nome "Liberdade"ː uma diz que é uma referência a um levante de soldados que reivindicavam o aumento de seus salários à coroa portuguesa em 1821, e que teria resultado no enforcamento dos soldados Chaguinhas e Cotindiba. O público que acompanhava a execução, ao ver que as cordas que prendiam Chaguinhas arrebentaram várias vezes, teria começado a gritar "liberdade, liberdade". Outra versão diz que o nome Liberdade é uma referência à abolição da escravidão.[Textos e imagens da Wikipedia]

Capela dos Aflitos, hoje rodeada de prédios

Em 1779, próximo ao então largo da Forca, foi instalado o primeiro cemitério público aberto da cidade, destinado a enterrar indigentes e condenados à forca. O cemitério funcionou até 1858, quando foi inaugurado o cemitério da Consolação em terras doadas pela Marquesa de Santos. Conhecido atualmente por ser um bairro de asiáticos, a Liberdade era, originalmente, um bairro de negros. Abrigou organizações de ex-escravizados e seus descendentes, como a Frente Negra Brasileira e, mais tarde, o Paulistano da Glória, que foi um sindicato de domésticas que virou escola de samba e era liderado pelo sambista Geraldo Filme. Durante o século XIX, imigrantes portugueses e italianos construíram sobrados que, com o tempo, viraram pensões e repúblicas que seriam habitadas, nas primeiras décadas do século XX, por imigrantes japoneses.

Bairro da Liberdade em 1962.


INÍCIO DA OCUPAÇÃO JAPONESA

A presença japonesa no bairro começa quando, em 1912, os imigrantes japoneses começaram a residir na rua Conde de Sarzedas, ladeira íngreme, onde, na parte baixa, havia um riacho e uma área de várzea.
Um dos motivos de procurarem essa rua é que quase todos os imóveis tinham porões, e os aluguéis dos quartos no subsolo eram incrivelmente baratos. Nesses quartos, moravam apenas grupos de pessoas. Para aqueles imigrantes, aquele cantinho da cidade de São Paulo significava esperança por dias melhores. Por ser um bairro central, de lá poderiam se locomover facilmente para os locais de trabalho.
Já nessa época, começaram a surgir as atividades comerciais: uma hospedaria, um empório, uma casa que fabricava tofu (queijo de soja), outra que fabricava manju (doce japonês) e também firmas agenciadoras de empregos, formando, assim, a "rua dos japoneses". Até o ano de 2006, o bairro era conhecido por seus letreiros de neon em estilo oriental. Com a aprovação da Lei Cidade Limpa em 2007, muitos letreiros tiveram que ser removidos. Em 1915, foi fundada a Taisho Shogakko (Escola Primária Taisho), que ajudou na educação dos filhos de japoneses, então em número aproximado de 300 pessoas. Em 1932, eram cerca de 2 mil os japoneses na cidade de São Paulo. Eles vinham diretamente do Japão e também do interior de São Paulo, após encerrarem o contrato de trabalho na lavoura. Todos vinham em busca de uma oportunidade na cidade. Cerca de 600 japoneses moravam na rua Conde de Sarzedas. Outros moravam nas ruas Irmã Simpliciana, Tabatinguera, Conde do Pinhal, Conselheiro Furtado, dos Estudantes e Tomás de Lima (hoje Mituto Mizumoto), onde, em 1914, foi fundado o Hotel Ueji, pioneiro dos hotéis japoneses em São Paulo. Os japoneses trabalhavam em mais de 60 atividades, mas quase todos os estabelecimentos funcionavam para atender a coletividade nipo-brasileira.

Em 12 de outubro de 1946, foi fundado o jornal São Paulo Shimbun, o primeiro no pós-guerra entre os nikkeis. Em 1º de janeiro de 1947, foi a vez do Jornal Paulista. No mesmo ano, foi inaugurada a Livraria Sol (Taiyodo), ainda hoje presente no bairro da Liberdade, que passa a importar livros japoneses através dos Estados Unidos. A agência de viagens Tunibra inicia as atividades no mesmo ano. Uma orquestra formada pelo professor Masahiko Maruyama faz o primeiro concerto do pós-guerra em março de 1947, no auditório do Centro do Professorado Paulista, na Avenida Liberdade. Em 23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou, na rua Galvão Bueno, um prédio de 5 andares, com salão, restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no andar térreo, para 1 500 espectadores, batizado de Cine Niterói. Eram exibidos, semanalmente, filmes diferentes produzidos no Japão, para o entretenimento dos japoneses de São Paulo. A rua Galvão Bueno passa a ser o centro do bairro japonês, crescendo ao redor do Cine Niterói, tendo recebido parte dos comerciantes expulsos da rua Conde de Sarzedas. Era ali que os japoneses podiam encontrar um cantinho do Japão e matar saudades da terra natal. Na sua época áurea, funcionavam, na região, os cines Niterói, Nippon (na rua Santa Luzia – atual sede da Associação Aichi Kenjin kai), Joia (na praça Carlos Gomes – hoje casa de shows3) e Tokyo (rua São Joaquim – também igreja).[Textos e imagens da Wikipedia]


Em abril de 1964, foi inaugurado o prédio da Associação Cultural Japonesa de São Paulo (Bunkyô) na esquina das ruas São Joaquim e Galvão Bueno.





Aclimação é um dos bairros mais jovens de sua região, a central. Nasceu no século XX, depois que outros de perfil mais aristocrático, como Higienópolis, Pacaembu, Campos Elísios, ou mesmo industriais, como o Brás, haviam surgido. Todos desenvolveram-se a partir do loteamento das antigas chácaras e fazendas que tomavam as terras da capital, circundando os vários "caminhos de tropeiros", que faziam a ligação entre o centro da cidade, o sertão e o litoral. Havia o Caminho do Carro para Santo Amaro, que seguia por onde hoje estão as avenidas da Liberdade, Vergueiro e Domingos de Morais em direção ao distante povoado de Santo Amaro. Havia também o Caminho de Pinheiros, que partia da Sé, atravessava o Vale do Anhangabaú e descia pela atual rua da Consolação em direção ao que na época era um povoado indígena. Havia ainda um caminho para Minas Gerais, um para Goiás e também o Caminho do Mar ou Estrada de Santos, que descia a Rua da Glória, atravessava o rio Lavapés (hoje canalizado e oculto sob o nível da rua), seguia pelo Ipiranga e acabava em Santos.O local que deu origem ao bairro da Aclimação é uma área sinuosa, cheia de morros e baixadas, um triângulo conhecido como Sítio Tapanhoin, demarcado pelo Caminho do Mar e pelos córregos Lavapés e Cambuci. Foi essa área que Carlos Botelho, médico nascido em Piracicaba e formado em Paris, adquiriu em 1892, em busca da realização de um desejo nascido na capital francesa: a criação de uma versão brasileira para o Jardin d’Acclimatation, que, entre outras atrações, possuía um zôo e servia de base para a aclimatação de espécies exóticas, além de experiências envolvendo reprodução e hibridação de animais. Assim, o nome indígena deu lugar à inspiração francesa no que passou a se chamar Jardim da Aclimação, origem do atual Parque da Aclimação e de todo o bairro.
Ocupação e verticalização. Enquanto o Jardim da Aclimação ainda vivia seus dias de glória, o que viria a ser um bairro começava a tomar forma. Se em 1900 existiam apenas as ruas e avenidas que hoje o delimitam em relação a seus vizinhos, como Vergueiro, Lins de Vasconcelos ou Tamandaré, em 1905 estavam abertas as ruas Pires da Mota, Cururipe, Espírito Santo, José Getúlio, Baturité e o trecho inicial da atual Avenida da Aclimação. Em 1914, já constavam do mapa as ruas Machado de Assis, além de parte da Paula Ney e José do Patrocínio. Entre essas vias - localizadas na área mais íngreme das terras chamadas de Morro da Aclimação e pertencentes originalmente à família de Francisco Justino da Silva, e outras, como a Lins de Vasconcelos, a Avenida da Aclimação e o próprio Jardim da Aclimação - tudo o que existia ainda era um longo trecho com características rurais, dominado por mato, córregos, plantações e estábulos. Em 1916, sempre respeitando a sinuosidade da região, começou a ser aberta uma série de ruas que formam um semicírculo a partir da avenida da Aclimação, convergindo para o Largo Rodrigues Alves, atual Praça General Polidoro, todas com nomes de pedras preciosas: Turmalina, Topázio, Diamante, Ágata, Safira, Esmeralda, Rubi, etc. Mais acima, em direção à rua Nilo, a inspiração para o nome dos logradouros foram os planetas do sistema solar: Júpiter, Urano, Saturno. Só após 1928 os mapas mostram uma relativa ocupação do Morro da Aclimação entre a rua Jurubatuba (atual Avenida Armando Ferrentini) e o cemitério de Vila Mariana. Nascia ali um bairro residencial de classe média, no qual predominavam as casas térreas e os sobrados, que receberam italianos, japoneses, portugueses e paulistanos. A partir da década de 1970, no entanto, a expansão imobiliária fez surgir mais e mais edifícios, marcando a verticalização crescente do bairro, o aumento da população e a consequente instalação de bancos, escolas, casas de comércio, imobiliárias e prestadoras de serviços para atender às demandas dos moradores. Em vias importantes como a Avenida da Aclimação, são poucos os endereços residenciais que ainda resistem ao assédio do mercado imobiliário.

PARQUE DA ACLIMAÇÂO


Criado no início do século XX , o Parque da Aclimação possui uma área de mais de 112 mil m2 com as mais diversas atividades. O Parque conta com um lago natural e uma área com muitos eucaliptos, concha acústica, jardim japonês com espelho d’água, aparelhos de ginástica para a população, pista de cooper e caminhada, playgrounds infantis com espaço para piquenique, campo de futebol, quadras de vôlei e basquete e toda a infraestrutura para visitantes. O local conta ainda com a Biblioteca Temática de Meio Ambiente – Raull Bopp (SMC)


Parque da Aclimação. Durante 30 anos, até a década de 1920, este jardim, muito maior do que é hoje, foi uma das grandes atrações da capital. No local Botelho conseguiu criar um complexo de lazer e de pesquisa. Ali, o médico, pesquisador e político realizava a quarentena, ou "aclimatação" de gado trazido da Holanda. Na "cremérie", os frequentadores do parque podiam beber leite tirado na hora ou adquirir derivados como creme ou queijo. Lá também funcionava a sede da Sociedade Hípica Paulista, que depois transferiu-se para o Brooklin Novo, um posto zootécnico e um laboratório de pesquisas científicas. Para o lazer, havia o bosque, o lago formado a partir do represamento de córregos da região, no qual havia canoas para passeios, um zoológico (o primeiro da cidade) com ursos, leões, macacos, elefantes, onças e outros animais, além de salão de baile, rink de patinação, barracas de jogos, aquário, parque de diversões. Para entrar, os visitantes pagavam 300 réis. Por se tratar de uma região semideserta, o acesso ao Jardim da Aclimação através de transporte público só era possível aos domingos e feriados, quando o bonde nº 28 partia da Sé. Anexa ao jardim, havia uma extensa área privada pertencente à família Botelho. Na década de 1930, ela começou a ser loteada pelos filhos do médico, que há anos enveredara para a atividade política e passara a propriedade das terras aos seus herdeiros. Em 1938, ao ser informado de que estes, com dificuldades para arcar com a manutenção e despesas do Jardim da Aclimação, iriam loteá-lo também, o prefeito Prestes Maia propôs a compra do local. Em 16 de janeiro de 1939, os herdeiros Antônio Carlos de Arruda Botelho, Constança Botelho de Macedo Costa e Carlos José Botelho Júnior oficializaram a venda da área de 182 mil metros quadrados à prefeitura de São Paulo, por um valor de 2.850 contos de réis. Paradoxalmente, a aquisição marcaria não o renascimento do Jardim da Aclimação, mas o fim, em definitivo, da maior parte de suas atrações, e o início de longos períodos de alternância entre abandono e revitalização da área verde.


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 ALGUMAS PAULISTANAS HISTÓRICAS


Veridiana Valéria da Silva Prado foi uma mulher marcante para a cidade, seja pelas obras de caridade, ou pelo seu incentivo à agricultura, aos esportes e às artes. Também destacou-se devido aos seus empreendimentos, sendo inclusive proprietária do jornal “O Comércio de São Paulo” e dona de fazendas e casas comerciais de café. Era filha de Antônio da Silva Prado, barão de Iguape, cafeicultor, comerciante de açúcar e de tropas, um dos paulistanos mais ricos da época, e de Maria Cândida de Moura Vaz. Os seus pais enfrentaram preconceito social e uma barreira legal ao casarem-se, pois a mãe, Maria Cândida, era uma mulher divorciada. Veridiana casou-se com seu meio-tio Martinho da Silva Prado, mas depois separou-se, sendo o divórcio considerado um escândalo para a sociedade da época. No entanto, ela obteve o comando da família e teve 6 filhos, 36 netos e 96 bisnetos. Veridiana educou os filhos, que exerceram papéis de destaque na política, nos negócios, na vida social e cultural do país, entre eles, Antônio da Silva Prado, seu filho primogênito, que foi Ministro de Estado, senador, deputado e o primeiro prefeito de São Paulo ( 1899 a 1911) e Eduardo Prado, fundador da Academia Brasileira de Letras.[Textos e imagens da Wikipedia]



Anália Emília Franco Bastos  foi professora, jornalista, poetisa, escritora e filantropa brasileira. Durante seus 62 anos de vida foi responsável por fundar mais de setenta escolas, 23 asilos para crianças órfãs, dois albergues, uma colônia regeneradora para mulheres, uma banda musical feminina, uma orquestra, um grupo dramático, além de diversas oficinas para manufatura em 24 cidades do interior e da capital. Na cidade de São Paulo, onde morou definitivamente a partir de 1898,também fundou uma importante instituição de auxílio às mulheres, a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, em 1901, que teve seu prédio tombado pelo Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo. Mais tarde, em sua homenagem foi nomeado um bairro da zona leste de São Paulo, o Jardim Anália Franco. Além do seu trabalho social, também possuía uma extensa lista de produções literárias, como o livro "O Novo Manual Educativo", sobre o processo pedagógico; três romances: "A Égide Materna", "A Filha do Artista" e "A Filha Adotiva"; numerosas peças teatrais; e várias poesias, como "Hino a Deus", "Hino a Ana Nery"; "Hino a Jesus"; "Minha Terra" e outros. Em 1919, foi vítima da gripe espanhola de 1918, que se espalhou durante a Primeira Guerra Mundial e chegou ao Brasil em meados de agosto daquele ano, e veio a falecer enquanto se preparava para viajar ao Rio de Janeiro para a criação de mais uma instituição, o Asilo Anália Franco, materializado depois de sua morte por seu marido, Francisco Antônio Bastos, com quem se casou em 1906.

Em 1868, aos 15 anos, iniciou o magistério e, mais tarde, recebeu permissão para ser professora primária. Na época, trabalhava como auxiliar de sua mãe, que também se dedicava a essa profissão.
Em 1872, foi aprovada em um concurso de Câmara na capital, mas preferiu ficar no interior. Essa decisão deu-se principalmente porque, no lugar, optou por abraçar uma causa social e compadecer-se de um problema que cresceu por conta da Lei do Ventre Livre, aprovada em 28 de setembro de 1871. Com essa lei, tornavam-se livres todos os filhos de mulheres escravas nascidos a partir daquele ano, mas estes ficariam sob o domínio dos senhores de suas mães até os oito anos completos — o que resultava em abusos e descaso por parte dos fazendeiros, que não tinham interesse em cuidar dessas crianças por não terem nenhum retorno financeiro com isso. Diante dessa situação, Anália mobilizou-se e assumiu a causa desses desamparados, que eram expulsos das fazendas logo cedo e, muitas vezes, tornavam-se mendigos. Assim, ela usava seu talento de escritora para redigir cartas para as mulheres fazendeiras, pedindo para que amparassem essas crianças abandonadas e necessitadas. Ao mesmo tempo, também criava um local para acolhê-las, a Casa Maternal. Mais tarde, ela foi expulsa do local onde foi instalada essa Casa e decidiu ir para a cidade de São Paulo, onde criou outra escola pública e abrigo para crianças e deu início ao seu legado, conseguindo implantar mais dessas instituições pelo estado com o apoio do grupo de abolicionistas e republicanos.

Em 1888 e 1889, com o decreto da abolição da escravatura e a proclamação da República no Brasil, o trabalho de Anália avançou ainda mais e ela conseguiu construir dois colégios gratuitos para meninos e meninas. No mesmo ano, ela ainda criou uma revista própria, o "Álbum das Meninas" — após já ter feito contribuições a revistas femininas, como "A Família", "A Mensageira" e "O Eco das Damas" — e foi também nesta época que fixou-se na capital paulista, passando a morar lá definitivamente.

Em 1901, fundou a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, de apoio às mulheres e crianças, que levou até o final de sua vida, em 1919. Contou com o apoio de vinte senhoras e inaugurou-o no dia 17 de novembro daquele ano. Com esse projeto, construiu ainda mais escolas maternais e primárias e criou o Albergue Diurno para os Filhos de Mães Jornaleiras, um dos braços da AFBI, além de creches, bibliotecas, escolas noturnas, oficinas profissionalizantes, asilos, liceus, abrigos, centros de atendimento médico e oficinas. Em 1902, inaugurou o Liceu Feminino, destinado a instruir e preparar professoras para a direção e a educação em suas escolas. Durante os cursos, publicou inúmeros livros, folhetos e tratados sobre a infância e o processo pedagógico, como O Novo Manual Educativo, que também tratava sobre a adolescência e juventude. Em 1903, passou a publicar uma revista mensal, A Voz Maternal. Em 1911, conseguiu adquirir, mesmo sem recursos financeiros, a Chácara Paraíso, 75 alqueires de terra que pertenciam ao padre Diogo Antônio Feijó, que se tornou regente do Império do Brasil de 1835 a 1837. Nesse espaço, fundou a Colônia Regeneradora D. Romualdo, com o objetivo de regenerar centenas de mulheres consideradas "desviadas", como prostitutas ou que engravidavam "fora das convenções", por exemplo.

A expulsão da Casa Maternal. O local onde foi instalada a Casa Maternal, a primeira escola pública criada por Anália Franco, foi oferecido por uma das fazendeiras a quem ela escrevia cartas pedindo ajuda pelas crianças, filhas de escravas, que estavam desamparadas. A casa ficava em Jacareí, no norte do estado de São Paulo,[4] e tinha sido cedida gratuitamente pela proprietária, mas sob uma condição: "não misturar negros e brancos". Anália não aceitou a proposta e recusou a oferta, passando, portanto, a pagar um aluguel pela casa e recebendo qualquer criança nela, sem segregação ou distinção racial. Mesmo recebendo um pagamento por sua residência, a fazendeira não gostou da ousadia da professora e alegou que o local estava sendo transformado em um albergue. Recorrendo ao prestígio de seu marido, um coronel respeitado, a mulher conseguiu a remoção de Anália de lá. Diante da situação, a professora resolveu ir para a cidade de São Paulo, onde alugou uma velha casa com seu próprio dinheiro e anunciou no Jornal Locall a existência do abrigo. A despesa custou a metade de seu salário, não sobrando o suficiente para a alimentação das crianças. Sendo assim, não hesitou em ir pessoalmente pedir esmolas nas ruas.

"O comportamento, insólito para a época, de uma professora espírita proteger negros, filhos de escravos, pedir esmolas pelas ruas em pleno regime monarquista, católico e escravocrata, gera um clima de antipatia e rejeição entre os moradores da região ante a figura daquela mulher considerada perigosa, e seu afastamento da cidade já é cogitado, quando surge um grupo de abolicionista e republicano a seu favor"

Apesar de viver em um período que as mulheres tinham pouco espaço na vida pública e pouca voz diante da sociedade, Anália destacou-se por seu trabalho e sua intensa luta por seus ideais, que eram considerados contrários ao pensamento da época escravocrata e segregacionista em que vivia. No início, decidiu abraçar a causa abolicionista e dedicou grande parte da sua vida a atividades socioeducacionais voltadas às crianças, principalmente negras, filhas de escravas, abandonadas após a promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871. Mais tarde, estendeu seus projetos às mulheres trabalhadoras, pobres ou marginalizadas pela sociedade, aos órfãos e aos necessitados, até seu falecimento em 1919. Anália foi de muita importância para a defesa da igualdade étnica, à educação livre e popular, à alfabetização, à mudança no sistema de ensino e ao combate do patriarcalismo por meio da profissionalização e da possibilidade de participação da mulher em âmbito social, elevando-a a uma posição de igualdade perante os homens e dando-lhe autonomia. Em suas produções literárias, sempre ressaltava a importância da educação para todos como uma forma de progresso ao Brasil e da libertação da mulher, para torná-la independente, principalmente quanto ao papel de mãe e esposa imposto pela sociedade, além de sempre declarar suas convicções sociais e políticas diante dos assuntos da época. Outro diferencial dos projetos sociais de Anália Franco é que ela sempre buscava capacitar os atendidos e não acomodá-los. Portanto, buscava de todas as formas a educação, o ensino profissional e o desenvolvimento da possibilidade de aprender, crescer e construir uma vida própria. Assim, eles eram inseridos na sociedade, de forma que pudessem também participar dela. Isso fazia com que não houvesse apenas a formação teórica dessas pessoas, mas também uma transformação da realidade destes.

Revista Álbum das Meninas. Em 30 de abril de 1898, Anália Franco criou sua própria revista, intitulada "Álbum das Meninas", publicação mensal literária e educativa voltada às jovens brasileiras. O periódico, que funcionou até meados de 1901, mesma data da criação da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, contava com matérias jornalísticas, poesias e literatura, com romances publicados em episódios, por exemplo. Grande parte do conteúdo era produzido pela própria Anália, que também recebia a ajuda de outras colaboradoras. O diferencial dessa revista para a época era a preocupação com a mulher pobre, negra e/ou marginalizada, que não eram retratadas em outros títulos, como em "A Mensageira", por exemplo. Além disso, o "Álbum das Meninas" também incentivava muito a leitura, o que podia despertar novos talentos femininos. Inclusive, em alguns exemplares, ela faz um apelo direto aos pais, dizendo o quão importante é que eles invistam na educação de suas filhas e no ciclo escolar completo para que elas aprendam mais do que apenas ler e escrever, além de pedir para que as pessoas apoiem o ensino público. Para deixar ainda mais convincente, cita exemplos internacionais que tiveram sucesso, como as creches na França. Em sua última publicação, na edição número 24, Anália escreveu um texto, sob o título de "A Nossa Apatia Mental", em que falava sobre como gostaria de contribuir para a educação, alfabetização, profissionalização e literatura. Assim, o periódico foi visto como um ensaio para o AFBI e uma divulgação de seus futuros projetos.

Religião e filosofia de vida. Anália Franco não atribuía caráter religioso em seus projetos, embora viesse de família católica e depois tenha se afeiçoado ao espiritismo. A professora defendia a liberdade e a tolerância, já que recebia crianças e mulheres de todas as crenças em suas instituições. Em uma das suas incursões ao interior, em Ribeirão Preto, sofreu um boicote feito por uma padre local contra a arrecadação de fundos da sua banda musical feminina. Sabendo da campanha contrária, o bispo da cidade, padre Euclides, num claro gesto amistoso, foi pessoalmente levar para Dona Anália um donativo em seu nome e da comunidade católica. Ainda assim, ela era perseguida por considerarem que ela fosse aliada somente ao espiritismo. Inclusive, jornais católicos da época não poupavam críticas ao seu trabalho, dizendo que era algo "perigoso para o sentimento religioso das crianças". Por outro lado, espíritas enalteciam seus projetos e ela ficou fortemente conhecida na comunidade por conta de sua caridade e amor ao próximo. Faleceu em 1919. [Textos e imagens da Wikipedia]


A Pintora Tarsila do Amaral observa uma de suas obras expostas no MASP

Tarsila de Aguiar do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886 — São Paulo, 17 de janeiro de 1973) foi uma pintora, desenhista, escultora, ilustradora, cronista e tradutora brasileira. É considerada uma das principais artistas modernistas latino-americanas, além de ser considerada a pintora que melhor alcançou as aspirações brasileiras de expressão nacionalista nesse estilo artístico. Como integrante do Grupo dos Cinco, Tarsila também é considerada uma grande influência no movimento da arte moderna no Brasil, ao lado de Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Foi fundamental na formação do movimento estético, Antropofagia (1928-1929); na verdade, foi Tarsila quem com seu célebre quadro, Abaporu, inspirou o famoso Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade. Além das 230 pinturas, centenas de desenhos, ilustrações, gravuras, murais e cinco esculturas, o legado de Tarsila é seu efeito na direção da arte latino-americana. Tarsila impulsionou o modernismo na América Latina e desenvolveu um estilo único no Brasil. Seguindo seu exemplo, outros artistas latino-americanos foram influenciados a começar a utilizar o tema indígena brasileiro e desenvolver seu próprio estilo. A cratera Amaral em Mercúrio recebeu o nome da pintora brasileira como uma homenagem da União Astronômica Internacional. Em 2018, o MoMA, em Nova Iorque, abriu uma exposição individual de seu trabalho, a oitava retrospectiva sobre artistas da América Latina.[Textos e imagens da Wikipedia]



Carolina Maria de Jesus, nascida em Sacramento-MG, em 14 de março de 1914 e faleceu em São Paulo, no dia 13 de fevereiro de 1977). Ficou famosa por seu primeiro livro Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, publicado em 1960 com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez um sucesso estrondoso, tendo vendido 10 mil exemplares em apenas uma semana, e sido traduzido para treze idiomas e distribuído em mais de quarenta países. A publicação e a tiragem recorde, cerca de 100 mil em três edições sucessivas, revelam o interesse do público e da mídia da época pelo ineditismo da narrativa da favelada catadora de papéis e de outros lixos recicláveis. Era filha ilegítima de um homem casado e foi maltratada durante toda sua infância. Aos sete anos, sua mãe a obrigou a frequentar a escola, depois que a esposa de um rico fazendeiro decidiu pagar seus estudos, mas ela interrompeu o curso no segundo ano, tendo já conseguido aprender a ler e a escrever e desenvolvido o gosto pela leitura. Carolina não negava sua religiosidade, referia-se a Deus em seu diário. Em 1937, sua mãe morreu e ela se viu impelida a migrar para a metrópole de São Paulo. Carolina construiu sua própria casa, usando madeira, lata, papelão e qualquer material que pudesse encontrar. Saía todas as noites para coletar papel, a fim de conseguir dinheiro para sustentar a família.[Textos e imagens da Wikipedia]



Ada Rogato foi a primeira mulher a obter licença como paraquedista, a primeira volovelista (piloto de planador) e a terceira a se brevetar em avião (1935). Também se destacou pelas acrobacias aéreas e foi a primeira piloto agrícola do país. Era filha do casal de imigrantes italianos Maria Rosa Greco e Guglielmo "Guilherme" Rogato, ambos naturais de San Marco Argentano, na Calábria. Seu pai abandonou a família na década de 1930 para formar nova família em Alagoas, onde consolidou a carreira de fotógrafo e cineasta. Com sua segunda companheira teve mais uma filha, a médica Flavia Rogato. Ada Recebeu dos pais a mesma educação dada à maioria das moças de classe média da época, para torná-las "prendadas" – além do colégio, aulas de piano e pintura -, mas a ambição ia além: queria aprender a voar. E não abandonou a meta mesmo quando os pais se separaram e ela teve de ajudar a mãe não só nas atividades domésticas como em bordados e trabalhos artesanais para se sustentar. Conseguiu juntar dinheiro suficiente para as aulas que lhe possibilitaram tirar em 1935 o primeiro brevê feminino de voo a vela e, no ano seguinte, a primeira licença concedida a uma mulher pelo Aeroclube de São Paulo para pilotar avião. Um curso de paraquedismo feito no Campo de Marte em 1941 lhe garantiu o primeiro certificado de pára-quedista concedido a uma brasileira. Adepta incondicional da aviação esportiva, Ada passou desde então a usar suas habilidades para divulgar a aviação: acrobacias aéreas e saltos de paraquedas, ajudava a atrair público para os eventos aviatórios organizados tanto nas capitais como nos recém-fundados aeroclubes do interior de São Paulo e de outros Estados. Durante a Segunda Guerra Mundial, realizou voluntariamente 213 voos de patrulhamento aéreo do litoral paulista. E em 1948, quando as autoridades decidiram dar combate aéreo à broca-do-café - praga que ameaçava as plantações do nosso principal produto de exportação na época -, ela aceitou o desafio de cumprir a tarefa que a transformou em pioneira do polvilhamento aéreo no Brasil.[Textos e imagens da Wikipedia]


Anita Malfatti (São Paulo, 2 de dezembro de 1889 — São Paulo, 6 de novembro de 1964) foi uma pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora ítalo-brasileira. Anita Malfatti era portadora de deficiência motora. É considerada pioneira da Arte Moderna no Brasil. Filha do engenheiro italiano, Samuele Malfatti e da pintora norte-americana poliglota, de origem alemã, Eleonora Elizabeth "Betty" Krug.  Anita Malfatti nasceu na cidade de São Paulo, em 2 de dezembro de 1889, sendo a segunda filha do casal. Nasceu com deficiência congênita no braço direito e, por esse motivo, aos três anos de idade, foi submetida a uma cirurgia na cidade de Lucca, na Itália, na esperança de corrigir a atrofia. Entretanto, não houve recuperação total dos movimentos. Voltando ao Brasil, teve o apoio da norte americana Miss Browne, amiga da família, no desenvolvimento da escrita e aprendizado do desenho com sua mão esquerda. Iniciou seus estudos em 1897 no Externato São José de freiras católicas, onde foi alfabetizada. Logo depois, passou a estudar em escolas protestantes: na Escola Americana, em 1903, e pouco depois no Mackenzie College onde, em 1906, recebe o diploma de normalista. Em 1902, com a morte prematura do pai de Anita, sua mãe, Betty, começa atividade profissional como professora de línguas e pintura. Anita iniciou-se na técnica de pintura com sua mãe. Seu gosto pela arte também foi influenciado por seu tio e padrinho, o engenheiro Jorge Krug. Nutria o sonho de estudar em Paris, todavia, embarcou para Berlim, em 1910, com o financiamento de seu padrinho. Com a instabilidade política e social causada por uma guerra que se mostrava iminente, Anita Malfatti resolve deixar Berlim e, passando rapidamente por Paris, retorna ao Brasil.

Em 1917 Anita promoveu uma exposição em 13 de dezembro de 1917, na esperança que sua arte seja compreendida pelo público mais amplo. Suas pinturas causam tanto polêmica quanto admiração. Sua obra A Boba é duramente criticada pela ala conservadora da elite cultural de São Paulo.
A mais dura crítica veio do escritor e crítico Monteiro Lobato que, em 20 de dezembro de 1917, dedicou um artigo ao assunto no jornal O Estado de S.Paulo, intitulado A propósito da exposição Malfatti. Lobato considerou as obras das artistas distorções de mau gosto, porém, reconheceu o talento da pintora. Muitas de suas obras foram devolvidas, outras quase destruídas. Anita mergulhou em profunda tristeza e isolou-se de todos. Suprimiu sua inquietação artística, retomando, em 1919 os estudos acadêmicos. as críticas severas e reações conservadoras, todavia, provocaram reação de jovens literatos e artistas visuais, como Oswald de Andrade, Menotti del Picchia e Emiliano Di Cavalcanti em defesa de Malfatti. Este momento é emblemático por ter possibilitado o reconhecimento e aproximação daqueles que viriam a se chamar modernistas. A Semana de Arte Moderna movimentou a vida artística São Paulo. Anita dela participou com 22 trabalhos. Anita embarcava em viagem para Paris para cumprir cinco anos de estudos pela bolsa do Pensionato. Este seria o último e mais longo período fora do Brasil. Em agosto de 1922, ela tinha 33 anos e embarcava no vapor Mosella rumo à França. No final de setembro de 1928, Anita voltou ao Brasil. O ambiente artístico já era diferente daquele que ela deixara anos antes, com novos adeptos e novos movimentos. O número de artistas plásticos também havia crescido.[carece de fontes. Em 1929, abriu em São Paulo sua quarta exposição individual. Depois disso, a partir de 1932, Anita dedicou-se ao ensino escolar. Retomou suas aulas na Escola Normal Americana e foi trabalhar também na Escola Normal do Mackenzie College. Em 1933, instala seu ateliê no bairro paulista de Higienópolis, no qual permanece até 1952. Anita Malfatti faleceu no dia 6 de novembro de 1964. Foi sepultada no Cemitério dos Protestantes.[Textos e imagens da Wikipedia]

Anita Malfatti. Praia de São Vicente.  1942. Pinacoteca do Estado.


 Rita Lee é a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones, paulista descendente de imigrantes norte-americanos confederados do Alabama e do Tennessee estabelecidos em Santa Bárbara d'Oeste, e de Romilda Padula, apelidada Chesa, também paulista, filha de imigrantes italianos da região do Molise, no sul da Itália. Ela nasceu e cresceu no bairro da Vila Mariana, onde viveu até o nascimento de seu primeiro filho. Em entrevistas, revelou que esse bairro lhe era especial, já que lá tem uma grande parte de todas as melhores lembranças de sua vida. A artista foi educada no colégio franco-brasileiro Liceu Pasteur; era poliglota e falava fluentemente português, inglês, francês, castelhano e italiano. Chegou a ingressar no curso de Comunicação Social na Universidade de São Paulo, em 1968, na mesma turma da atriz Regina Duarte. Assim como Regina, abandonou o curso no ano seguinte. Na adolescência passou a se interessar por música e compôs suas primeiras canções. Junto de alguns amigos começou a se apresentar em clubes da região como componente do "Tulio's Trio". Fez parte do grupo tropicalista. Os Mutantes e depois fez carreira solo com sua própria banda, Rita Lee e Tuti-Fruti, tornando um ícone do rock nacional com shows e gravações  antológicas nos anos 1970 e início dos anos 80. Seu casamento com o guitarrista Roberto de Carvalho deu outro rumo na carreira de Rita, sempre com grande prestígio na mídia, nas trilhas de novelas e anúncios publicitários. Faleceu em São Paulo em 2023. [Textos e imagens da Wikipedia]


Tomie Ohtake OMC (Kyoto, 21 de novembro de 1913 — São Paulo, 12 de fevereiro de 2015) foi uma artista plástica japonesa naturalizada brasileira. É uma das principais representantes do abstracionismo informal. Sua obra abrange pinturas, gravuras e esculturas. Foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1960; e em 1988, foi agraciada com a Ordem de Rio Branco pela escultura pública comemorativa dos oitenta anos da imigração japonesa no Brasil, em São Paulo. Pela sua carreira consagrada, Tomie Ohtake é considerada a “dama das artes plásticas brasileira”. Artistas como Tomie Ohtake, Tikashi Fukushima, Manabu Mabe e outros são reconhecidos abstracionistas, representativos do Brasil, que contam com muitos apoiadores. Tomie Ohtake foi a mãe do arquiteto Ruy Ohtake (também falecido)[ e Ricardo Ohtake, diretor do Instituto Tomie Ohtake. Tomie Nakakubo, filha de Inosuke e Kimi Nakakubo, chegou ao Brasil em 1936 para visitar um irmão. Conheceu o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake, também japonês, com quem se casou e teve dois filhos, Ruy e Ricardo. A família estabeleceu-se no bairro da Mooca, na capital paulista. Em 1952, iniciou na pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte, integrou o Grupo Seibi. Passou um certo tempo produzindo obras no contexto da arte figurativa, mas a artista definiu-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970, passou a trabalhar com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Naturalizou-se brasileira em 1968. Nos anos 50 e 60, participou de salões nacionais e regionais, tendo sido premiada na maioria deles. Foi convidada a participar da Bienal de Veneza em 1972, pela própria instituição. Recebeu o Prêmio Panorama da Pintura Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo.[Textos e imagens da Wikipedia]


Lygia Fagundes da Silva Telles (São Paulo, 19 de abril de 1918– São Paulo, 3 de abril de 2022), também conhecida como "a dama da literatura brasileira" e "a maior escritora brasileira" enquanto viva, considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX e da história da literatura brasileira. Além de advogada, romancista e contista, Lygia teve grande representação no pós-modernismo, e suas obras retratavam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia. Nasceu na cidade de São Paulo, mas cresceu em Sertãozinho e noutros pequenos municípios do interior paulista, e desde pequena demostrou interesse pelas letras. Aos oitos anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, permanecendo lá por cinco anos. De volta a São Paulo, matriculou-se no Instituto de Educação Caetano de Campos e passou a interessar-se por literatura. Sua estreia literária foi com o livro de contos Porão e Sobrado (1938), o qual foi bem recebido pela crítica; o sucesso se repetiu com Praia Viva (1944). Após ter concluído o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1946, onde conhecera Mário de Andrade e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales Gomes, entre outros, integrou a academia de letras da faculdade e colaborou com os jornais Arcádia e A Balança. No ano seguinte, ela casou-se com Gofredo Teles Júnior, com quem teve Goffredo da Silva Telles Neto, casando-se novamente em 1962 com Paulo Emílio Salles Gomes. O terceiro livro de contos dela, O Cacto Vermelho, lançado em 1949, recebeu o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, publicado em 1954, foi bem recebido pela crítica e público, tornando-a nacionalmente conhecida. Em paralelo à carreira literária, ela trabalhou como Procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até a aposentadoria, e foi presidente da Cinemateca Brasileira, fundada pelo marido Paulo Emílio. A década de 1970 foi de suma importância para Lygia e marcou seu êxito literário e consagração internacional, dado que foi naquele período em que ela publicou algumas de suas obras mais aclamadas e prestigiadas: Antes do Baile Verde (1970), cujo conto que dá título ao livro venceu o Grande Prêmio no Concurso Internacional de Escritoras, na França; As Meninas (1973), que ganhou o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e "Ficção" da Associação Paulista de Críticos de Arte; e Seminário dos Ratos (1977), pelo qual ganhou o Pen Club do Brasil. Ela ingressou na Academia Paulista de Letras em 1982, e, em 1985, ocupou a cadeira de número dezesseis da Academia Brasileira de Letras, tomando posse em 12 de maio de 1987. Naquele mesmo ano, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa. Dentre seus outros sucessos estão: Verão no Aquário (1964), Mistérios (1981), As Horas Nuas (1989) e Invenção e Memória (2000). A escritora teve seus livros traduzidos para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco, tcheco, além de inúmeras edições em Portugal. Encontra-se colaboração da sua autoria na revista luso-brasileira Atlântico.[Textos e imagens da Wikipedia]

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O Viaduto do Chá foi o primeiro viaduto a ser construído na cidade de São Paulo, localizado no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade. Foi idealizado pelo francês Jules Martin em 1877, mas inaugurado apenas em 6 de novembro de 1892. Na época, foi construído com estrutura metálica, que com o passar do tempo se tornou inadequada, inclusive com riscos de queda. Por este motivo, ao lado da antiga estrutura foi construído um novo viaduto, com a estrutura de concreto armado presente até os dias de hoje. Após a inauguração deste novo viaduto, em 1939, o antigo foi desmontado. Por ser uma região de intenso trânsito de pessoas, o Viaduto do Chá costuma servir de plano de fundo para muitas entrevistas e enquetes de programas de televisão. A construção também é um local muito usado para locações externas de novelas e filmes que se passam no centro de São Paulo, como, por exemplo, a telenovela da Rede Globo Tempos Modernos, que teve grande parte de suas cenas gravadas no Vale do Anhangabaú e no chamado "Centro Velho" da capital paulista. O Viaduto do Chá tinha início na Rua Direita e terminava na Rua Barão de Itapetininga, na região conhecida como Morro do Chá (que ganhou esse nome por causa de inúmeras plantações de chá preto que havia na área; como originalmente era plantada na Índia, uma possessão inglesa, também era conhecida como chá-da-índia),onde hoje se encontram os distritos da República e da Consolação. Foto: Viaduto do Chá nos anos 1920. Ao fundo o Teatro Municipal. [Textos e imagens da Wikipedia]



Ponte Estaiada sobre o Rio Pinheiros, na zona Sul. Ponte Octávio Frias de Oliveira é uma ponte estaiada localizada na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, Brasil. Foi inaugurada em 10 de maio de 2008, após três anos de construção. É formada por duas pistas estaiadas em curvas independentes de 60º que cruzam o rio Pinheiros, no bairro do Brooklin, sendo a única ponte estaiada do mundo com duas pistas em curva conectadas a um mesmo mastro. A estrutura da ponte, ao lado dos viadutos "José Bonifácio Coutinho Nogueira", são parte do Complexo Viário Real Parque, que liga a Marginal Pinheiros e a Avenida Jornalista Roberto Marinho. O complexo auxilia no acesso a bairros como Morumbi, Jabaquara e Campo Belo, constituindo uma alternativa de acesso à Rodovia dos Imigrantes.[Textos e imagens da Wikipedia]


O rio Pinheiros é um curso de água que banha a cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. Nasce do encontro do rio Guarapiranga com o rio Grande e deságua no rio Tietê. No passado, os rios Grande, Jurubatuba e Pinheiros formavam um único rio, com nascentes situadas na serra do Mar e com a foz no rio Tietê. A construção do barramento que deu origem à represa Billings, na década de 1920, criou uma ruptura em seu curso natural, que descaracterizou a noção de continuidade desses corpos hídricos. Na cidade de São Paulo, é margeado pela via expressa Professor Simão Faiguenboim (Marginal Pinheiros), um dos principais eixos viários da cidade. Nos tempos coloniais, o rio Pinheiros foi chamado de Jurubatuba, que, em língua tupi, significa "lugar com muitas palmeiras jerivás", pela junção dos termos jeri'wa ("jerivá") e tyba ("ajuntamento"). Passou a ser chamado de rio Pinheiros pelos jesuítas, em 1560, quando eles criaram um aldeamento indígena de nome Pinheiros. Foi chamado assim por causa da grande quantidade de araucárias (ou pinheiros-do-brasil) que cobriam a região. O principal caminho que dava acesso à aldeia era o Caminho de Pinheiros, que, hoje, é a Rua da Consolação. Formação do Pinheiros, à direita, no encontro do rio Jurubatuba à esquerda, com o rio Guarapiranga no centro. O rio Pinheiros recebe os seguintes afluentes: ribeirão Jaguaré, rio Pirajuçara, córrego Poá, córrego Belini, córrego Corujas, córrego Verde, córrego Iguatemi, córrego Sapateiro, córrego Uberaba, córrego Traição, córrego Água Espraiada (Jabaquara), ribeirão Morro do S, córrego Ponte Baixa, córrego Zavuvus e Córrego Olaria. As nascentes destes córregos estão parte em São Paulo, parte no município de Taboão da Serra e parte no município de Embu das Artes. A maior parte das pessoas tem total desconhecimento sobre eles porque estão quase totalmente canalizados e cobertos por ruas.[Textos e imagens da Wikipedia]



Hospedaria dos Imigrantes, na Rua Visconde de Parnaíba,


O Museu da Imigração do Estado de São Paulo é uma instituição pública vinculada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Está localizada na sede da extinta Hospedaria dos Imigrantes, na Rua Visconde de Parnaíba, 1316, no tradicional bairro da Mooca, na cidade de São Paulo. O museu possui forte tendência a ser um ponto turístico altamente frequentado por pessoas de dentro e de fora da cidade de São Paulo. O edifício é um patrimônio histórico tombado devido à sua importância para compreender os fluxos de imigração no país e no Estado de São Paulo. Por sua vez, o museu vem aprimorando seu trabalho, criando oportunidades para que seu público entre em contato cada vez maior com as diferentes influências que compõem o cenário cultural da cidade e do Estado de São Paulo.[Textos e imagens da Wikipedia]


A famosa "porteira do Brás" que por décadas foi conhecida por atrasar o progresso desta região do bairro e da Avenida Rangel Pestana, foi substituída por um viaduto. 

Brás é um distrito situado na região central do município brasileiro de São Paulo, a leste do chamado Centro Histórico da São Paulo.  É uma região muito conhecida no Brasil pelo comércio de roupas, especialmente nas imediações do Largo da Concórdia e da rua Oriente. Em sua área, possui também um grande número de galpões e plantas industriais desativadas. O nome Brás vem do proprietário das terras onde se formou o distrito, que se chamava José Brás, que se tornou um benemérito. Nas terras de José Brás foi erguida na segunda metade do século XVIII a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em torno da qual formou-se a povoação. Tornou-se no início do século XX uma referência de bairro da comunidade italiana (comemoração das festas de Nossa Senhora de Casaluce e São Vito), e da comunidade grega (com a Igreja Ortodoxa Grega), comunidade armênia, com forte presença de indústrias (especialmente próximo às ferrovias) e madeireiras (região da rua do Gasômetro). Com o tempo essas características foram-se modificando, com o aumento do contingente de nordestinos na região próxima ao Largo da Concórdia, ponto em que operava a estação terminal da Estrada de Ferro Central do Brasil. Atualmente é um distrito essencialmente voltado à indústria e ao comércio de confecções com forte destaque ao comércio de jeans no atacado e também de moda infanto juvenil, destacando-se ainda a grande concentração de lojas especializadas na venda de enxovais e produtos para gestantes e bebês. Possui forte presença das comunidades coreana e boliviana. A presença de um comércio de características populares também é grande, especialmente nas avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, por serem tradicionais vias de passagem de moradores da Zona Leste que trabalham no Centro da cidade.[Textos e imagens da Wikipedia]

Saída de turno de uma fábrica do Brás nos anos 1960.



 
O Templo de Salomão da IURD é uma réplica do Templo de Salomão, citado na Bíblia e a sede mundial da Igreja Universal do Reino de Deus, construída no bairro do Brás, distrito do Belém, São Paulo, Brasil. É um dos mais visitados pontos turísticos do Brasil, ultrapassando o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, ambos do Rio de Janeiro. Em seu primeiro ano de funcionamento, o templo obteve mais de 2 milhões de visitas. Em 2017, ganhou um certificado de excelência pelo site TripAdvisor. Chega a receber cerca de 400 mil fiéis por mês. A edificação foi inspirada em características da construção do Segundo Templo de Jerusalém. Esse localizava-se em Jerusalém, Israel, e fora destruído pelo general romano Tito, em 70 d.C. É um dos maiores espaços religiosos do país e teve o custo de construção de 680 milhões de reais. Em 8 de agosto de 2010, o bispo Edir Macedo reuniu milhares de pessoas no terreno do templo, onde foi feita uma reunião com o objetivo de lançar a pedra fundamental do projeto do templo. Na mesma semana, o Bispo lançou duas contas bancárias para os que quisessem fazer suas doações em prol da construção. Em 2013 foram iniciadas as colocações das pedras vindas de Israel. Vários tipos de modelos foram colocados a Taltishe, que mede cerca de 25x50x3cm, para revestir aproximadamente 19 mil metros quadrados. No piso interno, foi usado a pedra Brushed Stone, no tamanho 80x80cm. As colunas receberam a rocha chamada de Matabeh, que mede 50x100x3cm, para intercalar partes com cortes rústicos com polidas. Sua capacidade é de mais de dez mil pessoas na nave principal ou santuário, bem com uma área de 70 mil m2, o equivalente a 16 campos de futebol. O altar e a fachada do templo foram feitos com pedras nativas de Israel. A construção consumiu mais de 28 mil m³ de concreto e duas mil toneladas de aço, o bastante para construir duas vezes o Palácio do Planalto que é a sede do gabinete presidencial localizado na cidade de Brasília. As medidas e arquitetura do templo são com base nas orientações bíblicas. O Templo de Salomão conta com 126 metros de comprimento, 104 metros de largura, 55 metros de altura com dois subsolos, que corresponde a de um prédio de 18 andares, quase duas vezes a altura da estátua do Cristo Redentor. E o templo tem 36 salas de Escola Bíblica Infantil (EBI) com capacidade para receber aproximadamente 1 300 crianças, estúdios de televisão e rádio, auditório para 500 pessoas e estacionamento para dois mil carros. Além de 59 apartamentos do tipo quitinetes, 12 apartamentos com uma suíte e 13 de duas suítes para abrigar pastores e bispos da instituição. A igreja ocupa quase um quarteirão inteiro da Avenida Celso Garcia, onde para a construção foram comprados 24 imóveis nesse mesmo local e nas Ruas João Boemer e Júlio César da Silva. 


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Registro de 1862 da rua 25 de Março  pelo fotógrafo Militão Augusto de Azevedo da rua 25 de Março. Já foi apelidada de  Becos da Sete Voltas, que eram os contornos do rio Tamanduateí, e oficialmente Rua de Baixo. 


A Rua 25 de Março (Rua Vinte e Cinco de Março) via pública localizada na região central da cidade,  considerada como o maior centro comercial da América Latina, pois consiste em um dos mais movimentados centros de compras varejistas e atacadistas da Capital. A história da rua também é marcada pela forte presença de imigrantes, especialmente sírios, libaneses e chineses. Tem forte influência nas atividades econômicas nos dias atuais, movimentando bilhões de reais por ano nos mais de 4800 estabelecimentos da região.  O comércio local é conhecido pelo alto volume de barracas de camelôs dividindo espaço com as lojas comerciais, shoppings e galerias. A via urbana ganhou o nome no ano de 1865 em homenagem à constituição brasileira de 1824, assinada em 25 de março daquele ano e tornando-se assim a primeira constituição do Brasil. Porém, antes teve os nomes: rua Várzea do Glicério, rua das Sete Voltas, rua de Baixo e rua Baixa de São Bento. Foto: anos 1970.[Textos e imagens da Wikipedia]

Rua 25 de Março nas duas primeiras décadas do século XX. 


Avenida Luis Carlos Berrini, no Brooklin, nos anos 1980. 

Originalmente chamado de Brooklin Paulista, cresceu, sendo separado hoje em: Brooklin Velho (distrito de Campo Belo). Passou a ser conhecido como bairro em 1922, após a junção natural e quase simultânea de três grandes loteamentos, que acabaram por consolidar o seu território. O primeiro, projetado por Júlio Klaunig e Álvaro Rodrigues, abrangia a área de 174 alqueires, da antiga Fazenda Casa Grande. O loteamento localizava-se entre a Avenida Santo Amaro e Marginal do Rio Pinheiros, limitando-se de um lado com Avenida Morumbi e de outro, com as Águas Espraiadas. O segundo, chamado de Jardim das Acácias, lançado por Afonso de Oliveira Santos, situava-se entre a Avenida Morumbi e a Avenida Roque Petroni Júnior. E o terceiro, lançado pela Sociedade Anônima Fábrica Votorantim, confrontava com as avenidas Santo Amaro, Washington Luís, Professor Vicente Rao e Água Espraiada (atualmente Avenida Jornalista Roberto Marinho), formando o atual Brooklin Velho.
Quem lhe deu o nome atual foi a Light, em alusão ao distrito do Brooklyn, de Nova York que vem do nome original Breukelen dado pelos holandeses e significava "ponte pequena". Diversas de suas vias possuem nomes de locais dos Estados Unidos da América, tais como: Michigan, Florida, Texas, Miami, Kansas, Nebrasca, Nova York e Hollywood. Até o mês de fevereiro de 1935, o bairro pertencia ao município de Santo Amaro, extinto no mesmo ano. Após a segunda metade do século XX o bairro perde suas características industriais, um exemplo desta transição foi a mudança da fábrica da Bombril para outra localidade da cidade. Na década de 1960 houve uma ampliação da Estação Campo Belo de energia, havendo a criação da Estação Berrini, atendendo todo o bairro. Devido ao crescimento e desenvolvimento e empresarial da cidade de São Paulo houve a necessidade de criação de novas centralidades para a ocupação de novas empresas comerciais e prestadoras de serviços. A Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini foi um destes polos recentes. Criada no final da década de 1970, a via foi um meio em diversas empresas nacionais e multinacionais encontraram para fugir do elevado custo dos terrenos na avenidas Paulista e Faria Lima. Os arquitetos Carlos Bratke, Roberto Bratke e Francisco Collet fundaram ali a Construtora Bratke & Collet, que em dez anos construiu vinte edifícios na região.[Textos e imagens da Wikipedia]


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Avenida Radial Leste,
 uma importante via arterial da cidade de São Paulo, cruzando todo o eixo leste da capital paulista em direção à região central, servindo às subprefeituras da Mooca, Penha, Itaquera, Guaianases, além de ser a principal via de ligação da cidade de São Paulo com o município de Ferraz de Vasconcelos.No sentido Centro-Bairro, a Radial Leste tem seu início na região do Parque Dom Pedro II, na altura da rua da Figueira, embora seu fluxo de veículos mais importante provenha do elevado do Glicério, que a conecta com a Ligação Leste-Oeste e com a Avenida do Estado. Tendo sua criação anunciada em 1945, a via surgiu como opção para diminuir o trânsito das avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia. O nome Radial faz referência à maneira com a obra foi pensada para ser um raio dentro de uma circunferência, ou seja, uma reta que parte do centro paulistano dentro de um círculo formado pelo conjunto de avenidas e ruas da região central. O projeto para a construção da Radial Leste foi apresentado em 1945 pelo então prefeito da cidade de São Paulo, Prestes Maia. No entanto, suas obras só foram iniciadas doze anos depois, em 1957. Na época, a avenida Rangel Pestana e a Avenida Celso Garcia encontravam-se congestionadas devido ao grande fluxo de automóveis, linhas de bonde e ônibus na região, sendo assim a Radial Leste surgia como via necessária para aliviar o trânsito nas mesmas e opção de caminho para o motorista. Boa parte das áreas utilizadas para a construção da avenida faziam parte da faixa patrimonial da Estrada de Ferro Central do Brasil, o que facilitou sua construção. A implantação da nova via estimulou a especulação imobiliária na região e serviu como estímulo para a ocupação da região leste de São Paulo, que se tornaria a mais populosa da cidade algumas décadas depois. Após mais de uma década paralisado, o prolongamento da Radial Leste da região do Tatuapé à Vila Matilde foi retomado em 1966 na gestão do prefeito José Vicente Faria Lima, quando foi inaugurado em 17 de maio de 1967 mais um trecho de 800 metros de extensão, entre a praça Presidente Kennedy (na altura da rua dos Trilhos) e a rua Bresser e o viaduto Alcântara Machado, de 1 150 metros de extensão.[Textos e imagens da Wikipedia]


Avenida Radial Leste em obras nos anos 1970. 


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Vila Mariana. Anos 1970.  Rua Loefgreen, antiga travessia - hoje ligada pelo Viaduto Miguel Colello. O governador da Capitania Real de São Paulo, Francisco da Cunha Menezes concedeu em 1782 uma sesmaria a Lázaro Rodrigues Piques, situando-se essas terras entre o ribeirão Ipiranga e a Estrada do Cursino, abrangendo o futuro bairro de Vila Mariana, outrora da Saúde; em torno de tal sesmaria surgiram muitas questões de terra. Originalmente foi chamado de Cruz das Almas - em virtude das cruzes colocadas no local por causa da morte de tropeiros por ladrões, na metade do século XIX, na continuação da "Estrada do Vergueiro" (atual Rua Vergueiro) aberta em 1864 por José Vergueiro e que era a nova estrada para Santos.  Entre 1883 e 1886 foi construída a estrada de ferro até Santo Amaro, partindo da rua São Joaquim, na Liberdade; seu construtor foi o engenheiro Alberto Kuhlmann e sua empresa se chamava Cia. Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro.  No ano de 1887 começou a funcionar no bairro o Matadouro Municipal, fator que ajudou muito no povoamento de toda a região. Isso ajudou para a instalação das oficinas de Ferro Carril, na rua Domingos de Morais, e da fábrica de fósforos. Também foi criada a Escola Pública de Dona Maria Petit, na Rua Vergueiro. O local onde funcionou o Matadouro é atualmente a Cinemateca Brasileira. Em 1928 iniciou-se a construção do Instituto Biológico, concluída em 1945. Um de seus principais objetivos à época em que foi construída foi o controle de uma praga que infestava os cafezais. Mais tarde tal objetivo foi, segundo a organização do local, criar um instituto para a biologia "a exemplo do que foi o Instituto Oswaldo Cruz (no Rio de Janeiro) para a saúde do homem”. Em 1929, iniciou-se no bairro a construção de uma série de residências em estilo modernista, desenhadas pelo arquiteto Gregori Warchavchik; a mais notável é a Casa Modernista da Rua Santa Cruz, tombada pelo CONDEPHAAT em 1986.[Textos e imagens da Wikipedia]

Obras do Metrô na Vila Mariana no início dos ano 1970. Jornal Zonal Sul. 

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A Praça da República, localizada no centro da cidade, a praça é visitada diariamente por turistas e habitantes da cidade. A grande frequência é explicada pela proximidade com avenidas importantes, como a Ipiranga e a São João, ruas comerciais, como a Sete de Abril e Barão de Itapetininga, além de alguns dos principais pontos turísticos da metrópole, como o Theatro Municipal, Viaduto do Chá e o Edifício Copan. Tem como afluentes as ruas Araújo, Marquês de Itu, do Arouche, Joaquim Gustavo, Pedro Américo, Timbiras, Vinte e Quatro de Maio, Basílio da Gama e as já citadas Barão de Itapetininga e Sete de Abril, além das avenidas Vieira de Carvalho, Ipiranga e São Luís. Conhecida antigamente como Largo dos Curros, era ali que os paulistanos do século XIX assistiam a rodeios e touradas. Nessa época, como era uma área desvalorizada e afastada da região central, a cidade mantinha no local um hospício e um hospital para portadores de varíola. Posteriormente, foi chamada de Largo da Palha, Praça das Milícias e Largo 7 de Abril.[Com a Proclamação da República, em 1889, a praça passou a se chamar 15 de Novembro e, finalmente, Praça da República. Em 1894, foi escolhida como o endereço da Escola Normal Caetano de Campos, edifício planejado por Antônio Francisco de Paula Sousa e Ramos Azevedo, que atualmente é a sede da Secretaria Estadual da Educação. Logo no começo do século XX, veio a primeira reforma, que, inspirada em praças europeias, trouxe as pontes e lagos, deixando o lugar mais parecido com sua forma atual. Foi palco de manifestações importantes da história nacional notadamente com a eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932, no dia 23 de maio, ao manifestarem-se os paulistas contra a ditadura Vargas. Desde fins dos anos 1960, a praça passou a ser um ponto de encontro de hippies que constituíram no local, de forma espontânea, a conhecida feira de artesanatos. Aos poucos, a feira transformou-se em grande atração, seja para turistas, seja para paulistanos. Entre 2005 e 2006, o prefeito José Serra (PSDB) tentou encerrar a feira, porém, o evento persiste até os dias atuais como destino obrigatório para os que visitam São Paulo. Abriga o Edifício Esther, o Edifício São Tomás, com requintados apartamentos de quatrocentos metros quadrados, o Edifício Eiffel, projetado por Oscar Niemeyer, e o Edifício São Luiz, projetado no estilo neoclássico francês, pelo arquiteto francês Jacques Pilon, em 1944, com abrigo antiaéreo utilizado posteriormente como garagem. Por abrigar a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, sediada no belíssimo edifício Caetano de Campos, desde os anos 90, a Praça tornou-se ponto de manifestações, de estudantes e profissionais da educação, contra a precarização da educação pública na rede estadual de ensino.[Textos e imagens da Wikipedia]

Feira de artes e artesanato nos anos 1970. 

A praça e seu entorno tendo com destaque o antigo Colégio Caetano de Campo (segunda sede) e atual sede da Secretaria Estadual da Educação. 

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo possui a maior rede de ensino do Brasil, com 5,4 mil escolas autônomas e vinculadas, aproximadamente 3,5 milhões de alunos e 234 mil servidores nos quadros do Magistério (QM), no Quadro de Apoio Escolar (QAE) e no Quadro da Secretaria da Educação (QSE). São 190 mil professores e 5 mil diretores de escolas distribuídos em 91 Diretorias Regionais de Ensino, que se agrupam em 15 Polos Regionais. A estrutura da SEDUC-SP conta com dois órgãos vinculados, sendo eles o Conselho Estadual de Educação (CEE) e a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e seis Coordenadorias: Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação “Paulo Renato Costa Souza” (EFAPE); Coordenadoria Pedagógica (COPED); Coordenadoria de Informação, Tecnologia, Evidência e Matrícula (CITEM); Coordenadoria de Infraestrutura e Serviços Escolares (CISE); Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos (CGRH); Coordenadoria de Orçamento e Finanças (COFI). Localizada na Casa Caetano de Campos desde 19 de fevereiro de 1979, na Praça da República, região central da cidade, a SEDUC ocupa um edifício tombado como bem cultural do Estado e do Município de São Paulo, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRES).[Textos e imagens da Wikipedia]



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 Mercado Municipal. O edifício, em estilo eclético, foi projetado em 1925 pelo engenheiro Felisberto Ranzini, funcionário do escritório do renomado arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, sendo o desenho das fachadas de Felisberto Ranzini. Sua construção se deu entre os anos de 1928 e 1933. Trata-se de um representante da arquitetura da "Metrópole do Café" quando a cidade buscava a valorização de suas áreas centrais, associada a uma ideia de modernidade e adequada com o aquecimento econômico proveniente da produção cafeeira. Por outro lado, a construção do Mercado Municipal também se enquadra à adoção de preceitos higienistas que ocorreram entre o início do século XIX até meados do XX. Inspirados em modelos de cidades europeias, e ainda receosos com surtos epidêmicos ocorridos em diversas cidades brasileiras no período, os arquitetos brasileiros apostaram em novos modelos para a edificação de mercados públicos e outros equipamentos de infraestrutura urbana. A inauguração aconteceu em 1933. Além de sua importância histórica, o "Mercadão" também possui uma enorme importância na gastronomia tradicional da cidade de São Paulo, possuindo grandes variedades de lanches, aperitivos, frutas entre outros. A refeição mais popular do "Mercadão" é o tradicional lanche de mortadela, como também o bolinho e o pastel de bacalhau, além de uma variedade de amendoins, frutas (cristalizadas ou não), queijos e presuntos.[Textos e imagens da Wikipedia]

Construção do mercado  na década de 1920.#SPFotos

Movimento informal no entorno do Mercado Municipal nos anos 1940. Acervo do Instituto Moreira Salles.


Trânsito no entorno do Mercado Municipal nos anos 1947. 



Boxes internos do Mercado 


Largo do Arouche nos anos 1960. É uma praça tradicional da região central, considerada patrimônio cultural da cidade de São Paulo.  Situa-se no distrito da República, próximo à estação República do metrô. O local também é conhecido como Praça das Flores ou Mercado de Flores e abriga diversos floristas que se instalaram após a retirada das bancas existentes na Praça da República pelo prefeito Armando de Arruda Pereira por volta de 1914. Durante os anos 1900 a praça abrigou a "Feira Livre do Arouche", a segunda da cidade, criada no contexto da crise do abastecimento de produtos hortifrutigranjeiros e encerrada em 1954. O nome atual remete ao tenente-general José Arouche de Toledo Rendon, reconhecido por ser o primeiro diretor da Faculdade de Direito de São Paulo e do Jardim Botânico. Durante a história, foi renomeada diversas vezes e já foi chamado de Largo do Ouvidor, Largo da Artilharia e Praça Alexandre Herculano.  [Textos e imagens da Wikipedia]

Vale do Anhangabaú em 1970. E uma região do centro da cidade de São Paulo, situada entre a Praça da Bandeira e a Avenida São João. É um espaço público comumente caracterizado como parque, onde tradicionalmente se organizam eventos, como manifestações públicas, comícios políticos, apresentações e espetáculos populares. É considerado o ponto que separa o Centro Velho do Centro Novo. Atualmente, os 43 mil metros quadrados do Vale do Anhangabaú são utilizados como um local de passagem para pessoas que desejam transitar entre as regiões leste e oeste do Centro, podendo ser definido como um extenso calçadão sob um entroncamento rodoviário. O espaço também interliga-se a outras praças da área central, como a Praça Ramos de Azevedo, justaposta ao Vale, ao Largo São Bento, por meio das escadarias do Metrô e a Praça da Bandeira, que atualmente abriga um terminal de ônibus.[Textos e imagens da Wikipedia]



Mapa turístico de São Paulo nos anos 1950. Dá uma noção dos principais bairros da cidade, sem a periferia. Fonte: São Paulo em Fotos.


A VÁRZEA DO CARMO


Inundação da Várzea do Carmo, quadro de Benedito Calixto.

A cidade de São Paulo começou a surgir na metade do século XVI, com a construção de um colégio, feita por jesuítas, no topo de uma colina entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí,sem planejamento adequado. Os rios da cidade, naquela época, configuravam-se como pontos de acesso e interligação entre cidades vizinhas brasileiras. À exemplo disso, a região da Várzea do Carmo, que abrange o rio Tamanduateí, citado acima, é a principal porta de entrada em São Paulo. À princípio, essas regiões cortadas por rios eram extensas planícies que, na época das chuvas (verão), tinham seus leitos transbordados, transformando-se em áreas alagadas. Por causa dessa característica, essas áreas eram bastante utilizadas por escravos para a lavagem de roupas, utensílios, entre outros, e também para se despejar detritos. O pintor Benedito Calixto retratou, em 1892, as enchentes aqui descritas no quadro Inundação da Várzea do Carmo, em exposição no Museu Paulista da Universidade de São Paulo (Museu do Ipiranga). As iniciativas de urbanização da Várzea do Carmo se deram em 1872, quando, por ordem do presidente da província de São Paulo, João Teodoro de Matos, parte da área da várzea foi aterrada e transformada em jardim público. Entre 1885 e 1900, a produção cafeeira começou a se desenvolver no Brasil, trazendo grandes modificações para São Paulo, o que fez com que a cidade passasse a ser um grande centro de exportação e importação, acolhendo, além dos barões de café, imigrantes, algo que impulsionaria a implantação de indústrias devido às facilidades e inovações do desenvolvimento da capital paulista, como o recente abastecimento de água e gás. A partir de 1910, com a expansão da malha urbana do centro de São Paulo e por causa da necessidade de urbanização do vale do Anhangabaú (contando com o Teatro Municipal já em fase de conclusão) são feitas várias propostas para melhorar e modernizar a Cidade de São Paulo, inspirando-se nas tendências europeias da Belle Époque. Neste cenário, em 1911, o arquiteto francês Bouvard, convidado pelo prefeito Raimundo Duprat para participar dessas propostas de melhoria, sugere a implantação de dois grandes parques nos moldes de dois parques parisienses, o Bosque de Boulogne e Bosque de Vincennes: um sobre o Vale do Anhangabaú e outro sobre a Várzea do Carmo. A proposta de Bouvard já incluía o Palácio das Indústrias no local onde se encontra atualmente (Parque Dom Pedro II). O anteprojeto do edifício, com suas características arquitetônicas definitivas, contudo, foi concebido no ano anterior, pelo arquiteto italiano Domiziario Rossi. Com o intuito de mostrar o progresso, tanto econômico quanto tecnológico, que a cidade de São Paulo vinha conquistando, e também de acordo com o projeto de revitalização da Várzea do Carmo e seus arredores, foi constrído o Palácio das Indústrias para abrigar exposições relacionadas à indústria paulista.

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O PALÁCIO DAS INDÚSTRIAS



O Palácio das Indústrias é uma edificação histórica localizada no parque Dom Pedro II, no centro da cidade de São Paulo, Brasil. Foi projetada por Domiziano Rossi em parceria com outros dois arquitetos, Francisco Ramos de Azevedo e Ricardo Severo. Faz parte dos patrimônios históricos tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico do estado de São Paulo (CONDEPHAAT). Com estilo arquitetônico eclético (elementos de diversos estilos contidos em um só), o prédio foi construído com o intuito de abrigar exposições relacionadas à indústria paulista, sendo inaugurado em 29 de abril de 1924, como mostra a placa de inauguração afixada na entrada do local, que atualmente abriga o Museu Catavento Cultural. A escolha do local e a construção do prédio foram iniciativas da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo, órgão que estava sob a chefia de Antônio de Pádua Sales. O projeto de construção do Palácio das Indústrias fazia parte do plano de renascimento da capital paulista, esquematizado pelos arquitetos Joseph-Antoine Bouvard e Francisque Couchet, com o objetivo de revitalizar a região conhecida como Várzea do Carmo, levando a ela saneamento básico e melhorias. O Palácio teve sua primeira exposição em 1917, seguindo como centro de exposições até o ano de 1947, quando foi transformado em Assembleia Legislativa, tendo seu nome modificado, em 9 de julho daquele ano, para “Palácio Nove de Julho”, devido à promulgação da Constituição do Estado naquele dia. Entre 1947 e 1968, o edifício serviu de palco para atividades políticas. Posteriormente, na década de 70, abrigou também celas para presos comuns, configurando-se como sede da Secretaria de Segurança Pública. Passando por restauros projetados pela arquiteta Lina Bo Bardi, a partir de 1992 serviu de sede para a Prefeitura da Cidade de São Paulo, o que perdurou até o ano de 2004. Desde o dia 27 de março de 2009 o edifício abriga o Museu Catavento, museu dedicado às ciências e tecnologia.


Cartaz da Exposição Cafeeira de 1927

Fachada lateral do palácio

Domiziano Rossi tirar sua inspiração para o planejamento do Palácio das Indústrias da construção Castello Mackenzie, de Gino Coppedè e, à primeira vista, podem ser identificadas grandes semelhanças entre o Castello Mackenzie e o Palácio das Indústrias. São mais de oito mil metros quadrados distribuídos em um prédio principal com três pavimentos e um jardim interno; e um prédio anexo. Com estilo eclético, o edifício situado no Brasil possui uma fachada que faz alusão a castelos da época medieval, contendo estátuas embutidas na fachada que possuem estilo renascentista. O anexo lateral nos remete a galpão de fábrica, e seu jardim interior (onde atualmente está situado o Borboletário do Museu Catavento) possui características arquitetônicas religiosas - o claustro. Algumas figuras marcam a estrutura externa do Palácio, como as estátuas de Nicola Rollo, mencionadas no parágrafo anterior, representando o comércio, a pecuária, a agricultura e a indústria, assim como a estátua do Progresso, contendo um carro de bois no topo de uma das colunas. O relógio, no topo central da fachada principal, é um símbolo do progresso e reflexo da Revolução Industrial, similar à estrutura da Estação da Luz. Além desses elementos, frases em latim esculpidas nas paredes do lado de fora do prédio principal nos remetem ao trabalho e indústria, assim como os nomes de cidades paulistas dentro de brasões localizados ao topo de paredes internas, também compondo a estrutura do patrimônio. Internamente, os grandes lustres e vitrais aparecem como símbolo de riqueza da cidade em desenvolvimento, e que lucrava com as indústrias recém-instaladas, algo que também é visto na iluminação das cúpulas externas dos pontos mais altos do prédio principal.

Fachada do prédio principal do Palácio das Indústrias, contendo duas estátuas de Nicola Rollo.


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Avenida Ainhaia de Mello em obras. 1971. São Paulo Fotos Antigas. 


A avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello via arterial com cerca de dez quilômetros de extensão, corta e faz a ligação dos distritos de São Lucas, Vila Prudente e Sapopemba, além de dar acesso ao distrito do Ipiranga. Foi aberta em 1975, durante a gestão municipal de Miguel Colasuonno, logo após a criação da Administração Regional da Vila Prudente. Seu nome é uma homenagem ao professor e ex-prefeito de São Paulo Luís Inácio de Anhaia Melo (1891-1974). A história da avenida começou a partir de um empresário que se estabeleceu no bairro em 1970, João Wacovicz, que, junto com um sócio montou uma loja na avenida. Walcovicz começou como funileiro numa oficina de mecânica, funilaria e pintura, onde aprendeu praticamente tudo sobre todas as áreas relacionadas a veículos, dos pneus a lataria, do motor a área interna. Sempre perfeccionista e determinado, adquiriu bastante conhecimento e experiência para trabalhar com vendas. Começou então, a comprar alguns carros velhos, recuperava-os e vendia-os, tirando desta transação, o seu lucro, para continuar tocando seu negócio. A avenida foi construída em cima do Córrego da Mooca, que corta a Vila Prudente ao meio e ainda faz parte do minianel viário. Atualmente tem uma extensão de quase 11 quilômetros e suporta um tráfego de cerca de 100 mil veículos diariamente. [Textos e imagens da Wikipedia]

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BIXIGA


Bexiga, rua 13 de Maio com Santo Antônio, anos 1970.#SPFotos


O Bixiga é um estado de espírito. Você sente quando está no Bixiga, você cheira à Bixiga”. Era assim que Armandinho Puglisi, o Armandinho do Bixiga, definia os limites do bairro, um tanto controversos. Bairro que, na verdade, deixou de ser chamado oficialmente de “Bexiga” em 1910 para tornar-se Bela Vista e cujo nome ele insistia em escrever com i, da maneira como é pronunciado pela maioria das pessoas. O fato é que, quase um século após a mudança, o Bixiga permanece no coração e na memória dos paulistanos por ser o mais fiel retrato da cidade: um pólo de cultura, gastronomia e dificuldades sociais, com seus teatros, cantinas e cortiços. Bixiga ou Bexiga? Há pelo menos duas teorias para a origem do nome. Primeira: foi tomado de Antonio Bexiga, dono da hospedaria no Largo do Piques (atual Praça da Bandeira) e das terras do bairro no início do século XIX e que teria sido vítima de varíola, recebendo por isso a alcunha. Segunda: veio do matadouro público da rua Santo Amaro, construído em 1774, que comercializava bexigas de boi. Em 1878, um jornal anunciou a venda dos terrenos “das matas do Bixiga”, iniciando então o processo de loteamento e formação do bairro. Para lá se mudaram imigrantes italianos que não se adaptavam ao trabalho nas lavouras e escravos fugidos ou recém libertos. “Os italianos desenhavam a planta da casa no chão de terra com uma bengala e assim determinavam os terrenos”, conta Afonso Roperto, cujo bisavô veio para o Brasil em 1886. Em 1942 ele abriu uma cantina na rua Treze de Maio, comandada hoje por Afonso. É por este costume que as casas mais antigas do Bixiga são estreitas e compridas. Como nos fundos era mata, cada um avançava até onde quisesse. A padaria Basilicata, fundada em 1904, segue a mesma ‘arquitetura’. Nos fundos da casa havia uma cocheira já que as entregas naquela época eram feitas a cavalo. Arcos da Rua Jandaia. Mais antigos que as cantinas e armazéns são os Arcos da Rua Jandaia, construídos provavelmente no século XIX como muros de arrimo para contenção de enchentes. Os arcos foram descobertos por acaso na década de 80, quando os prédios que haviam sido construídos em frente a eles foram demolidos. Outro pedaço da história do Bixiga está na Casa de Dona Yayá, hoje sede do Centro de Preservação Cultural da USP. Yayá era uma órfã rica que teria apresentado sinais de demência muito jovem, e foi internada em um sanatório por seus tutores. A casa foi construída no final do século XIX e restaurada em 2001 pela USP. O Bixiga é rico em histórias e personagens, muitas delas preservadas no Museu Memória do Bixiga. Como a do ladrão Gino Amleto Meneghetti, um “arrombador de classe”. Meneghetti, contam os mais antigos, roubava os casarões da avenida Paulista e fugia facilmente pelos telhados. Seu primeiro roubo teria sido aos 11 anos, em Pisa, sua cidade natal. Desafiava e desacatava a polícia, mas acabou passando 19 anos preso no Carandiru. No entanto, na rua em que morava era querido e considerado um benfeitor. O samba do Bixiga. A comunidade negra, que se concentrava nas áreas mais próximas à avenida Nove de Julho, deu a contribuição que faltava ao bairro: o samba. A Vai-Vai, fundada como bloco carnavalesco em 1930, é hoje uma das escolas de samba mais tradicionais da cidade, tendo sido campeã diversas vezes.Seus ensaios atraem jovens vindos de todos os cantos da cidade. Já Adoniram Barbosa não nasceu no Bixiga mas era freqüentador assíduo e homenageou seu bairro do coração em várias canções, entre elas “Samba no Bixiga”.


Arcos do Bexiga, recém descoberto durante obras de reurbanização nos anos 1980. 

O Córrego do Saracura (foto de Vicenzo Pastre, 1910)  Foi nomeado a partir da ave homônima, um símbolo tradicional do bairro do Bixiga e da escola de samba Vai-Vai, por onde passa. Suas nascentes ficam no espigão da Avenida Paulista: uma delas no encontro da Rua Doutor Seng com a Rua Garcia Fernandes, atrás do hotel Maksoud Plaza; outra na Almirante Marquês de Leão, a duas quadras. De lá desce, canalizado por galerias subterrâneas, pela Rua Rocha / Cardeal Leme, até a Praça 14 Bis e dali ao longo da Avenida Nove de Julho, até desaguar no Ribeirão Anhangabaú. Embora corra quase todo canalizado, é possível vê-lo em uma pequena abertura na Avenida Nove de Julho, na saída do Viaduto Doutor Plínio de Queiroz. Tem como afluente principal o Córrego da Mandioca, e várias outras pequenas nascentes que ficam nas proximidades da rua Barata Ribeiro, da rua Coronel Nicolau dos Santos, da rua Penaforte Mendes, entre outras. Acervo Instituto Moreira Salles. 


INDIANÓPOLIS, O BAIIRO E A AVENIDA


Cruzamento da Avenida Indianópolis com a Avenida Rubem Berta na distante década de 1960. Arquivo Nacional do Brasil. Acervo Fundo Correio da Manhã.

Avenida Indianópolis. Foi aberta em 1913 e 1915 pela Cia. Territorial Paulista, primeiramente a Avenida tinha o nome de Avenida Araci em forma de homenagem a filha de Fernando Árens, diretor da Cia. Territorial Paulista, porém no dia 18 de Agosto de 1933 por conta do Artigo nº 505 o nome foi mudado para Avenida Indianópolis. 

"Frederico Guilherme Fernando Árens, filho de alemães, nasceu em Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Engenheiro formado na cidade alemã de Hamburgo, em 1878 estabeleceu-se em Campinas com uma fábrica de carruagens e máquinas agrícolas. Casado com Felisbina Teixeira Nogueira Garcia, em 18 de abril de 1880 torna-se pai de Fernando Árens Júnior, jovem que aos sete anos segue para Hamburgo, onde cursa o secundário e faz aprendizado em fundição e montagem de máquinas. Volta para o Brasil em 1895, ingressando na Escola Politécnica. Com lucro apurado no primeiro loteamento da Praia Grande, hoje cidade de Mongaguá, Fernando comprou, em 1913, o Sítio Traição, com cerca de quatrocentos e quarenta e dois hectares de campo entre os córregos Uberaba e Traição, a Oeste da Vila Mariana e entre a primitiva estrada para Santo Amaro e Jabaquara. Pouco mais da quarta parte dessas terras acabaram vendidas, para custear o acerto de divisas e iniciar melhoramentos necessários. Fernando fundou, então, a “Companhia Territorial Paulista” e organizou o loteamento da área, à qual deu o nome de “Indianópolis”. Em uma época em que as máquinas de terraplanagem ainda estavam para serem inventadas, passou a executar esse trabalho com ferramentas manuais – enxadão, machado e picaretas – transportando a terra em carrocinhas puxadas por burros. Traçou a avenida principal, quase uma reta, sobre o espigão do Morro do Uberaba e a batizou com o nome da filha Aracy. Um mês após a constituição da companhia, efetuou a primeira venda de terrenos já urbanizados. Ao fundar esse que hoje é um dos mais bonitos e habitáveis bairros de São Paulo, Fernando doou terreno para a construção da primeira igreja com culto à padroeira do Brasil, a Igreja de Nossa Senhora Aparecida de Indianópolis; doou o terreno do Hospital da Cruz Vermelha Brasileira e para a construção do Club Suíço, na Avenida Aracy, atual Avenida Indianópolis". (Mano Fronberg. Portal Nogueirense)

 Avenida Aracy (atual avenida Indianópolis), no bairro de Moema em obras de recapeamento em 1959.


Avenida Ruben Berta nos anos 1960. Avenida Rubem Berta é uma via que faz parte do corredor norte-sul de São Paulo. No trecho do corredor conhecido por esse nome, a via passa pelos distritos de Moema, Vila Mariana e Saúde Cruza com a Avenida Indianápolis. Ruben Martin Berta (Porto Alegre, 5 de novembro de 1907 — Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 1966) foi um empresário brasileiro que ocupou a presidência da Varig, uma das empresas que impulsionaram o aeroporto de Congonhas, localizado nessa região.[Textos e imagens da Wikipedia]


A rua Vergueiro é uma importante rua da cidade de São Paulo. Seu nome é uma homenagem a José Vergueiro, responsável pela construção da variante da Rodovia Caminho do Mar na década de 1860, a Estrada do Vergueiro, que em seu trecho paulistano coincide com a referida rua. Possui mais de 9 km de comprimento, com duas pistas em seus 2,8 km. Começa no bairro da Liberdade (centro), corta o distrito de Vila Mariana, e alguns quilômetros adiante termina no distrito de Sacomã, na zona sul. Encontram-se com a Vergueiro vias importantes como Avenida da Liberdade, Avenida Bernardino de Campos (que faz ligação direta com a Avenida Paulista), Avenida Doutor Ricardo Jafet, Rua Santa Cruz, Avenida Dr. Gentil de Moura e Avenida Presidente Tancredo Neves. É a única via da cidade a ser servida por três linhas de metrô diferentes. Sob a rua Vergueiro passam trechos das linhas 1-Azul, 2-Verde e 5-Lilás do Metrô. As estações São Joaquim, Vergueiro, Paraíso, Ana Rosa e Chácara Klabin dão acesso à rua. Futuramente, a 6-Laranja atenderá a rua, através da Estação São Joaquim.[Textos e imagens da Wikipedia]



Heliópolis é um bairro com uma vila de mesmo nome localizado no distrito de Sacomã, na Zona Sul da São Paulo, no Brasil. Composto por catorze glebas, possui mais de 100.000 habitantes em uma área de quase um milhão de metros quadrados, é destacada por ser a maior favela da cidade. Seus limites são a Avenida Juntas Provisórias e se estende até a divisa com São Caetano do Sul (delimitada pelo rio Tamanduateí) e a Avenida Guido Aliberti. O transporte público não entra em algumas ruas da favela, pois as mesmas são estreitas, então as pessoas se deslocam até as vias principais, como a Estrada das Lágrimas, avenida Almirante Delamare, rua Coronel Silva Castro e Rua Cônego Xavier (Hospital Heliópolis), onde estão localizados os pontos de ônibus. A área do bairro Cidade Nova Heliópolis foi adquirida em 1942 pelo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários. O instituto tinha a intenção de construir, na área, casas para residência dos seus associados. Porém a área veio a ser dividida, pois, em 1966, unificaram-se os diversos institutos no Instituto Nacional de Previdência Social. A gleba passou, então, para o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social, que, a partir daí, vendeu e ocupou o terreno. Em 1978, foi a vez da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, que ficou com uma parte depois da desapropriação para a construção da Estação de Tratamento de Esgotos do ABC, que, no entanto, só começaria a funcionar 20 anos depois. Em abril de 1969, o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários construiu o Hospital Heliópolis e o Posto de Assistência Médica (hoje, Ambulatório Médico de Especialidades Heliópolis). Entre 1971 e 1972, a prefeitura, sob o comando do prefeito José Carlos de Figueiredo Ferraz, retirou 153 famílias de áreas ocupadas na região da Vila Prudente e Vergueiro - que foi a maior de São Paulo na década de 1970, antes do crescimento do bairro Heliópolis. De acordo com registros da prefeitura de São Paulo, os primeiros habitantes chegaram do município de Heliópolis (Bahia), assim o local viria a ser chamado de Heliópolis no início de 1972. Outras famílias foram construindo suas casas. Pessoas que participaram da obra do Hospital Heliópolis acabaram permanecendo por lá. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 92 por cento da população são nordestinos e estão lá desde a década de 1970. Não foram só as pessoas removidas pela prefeitura que são moradores de Heliópolis hoje. Alguns trabalhadores, entre 1970 e 1980, escolheram o Heliópolis para morar, pois trabalhavam nas metalúrgicas das cidades vizinhas do ABC. Nessa época, havia uma crise de oferta de imóveis para a população de baixa renda e os altos preços dos aluguéis desestimulavam os trabalhadores.

Urbanização. Em março de 2008, delegações internacionais visitaram as obras de urbanização de Heliópolis para conhecer o seu traçado urbanístico e modelo de utilização do espaço público. Estiveram presentes delegações de Lagos (Nigéria), La Paz (Bolívia), Cairo (Egito), Manila (Filipinas) e Ekurhuleni (África do Sul). Atualmente, algumas glebas do bairro estão em processo de urbanização. A liderança comunitária foi importante na luta pelo processo de urbanização: dentre elas, a União de Núcleos, Associações dos Moradores de Moradores e Região foi uma das principais. Com a urbanização, houve grande valorização dos imóveis da favela e os seus preços aumentaram até 90 por cento. Um imóvel de dois quartos, sala e cozinha, que em 2002 era alugado por 280 reais passou a custar, em 2012, 1000 reais. O preço de venda passou de 20 000 reais para 100 000 reais. O bairro já recebeu a tecnologia wi-fi, o que facilita o uso da internet pelos moradores. Desde 1997, funciona, no bairro, a rádio Heliópolis, uma emissora de rádio comunitária cujo funcionamento foi autorizado pelo Ministério das Comunicações em março de 2008. Entre 1992 e 1997, a programação da emissora era transmitida por cornetas penduradas em postes em pontos centrais do bairro.[Textos e imagens da Wikipedia]


Pico do Jaraguá na década de 40, foto tirada por Gerhard Henske. #SPFotos. É um dos pontos mais altos do município de São Paulo, no Brasil, elevando-se a uma altitude de 1 135 metros. Situa-se no bairro do Jaraguá, a oeste da serra da Cantareira. Nos seus arredores, foi criado o Parque Estadual do Jaraguá, para conservação da área. Pode-se ascender ao seu cume por uma via asfaltada (Estrada Turística do Jaraguá) ou por meio da Trilha do Pai Zé (1800 metros de extensão).Ao  se atingir o topo, tem-se uma visão principalmente da parte oeste da Grande São Paulo. Também pode ser avistado o Rodoanel Mário Covas, na parte posterior. Junto à antena de televisão, existe uma grande escadaria que permite subir ainda mais, ladeada por um bondinho que se destina ao transporte de pessoas e materiais para manutenção das antenas ali instaladas. Em 1946, a Prefeitura de São Paulo transformou o pico do Jaraguá em ponto turístico da cidade. Em 1961, foi criado o Parque Estadual do Jaraguá, onde os visitantes podem conhecer as pias de lavagem manual do ouro ao lado das ruínas do grande casarão do próprio Afonso Sardinha. Esse parque foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico) em 1983. Em 1994, o Parque Estadual do Jaraguá foi tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, passando a integrar a Zona Núcleo do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, Reserva da Biosfera. Existe, na entrada do Parque do Pico do Jaraguá, uma aldeia indígena, porém em total estado de penúria.[Textos e imagens da Wikipedia]

Pico do Jaraguá visto do Parque Estadual do Juqueri com parte de Caieiras e de Perus.



Banca de jornais e revistas - Avenida Paulista - Anúncio da Editora Abril em 1971


Rua Vergueiro nos anos 1940. 

 Estação do Brás. Anos 1950. 



Avenida Prestes Maia. 

Rua São Caetano (Das Noivas) nos anos 1930

Praça Ramos de Azevedo, anos 1950. 


Avenida Pompéia, anos 1960. 

Avenida Paulista com Brigadeiro Luiz Antônio ano 1960. 


Avenida Brigadeiro Luiz Antônio sentido Paulista-Centro nos anos 1960


Cruzamento da Rua Maria Paula com Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 1972, São Paulo, Brasil.
Fotos Antigas- Preservação Da Memória Fotográfica. 

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Praça do Patriarca nos anos 1980.



Praça Patriarca, 1950. 

Praça Silvio Romero, Tatuapé. Anos 1960.


Parque Dom Pedro, 1967. 

Praça da Liberdade. Anos 1979. 
Rua Monte Alegre. Perdizes. Anos 1950. 

Avenida Higienópolis, anos 1940. 

Rua Fradique Coutinho. Vila Madalena. Anos 1950. 


Rio Tamanduateí nos anos 1920. 

Piscinas e raias do Esporte Clube Pinheiros (Germânia) nos anos 1920 

Ponte das bandeiras nos anos 1940. 


 Ponte do Piqueri nos anos 1950


Estação Cantareira nos anos 1940

Alameda Glete, nos anos 1930.



Rua Direita, anos 1950. 

Viaduto do Chá nos anos 1970



Largo do Arouche nos anos 1950. 



Bonde com destino à avenida Angélica. Anos 1940. 

Praça da Bandeira. Incêndio do Edifício Joelma em 1974.



Avenida Paulista sentido Paraíso-Consolação nos anos 1970.



Linha de bonde no centro com destino à Barra Funda. Anos 1940.


Ponto de embarque  do bonde 591  Santo Amaro (zona Sul) nos 1960.


CARROÇAS, TAXIS E "UBER"


Largo da Sé – 1910 – recuo para estacionamento de carroças. Foto de Aurélio Becherini #SPFotos


Rua do Carmo, Centro. Sede da Sociedade dos Taxistas em 1928. Cotidiano SP



Ponto de taxi no cruzamento das avenidas 7 de Setembro com Bento Viana 1960.

Chofer de Praça na Rua Mauá, ao lado da Estação da Luz, em São Paulo. Atrás vê-se o Hotel Federal Paulista, ele existe até hoje, este hotel tem mais de 100 anos. Pra fechar, um Ford 1946. A foto é de 1950. SP, suas histórias

Trânsito paulistano nos anos 1970 (época dos fuscas VW) sempre repleto de taxis e passageiros.


"UBER", QUASE 700 MIL MOTORISTAS NA CIDADE


Cidade de SP tem 563 mil motoristas de aplicativos ativos, diz Prefeitura; 74% dos carros têm placa da própria cidade. 214 mil deixaram de atualizar cadastro. Apesar do grande contingente de prestadores desse serviço, empresas como Uber e 99 se mudaram para Osasco, na Grande São Paulo, e deixaram de recolher ISS na capital paulista. Só a Uber deixará de pagar R$ 82 milhões por ano.
Por Rodrigo Rodrigues, g1 SP — São Paulo. 04/12/2021 


Aplicativo de transporte Uber, o maior da capital paulista  — Foto: Getty Images/BBC


A capital paulista atingiu em novembro a marca de 563 mil motoristas de aplicativos ativos cadastrados na Prefeitura de São Paulo, segundo números fornecidos à CPI dos Aplicativos da Câmara Municipal. Os dados da Secretaria Municipal da Fazenda e do Comitê Municipal do Uso do Viário - órgão que cobra e fiscaliza as empresas de transporte pelo uso das vias na cidade - apontam que cerca de 777 mil motoristas chegaram a se cadastrar na cidade para trabalhar nesse tipo de serviço, ao longo dos últimos sete anos. Desse total, cerca de 214 mil deixaram de atualizar o cadastro ou foram excluídos da plataforma de consulta por algum motivo. O que sinaliza, segundo membros da CPI, que trata-se do contingente de pessoas que desistiram do trabalho de motorista na cidade.

“Muitos motoristas que se arriscaram nesse tipo de serviço, sentiram na pele os efeitos da precarização do trabalho e todas as suas consequências. Não tenho dúvidas de que os custos altos da gasolina, a inflação e a fatia grande que as empresas de aplicativos abocanham do valor total da corrida fizeram muitos desistirem”, afirmou o vereador Adilson Amadeu (DEM), presidente da CPI.
“Os motoristas de aplicativos [que permanecem] tiveram que mudar sua estratégia e passaram a escolher corridas justamente por causa disto. O custo não compensa”, completa.

Segundo a Prefeitura de SP, a cidade tem 856 mil veículos cadastrados para prestar o serviço de transporte por aplicativos, com o Certificado de Segurança do Veículo de Aplicativo (CSVAPP) em dia para fazerem as corridas. Um motorista pode ter vários carros cadastrados para uso. Desse total, 678 mil são de carros com placa da própria capital e outros 178 mil de outros municípios.
Ou seja, 74% dos motoristas cadastrados na prefeitura trabalham e têm o carro emplacado na cidade de São Paulo. Como a capital tinha um contingente de cerca de 6,2 milhões de automóveis registrados no Detran-SP até maio de 2021, é possível concluir que os números apontam que cerca de 12% de toda a frota registrada em SP fez algum cadastro na prefeitura para realizar corridas por aplicativo ao longo dos últimos sete anos.

“Esse números indicam um abuso de aplicativos como Uber e 99, que tem a maior parte do contingente de motoristas com placa de SP e prestando serviço na cidade, enquanto a sede da empresa muda para Osasco para recolher imposto lá”, afirmou o vereador Marlon Luz (Patriota), que é motorista de aplicativo cadastrado desde 2015.“São aplicativos que não contribuíram em nada para controlar a pandemia e se beneficiaram diretamente da melhora econômica trazida pela vacinação. Mas na hora de recolher ISS e apresentar a contrapartida aos munícipes, preferiram mudar de cidade”, completou o vice-presidente da CPI.

Guerra fiscal. Além do Uber e 99 (antiga 99 Táxi), que anunciaram mudança para Osasco, o iFood também mantém sua sede fiscal no município vizinho à capital paulista. Em depoimento à CPI dos Aplicativos em 30 de novembro, o diretor da Uber, Ricardo Leite Ribeiro, declarou que a empresa recolheu cerca de R$ 574 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS) na cidade de São Paulo entre os anos de 2014 e 2020. O valor significa que a plataforma líder do mercado paulistano pagou cerca de R$ 82 milhões por ano de ISS à cidade.

8 de setembro - Entregadores de aplicativos fazem protesto em frente à Câmara Municipal de São Paulo — Foto: Celso Tavares/G1


Avenida Santo Amaro em 1965 - Destaque para o Monumento a Borba a Gato que está de costas na imagem. São Paulo Antiga. A avenida surgiu como Estrada de Santo Amaro, uma estrada que fazia a ligação entre São Paulo e o antigo município de Santo Amaro. Uma parte da estrada mudou de nome para Avenida Adolfo Pinheiro. O trecho entre o Viaduto dos Bandeirantes e a Avenida João Dias era parte das Avenidas Adolfo Pinheiro e João Dias e depois foi passado para a Avenida Santo Amaro.
Até meados do século XX a avenida não costumava ter congestionamentos, mas esse panorama mudou com o crescimento do número de linhas de ônibus, que chegava a quatrocentos por hora em 1986, quando a avenida não comportava mais do que 250 por hora. Com isso, ônibus formavam enormes filas próximo aos pontos, parando em filas duplas e até triplas, o que era agravado pelo fato de apenas 10% dos passageiros que saíam da zona sul seguirem até o fim do trajeto. Para contornar esse problema foi construído um corredor de ônibus nas faixas centrais. A avenida, que tinha três faixas de rolamento em cada sentido, passou a ter duas para carros e uma para ônibus em cada pista, sendo esta última separada das demais por pequenos muros de concreto e grades. As obras começaram em agosto de 1985, no Largo Treze de Maio, em Santo Amaro, e foram seguindo no sentido centro. "Trata-se de uma das mais importantes interferências no sistema de transporte coletivo que a cidade sofreu nos últimos tempos", disse, à revista Veja em São Paulo, o então presidente da Companhia Municipal de Transportes Coletivos, Jair Carvalho Monteiro, em 1986.Junto com o corredor, foram construídos terminais de ônibus no Largo Treze e na Avenida João Dias, que passaram a receber linhas que saíam de bairros da zona sul mais afastados, na época já com integração para que se usasse o mesmo bilhete nas viagens em mais de uma linha com baldeação nos terminais. Apesar de cortar regiões extremamente valorizadas da cidade de São Paulo, a partir da inauguração do corredor de ônibus, em 1986, a avenida passou a enfrentar um processo de degradação, com uma grande quantidade de imóveis antigos sendo abandonados ou deteriorados. Esses imóveis tinham sido elementos de contraste urbano e arquitetônico para bairros como Vila Nova Conceição e Moema, pertencentes à Zona A do CRECI. Porém, desde 2006 esse contraste arquitetônico está sendo diminuído por meio de agressões e demolições ao patrimônio histórico e construção massiva de imóveis modernos, feitas de forma massiva por grandes construtoras. Esses imóveis antigos deteriorados poderiam ser restaurados e recuperados, mantendo suas condições, fachada e materiais de construção originais, com exceção da rede hidráulica e fiação elétrica, utilizando uma técnica de construção civil chamada retrofit, em vez de ser destruídos e substituídos por imóveis modernos sem características arquitetônicas que tenham a ver com a essência histórica.[Textos e imagens da Wikipedia]

Avenida 23 de Maio em construção nos anos 1950. 

Avenida 12 de Outubro no centro comercial da Lapa. Anos 1970.

Túneis da avenida 9 de Julho sob a avenida paulista, altura do Parque Trianos e MASP. Anos 1970. 


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Placa de um bonde do século XIX em exibição no Museu do Transporte

Santana é o principal, um dos mais antigos bairros da Zona Norte do município de São Paulo, no Brasil. Surgiu em 1782 originado da Fazenda de Sant’Ana, propriedade da Companhia de Jesus que foi pela citada primeira vez em 1560 pelo padre José de Anchieta, funcionou como o cinturão verde da "São Paulo dos Campos de Piratininga". As terras da fazenda foram divididas em sesmarias no início do século XIX. O Império do Brasil começou a nascer na Rua Alfredo Pujol, onde ficava a sede da fazenda, pois foi ali que a família dos Andradas se estabeleceu e o lugar onde José Bonifácio de Andrada e Silva redigiu o manifesto paulista que ajudou na declaração do Dia do Fico por parte de dom Pedro I (posteriormente, houve a independência do país, em 1822). Um pequeno núcleo se formou no entorno da antiga fazenda. Na planta de 1897, já aparece um traçado de ruas, mas as casas concentravam-se exclusivamente ao longo de algumas destas.

O século XX marcou a integração de Santana à metrópole, dos bondes puxados a burros do século XIX à inauguração da primeira estação do metrô na década de 1970. Com esse processo de desenvolvimento e avanços em sua infraestrutura, o bairro transformou-se em um dos principais polos comerciais da zona norte e da cidade. É o mais antigo núcleo de povoamento na cidade ao norte do Rio Tietê. O bairro foi conhecido por muito tempo como Fazenda Tietê ou Guaré, no caminho de Atibaia e de Minas Gerais. Os colonizadores portugueses trouxeram índios escravos, se instalando juntamente com jesuítas, que já haviam montado um colégio para a catequização.  A sede da fazenda, construída em 1734, ficava onde é hoje o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo. Como reflexo da determinação do Marquês de Pombal de expulsar os jesuítas do Reino de Portugal e de suas colônias, confiscando seus bens, a fazenda passou a ser administrada pelo governo da Capitania de São Paulo, já não mais pela Companhia de Jesus. A fazenda tinha seus limites a partir das imediações do Jardim da Luz, seguindo o Rio Guaré (atual Tietê) e terminando aproximadamente em Mairiporã. No início do século XIX, a Coroa tentou fundar um núcleo colonial distribuindo terras em sesmarias. Em 1887, viviam, ali, pouco mais que 130 pessoas, que cultivavam vinha, batata e milho. Anos depois, foi criada a Paróquia de Sant’Ana, tendo, por sede provisória, a Capela de Santa Cruz, no Alto de Santana. Até 1897, as habitações encontravam-se apenas ao longo das atuais ruas Alfredo Pujol e Doutor César. Devido às inundações periódicas da várzea do Tietê, houve uma expansão lenta e a fazenda foi sendo dividida e subdividida, surgindo então o núcleo do atual bairro de Santana. Em 1821, a sede da fazenda era chamada de Solar dos Andradas e, em dezembro deste mesmo ano, José Bonifácio de Andrada e Silva, vice-presidente da província, redigiu a representação paulista ao Governo Imperial neste solar.
No ano 1852, o alferes de milícias Francisco Antônio Baruel, representante de uma das primeiras famílias da Zona Norte, adquiriu terras no bairro. Ele era agricultor, criador de animais, fabricante de farinha e de telhas. Fabricava telhas no Sítio Morrinhos, transportando-as, por canoas, pelo Rio Tietê. Formou a Chácara Baruel, que possuía a área de um alqueire (24 250 m²) e cuja sede situava-se em um castelo de estilo nórdico construído por volta de 1879. A Família Baruel ajudou na construção da Capela de Santa Cruz no Alto de Santana. Tempos depois, este palacete, chamado também de "Castelinho de Santana", se tornou um orfanato dirigido por Pérola Byington. Francisco Baruel foi homenageado com uma rua que situa-se próximo ao palacete.[Textos e imagens da Wikipedia]

Biblioteca Narbal Fontes,  casa da Chácara Baruel

Outro imóvel que restou da Chácara Baruel foi a casa de dona Maria, filha dos Baruel. Construída em estilo normando com estrutura sólida e rico trabalho arquitetônico, é um patrimônio histórico que preserva a história do bairro. Nos anos 1950, a casa foi apropriada pela prefeitura e a Biblioteca Narbal Fontes foi criada na gestão do prefeito Jânio da Silva Quadros, recebendo, como patrono, o escritor e médico Narbal Fontes. Ocupa área de 1 450 metros quadrados, sendo circundada por um jardim com muitas árvores e bancos. Na Avenida Conceição, na direção de Guarulhos,  uma escola estadual também recebeu o nome do médico. 

Recorte de um mapa do período imperial ligando a região da atual zona norte com a serra do mar e o litoral (.Cubatão, Santos e São Vicente). Publicação:  São Paulo Antiga. 


Dificuldades de acesso a Santana eram históricas e retardaram o desenvolvimento até meados do século XIX. Até então, a região produzia uvas e vinhos. Quando a Companhia Cantareira e Esgotos resolveu captar água na Serra da Cantareira para abastecer o reservatório da Consolação foi necessária a criação de um meio de transporte para locomoção de trabalhadores e materiais de construção. Por isso, o Governo do Estado resolveu construir a pequena linha férrea provisória do Tramway Cantareira. Ao final do ano de 1893, o trem já estava em operação. Passava por Santana na atual Avenida Cruzeiro do Sul transportando passageiros e cargas. Houve uma ampliação do sistema por meio de um ramal até Guarulhos. Este ramal começava na Estação Areal (próximo ao atual Parque da Juventude) e seguia pela Avenida General Ataliba Leonel. A Estação Santana ficava na Rua Alfredo Pujol, entre a Rua Voluntários da Pátria e a Avenida Cruzeiro do Sul, não muito distante de onde, mais tarde, foi construída a Estação Santana do metrô. Além de garantir o acesso, a ferrovia ajudou a desenvolver o bairro rapidamente. Mas, em 31 de março de 1965, após 72 anos de uso, o trem foi desativado, pois frequentemente ocorriam acidentes nas ruas de Santana, oferecendo um risco à segurança dos moradores e também para liberar caminho para o metrô.[Textos e imagens da Wikipedia]


Sede residencial da antiga Fazenda Sant'Anna


A rua Voluntários da Pátria começa na Marginal Tietê, na zona norte, liga-se a importantes vias de Santana, como Avenida General Ataliba Leonel, Avenida Brás Leme e Rua Conselheiro Moreira de Barros e termina no Mandaqui logo no início das avenidas Zumkeller e Santa Inês. Até a segunda metade do século XIX, a Voluntários era chamada "Estrada para Bragança". O nome atual da rua é uma homenagem aos "Voluntários da Pátria", soldados brasileiros que lutaram na Guerra da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai). É uma das ruas mais importantes, movimentadas e conhecidas da zona norte paulistana. Possui grande concentração comercial, principalmente nas proximidades da estação Santana. Ao longo de seus quase 5 quilômetros de extensão, encontram-se um pequeno shopping, a Galeria Santana, lojas, supermercados, agências bancárias, alguns colégios e faculdades, cinco hospitais e vários edifícios comerciais e residenciais. Possui cerca de 600 lojas.
A região baixa da rua, nas proximidades da Estação Santana, está relativamente degradada, devido principalmente a zonas de meretrício noturnas, inúmeras pichações e certo número de moradores de rua. No trecho mais alto da rua, passando pela região do Alto de Santana até as proximidades do Hospital Mandaqui, há predomínio residencial, com muitos edifícios de classe média, média-alta.


Rua Voluntários da Pátria em 1973.



Rua Alfredo Pujol em Santana. Linha de bonde saindo da rua Voluntários da Pátria em direção ao quartel do CPOR (rua Marechal Hermes da Fonseca), meados da década de 50, com os trilhos do trem da Cantareira.

A Rua Alfredo Pujol começa na Rua Voluntários da Pátria, próximo a Avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte, liga-se a vias de Santana, como Rua Voluntários da Pátria, Rua Amaral Gama, Rua Frei Vicente do Salvador, Rua Cônego Manuel Vaz, Rua Aluísio Azevedo e termina na Rua Leão XIII no Jardim São Bento. O nome da rua é uma homenagem a Alfredo Gustavo Pujol (1865-1930). É uma das ruas mais importantes de Santana, fazendo a ligação deste com o bairro vizinho do Jardim São Bento. Nos séculos XVIII e XIX era a rua que situava a sede da Fazenda de Sant' Ana (onde é hoje o CPOR/SP). No trecho inicial é plana, não abriga nenhum prédio, nas outras áreas da via algumas edificações são voltadas ao uso residencial, mas a maioria é comercial. Na sua extensão encontram-se o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo; cursinhos; padarias; a Gazeta da Zona Norte, que é‎ um jornal tradicional do bairro; a Associação Brasileira de Oficiais da Reserva do Exército e diversas lojas. As ruas afluentes a ela, ladeiras, abrigam na sua maioria casas de uso residencial de médio padrão.


BATUIRA E A RUA  DO ESPÍRITA NO CAMBUCI



A Rua Espírita era curtinha e no final dela erguia-se o Morro do Piolho, local em que se reuniam os valentões e malandros do passado. Hoje a rua estendeu-se até o alto do morro. Seu nome é uma lembrança de um personagem que lá morou, o famoso médium Batuíra, um dos precursores do kardecismo em São Paulo. Era a rua do espírita e acabou tornando-se Rua Espírita. Batuíra foi consagrado como médium espírita, mas tem uma história interessante e para conhecê-la vamos voltar um pouco no tempo até 1838 na Vila Meã, Freguesia de São Tomé do Castelo, Concelho de Vila Real, perto da cidade do Porto, onde nasceu Antônio Gonçalves da Silva, que aos doze anos embarca para o Brasil aportando no Rio de Janeiro em 3 de janeiro de 1850. Ficou na então capital do Império por dois a três anos trabalhando no comércio, quando foi para Campinas trabalhar na agricultura. Tinha o transmontano uns 17 anos quando veio à capital da Província e empregou-se como distribuidor de jornais de porta em porta. Entregava os exemplares do Correio Paulistano. Como andava sempre rápido de um lado para o outro recebeu o apelido de Batuíra, nome popular de uma ave de pouco mais de um palmo de altura e muito arisca chamada narceja. Este apelido que o acompanhou por toda a vida acabou sendo adotado por Antônio Gonçalves como seu último sobrenome. Dizem que tinha muita facilidade de relacionamento com as pessoas de todos os níveis e acabou muito popular. Da convivência com seus amigos estudantes da Academia é que surgiu a ideia do teatro, que não só dirigia, mas onde também atuava em palco. Seu teatro funcionou entre o final da década de 1860 e 1880 no número 10 da antiga Rua da Cruz Preta, depois Rua do Príncipe e atual Quintino Bocaiúva. Ficava nos fundos de uma taverna. Não era grande, devia comportar umas 200 pessoas e era conhecido como o Teatrinho do Batuíra. Era a alegria dos estudantes, pois a entrada custava mil réis, mas se o estudante não podia pagar, não tinha problema, entrava do mesmo jeito e era bem recebido. Era uma boa alternativa para quando não havia funções no Teatro São José. Batuíra era querido por seu público. Quando as cortinas se levantavam e ele aparecia no palco, os estudantes o aplaudiam muito e era saudado com versos meio “non sense”:

Salve grande Batuíra
Com seus dentes de traíra
Com seus olhos de safira
Com tua arte que me inspira
Nas cordas da minha lira
Estes versos de mentira


Alguns jornais da época, maldosamente, chegaram a dizer que no local do teatro o que existia era na realidade uma rinha de galos, chegando até O Cabrião, semanário satírico, a utilizar-se deste boato em uma de suas charges políticas. Mas a verdade é que até artistas de boa fama apresentaram-se no teatrinho do Batuíra. Mas o local havia sido utilizado para rinhas antes de ser teatro, como mostra uma carta de Batuíra em resposta às acusações, publicada no jornal O Correio Paulistano de 2-12-1869. Mais tarde resolveu dedicar-se à fabricação de charutos, conseguindo melhorar sua situação financeira e comprou uma área desvalorizada na região do Lavapés, onde começou a construir várias casas que alugava aos mais carentes. Batuíra era dotado de um espírito idealista e humanitário. Participou ativamente da campanha abolicionista de Luiz Gama e Antônio Bento, chegando a esconder escravos fugitivos em sua própria casa até conseguir negociar sua alforria. Foi um dos pioneiros na divulgação da doutrina espírita no Brasil, em 1890 fundou o Grupo Espírita Verdade e Luz, ainda existente, e no mesmo ano comprou uma tipografia a que deu o nome de Tipographia Espírita e lançou o periódico Verdade e Luz. Conta-se uma história curiosa a respeito de como Batuíra aproximou-se do Espiritismo. Ele foi casado em segundas núpcias com Maria das Dores Coutinho e Silva, e dessa união nasceu Joaquim Gonçalves Batuíra. Em 1883, aos doze anos de idade o menino espeta o dedo num espinho de roseira e contrai um tétano, vindo a falecer. Como é natural, a morte repentina trouxe muita comoção e tristeza à família. O velório foi realizado na casa da Rua Espírita e Batuíra mostra-se entristecido, porém respeitoso com todos, como era habitual. Lá pelas tantas, muito emocionado, Batuíra levanta-se e retira-se para seu quarto trancando a porta. Depois de meia hora, ressurge na sala com a fisionomia modificada. A dor foi substituída pela paz e tranquilidade. Declara a todos os presentes que não quer mais lamentos e choros pelo filho, pois ele não estava morto, porém bem vivo ao lado de Jesus. Para surpresa de todos, Batuíra sai de casa e volta mais tarde com uma banda de música, que começa a tocar. Não música fúnebre como seria de se esperar, porém alegres valsas, polcas e marchas. Para uns seria o desvario de um pai enlouquecido pela dor, para outros uma ofensa. Mais tarde, porém Batuíra contaria aos seus amigos mais íntimos que, trancado em seu quarto começou a ver um vulto se formando envolto por uma luz. Dentro de pouco tempo reconheceu naquele vulto seu filhinho querido que lhe dizia: “Pai, não fique triste. Eu não morri. Estou mais vivo do que nunca”. A partir deste episódio começou a interessar-se pelo Espiritismo e trabalhar na sua divulgação e prática de caridade para com os necessitados. Batuíra morreu em 22 de janeiro de 1909 aos 69 anos, sendo enterrado no cemitério da Consolação. Em sua homenagem, em 2009, os frequentadores do Grupo Espírita Batuíra de Algés (Portugal) afixaram, uma placa com seu retrato na casa onde nasceu na Vila Meã. Edson Loureiro. São Paulo Passado. 


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Vila Prudente em 1968. um distrito do município de São Paulo, localizado na zona leste. A história da Vila Prudente começou no início do século XVI com a doação de uma sesmaria a João Ramalho, para que ele a povoasse. Depois de três séculos, em 1829, o negociante João Pedroso adquiriu lotes e formou na área sítios de recreio, nos quais criava gado e plantava árvores frutíferas. Aos poucos, ele foi ampliando os limites da área, que passou a englobar os baixos do Zimbaúba (atuais Vila Zelina, Vila Bela e Jardim Independência). A fundação de Vila Prudente ocorreu em 4 de outubro de 1890. Foi neste ano que os imigrantes italianos Irmãos Falchi (Emiídio, Panfilio e Bernardino Falchi), com auxílio do financista Serafino Corso, compraram a gleba de terra de Martinha Maria, viúva de Antônio Pedroso e instalaram a primeira indústria da região, a Fábrica de Chocolates Falchi. O nome do bairro (e distrito) vem da admiração que os irmãos Falchi, proprietários na época da fundação, tinham pelo então presidente do estado de São Paulo, Prudente de Morais, que seria, anos depois, o primeiro presidente do Brasil de origem paulista. [Textos e imagens da Wikipedia]

A Avenida Sapopemba , zona Leste da cidade de São Paulo, Brasil, um dos maiores logradouros da Capital, com 38,5km de extensão, com dezenas linhas de ônibus diferentes (entre municipais de São Paulo, municipais de Mauá e Ribeirão Pires). A avenida é atendida por quatro estações da Linha 15 - Prata do Metrô de São Paulo: Estação Jardim Planalto, Estação Sapopemba, Estação Fazenda da Juta e Estação São Mateus. Inicia no acesso à avenida Salim Farah Maluf, no distrito da Água Rasa e termina no Largo de Santa Luzia, próximo ao centro do município de Ribeirão Pires, à leste da Grande São Paulo. A partir da limítrofe entre Mauá e o município de São Paulo, esta via passa ser denominada como "SPA-052/031 Ramal Sapopemba", trecho sob jurisdição do DER (Departamento de Estradas de Rodagem). Sua origem remonta ao início do século XIX, quando era chamada de Estrada de Sapopemba, e ligava a zona rural ao centro da cidade de São Paulo. Em 3 de junho de 1954 o prefeito Jânio Quadros sancionou a Lei 4.484 que alterava o nome de "estrada" para "Avenida Sapopemba", após algumas tentativas fracassadas de alterar o nome anos antes.[Textos e imagens da Wikipedia]


HORTO FLORESTAL  E PARQUE DA CANTAREIRA



Horto Florestal de São Paulo.O Parque Estadual Alberto Löfgren, conhecido como Horto Florestal, é um importante parque de lazer e cultura localizado na zona norte da cidade de São Paulo a cerca de 15 quilômetros do centro do município, próximo também ao Parque Estadual da Cantareira. Foi criado pelo Decreto 335 de 10 de fevereiro de 1896 por iniciativa do botânico sueco da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, Albert Löfgren. Por este motivo o Parque Estadual da Cidade passou posteriormente a ter seu nome. O Parque possui diversos tipos de eventos como, playground infantil, equipamentos de ginástica, pista de cooper, lagos e variadas paisagens para contemplação dos visitantes. Além disso, ele também abriga o Palácio de Verão do Governo do Estado, as sedes da Polícia Militar e Polícia Florestal do Estado e o Museu Octávio Vecchi, também chamado de Museu da Madeira Florestal, inaugurado em 1931. Ocupa uma área de 187 hectares[6], sendo 35 de uso público, no pé da Serra da Cantareira. Fica ao lado do Parque Estadual da Cantareira, no distrito do Mandaqui. Seu acesso pode ser feito a partir do distrito vizinho do Tremembé (ao fim da Rua do Horto). Seu perímetro é de 47 875 metros. Flora e fauna. Seus ecossistemas são o horto botânico e o arboreto. Além disso, conta com uma flora rica devido as áreas de proteção criadas pelo Poder Público, as chamadas Unidades de Conservação, nas quais destacam-se árvores das espécies pau-brasil, pau-ferro, carvalho-nacional e jatobá. No local são encontrados animais como o macaco-prego, tucano, gambá, socó, garça, tico-tico, serelepe e martim pescador e diversos outros animais que estão ameaçados de extinção. O Horto Florestal também se destaca por abrigar uma notável população de capivaras. É importante lembrar que não se pode oferecer alimentos a qualquer animal silvestre presente na região, vide o regulamento do parque. Recordes climáticos. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período entre 1961 e 1990, a menor temperatura registrada no Horto Florestal de São Paulo foi de −1,8 ºC em junho de 1979 e a maior atingiu 35,8 ºC em fevereiro de 1971. O maior acumulado de chuva observado em 24 horas foi de 109,2 milímetros em outubro de 1978. Anteriormente a 1961, foi registrada a menor temperatura de toda a série, com -3,9ºC no dia 2 de agosto de 1955.


Inaugurado em 1962 e localizado ao lado do Horto Florestal (link), o Parque da Cantareira possui uma das maiores áreas de mata tropical nativa do mundo situada em uma região metropolitana. Seus 7.900 hectares são formados por remanescentes de Mata Atlântica. O parque assegura a proteção de seus mananciais e abriga espécies animais ameaçadas de extinção, como o bugio, o gato-do-mato, a jaguatirica, o macuco, o gavião-pomba, o jacuguaçu e o bacurau-tesoura-grande. Possui espécies vegetais, incluindo algumas ameaçadas de extinção, como a imbuia, a canela-preta e a canela-sassafrás.

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AEROPORTOS PAULISTAS


Aeroporto Internacional de Guarulhos.  As obras para construção da primeira etapa do aeroporto, que consistia na pista com 3 000 metros de comprimento e um terminal capaz de atender 7,5 milhões de passageiros por ano, foram iniciadas em 11 de agosto de 1980, quando foi dada a ordem de serviço. O consórcio ganhador da licitação oferecida pela COPASP foi formado pelas empresas Camargo Corrêa e Constran. O prazo de dois anos e meio foi dado para conclusão das obras de terraplenagem, drenagem e pavimentação de pistas, pátios, vias de acesso e de serviço, mobilizando uma verba de Cr$ 4 602 233 537, cerca de 82,5 milhões de dólares. Uma série de atrasos na obra contribuiu para que a primeira fase demorasse o dobro de tempo previsto para ser concluída. Em agosto de 1984, a Infraero abriu centenas vagas de empregos no aeroporto. No 20 de janeiro de 1985, um Boeing 747-200 da Varig, procedente de Nova Iorque, pousou em Guarulhos, inaugurando oficialmente as operações do aeroporto e do primeiro terminal de passageiros.[Textos e imagens da Wikipedia]

Congonhas em 1968. 




Aeroporto de Congonhas. Em 1942, tem inicio estudos de melhorias do Aeroporto de São Paulo feitos a pedido da Diretoria da Viação. Em 1947, começam as obras da primeira grande reforma do aeroporto de São Paulo. Em 1949, as obras de prolongamento da pista principal para 1 865 metros foi concluída. Em 1951, as obras da torre de controle são terminadas. Em 1954, é inaugurado o pavilhão das autoridades e em 1955, o novo terminal de passageiros começou a funcionar.Em 1957, o Aeroporto de Congonhas passa a ser o terceiro do mundo em movimento de carga aérea, depois de Londres e Paris. Em 1959, a ala internacional é inaugurada e a ponte aérea Rio-São Paulo, acordo firmado entre as companhias Varig, Vasp e Cruzeiro do Sul que operavam os Convair 240, Scandia e Convair 340, respectivamente, na ligação aérea entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, começa a funcionar.
[Textos e imagens da Wikipedia]



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2024: CONGONHAS FAZ 88 ANOS


Congonhas conta suas Histórias - Fundo Diários Associados 01.07.1966

Aeroporto de Congonhas (CGH, ou SBSP para os especialistas) , localizado nas coordenadas 23° 37' 34" S e 46° 39' 23" está no coração da zona sul de São Paulo, sendo o 2º aero mais movimentado do Brasil. Há quem diga que é um aero bem “executivo”, em função do grande número de passageiros que viajam a negócios entre São Paulo e outros grandes centros, como Rio de Janeiro e Brasília. Vários aviões e companhias marcaram a história de Congonhas. CGH foi hub (ponto estratégico) da Varig, Vasp, TransBrasil dentre diversas empresas aéreas. Aeronaves famosas brilhavam os olhos de quem acompanhava os serviços em Congonhas. Lembramos as operações do SAAB Scandia, Electra, DAC, Fokker, Embraer, A300, B727, e até dos primeiros Airbus 330 da antiga Tam que pousaram e, principalmente, decolaram em 1998 utilizando os 1.940m de pista. Arquivo Público do Estado



 Vista parcial do Aeroporto de Congonhas - Fundo Diários Associados 29.01.1976


Congonhas à noite tem luz do dia - Fundo Diários Associados 25.06.1969
 
Uso da ala internacional - Fundo Diários Associados 27.07.1977

Fotos da zona de aeroporto: a extensão gigantesca da zona sul - Fundo Diários Associados 23.06.1975


Aeroporto: divertimento popular - Fundo Diários Associados 11.08.1969


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A Ponte Aérea Rio-São Paulo, foi originalmente um acordo firmado em 5 de julho de 1959, pelas empresas Varig, Cruzeiro do Sul e VASP que ofereciam várias frequências diárias entre os aeroportos Santos Dumont no Rio de Janeiro e Congonhas em São Paulo. Originalmente, esses voos não eram regulares e muitas vezes saíam quase juntos, com um ou outro lotado ou vazio. A partir deste questão, as principais empresas aéreas do país na época, Varig, Vasp e Cruzeiro, assinaram um acordo e começaram a voar entre Rio e São Paulo com voos escalonados alternadamente a cada 60 minutos, com livre circulação dos passageiros entre as companhias. Com um bilhete embarcava-se na primeira aeronave disponível, independendo de qual empresa pertencia. [Textos e imagens da Wikipedia]

Passageiros no Aeroporto  Santos Dumont, no Rio,  aguardando embarque para São Paulo. Anos 1970. Foto: O Globo. 



O Aeroporto Internacional de Viracopos teve sua construção iniciada na década de 1950 pelo governador Adhemar Pereira de Barros e foi inaugurado em 19 de outubro de 1960. Sua longa pista, com 3.240m x 45m, foi construída para receber com segurança os quadrimotores a jato de primeira geração: Comet, Vickers VC-10, Douglas DC-8, Convair 990 e o Boeing 707. Em 19 de outubro de 1960, através da Portaria Ministerial n.º 756, Viracopos foi elevado à categoria de Aeroporto Internacional e homologado para aeronaves a jato puro. Ao longo dos anos, várias reformas foram realizadas no aeroporto para que o pudesse acompanhar a evolução da aviação. A partir de 1978 a Infraero começou a administrar o Terminal de Cargas e, em 1980, recebeu do DAESP a administração geral do Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas. A vocação cargueira de Viracopos foi consolidada na década de 1990, quando o aeroporto despontou para o segmento de Carga Aérea Internacional. Sua infraestrutura foi ampliada, os processos de movimentação de carga e desembaraço aduaneiro foram modernizados, transformando o aeroporto em referência logística no cenário nacional.[Textos e imagens da Wikipedia]


McDonnell Douglas MD-11 da VASP nas proximidades do Aeroporto de Bruxelas em 1996.


A VASP (acrônimo de Viação Aérea São Paulo) foi uma companhia aérea comercial brasileira com sede na cidade de São Paulo, onde chegou a ser uma das maiores e mais importantes do país. A companhia deixou de operar em 2005 e teve sua falência decretada pela Justiça de SP em 2008. Fundada em 4 de novembro de 1933, no dia 12 de novembro de 1933 em uma cerimônia no Campo de Marte, foram inauguradas as duas primeiras linhas, que decolaram os dois primeiros voos comerciais da empresa, foram com bimotores Monospar ST-4 ingleses, de São Paulo a São José do Rio Preto com escala em São Carlos, e São Paulo a Uberaba com escala em Ribeirão Preto. Eles tinham capacidade para três passageiros e tiveram como madrinhas, a Dª Olívia Guedes Penteado que batizou o VASP-1 (denominado Bartholomeu de Gusmão) e a Dª Antonieta Caio Prado que batizou o VASP-2 (denominado Edu Chaves). Seu primeiro Presidente e um dos fundadores foi Heribaldo Siciliano
As condições precárias da infraestrutura aeroportuária dificultavam a operação. Nos primeiros meses de atividades, a VASP teve suas operações suspensas devido a fortes chuvas que inundaram o Campo de Marte, sendo retomadas em 16 de abril de 1934. Tais dificuldades foram decisivas para a empresa participar do desenvolvimento de aeroportos e campos de pouso no interior paulista. A empresa transferiu suas operações para o recém inaugurado Aeroporto de Congonhas, conhecido como "Campo da VASP". Em janeiro de 1935, a sua frágil saúde financeira fez com que a diretoria pedisse oficialmente ajuda ao Governo do Estado. A VASP foi estatizada e recebeu novo aporte de capital para a compra de dois Junkers Ju-52-3M. Em 1936 a VASP estabeleceu a primeira linha comercial entre São Paulo e Rio de Janeiro, e em 1937 recebeu seu terceiro Junkers. Em 1939 a VASP comprou a Aerolloyd Iguassu, pequena empresa de propriedade da Chá Matte Leão, que operava na região sul do país.

Tripulação da VASP nos anos 1960. Acervo do Comandante Célio Soret (primeiro à direita). Jornal Debate. 


Em 1949, o avião da VASP pousou no Aeroporto de Catanduva, inaugurando assim a sua linha de voos diretos para São Paulo, Santos e Rio de Janeiro, feitos no mesmo avião. O possante “Douglas”, em seu voo inaugural, trouxe a esta cidade para presidir o ato de abertura, o governador Adhemar de Barros, vários assessores, imprensa, além de Aderbal Ramos, governador de Santa Catarina, que se encontrava em São Paulo e foi convidado para acompanhar a comitiva. Em aqui chegando todos se dirigiram a Associação Comercial, Industrial e Agrícola, onde foi feita a recepção tendo feito uso da palavra o Dr. Ítalo Záccaro, que saudou o Governador, focalizando a importância do acontecimento que ele viera presidir, depois falou o governador de Santa Catarina que manifestou seu entusiasmo pela capacidade de trabalho do povo Paulista e depois o governador Adhemar de Barros falou da importância que tinha essa região no contexto Estadual, daí a inauguração da nova linha da VASP, pioneira da aviação comercial no país.

Embarque de gado da VASP Cargas. Publicado pelo jornal Debate. 


A VASP funcionou na cidade de Catanduva cerca de três anos, seu escritório era na Rua Pernambuco, 153 e seu agente era o Sr. Moacyr Lichti. Em 1962 foi a vez do Lloyd Aéreo ser comprado, ampliando ainda mais sua participação a nível nacional. No início da década de 1990, a VASP foi privatizada no governo de Orestes Quércia. Em 4 de setembro de 1990, o empresário Wagner Canhedo adquiriu 60% das ações da Vasp, em leilão no qual pagou o lance mínimo, US$ 43,7 milhões (Cr$ 3,3 bilhões, à época). Posteriormente, foram apontadas irregularidades no processo de privatização que levam a abertura de uma CPI pela Câmara dos Deputados. Seu novo presidente, Wagner Canhedo, iniciou uma agressiva expansão internacional: Ásia (Osaka no Japão e Seul na Coréia do Sul), Canadá (Toronto), Caribe (Aruba), Estados Unidos (Nova York, Los Angeles, São Francisco, Miami, e Orlando voos charters), Europa (Madri e Barcelona na Espanha, Frankfurt na Alemanha, Zurique na Suíça, Bruxelas na Bélgica, Atenas na Grécia) e até mesmo o Marrocos (Casablanca), entraram no mapa da empresa. Aumentou a frota, trazendo entre outros três DC-10-30 e depois nove MD-11. Criou o VASP Air System, após adquirir o controle acionário do Lloyd Aéreo Boliviano, Ecuatoriana de Aviación e da argentina Transportes Aéreos Neuquén. A empresa não conseguiu sustentar o crescimento. [Textos e imagens da Wikipedia]
Boeing 737-200 da VASP abandonado no Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas em 2007.



Jingle da VASP composto pelo violonista Theo de Barros, do Quarteto Novo, nos anos 1970.

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Exposição informativa sobre o funcionamento e as primeiras estações do Metrô Linha Azul no início dos anos 1970. 



METRÔ- SISTEMA METROPOLITANO



Estação Ana Rosa. 

No início dos anos 1960, Prestes Maia voltou à prefeitura e Ademar de Barros, ao governo do estado, e criaram, em 13 de fevereiro de 1963, as comissões estadual e municipal para os estudos de criação do Metrô. Ademar destinou então quatro milhões de cruzeiros para o Metrô. 

O Brigadeiro Faria Lima assumiu a prefeitura da cidade em 1965 e tornou o projeto do metrô a meta de sua gestão. Em 31 de agosto de 1966, foi formado o Grupo Executivo do Metropolitano (GEM), que tinha como objetivo organizar nova concorrência internacional para um estudo de viabilidade econômico-financeira. Ao mesmo tempo, a câmara municipal aprovou a lei número 6 988, em 26 de dezembro de 1966, autorizando a criação da Companhia do Metropolitano de São Paulo. No ano seguinte, a concorrência internacional foi vencida pelo consórcio HMD (formado pelas empresas alemãs Hochtief e DeConsult e pela brasileira Montreal, que tinha entre seus acionistas o brigadeiro Eduardo Gomes[38]), que iniciou estudos geológicos e sociais, projetando uma rede básica de setenta quilômetros, dividida em quatro linhas: Norte–Sul (Santana ↔ Jabaquara), Nordeste–Noroeste (Casa Verde ↔ Vila Maria), Sudeste–Sudoeste (Jóquei Club ↔ Via Anchieta) e Paulista (Vila Madalena ↔ Paraíso); e mais dois ramais: Moema (Paraíso ↔ Moema) e Mooca (Pedro II ↔ Vila Bertioga). Essa rede tinha a previsão de estar pronta em 1978. No ano de 1968, enquanto o projeto do metrô avançava, o sistema de bondes de São Paulo, após anos de decadência, foi desativado no dia 27 de março. Em 24 de abril, foi criada pela prefeitura a Companhia do Metropolitano de São Paulo, que iniciaria as obras da linha Norte–Sul (Jabaquara ↔ Santana) em 14 de dezembro do mesmo ano. Porém, por seu alto custo, logo a Companhia do Metrô foi assumida pelo governo estadual em 1979, embora a prefeitura de São Paulo ainda possua ações.

A primeira viagem de trem foi realizada em 1972, entre as estações Jabaquara e Saúde. Em 14 de setembro de 1974, o trecho Jabaquara ↔ Vila Mariana começou a operar comercialmente e, em 1975, o projeto da Linha Norte–Sul foi concluído, ligando o Jabaquara a Santana, hoje denominada Linha 1–Azul. Depois, em 1979, começou a operar o primeiro trecho (Sé ↔ Brás) da Linha Leste–Oeste — hoje denominada Linha 3–Vermelha, concluída em 1988. No ano de 1991, foi concluído o primeiro trecho da Linha 2–Verde: Paraíso ↔ Consolação. Em 1998, após algumas extensões, a linha operava entre Ana Rosa e Vila Madalena, a maior extensão no trecho oeste da linha até o momento. Também naquele ano foi concluída a extensão norte da Linha 1 até o Tucuruvi, o que concluiu a linha, segundo os planos estabelecidos na época. Em 2002, foi inaugurado o trecho inicial da Linha 5–Lilás, predominantemente elevado, operando no trecho Largo Treze ↔ Capão Redondo.

Século XXI


Tatuzão chegando à atual estação AACD-Servidor da Linha 5-Lilás

Na década de 2000, a Linha 2 foi expandida gradualmente para o leste, tendo chegado à Estação Alto do Ipiranga em 2007, à Estação Sacomã em 30 de janeiro de 2010 e à Terminal Intermodal Vila Prudente em 21 de agosto do mesmo ano. Em 21 de setembro de 2010, foi adicionada à linha a Estação Tamanduateí. No dia 25 de maio, a Linha 4–Amarela havia sido inaugurada, embora ainda incompleta, com o início da operação de duas estações: Faria Lima ↔ Paulista. Ao longo do ano seguinte, foram inauguradas as estações Butantã e Pinheiros, além das integrações nas estações República e Luz, ampliando a Linha 4. A inauguração da primeira estação da extensão da Linha 5 na direção nordeste foi prevista para 2012, mas só aconteceria em fevereiro de 2014, com a abertura da Estação Adolfo Pinheiro.

Em abril de 2012, o governo estadual anunciou a contratação de uma consultoria para a implantação de três novas linhas na rede. Os estudos seriam feitos para as linhas 6–Laranja (da Estação São Joaquim à Estação Brasilândia e, em sua segunda fase, da Estação Cidade Líder à Estação São Joaquim e da Estação Bandeirantes à Estação Brasilândia), 18–Bronze (entre a Estação Tamanduateí e a Estação Estrada do Alvarenga, em São Bernardo do Campo) e 20 (ligando a Estação Lapa da CPTM à futura Estação Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo).

Em abril de 2019, a expansão da Linha 5-Lilás rumo à Chácara Klabin foi concluída, ligando-a às linhas 1 e 2 e aumentando sensivelmente seu movimento. Também nesse ano, o projeto da Linha 18-Bronze foi cancelado pelo Governo do Estado, sendo substituído por um futuro corredor expresso de ônibus, modelo BRT. Em 12 de outubro de 2023, um protesto de funcionários da empresa levou a paralisação das Linhas 1-Azul, 3-Vermelha e 15-Prata. A Linha 2-Verde continuou operando com velocidade reduzida e as Linhas 4-Amarela e 5-Lilás continuaram operando normalmente.[Textos e imagens da Wikipedia]



 Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô foi constituída no dia 24 de abril de 1968. É controlada pelo Governo do Estado de São Paulo sob gestão da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM). É responsável pela operação e expansão de rede metroviária e pelo planejamento de transporte metropolitano de passageiros da Região Metropolitana de São Paulo.
A rede metroviária da cidade de São Paulo é composta por 6 linhas, totalizando 104,4 km de extensão e 91 estações, por onde passam mais de 5 milhões de passageiros diariamente. Está integrada à CPTM nas estações Luz, Tamanduateí, Brás, Palmeiras-Barra Funda, Tatuapé, Corinthians-Itaquera, Pinheiros e Santo Amaro e aos outros modais de transporte na cidade de São Paulo. Foto: Primeiro teste do metrô de São Paulo, realizado em 6 de setembro de 1972. Arquivo Público do Estado de São Paulo.


Estação Santa Cruz na região da Vila Mariana nos anos 170.  A rede subterrânea de trens metropolitanos, mais conhecida como "metrô" deu a cidade de São Paulo e novo ritmo demográfico acelerando a mobilidade e a interligação entre regiões e bairros. Essa nova movimentação de milhões de usuários seguia o ritmo do crescimento acelerado da Capital e municípios próximos que inicialmente funcionavam como periferia industrial e mais tarde se integrou definitivamente ao conjunto Grande São Paulo, imensa região metropolitana que logo ultrapassaria a casa do 20 milhões de habitantes. [Textos e imagens da Wikipedia]


Obras da Estação Saúde na avenida Jabaquara (acima )  nos anos 1970 na Avenida Jabaquara, ao centro, o trecho entre as ruas Pereira Stéfano e a avenida Miguel Estéfano.

A Praça da Sé no início da construção da Estação do Metrô 

O Metrô de São Paulo é responsável pela operação das Linhas 1-Azul (Jabaquara – Tucuruvi), 2-Verde (Vila Prudente – Vila Madalena), 3-Vermelha (Corinthians-Itaquera – Palmeiras-Barra Funda) e o Monotrilho da Linha 15-Prata (Vila Prudente – Jardim Colonial), somando 71,5 km de extensão e 63 estações. Pela rede administrada pelo Metrô, chegam a passar 4 milhões de passageiros diariamente. A Linha 4-Amarela é operada pela Via Quatro em regime de PPP desde 2010. Possui 12,8 km de extensão e 11 estações. A Linha 5-Lilás passou a ser operada em regime de concessão pela Via Mobilidade em 04 de agosto de 2018. Possui 20 km e 17 estações. Abaixo, a construção da Estação Sé, que anos mais tarde seria o principal ponto de interligação das demais linhas.

Estação Sé já concluída nos anos 70. Foi a principal da Linha Azul e depois, seguindo a ideia do Marco Zero da cidade, ela foi projetada para centralizar o cruzamento das demais linhas surgidas nas décadas seguintes.









[Textos e imagens da Wikipedia]



Trem da Linha Amarela  e superlotação no Terminal Intermodal Palmeiras-Barra Funda.


Estação Intermodal Corínthians -Itaquera.


Em 2017, a rede metroviária atingiu a marca de 1,3 bilhão de passageiros transportados, sendo que o Metrô de São Paulo foi responsável pelo transporte de 1,1 bilhão desses passageiros, destacando-se mundialmente pelos resultados obtidos na produção e na qualidade do serviço prestado no transporte público de passageiros sobre trilhos.


Trem da Linha Amarela


Monotrilho da Linha 15 do metrô. 
A Linha 15–Prata é uma linha de monotrilho. É a sexta linha do Metrô, com 24,6 quilômetros de extensão e dezessete estações previstos. Quando totalmente pronta, ligará os distritos do Ipiranga e Cidade Tiradentes, através dos bairros de Vila Prudente, Parque São Lucas, Sapopemba, São Mateus e Iguatemi, entre outros. Com custo total de 6,40 bilhões de reais, atenderá uma demanda estimada em 550 mil passageiros por dia e integrará os terminais de ônibus de Vila Prudente, Sapopemba, São Mateus e Cidade Tiradentes. O primeiro trecho, entre as estações Vila Prudente e Oratório, foi inaugurado em 30 de agosto de 2014. O trecho até a Estação Vila União foi inaugurado em 6 de abril de 2018, a Estação Jardim Planalto foi inaugurada em 26 de agosto de 2019, e, em 16 de dezembro de 2019, inaugurou-se o trecho até a Estação São Mateus, que foi aberto, completando a segunda fase da linha, e em 29 de dezembro de 2021 foi inaugurada a estação Jardim Colonial.[Textos e imagens da Wikipedia]



Terminal rodoviário ou antiga Rodoviária do Glicério no início dos anos 1970, que absorvia praticamente todo o fluxo de passageiros vindos do interior paulista e também dos outros estados.  Com a inauguração da primeira linha e  das estações do Metrô,  esse ponto seria mudado para o Terminal Tietê, primeiro modelo modelo intermodal integrado. A Estação Jabaquara teve essa mesma função pioneira recebendo passageiros do litoral centro-sul. Essas instalações do Glicério seria transformada posteriormente num shopping especializado em modas. [Textos e imagens da Wikipedia]



Vista aérea do Terminal Rodoviário Tietê, na zona norte quando o terminal foi inaugurado em maio de 1982. #SPFotos




Acima,  o Terminal rodoviário do Tietê e embaixo o Terminal Jabaquara, ambos integrados com as linhas e estações do Metrô. 



O Terminal Intermodal Palmeiras–Barra Funda, também conhecido como Terminal Barra Funda, ou apenas Estação Barra Funda, é o segundo intercambiador de transportes mais importante de São Paulo. Inaugurado em 17 de dezembro de 1988, fica localizado na Barra Funda e reúne num mesmo complexo terminal linhas de ônibus municipais, intermunicipais, interestaduais, internacionais e metropolitanos, trens e metrô.[Textos e imagens da Wikipedia]


PARQUE DO ESTADO OU DA ÁGUA FUNDA




O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga ou PEFI, também conhecido como Parque do Estado ou Parque da Água Funda, é um parque público estadual localizado no município de São Paulo. O parque hospeda diversas instituições, entre elas o Jardim Botânico de São Paulo, o Parque Zoológico de São Paulo, o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo e o Observatório de São Paulo. É uma das pouquíssimas áreas do município em que ainda se encontra vegetação de Mata Atlântica. Estende-se por 526 hectares. A atual denominação do parque data do final da década de 1960. Nos idos de 1893 a região era privada, pertencia a diversos proprietários e era 22% maior do que é hoje, mas por estar situada na Bacia do Ribeirão Ipiranga foi desapropriada pelo governo da época e a partir de então utilizada como fonte de recursos hídricos até a década de 1930, quando deixou de ser explorada para essa finalidade em decorrência da reformulação dos sistemas de abastecimento de água do município.
 A região possui importância histórica considerável, pois que abriga as nascentes do riacho Ipiranga, às margens do qual a Independência do Brasil foi declarada. Preservação. Um grupo de trabalho foi criado em 1993 para elaborar um diagnóstico do estado de preservação daquela área. A partir dessas informações, políticas de preservação ambiental seriam implantadas. O Conselho de Defesa foi criado pelo decreto nº 43 342, de 22 de julho de 1998, para elaborar políticas para a preservação. Alguns locais são abertos à visitação pública:Jardim Botânico (aberto ao público);Instituto de Botânica de São Paulo (aberto ao público);Instituto Geológico (aberto ao público);Fundação Zoológico (aberto ao público);Parque de Ciência e Tecnologia da USP (aberto ao público);Observatório de São Paulo (aberto ao público);Secretaria do Estado de Agricultura e Abastecimento; Centro de esportes, cultura e lazer (aberto ao público);Centro de logística de exportação; Centro de exposições Imigrantes; CAISM "Dr. David Capistrano da Costa Filho" da Água Funda.

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Represa Bililings, na zonal Sul, Por volta de 1910, o engenheiro Walter Charnley escolheu na Serra do Mar as escarpas de 640 m do Itapanhaú, que deságua em Bertioga, como local de um grande projeto de geração de energia. Em 1923, o engenheiro americano Asa White Kenney Billings preferiu que fosse represado o Rio Grande ou Jurubatuba e desviasse as águas através de um canal chamado Summit Control para o Córrego das Pedras, com curso serra abaixo. A represa foi idealizada em 27 de março de 1925 pelo engenheiro Billings, empregado da extinta concessionária de energia elétrica Light, daí o nome. Inicialmente, a represa tinha o objetivo de armazenar água para gerar energia elétrica para a usina hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão. Em 1925, a Light iniciou a construção do dique do Rio das Pedras. A represa foi inundada em 1927 e a Light iniciou a construção do dique do Rio Grande, em 1937. Na década de 1940 foram construídas estações elevatórias de Pedreira e Traição para aumentar a vazão de água, trazendo problemas ambientais.[Textos e imagens da Wikipedia] Foto: Folha de São Paulo. 


Represa Guarapiranga. Inicialmente conhecida por Represa de Santo Amaro, Guarapiranga teve sua construção iniciada em 1906 pela São Paulo Tramway, Light and Power Company, na época responsável pelo fornecimento de energia elétrica na cidade, sendo concluída em 1908. Em 1928, com o crescimento da região metropolitana de São Paulo, Guarapiranga passou a servir como reservatório para o abastecimento de água potável. Nesse mesmo ano, a represa foi o local de chegada dos aviadores italianos que fizeram uma das primeiras travessias aéreas do Atlântico Sulː Francesco de Pinedo, Carlo del Prete e Vitale Zacchetti. Em 1912 o São Paulo Yacht Club foi fundada próximo a barragem, este sendo o primeiro clube de Iatismo na represa. A partir dos anos 1920 e 1930, um crescente interesse pela ocupação das margens da represa fez surgir loteamentos pioneiros que procuravam oferecer, ao cidadão paulistano, uma opção de lazer náutico. Sendo provenientes daí, o surgimento de bairros com nomes como Interlagos, Veleiros, Riviera Paulista e Rio Bonito. Foi o local de disputa do torneio de vela dos Jogos Pan-Americanos de 1963. Entre as décadas de 1980 e 1990, a ausência de políticas claras de uso e ocupação do solo por parte do Governo do Estado com parceria da Prefeitura de São Paulo e dos municípios vizinhos contribuiu para a criação de loteamentos populares clandestinos ao redor da represa, que cresceram desordenadamente e que jogam, na represa, esgoto não tratado.[Textos e imagens da Wikipedia]

Guarapiranga em 1967. 



Guarapiranga em 1952. 

Ciclistas na represa Guarapiranga em 1958. Instituto Moreira Salles. 


Finais de semana em Guarapiranga com competições náuticas nos anos 1960. Fotos:  Fábio De Cillo Pagotto.





Textos, Imagens e Referências Bibliográficas: Wikipedia. 
 
PORTA, Paula (org); História da cidade de São Paulo - 3 volumes; São Paulo: Editora Paz e Terra, 2004 ISBN 85-219-0756-7
TOLEDO, Benedito Lima de; São Paulo: três cidades em um século; São Paulo: Editora Cosac e Naify, 2004; ISBN 85-7503-356-5
TOLEDO, Roberto Pompeu de; A capital da solidão; São Paulo: Editora Objetiva, 2004; ISBN 85-7302-568-9
TAUNAY, Afonso d'Escragnolle. História da Cidade de São Paulo


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SEGUNDA PARTE





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Mapa da província de São Paulo (1886).

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CAPITANIA, PROVÍNCIA E ESTADO



A história de São Paulo inicia-se no século XVI com a chegada de navegadores portugueses e espanhóis devido ao descobrimento do Brasil. No entanto, apenas em 1532 o português Martim Afonso de Sousa fundaria a primeira povoação de origem europeia no Brasil e uma das primeiras da América — a vila de São Vicente, na atual Baixada Santista, realizando também as primeiras eleições em continente americano. No século XVII, os bandeirantes paulistas intensificaram a exploração do interior da colônia, o que acabou por expandir os domínios territoriais dos portugueses na América do Sul. Após a instituição da Capitania de São Paulo, no século XVIII, a região começa a ganhar peso político. São Paulo, no entanto, só conseguiu crescimento econômico e populacional após a independência, durante o Império, com a cultura do café na segunda metade do século XIX. A mão-de-obra escrava foi substituída por imigrantes europeus, principalmente italianos, atraídos pela oferta de terras do governo imperial para que se estabelecessem como proprietários agrícolas. A expansão da cultura cafeeira impulsionou o crescimento econômico de São Paulo e a construção de ferrovias. Estas eram utilizadas para levar a produção até o Porto de Santos, de onde seria exportada para a Europa e Estados Unidos. Durante o século XX, o estado continuou a ter grande desenvolvimento econômico, especialmente no setor industrial. Aumentou consideravelmente sua população e conquistou a posição de principal força produtiva do país. Sob o regime de Vargas, o estado é um dos primeiros a iniciar um processo de industrialização e sua população se torna uma das mais urbanas da federação. A população paulista é uma das mais diversificadas do país e descende principalmente de italianos, que começaram a emigrar para o país no fim do século XIX, de portugueses, que colonizaram o Brasil e instalaram os primeiros assentamentos europeus na região, de povos ameríndios nativos, de povos africanos e de migrantes de outras regiões do país. Outras grandes correntes imigratórias, como de árabes, alemães, espanhóis, japoneses e chineses, também tiveram presença significativa na composição étnica da população local.



"Fundação de São Vicente", por Benedito Calixto

O nome São Vicente foi dado por Américo Vespúcio, em 22 de janeiro de 1502, em viagem que objetivava mapear o litoral do Brasil. Quando passou pela região, encontrou duas ilhas, onde hoje estão as cidades de Santos e São Vicente na Ilha de São Vicente e a cidade de Guarujá na ilha de Santo Amaro e o estuário, que achou ser um rio. Era dia de São Vicente, assim tendo sido batizada a localidade.

As primeiras povoações de São Vicente também não foram oficiais. Ali foi abandonado o Bacharel de Cananeia. Segundo muitos historiadores, teria sido ele o português Cosme Fernandes Pessoa, verdadeiro fundador de São Vicente, a partir de onde de fato governava e controlava o comércio da região. Segundo documento encontrado pelo português Jaime Cortesão, o Bacharel já moraria no Brasil antes até da chegada de Cabral: O degredado é citado num documento datado de 24 de Abril de 1499, descoberto por Cortesão, que se reporta a uma viagem não-oficial de Bartolomeu Dias ao Brasil. Outro documento, de 1526, descreve o povoado de São Vicente, informando que teria uma dúzia de casas, sendo apenas uma de pedra, com uma torre para defesa.

Guerra de Iguape

O Bacharel de Cananeia foi acusado junto ao Rei de Portugal, por dois amigos que em troca receberam doações em terras, de manter relações com espanhóis que viviam mais ao sul, com perigo para o domínio português na região. Martim Afonso de Sousa partiu para o Brasil com diversos objetivos. O primeiro deles era o de estabelecer oficialmente a colonização do Brasil, confirmando o poder da coroa. Como consequência, subtraiu o poder das mãos de Cosme Fernandes Pessoa.[Textos e imagens da Wikipedia]


Martim Afonso de Sousa, fidalgo e explorador português em tela de Benedito Calixto. 


O nome de São Vicente se estendeu à capitania hereditária doada ao mesmo Martim Afonso de Sousa pelo Rei de Portugal em 1534. Assim, o primeiro nome do atual estado de São Paulo foi capitania de São Vicente.


"Biquinha de Anchieta", na cidade de São Vicente, cenário das aulas de catecismo do padre jesuíta José de Anchieta



SÃO PAULO VISTO DO ESPAÇO Foto tirada por um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) mostra a região do Estado de São Paulo e três grandes rios: Paraná, Tietê e Paranapanema.



A Grande São Paulo, a Serra do Mar e a Baixada Santista vista do espaço pela lente do fotógrafo astronauta  alemão Alexander Gerst. Praia Grande, na posição centro-esquerda, com quase 30 quilômetros de orla. se destaca entre as demais localidades.


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1932- V CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DE SÃO VICENTE




Viagem de três aviões Savoia Marchetti S - 55A do Rio de Janeiro a São Vicente (SP) para as comemorações do IV Centenário da cidade. Fotografias de Jorge Kfuri.  Registro feito pela Esquadrilha aérea fundeada em São Vicente no dia da inauguração da Exposição do 4° Centenário. 22 de janeiro de 1932. Arquivo da Marinha DPHDM - Escola Naval da Marinha (1916-1941).









Expansão para o Planalto Paulista

A despeito das inumeráveis dificuldades para transpor a serra do Mar, os campos do planalto logo atraíram os povoadores, o que tornou São Paulo uma exceção no tipo de colonização dos portugueses dos primeiros tempos, que se fixavam sobretudo no litoral. Assim, em 1553, povoadores portugueses fundaram a Vila de Santo André da Borda do Campo. No ano seguinte, os padres da Companhia de Jesus fundaram, em uma colina de Piratininga, um colégio para os índios, berço da Vila de São Paulo. Em 1560, a Vila de Santo André foi extinta e seus moradores foram transferidos para São Paulo de Piratininga.

A faixa litorânea, estreita pela presença da Serra do Mar, não apresentava as condições necessárias para o desenvolvimento da grande lavoura. Por sua vez, o planalto deparava com o sério obstáculo do Caminho do Mar, que, ao invés de ligar, isolava a região de Piratininga, negando-lhe o acesso ao oceano e, portanto, a facilidade para o transporte. Em consequência, a capitania ficou relegada a um plano econômico inferior, impedida de cultivar com êxito o principal produto agrícola do Brasil colonial, a cana-de-açúcar, e de concorrer com a principal zona açucareira da época, representada por Pernambuco e Bahia.

Estabeleceu-se, em Piratininga, uma policultura de subsistência, baseada no trabalho forçado do índio. Os inventários dos primeiros paulistas acusavam pequena quantidade de importações e completa ausência de luxo. O isolamento criou no planalto uma sociedade peculiar. Chegar a São Paulo requeria fibra especial na luta contra as dificuldades do acesso à serra, os ataques dos índios, a fome, as doenças, o que levaria a imigração europeia a um rigoroso processo seletivo. Tais condições de vida determinariam a formação de uma sociedade em moldes mais democráticos que os daquela que se estabelecera mais ao norte da colônia.

Concorreu em boa parte para tanto a proliferação de mamelucos oriundos do inevitável e intenso cruzamento com as índias da terra, pertencentes às tribos tupis que dominavam o litoral brasileiro. Em São Paulo, especialmente, o hibridismo luso-tupi na sua feição étnico-cultural não se atenuaria tão rapidamente como ocorreu em outras regiões em que o fluxo de negros e o contato mais fácil com a metrópole veio diluí-lo. Mais do que em qualquer outro lugar, o português saberia, à sombra de uma excepcional capacidade de adaptação, integrar certos traços culturais dos tupis que lhe permitiriam sobreviver — e mais, tirar proveito do sertão hostil.

As bandeiras

Estátua de Antônio Raposo Tavares, um dos mais famosos bandeirantes, no Museu Paulista em São Paulo.


Dificuldades econômicas, tino sertanista, localização geográfica (São Paulo era um importante centro de circulação fluvial e terrestre), espírito de aventura, seriam poderosos impulsos na arrancada para o sertão. Desde os primeiros tempos da colonização eram constantes as arremetidas, num bandeirismo defensivo que visava a garantir a expansão paulista do século XVII. Este seria o grande século das bandeiras, aquele em que se iniciaria o bandeirismo ofensivo propriamente dito, cujo propósito era em grande parte o lucro imediato proporcionado pela caça ao índio. Da vila de São Paulo partiram as bandeiras de apresamento chefiadas por Antônio Raposo Tavares, Manuel Preto, André Fernandes, entre outros.

Do bandeirismo de apresamento passou-se ao bandeirismo minerador, quando a atividade de Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Silva, Pascoal Moreira Cabral e outros foi recompensada com o encontro dos veios auríferos em Minas Gerais e Mato Grosso. Dura provação foi o efeito do descobrimento do ouro sobre São Paulo e outras vilas do planalto: todos buscavam o enriquecimento imediato representado pelo metal precioso. Como disse José Joaquim Machado de Oliveira, "não havia paulista que, mais ou menos, deixasse de afagar o pensamento de descobrir minas".

A capitania, que então abrangia toda a região das descobertas auríferas, foi transferida para a coroa e ali instalou-se governo próprio em 1709, separado do governo do Rio de Janeiro e com sede na vila de São Paulo, elevada a cidade em 1711.

O ciclo do ouro e decadência da capitania

No final do século XVII, bandeirantes paulistas descobrem ouro na região do Rio das Mortes, nas proximidades da atual São João del-Rei. A descoberta das imensas jazidas de ouro provoca uma corrida em direção às Minas Gerais, como eram chamadas na época os inúmeros depósitos de ouro por exploradores advindos tanto de São Paulo quanto de outras partes da colônia.

O êxodo em direção às Minas Gerais provocou a decadência econômica na capitania, e ao longo do século XVIII esta foi perdendo território e dinamismo econômico até ser simplesmente anexada em 1748 à capitania do Rio de Janeiro. Assim, pouco antes de ser anexada ao Rio de Janeiro, São Paulo perdeu território para a criação da Capitania de Goiás e a Capitania do Mato Grosso. Estas duas capitanias correspondem hoje aos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Tocantins, Distrito Federal e o Triângulo Mineiro.


Capitania de São Paulo "O presente mapa, delineado por Francisco Tosi Colombina, “mostra a primeira parte do ‘Caminho de Goyazes’, que se iniciava na Vila de Santos, no paralelo 24 e, neste mapa, seguia até o paralelo 17. Abrangia a região desde a serra do mar até o rio do Peixe, com destaque para a cidade de São Paulo, vilas, fortalezas, arraiais, rios e trilhas. A rede hidrográfica foi desenhada ao longo do caminho, e o relevo foi representado de forma simbólica. No carimbo, no canto superior direito, constava a explicação dos desenhos utilizados para assinalar cidade, vila, fortaleza, arraial e sítio”. Fonte – Biblioteca Nacional- Data – Século XVIII


A restauração da capitania e a província de São Paulo

Em 1765, pelos esforços do Morgado de Mateus é reinstituída a Capitania de São Paulo e este promove uma política de incentivo à produção de açúcar para garantir o sustento da capitania. A capitania é restaurada entretanto com cerca de um terço de seu território original, compreendendo apenas os atuais estados de São Paulo e Paraná e parte de Santa Catarina.

O Morgado de Mateus criou a Vila de Lages e Campo Mourão para a defesa da capitania. Foram criadas várias outras vilas, fato que não ocorria desde o início do século XVIII em São Paulo.

Assim, são fundados no leste paulista, região propícia para tal cultivo, as vilas de Campinas e Piracicaba, onde logo a cana-de-açúcar desenvolve-se. O açúcar é exportado pelo porto de Santos e atinge seu auge no início do século XIX.

A capitania de São Paulo ganha peso político, durante a época da Independência do Brasil, pela figura de José Bonifácio, natural de Santos, e em 7 de setembro de 1822 a Independência é proclamada às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, por Dom Pedro I. Em 1821 a capitania transforma-se em província.

Em 1820, D. João VI anexou Lages a Santa Catarina, perdendo São Paulo mais um pouco de seu território.

Em 1853 é criada a província do Paraná, e São Paulo perde, pela última vez território, ficando a partir daquela data com seu território atual.

As divisas atuais do estado de São Paulo só foram fixadas em definitivo, na década de 1930.


O ciclo do café

Já em 1817 é fundada a primeira fazenda de café de São Paulo, no vale do rio Paraíba do Sul,[14] e, após a Independência do Brasil, o cultivo de café ganha força nas terras da região do Vale do Paraíba, enriquecendo rapidamente cidades como Guaratinguetá, Bananal, Lorena e Pindamonhangaba.


Bolsa do Café em Santos

Nas fazendas cafeeiras do Vale do Paraíba, era utilizada em grande escala a mão-de-obra escrava, e os grãos eram escoados via Rio de Janeiro. Assim sendo, o Vale enriquece-se rapidamente, gerando uma oligarquia rural, porém o restante da província continua dependente da cana-de-açúcar e do comércio que vai se estabelecendo na cidade de São Paulo, impulsionado pela fundação de uma faculdade de Direito em 1827. São Paulo começa a se desenvolver também como cidade, abrindo seus primeiros estabelecimentos receptivos aos viajantes, estudantes e comerciantes que desejavam conhecer o lugar ou para estabelecer empreendimentos. Pensões, hotéis e pousos passavam a ser regulamentados e cresciam em número, proporcionando opções de hospedagem, conforto e lazer.

Entretanto, a exaustão dos solos do Vale do Paraíba e as crescentes dificuldades impostas ao regime escravocrata levam a uma decadência no cultivo do café a partir de 1860 naquela região. O Vale vai se esvaziando economicamente enquanto o cultivo do café migra em direção ao Oeste Paulista, adentrando primeiramente na região de Campinas e Itu, substituindo o cultivo da cana-de-açúcar realizado até então.

A migração do café rumo ao oeste provoca grandes mudanças econômicas e sociais na Província. A proibição do Tráfico negreiro em 1850 leva a necessidade de busca de nova forma de mão-de-obra para os novos cultivos. A imigração de europeus passa a ser incentivada pelo governo Imperial e provincial. O escoamento dos grãos passa a ser feito via porto de Santos, o que leva a fundação da primeira ferrovia paulista, a São Paulo Railway, inaugurada em 1867, construída por capitais ingleses e do Visconde de Mauá, ligando Santos a Jundiaí, passando por São Paulo, que começa a se transformar em importante entreposto comercial entre o litoral e o interior cafeeiro.


Café sendo embarcado no porto de Santos em 1880, por Marc Ferrez.


O café vai adentrando paulatinamente o oeste paulista, passando por Campinas, Rio Claro e Porto Ferreira; em 1870, a penetração da cultura encontra seus campos mais férteis de cultivo: as terras roxas do nordeste paulista, próximas a Ribeirão Preto, São Carlos e Jaú onde surgiram as maiores e mais produtivas fazendas de café do mundo.

Atrás de novas terras para o café, exploradores adentram o até então desconhecido quadrilátero compreendido entre a Serra de Botucatu e os rios Paraná, Tietê e Paranapanema, onde fundaram cidades como Bauru, Marília, Garça, Araçatuba e Presidente Prudente no final do século XIX e início do século XX.


República Velha e a política do café com leite

Ao se instalar a república, afirmava-se claramente o predomínio econômico do novo estado. Se o Brasil era o café, o café era São Paulo. Essa realidade repercutiu na esfera nacional, daí a homogeneidade de 1894 a 1902, em três quadriênios consecutivos, com os presidentes Prudente de Morais, Campos Sales e Rodrigues Alves.

No início do Século XX, com o avanço das ferrovias rumo ao Rio Paraná são criados dezenas de municípios ao longo das ferrovias Estrada de Ferro Sorocabana, NOB e Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Pela primeira vez é ocupado o Oeste paulista. Por ter sido povoado ao longo das ferrovias, o oeste paulista se dividia em regiões chamadas "Zona da Paulista", "Zona da Sorocabana", "Zona da Noroeste" e "Zona da Araraquarense". As ferrovias foram construídas nas regiões mais altas mais próprias para o café, os chamados espigões, menos sujeitos à geada.



Estação da Luz, um dos símbolos do poder paulista no auge da República do café com leite.



Não foram, entretanto, tranquilos os primeiros momentos republicanos em São Paulo. Eles refletiam as agitações e desacertos que ocorriam no âmbito federal. Como nos demais estados, estabeleceu-se uma junta governativa provisória. Em seguida foi nomeado governador Prudente de Morais, que logo renunciou. O governo do estado passou então para Jorge Tibiriçá, indicado por Deodoro.

Após 1904, os mandatos dos presidentes do estado de São Paulo se estabilizaram, de 4 em 4 anos. Jorge Tibiriçá Piratininga reformou as polícias de São Paulo. Em 1910, em uma campanha malograda, os paulistas apoiaram a candidatura de Rui Barbosa à presidência da república, tendo o presidente de São Paulo Albuquerque Lins como seu vice. Derrotado Rui Barbosa e assumindo a presidência Hermes da Fonseca, São Paulo correu o risco de intervenção federal na Política das Salvações, porém, com a eleição do Conselheiro Rodrigues Alves, presidente de São Paulo de 1912 a 1916, graças a seu prestígio em todo o Brasil, São Paulo escapou da intervenção federal.

O presidente de São Paulo de 1916 a 1920, Dr. Altino Arantes Marques enfrentou os "5 Gs": a Primeira Guerra mundial, a grande Geada de 1918, as Greves (paredes) de 1917, a Gripe espanhola e a invasão de Gafanhotos no interior de São Paulo.

O Dr. Washington Luís, que governou São Paulo de 1920 a 1924, revolucionou São Paulo com seu lema "Governar é abrir estradas", sendo que, atualmente, 19 das 20 melhores rodovias brasileiras são paulistas.


Revolta paulista de 1924

Em 1924, durante a presidência estadual de Carlos de Campos, ocorre em São Paulo, tanto na capital quanto no interior, a Revolução de 1924, que obriga Carlos de Campos a se retirar da capital. Acontecem destruições e depredações e bombardeiro. A capital paulista foi palco do maior conflito urbano da história do Brasil, em cenas que lembravam a Primeira Guerra Mundial, com explosões de bombas, moradias e prédios destruídos, bombardeios por aviões, soldados com metralhadoras, população fugindo pelas ruas, tanques de guerra cruzando a cidade e trincheiras abertas nas ruas. Os rebeldes são derrotados e rumam para o sul do Brasil.

O Dr. Washigton Luís chegou à presidência da república em 1926, sendo porém deposto em 24 de outubro de 1930.

Revolução de 1930 e a Revolução de 1932

Em 1 de março de 1930, o presidente de São Paulo, o paulista Júlio Prestes, foi eleito presidente da república, obtendo 91% dos votos válidos em São Paulo, mas não tomou posse, impedido pela Revolução de 1930, a qual também derrubou da presidência da república Washington Luís que fora presidente de São Paulo entre 1920 e 1924.São Paulo então passou a ser governado pelos vencedores da Revolução de 1930 e logo em seguida se revoltou contra essa situação protagonizando a Revolução de 1932. Júlio Prestes e Washington Luís foram exilados. Os jornais apoiadores do PRP foram destruídos.[


Cartaz MMDC convocando o povo paulista às armas.

A década de 1930 em São Paulo caracterizou-se, do ponto de vista econômico, pelos esforços de ajustamento às novas condições criadas pela crise mundial de 1929 e pela derrocada do café. Do ponto de vista político, o período foi marcado pela luta em prol da recuperação da hegemonia paulista na federação, atingida pela Aliança Liberal e afinal aniquilada pela revolução de 1930.Esta submeteu o estado à ação dos interventores federais, que, de início, nem paulistas eram.

Em 9 de julho de 1932, irrompeu a revolução constitucionalista de São Paulo. Governava o estado, como interventor federal, o paulista Pedro de Toledo, logo proclamado governador. Formaram-se batalhões de voluntários, e aderiram ao movimento algumas unidades do Exército, um forte contingente de Mato Grosso e a quase totalidade da força pública estadual. Foram mobilizados inicialmente cinquenta mil homens, cujo comando coube ao general Bertolo Klingler, e depois ao coronel Euclides de Oliveira Figueiredo.

A indústria participou da revolução com entusiasmo. Sob a direção de Roberto Cochrane Simonsen, todo o parque industrial paulista foi colocado a serviço da rebelião, dedicado à produção bélica. Organizou-se também o abastecimento interno. A luta durou, porém, apenas três meses e terminou com a derrota dos paulistas e a perda de centenas de vidas.

Alguns meses após a capitulação, o governo federal, a fim de pacificar o país, decidiu convocar eleições para a Assembleia Constituinte, respondendo ao objetivo principal dos revolucionários paulistas: a restauração da ordem constitucional. Enquanto isso, São Paulo foi ocupado militarmente de outubro de 1932 a agosto de 1933. Foram exilados o ex-governador Pedro de Toledo, seu secretariado e outros políticos que tomaram parte ativa na revolução.

Mapa paulista comemorativo do Movimento Constitucionalista de 1932.


Industrialização e metropolização

São Paulo, durante muito tempo a cidade foi o principal polo industrial do estado.
Após a Primeira Guerra Mundial, o cultivo do café começa a enfrentar crises de excesso de oferta e concorrência de outros países. O cultivo começa a ser controlado pelo governo, a fim de evitar crises e fazendas fecham, levando imigrantes em direção a São Paulo, onde se tornam operários.

No período do Estado Novo (Brasil) com Ademar de Barros como governador do estado e Prestes Maia prefeito da cidade de São Paulo, o estado entra em uma nova fase de desenvolvimento com a construção de grandes rodovias e usinas hidrelétricas.

A Segunda Guerra Mundial interrompe as importações de produtos e a indústria paulista inicia um processo de substituição de importações, passando a produzir no estado os produtos até então importados. O processo intensifica-se no governo de Juscelino Kubitschek, que lança as bases da indústria automotiva no ABC paulista.

Em 1960, a cidade de São Paulo torna-se a maior cidade brasileira e principal polo econômico do país, superando o Rio de Janeiro. Este título de maior cidade brasileira deve-se a um número maior de migrantes que escolhiam ir para São Paulo. Neste período a política paulista era dominada pela rivalidade entre o "janismo" e o "ademarismo", sendo os dois maiores líderes políticos de São Paulo, Ademar de Barros e Jânio Quadros.

Industrialização do interior

Rodovia dos Bandeirantes, um dos principais vetores de desenvolvimento do interior do estado.
Nas décadas de 1960 e 1970 o governo estadual promove diversas obras que incentivam a economia do interior do estado, esvaziado desde a quebra do café em 1930.

A abertura e duplicação da Via Dutra (BR-116) recupera e industrializa o Vale do Paraíba, que se concentra em torno da indústria aeronáutica de São José dos Campos.[37] Para o Oeste, a implantação do Aeroporto Internacional de Viracopos, a criação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a abertura de rodovias como a Rodovia Anhanguera e Bandeirantes e Rodovia Washington Luís o implemento de técnicas modernas de produção, em especial da cana-de-açúcar e de seu subproduto, o álcool combustível, levam novamente o progresso às regiões de Campinas, Sorocaba, Central, Ribeirão Preto e Franca.

Atualmente, ainda que o crescimento não seja mais tão alto e haja concorrência de outros estados, São Paulo é o principal polo econômico e industrial da América do Sul, sendo o maior mercado consumidor do Brasil.

Textos e imagens da Wikipedia.


AS REGIÕES ADMNISTRATIVAS DO ESTADO


As regiões administrativas paulistas possuem uma estrutura geral de organização e também dos segmentos e setores que seguem o modelo geral geral de acordo com as suas especificidades , como este da administração judiciária. Fonte TJSP


O Estado de São Paulo subdivide-se em 645 municípios, distribuídos em 42 regiões de governo, 14 regiões administrativas e três regiões metropolitanas: de São Paulo, da Baixada Santista (que tem a conformação espacial da RA de Santos) e de Campinas (contida na RA do mesmo nome).
O conjunto de transformações socioeconômicas ocorridas nos últimos 50 anos no Estado foi acompanhado por um intenso processo de redistribuição da população, do que resultou uma concentração populacional regionalmente diferenciada.

Os mapas referentes à ocupação territorial mostram que esse processo praticamente acompanhou a dinâmica e a localização das atividades industriais. Desde os anos 40, já se verificava uma significativa concentração industrial no Estado, favorecendo de início a Região Metropolitana de São Paulo e municípios circunvizinhos. Posteriormente, a relativa desconcentração dessas atividades rumo ao interior beneficiou as regiões situadas no centro e no leste do Estado.

Além dos centros industriais já consolidados, como Campinas, São José dos Campos e Santos e respectivos entornos, foram privilegiados os grandes eixos de ligação com a capital, notadamente as cidades com melhor infra-estrutura, ligadas pelas rodovias Bandeirantes e Anhangüera, Dutra e Carvalho Pinto, Castelo Branco e Rondon, Raposo Tavares e Washington Luís e Fernão Dias.

 A Região Metropolitana de São Paulo mantém o papel de liderança em termos econômicos e de concentração populacional, respondendo em 2005 por 47,9% da população paulista. 

Com concentrações menores, encontram-se outras áreas situadas no leste do Estado, caracterizadas por grande dinamismo econômico, como as RAs de Campinas (14,6%), Sorocaba (6,7%), São José dos Campos (5,4%) e a RM da Baixada Santista (4,0%). No oeste do Estado, destaca-se a RA de São
José do Rio Preto, responsável por 3,5% da população. 

As menores concentrações da população estadual encontravam-se na RA de Barretos (1,1%) e na RA de Registro (0,7%).

As regiões com maior concentração da população também se caracterizam pela maior densidade demográfica.

Os contrastes regionais em relação a esse indicador mostram-se bastante pronunciados, oscilando de 2.376,2 hab./km2, na RM de São Paulo, até um valor mínimo de 23,6 hab./km2, na RA de Registro.


FONTE: Fundação SEAD



A ERA DAS FERROVIAS E O PORTO DO CAFÉ

 

SPR, A PRIMEIRA FERROVIA DE SÃO PAULO


Em 1867 era inaugurada pela empresa São Paulo Railway o lastro ferroviário que ligava Santos a Jundiaí, com extensão de 159 quilômetros e passagem por São Paulo justamente na Estação da Luz e Cubatão. Na mesma data, 16 de fevereiro, as estações Água Branca, Perus e Francisco Morato, da atual Linha 7-Rubi, e São Caetano do Sul, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra da Linha 10-Turquesa, foram postas em operação.

A linha da São Paulo Railway foi planejada principalmente para transportar a produção de café do noroeste paulista ao porto de Santos. O empreendimento foi idealizado por Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, José da Costa Carvalho, o Marquês de Monte Alegre, e o Conselheiro José Antonio Pimenta Bueno. Um decreto imperial de 1856 autorizou-os a constituírem uma companhia encarregada da construção, custeio e gozo de uma estrada de ferro que partisse de Santos e chegasse a Jundiaí, passando pela capital São Paulo. O projeto da ferrovia resultou da colaboração de diversos engenheiros britânicos, entre os quais Robert Milligan, James Brunlees e Daniel Makinson Fox. As obras de implantação da estrada foram iniciadas em Santos em 1860. O trecho da Serra do Mar foi o mais difícil de ser executado, devido à alta declividade, que impunha um desnível de cerca de 800 metros a ser vencido em apenas 8 quilômetros, e à intensa pluviosidade, que provocava deslizamentos e a interrupção das obras e do tráfego ao longo da via. O prédio original da Estação da Luz funcionou até pelo menos 1888. O rápido crescimento de passageiros e a necessidade de escoamento de produção exigiam mais espaço e estrutura e, em 1° de março de 1901, finalmente, é colocada em operação a instalação que conhecemos hoje. Fonte: Brazil Imperial. @BrazilImperiu



Trem turístico da SPR na Estação da Luz, em São Paulo.  


 Símbolo da São Paulo Railway estilizado num pórtico  da Estação Júlio Prestes em São Paulo.

Centro ferroviário da SPR em Paranapiacaba, atual município de Santo André. 




A MALHA FERROVIÁRIA  PAULISTA


Antecedentes

Apesar da grande contribuição das ferrovias paulistas ao desenvolvimento do estado de São Paulo até meados do século passado, a partir de 1945 elas entraram num processo de estagnação e obsoletismo pela falta de adequação técnica, operacional e física. Como forma de reverter essa situação, o governador Carvalho Pinto optou pela criação de uma empresa única, ideia que começou a tomar forma em 1961 quando o Instituto de Engenharia de São Paulo, por sua própria iniciativa, sugeriu a formação da Rede Ferroviária Paulista (RFP), sendo apresentada em 1962 com uma mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa propondo a unificação das ferrovias paulistas por medida de ordem econômica, pois havia cinco ferrovias diferentes e estatais no estado. Houve rejeição desta proposta, sendo reencaminhada em 1966 e novamente rejeitada pela Assembleia Legislativa.

Em 29 de maio de 1967, com os decretos 48 028 e 48 029, o governador Abreu Sodré deu o primeiro passo ao transferir para a Companhia Paulista de Estradas de Ferro a administração da Estrada de Ferro Araraquara, e para a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro a administração da Estrada de Ferro São Paulo e Minas. Em seguida, a exemplo do que já ocorria com a Paulista e com a Mogiana, o governador através do decreto-lei de 18 de setembro de 1969 transformou as demais ferrovias de sua propriedade em sociedades anônimas.


Ferrovia Paulista S/A (Fepasa) foi uma empresa estatal paulista de transporte ferroviário de cargas e de passageiros, sendo constituída mediante a unificação das empresas Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Sorocabana, Estrada de Ferro Araraquara e Estrada de Ferro São Paulo e Minas. Permaneceu em atividade de outubro de 1971 até maio de 1998, quando foi extinta e incorporada à Rede Ferroviária Federal.


Fundação

A consolidação da unificação das ferrovias vai ocorrer no governo de Laudo Natel, quando este através do decreto número 10 410, de 28 de outubro de 1971[1] sancionou a criação da nova empresa, oficializando a Fepasa - Ferrovia Paulista S/A. Ao invés de ocorrer uma fusão entre todas as companhias, como preceituava a letra da lei, foi decidido em Assembleia Geral Extraordinária convocada para o dia 10 de novembro de 1971, alterar previamente a denominação social da "Companhia Paulista de Estradas de Ferro" para "Fepasa - Ferrovia Paulista S/A", seguido de incorporação à Fepasa do acervo total da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, da Estrada de Ferro Araraquara, da Estrada de Ferro Sorocabana e da Estrada de Ferro São Paulo e Minas, onde logo em seguida as quatro companhias foram declaradas extintas.

A unificação teve por objetivo possibilitar a centralização dos estudos de programa de investimentos e coordenação dos serviços ferroviários, a centralização das importações, da contabilidade e do orçamento; a uniformidade do serviço e do material, bem como o remanejamento do material existente e melhor aproveitamento do pessoal.

Textos e imagens da Wikipedia.


Negativo preto e branco, de autoria de Aristide Pedro da Silva, com vista da fachada da Estação da Ferrovia Paulista S.A. À frente, vêem-se pessoas, automóveis e uma banca de jornal. Idioma: português brasileiro. Centro de Memória - UNICAMP (CMU).


Mapa  Geral de Detalhe no litoral da Ferrovia Paulista, final do século XIX. Centro de Memória da Unicamp.




Estação Pirituba, zona oeste de São Paulo, construída pela SPR



"GLOBAL TRADE"


CULTURA DA EUROPA MUDOU COM A CONSTRUÇÃO DAS FERROVIAS




Gravura de uma estação ferroviária europeia no século XIX 

História, por João Marcos Coelho -Estadão, sexta-feira, 24-02-23

A criação de uma “cultura europeia” no decorrer do século 19 está intimamente ligada à implantação de uma malha ferroviária ligando o Velho Continente, dos anos 1840 em diante. As estradas de ferro aceleraram a criação e consolidação dessa “cultura europeia”. Este é o tema do fascinante livro Os Europeus, do historiador inglês Orlando Figes, de 63 anos. Com uma prosa de fácil leitura e uma infinidade de informações e dados que jamais incomodam o leitor, ele constrói um formidável painel das artes e da cultura europeias na segunda metade do século 19. Mostra a íntima relação entre as artes e o capitalismo. O objetivo “é explicar como foi que, por volta de 1900, os mesmos livros passaram a ser lidos em todo o continente, as mesmas pinturas passaram a ser reproduzidas, a mesma música passou a ser tocada em casa ou nas salas de concerto, as mesmas óperas passaram a ser encenadas em todos os grandes teatros da Europa”.

Lúcido e certeiro, Figes mostra como o que chama de “cânone europeu” se consolidou na era das ferrovias. É fundamental conhecer esse processo no detalhe porque esse cânone “constitui a base da alta cultura hoje não só na Europa, mas em todas as partes do mundo onde os europeus se estabeleceram”. A cultura hegemônica de elite já existia no continente ao menos desde o Renascimento. “Mas só no século 19 uma cultura de massa relativamente integrada pôde se desenvolver em toda a Europa.”

Seu olhar inova ao enxergar o continente como “um espaço de transferências, tradições e trocas culturais por cima das fronteiras nacionais, gerando uma ‘cultura europeia’, como ‘síntese internacional de formas, ideias e estilos artísticos’”. Em suma, o livro trata a era da ferrovia “como primeiro período de globalização cultural”. E aqui acentua que de fato o século 19 europeu instaurou um mercado continental para as artes. Foi esse mercado que determinou o cânone do continente.

Figes coloca no primeiro plano de sua narrativa um triângulo amoroso: a mezzo-soprano e compositora Pauline Viardot (1821-1910); seu marido Louis Viardot (1800-1883); e o escritor russo Ivan Turgueniev (1813-1883). Eles chegaram a morar na mesma casa por bons anos. Ou melhor, nas mesmas casas. Suas vidas nômades os levaram a todas as latitudes do continente, incluindo a Rússia. Pauline, filha do tenor Manuel Garcia, foi irmã mais nova da maior diva romântica, a soprano Maria Malibran, que morreu em 1836, aos 28 anos. Amiga íntima de Frédéric Chopin, chegou a colocar letra em diversas peças pianísticas dele, transformando-as em canções. Mas seu maior triunfo foi ter dominado a cena lírica europeia (e russa) por muitas décadas. Seu marido Louis só figura no rodapé das biografias das divas, mas foi um polímata cultural, ao mesmo tempo crítico de arte, erudito, editor, gestor teatral, ativista republicano, jornalista e tradutor literário do russo e do espanhol para o francês. Figes oportunamente o resgata do esquecimento e o define como “tudo aquilo que o artista não é, mas de que depende”. E Turgueniev, modernamente o mais conhecido, nasceu em família aristocrata russa e terminou a vida como um dos grandes escritores russos da segunda metade do século 19, ao lado de Dostoievski e Tolstoi. Morou em Berlim, Paris, Baden-Baden, Londres e São Petersburgo e em sua biblioteca havia livros em nove línguas diferentes: “Sou um europeu, e amo a Europa; minha fé está vinculada a sua bandeira, que carrego desde a juventude”.

Para Figes, o que os une, além do ménage à trois, é sua condição de “importantes intermediários culturais”, promovendo escritores, pintores e músicos em toda a Europa. Eram cosmopolitas, integrantes de “uma cultura europeia capaz de viver em qualquer lugar no solo europeu, desde que isso não comprometesse seus princípios democráticos, e sem perder nada da própria identidade nacional”.

O que lhes permitiu tamanha mobilidade? A era das ferrovias. “A viagem é fatal para o preconceito, o fanatismo e a intolerância”, já anotava o escritor norte-americano Mark Twain no livro Inocentes no Exterior, de 1869. É basicamente um relato de suas viagens de trem pela Europa em direção à Terra Santa. “Essa sensação de fazer parte da Europa estava ligada à possibilidade de viajar de trem para qualquer parte do continente.”

Capítulos são dedicados a cada uma das artes. E nos levam para verdadeiras “viagens” culturais. A era das ferrovias costuma ser fixada de 1830 em diante, quando, na Inglaterra, a primeira ligação ferroviária para passageiros transportou 460 mil pessoas em 12 meses entre Liverpool e Manchester.

Na sequência, a malha ferroviária foi se espalhando vertiginosamente. Em 1850, Turgueniev levava 21 dias para ir a sua propriedade rural em Spasskoe, na Rússia. Vinte anos depois, fazia o mesmo trajeto em cinco dias. E Pauline brilhou em todos os grandes palcos líricos europeus e russos, graças às ferrovias.

Um dos acontecimentos mais ruidosos da década de 1840 aconteceu na inauguração do trecho francês, entre Paris e Lille, da ferrovia internacional ligando a capital francesa a Bruxelas, em 1846. Em Lille, organizaram-se festejos mamutes para comemorar. O prefeito encomendou a Hector Berlioz uma obra para ser estreada na ocasião. Ele teve só três dias para compor a Cantata Ferroviária, para barítono e grande orquestra. Na balbúrdia que se seguiu, o manuscrito da partitura e seu chapéu foram roubados. Berlioz teria preferido reaver apenas o chapéu, mas o manuscrito é que lhe foi restituído. Uma obra que ele teria preferido não assinar.

As elites, com os Rothschild à frente, eram acionistas preferenciais das grandes empresas ferroviárias. Turgueniev tinha ações de companhias russas, assim como Madame Nadejda von Meck, viúva de um magnata da indústria ferroviária e mecenas de Tchaikovski.

Tamanho impulso foi decisivo para o incremento do turismo de massa. Os novos turistas só tinham algumas poucas semanas de férias anuais para viajar. Assim, uma imensa parcela majoritária da população passou a se movimentar usando a malha ferroviária. “O mundo está viajando”, escreveu o escritor alemão Theodor Fontane (1819-1898) em A Viagem Moderna publicado em 1873: “Assim como nos velhos tempos as pessoas se entretinham conversando sobre o tempo, agora o fazem viajando”.

FOLHETIM. A primeira grande consequência no mundo literário foi a proliferação de guias turísticos de baixo custo para essa multidão. Além disso, um novo tipo de literatura – os folhetins publicados diariamente em capítulos nos jornais se transformaram em verdadeira febre por todo o continente. Surgiram as livrarias nas estações ferroviárias. Afinal, agora não só dava para conversar, mas também para ler durante a viagem. Houve um verdadeiro boom editorial. Autores como Alexandre Dumas vendiam dezenas, centenas de milhares de exemplares de seus livros em edições de baixo custo. Figes calcula que esses livros custavam um décimo dos livros capa dura, que circulavam no mundo das elites culturais europeias.

Não só o tipo de literatura era mais popular. As vendas de livros, traduções e revistas literárias explodiram na década de 1870 por causa das tecnologias de publicação, a mecanização e a rede ferroviária. Tudo isso reduziu os custos de impressão e distribuição. Figes observa que “a aceleração das traduções levou à crescente uniformidade ou padronização das formas literárias, com toda a Europa lendo os mesmos livros ao mesmo tempo”.

Alexandre Dumas (1802-1870) foi um dos reis dos folhetins. Seu ritmo de produção era alucinante. Os folhetins eram diários: em 1844, publicou Os Três Mosqueteiros em Le Siècle entre 14 de março e 11 de julho, e O Conde de Monte Cristo no Journal des Débats entre 18 de agosto e 15 de janeiro de 1846. Paralelamente, publicou A Rainha Margot em La Presse entre 25 de dezembro de 1844 e 5 de abril de 1845. Emile Marcelin publicou um cartum com o escritor escrevendo quatro livros ao mesmo tempo – com os dois braços e as duas pernas. Outra consequência: os personagens acabaram se europeizando. Como nos romances de Júlio Verne.

PINTORES. O impacto nas artes plásticas pode ser avaliado por Gare Saint-Lazare, série de 11 quadros de Claude Monet (1840-1926). Em 1877, ele acabara de chegar a Paris vindo de Argenteuil. Encantou-se com a Gare Saint-Lazare (hoje Museu d’Orsay), estação ferroviária, sobretudo com os efeitos da luz se infiltrando pelo telhado de vidro e as baforadas de fumaça saindo das locomotivas e se dissolvendo como nuvens. O escritor Émile Zola, defensor dos impressionistas, assim descreveu um desses quadros: “Ouvimos o ronco dos trens, com a fumaça se propagando no vasto espaço sob o telhado de vidro. Nossos pintores devem encontrar a poesia dessas estações, assim como seus pais encontraram nos rios e nas florestas”.

Esse cosmopolitismo europeu que tanto fascina Orlando Figes foi bruscamente interrompido pela Primeira Guerra Mundial, em 1914. Um dos maiores escritores franceses do século 19, Victor Hugo (1802-1885), de certa forma previu o desastre a partir do horror que experimentou em relação à Guerra da Crimeia na década de 1850, ao saber de “ferrovias transportando soldados e máquinas de destruição”. O cosmopolitismo sofreria outro duríssimo golpe com o nazi-fascismo dos anos 1930 e a Segunda Guerra Mundial. Mas felizmente permanece vivo na cultura de massa, hoje planetária.

 

*

AS QUATRO FASES DA DESTRUIÇÃO DAS FERROVIAS NO BRASIL


História de um declínio planejado. Predominante até a década de 1950, rede de estradas de ferro foi golpeada pela emergência do automóvel. Poderia integrar o país. Hoje, subutilizada, serve apenas ao agronegócio e à mineração



Publicado 12/11/2021. Por Camilla Veras Mota, na BBC Brasil

Lançada em 1975, a canção Ponta de Areia, composta por Milton Nascimento e Fernando Brant, é um lamento do fim da Estrada de Ferro Bahia Minas, que ligava os 582 km entre Araçuaí (MG) e o distrito de Ponta de Areia (BA). Em 15 anos, o Brasil tinha perdido 8 mil km de ferrovias, que se estendiam naquele momento por cerca de 30 mil km do território nacional. Desde então, o tamanho da malha ferroviária patina no mesmo patamar. Atualmente, de acordo com o os dados do Anuário Estatístico de Transportes, tem 29,8 mil km. A BBC News Brasil perguntou a especialistas em história e engenharia ferroviária o porquê – sintetizado, a seguir, em quatro momentos.

A CRISE DO CAFÉ

O café é elemento central nos primeiros capítulos da história das ferrovias no Brasil – tanto na ascensão quanto na decadência, como explica Eduardo Romero de Oliveira, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). É a razão para a construção das primeiras estradas de ferro no século 19: a primeira delas, a Estrada de Ferro Mauá, que começou a operar em 1854, levava em suas locomotivas a vapor a commodity do Vale do Paraíba ao porto de Magé, na baixada fluminense, que, de lá, seguia de barco até a cidade do Rio. Nessa época, o café representava quase 50% das exportações brasileiras.

A malha ferroviária foi aumentando com a expansão da atividade cafeeira e passou a deslocar também passageiros, que até então só conseguiam viajar longas distâncias com transportes movidos por tração animal, como as charretes puxadas por cavalos.

“Durante muito tempo, as ferrovias foram praticamente a única via de transporte de cargas e pessoas no país”, destaca Oliveira, um dos pesquisadores do projeto Memória Ferroviária.
E foi nesse contexto que a malha chegou a quase 30 mil km de extensão na década de 1920, quando veio o baque da crise de 29. O crash da bolsa nos Estados Unidos, na época o maior comprador de café brasileiro, e a grande depressão que se seguiu tiveram impacto direto sobre o Brasil. Em um curto espaço de tempo, as exportações da mercadoria despencaram, assim como os preços. As ferrovias, que eram administradas pelo setor privado sob regime de concessão, passaram a transportar cada vez menos carga e viram sua rentabilidade despencar. Tem início, nesse momento, um período lento de decadência que culminaria na estatização das estradas de ferro mais de duas décadas depois.


Trecho da São Paulo Railway Company na Serra do Mar: desde o início, ferrovias operaram sob regime de concessão.


JK e o nascimento da indústria automobilística

Antes, contudo, outros dois fatores importantes entram em cena: o crescimento das cidades e a popularização do automóvel. O país vive uma grande transformação depois de 1940. Até então baseada quase exclusivamente na agricultura, a economia brasileira se volta cada vez mais para a indústria. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Vale do Rio Doce, então empresas estatais, são fundadas nessa época, em 1940 e 1942, respectivamente, no último período do governo de Getúlio Vargas, a ditadura do Estado Novo.

Essa mudança na matriz de crescimento, por sua vez, catalisa um processo de migração das populações de áreas rurais para as cidades. As capitais ganham uma nova escala, vão inchando, um processo que tem como efeito colateral a diminuição da demanda por trens de passageiros em alguns trechos menores, entre cidades próximas. “As fábricas estão nas cidades”, pontua Oliveira.

A política de industrialização continua com o presidente Juscelino Kubitschek, que assume em 1956 e elege a indústria automobilística como catalisador de seu plano de desenvolvimento. O Plano de Metas de JK, que ganhou o slogan “50 anos em 5”, é frequentemente apontado como o início do chamado “rodoviarismo” no Brasil. Um movimento cheio de nuanças e explicado por uma combinação de fatores, diz o professor de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ Hostílio Xavier Ratton Neto.
Um deles é a própria natureza da indústria automotiva, que tem uma cadeia de produção longa, com efeito multiplicador na economia, e emprega uma mão de obra qualificada que até então não existia no país.

“É nessa época que se cria a classe do operário especializado, com maior poder aquisitivo”, afirma.
Em paralelo, a construção das rodovias era menos custosa que as estradas de ferro e o petróleo usado para produzir combustível ainda era muito barato.

No pano de fundo, a Guerra Fria estreitava as relações entre Brasil e Estados Unidos. Na tentativa de barrar a expansão da influência da União Soviética no continente, os americanos firmaram acordos de cooperação técnica e de financiamento para investimentos com diversos países da América Latina.
Assim, ainda em 1956 foi criado o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Lúcio Meira.

O Brasil, que até então só montava veículos, passaria a fabricar carros, caminhões e jipes, tendo como principal polo a região do ABC paulista. São desse período dois modelos que fizeram história no país: o Fusca e a Kombi, ambos da linha de montagem da Volkswagen em São Bernardo do Campo.
Com a produção de veículos nacionais, multiplicaram-se os quilômetros de rodovias. Só nos cinco anos de gestão JK, a malha rodoviária federal pavimentada foi multiplicada por três, de 2,9 mil km para 9,5 mil km.

As ferrovias, por sua vez, entravam os anos 1950 sucateadas.

Além da redução da demanda de carga e passageiros, um outro fator contribuiu para o “estado bastante acentuado de degradação física das estradas de ferro”: “Muitas concessões já estavam no final, próximo da devolução, e não havia cláusula nos contratos que obrigassem as concessionárias a fazer investimentos ou devolver as ferrovias no estado em que as pegaram”, diz Ratton Neto, que tem larga experiência no planejamento, construção, operação e gestão de sistemas de transporte metroviário e ferroviário.

É nesse contexto que, em 1957, surge a Rede Ferroviária Federal (RFFSA), estatal que passou a administrar as ferrovias que até então estavam nas mãos de diferentes empresas privadas.
Inicialmente, diz o historiador Welber Luiz dos Santos, do Núcleo de Estudos Oeste de Minas da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, a intenção não era “destruir” as ferrovias.
“Os primeiros relatórios da empresa demonstram que o projeto era de modernização e unificação administrativa para facilitar a integração entre os diferentes meios de transporte”, afirma o pesquisador.
“Os investimentos rodoviários do Plano de Metas de JK não eram uma ameaça ao sistema ferroviário”, avalia.

A extinção das linhas de passageiros

Os projetos de recuperação e melhoria, contudo, incluíam a desativação de uma série de linhas e “ramais” (jargão do setor para os trechos secundários) considerados deficitários.
A lógica, diz o historiador Eduardo Romero de Oliveira, é que o mundo de meados do século 20 era completamente diferente daquele que, muitas décadas antes, havia norteado a construção de parte das ferrovias.

“Houve uma mudança no negócio”, diz o professor da Unesp. “As estradas de ferro da música do Milton Nascimento eram de outra época, para pensar o transporte de café, de açúcar, em um período em que nem a legislação trabalhista existia.”

O químico Ralph Mennucci Giesbrecht, um “fanático por ferrovias” que há mais de duas décadas pesquisa sobre elas, especialmente sobre as estações, coleciona diversas histórias desse período turbulento.

“Nos anos 60 e 70 sumiram praticamente todas as ferrovias menores, aquelas consideradas deficitárias”, diz ele, autor do livro O Desmanche das Ferrovias Paulistas.

Os conflitos aparecem em histórias como a da desativação do trecho entre as cidades paulistas de São Pedro e Piracicaba, concluída em 1966. O prefeito de São Pedro na época chegou a enviar um telegrama incisivo ao governador, Laudo Natel, questionando o critério da baixa rentabilidade usado para justificar a extinção do ramal.

“Déficit, se não levarmos em conta o bem coletivo, também dá a polícia, dão as escolas e todas as repartições mantidas pelo Estado. O déficit do ramal é muito relativo, pois, não levando em conta o movimento das estações de Barão de Rezende, Costa Pinto, Recreio e Paraisolândia, a estação de São Pedro despachou este ano mais de 40.000 toneladas de cana. Finalizando, aqui deixo minha desilusão por tudo e por todos”, dizia a mensagem, conforme reportagem do jornal O Estado de S.Paulo de 30 de outubro de 1966 encontrada por Giesbrecht.

Aos poucos, as linhas de passageiros foram desaparecendo, permanecendo, em alguns casos, aquelas que cruzavam as regiões metropolitanas das grandes cidades, usadas até hoje.
Com o avanço da indústria automobilística e a entrada do avião em cena, as ferrovias entraram em crise, em maior ou menor medida, em todo o ocidente. Nos países em que foram mantidas para transporte de passageiros, o serviço, na maioria dos casos, passou às mãos do Estado.

É o caso, por exemplo, dos Estados Unidos. A estatal Amtrak foi fundada em 1971 e faz até hoje a gestão das linhas de passageiros no país. Também são estatais a alemã Deutsche Bahn, a espanhola Renfe e a francesa Société Nationale des Chemins de fer Français (SNCF).

A estagnação e o corredor de commodities

Do lado do transporte ferroviário de carga, parte dos investimentos vislumbrados no período JK não saíram do papel, diz o historiador Welber Santos. Em sua visão, a ditadura militar mudou o foco da política de transportes, que passou a ser mais voltada para as rodovias, com a aposta em grandes obras de engenharia, como a ponte Rio-Niterói, e alguns investimentos questionáveis, como a Transamazônica, que nunca foi concluída. A Ferrovia do Aço, ele diz, um dos projetos ferroviários que chegou a sair do papel nesse período, começou a ser construída em 1973 com a promessa de ser entregue em mil dias, mas só foi inaugurada em 1992, e com um porte muito mais modesto do que o projeto inicial.

Para Ratton Neto, da Coppe/UFRJ, um dos principais obstáculos à realização dos investimentos necessários à malha ferroviária do país naquela época foi a crise do petróleo de 1973 e o período turbulento que se seguiu.

“Depois daquele choque na economia mundial, o Brasil, que até então tinha acesso fácil a crédito, passou a ser visto como país de alto risco. A partir daí, teve início uma crise que impediu que os planos nacionais de desenvolvimento pudessem ter sequência. Deixamos de planejar para apagar incêndio praticamente até os anos 90”, diz ele.

Nos anos 1990, em um contexto de baixo crescimento econômico, inflação elevada e alto nível de endividamento público, a RFFSA é liquidada e as ferrovias são novamente concedidas à iniciativa privada, por meio do Plano Nacional de Desestatização (PND). A partir daí, elas passam a funcionar majoritariamente como corredores de transporte de commodities para exportação, diz o professor da Coppe/UFRJ.

Hoje, quase metade da malha, 14 mil km, está nas mãos da Rumo Logística, empresa do grupo Cosan. Outros 2 mil km são administrados pela Vale. Cerca de 75% da produção de transporte ferroviário é minério de ferro. “Outros 10% ou 12% são soja”, estima Ratton Neto.

Como os contratos de concessão não preveem a realização de investimentos e melhorias, boa parte da malha segue como foi construída no segundo império, com a chamada bitola métrica, ultrapassada, bem mais estreita que a bitola internacional, hoje usada como padrão.

O modo atual de exploração das ferrovias, na avaliação do especialista, subaproveita o potencial do país e deixa o Brasil refém das rodovias – consequentemente, mais suscetível a greves de caminhoneiros como a de 2018, que gerou caos e desabastecimento.

As estradas de ferro poderiam ser mais utilizadas para transporte de bens industriais, ele exemplifica, de bobinas de ferro e cimento a automóveis, inclusive em trechos curtos, nos moldes das “short lines” dos Estados Unidos.

“Também poderiam ser usadas para transportar contêineres, uma tendência nova e muito rentável”, acrescenta.

Um entrave para o planejamento de novas linhas, contudo, é o apagão de dados sobre a movimentação interna de cargas. O Brasil não sabe, no detalhe, o que é transportado e de onde para onde. Iniciativas como o Plano Nacional de Contagem de Tráfego ainda não geram dados robustos nesse sentido, diz o professor. A outra é o próprio modelo de concessão, em que as concessionárias têm controle tanto sobre as vias quanto sobre os trens. Assim, essas empresas acabam tendo o monopólio do transporte ferroviário e, em última instância, decidem o que trafega ou não pelos trilhos.

“As ligações hoje atendem aos interesses dos próprios concessionários.”

Os nossos projetos anunciados recentemente pelo governo, na avaliação do professor, não chegam a quebrar a lógica das ferrovias como corredor de commodities. Em setembro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, anunciou a autorização para construção, pela iniciativa privada, de 10 novas ferrovias, com investimentos da ordem de R$ 50 bilhões.

Um paralelo, ele chama atenção também para o projeto da Ferrogrão, que deve ligar o Mato Grosso ao Pará em cerca de 933 km com a proposta de facilitar o escoamento de grãos pela região Norte do país.
Na tentativa de tirar a ferrovia do papel, o governo sinalizou que disponibilizará para a futura concessionária até R$ 2,2 bilhões em recursos da União. O dinheiro, contudo, viria da outorga que será paga pela Vale para renovar a concessão de duas das ferrovias que administra hoje, a Estrada de Ferro Carajás e a Estrada de Ferro Vitória-Minas.

“Os recursos da outorga que poderiam ser usados para geração de benefícios econômicos e sociais nesse caso acabariam

Sede da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, bairro do Ibirapuera, São Paulo-Capital. Após a independência do Brasil, a Constituição do Império, outorgada em 25 de março de 1824, criou, com funções legislativas nas Províncias, os Conselhos Gerais. O Conselho Geral da Província de São Paulo era composto por 21 membros, eleitos indiretamente. A Assembleia Legislativa da Província de São Paulo foi instalada no dia 2 de fevereiro de 1835. Funcionou, inicialmente, em prédio localizado no Pátio do Colégio. Nessa época, a Assembleia era composta por 36 membros, sendo Nicolau de Campos Vergueiro seu primeiro presidente. Em 1879, sua sede foi transferida para o Largo de São Gonçalo, próximo à atual praça João Mendes. Proclamada a República, em 15 de novembro de 1889, a Assembleia foi extinta, pelo Decreto n.º 7, de 20 de novembro de 1889, expedido pelo Governo Provisório. Promulgada em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição Federal conferia aos Estados-membros autonomia para organizar o Poder Legislativo. Em São Paulo, a Constituição Política do Estado, promulgada em 14 de julho de 1891, determinava em seu artigo 5º que o Poder Legislativo paulista seria exercido pelo Congresso, composto pelo Senado e Câmara dos Deputados estaduais. O Congresso do Estado de São Paulo foi instalado em 8 de junho de 1891. Esse sistema durou até a Revolução de 1930, que propunha mudanças institucionais. Começava a Era Vargas (1930 - 1945) que, em 11 de novembro de 1930, dissolveu também o Congresso Estadual de São Paulo. Iniciou-se um dos períodos mais conturbados da história paulista, com a eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932, que pugnava pela restauração da ordem constitucional no país, mediante convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.A Constituição Federal veio a ser promulgada em 1934 e previa um Legislativo estadual unicameral com o nome de Assembleia Legislativa.



 Palácio dos Bandeirantes é o edifício-sede do Governo do Estado de São Paulo e residência oficial do governador. Localizado no distrito do Morumbi, na cidade de São Paulo, o palácio também abriga as Casas Civil e Militar, algumas secretarias de estado e um amplo acervo histórico e artístico aberto à visitação pública. O projeto inicial, idealizado em 1938 pelo arquiteto italiano Marcello Piacentini, apresentava linhas abstratas, muros lisos e ampla fachada. Com o início das obras, em 1954, sob a direção do engenheiro Francisco da Nova Monteiro, já possuía um estilo italiano com influência neoclássica. O principal objetivo era abrigar a Universidade Conde Francisco Matarazzo, mas, devido a problemas financeiros, teve suas obras paralisadas. Desapropriado durante a gestão de Adhemar de Barros, o edifício substituiu o Palácio dos Campos Elísios como sede do poder executivo paulista a partir de 19 de abril de 1964, quando recebeu o nome de Palácio dos Bandeirantes, além de tornar-se moradia oficial do governador e museu. Tornou-se um centro cultural em 1970, sob o governo de Abreu Sodré, com a iniciativa de reunir um acervo de móveis, quadros e objetos. Foi criada uma comissão com nomes como Paulo Mendes de Almeida, Oswald de Andrade, Sílvia Sodré Assunção, Pedro Antonio de Oliveira Neto e Marcelo Ciampolinni, para a aquisição das obras de arte que atualmente compõem o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios Governamentais.


 CIDADES E LOCALIDADES HISTÓRICAS 

[Textos e imagens da Wikipedia]

Cenário de importantes acontecimentos histórico regionais e do Brasil, o estado e São Paulo foi fruto de duas épocas das capitanias hereditárias, afonsina e paulista,  experimentou o os declínios do açúcar e da mineração e renasceu com toda força com o ciclo dos café e das ferrovias no século XIX. Este último seria a base  da futura industrialização que marcaria por décadas a vida econômica da Capital e também do interior, impulsionando o crescimentos de dezenas de cidades pela expansão da malha ferroviária, pelo porto de Santos e principalmente pelos milhares quilômetros de pequenas e grande rodovias, bem como dos seus aeroportos regionais e internacionais. 


Itú. Sua população estimada em 2019 era de 173 939 habitantes,[1] formada principalmente por descendentes de imigrantes portugueses, italianos, japoneses, além de migrantes de outras regiões do Brasil, em especial do Nordeste, além da forte presença de migrantes do estado do Paraná. Itu já foi a cidade mais rica do estado, sendo famosa por nela terem residido muitos "barões do café" e autoridades importantes do país. O município teve importância no processo que conduziu à proclamação da república do Brasil em 1889. Em 2010, a cidade completou 400 anos. 



Campinas, a maior cidade do interior paulista. "Campinas foi fundada em 14 de julho de 1774. Entre o final do século XVIII e o começo do século XX, a cidade teve o café e a cana-de-açúcar como importantes atividades econômicas. Porém, desde a década de 1930, a indústria e o comércio são as principais fontes de renda, sendo considerada um polo industrial regional. Atualmente, é formada por seis distritos, além da sede, sendo, ainda, subdividida em 14 administrações regionais, cinco regiões e vários bairros"



Bragança Paulista. Como marco da época dos Bandeirantes, foi erguida uma cruz, onde mais tarde seria implantada uma pequena capela, dando origem a um dos templos mais antigos da região, que ainda permanece: a Igreja Nossa Senhora Aparecida do Lopo. No entanto, outras trilhas foram abertas, descendo pelo rio Jaguari, para descobrir pequenos veios de ouro no rio Camanducaia, atualmente banhando o município de Pedra Bela e em alguns pontos o município de Socorro. Essa trilha bem mais tarde se transformaria no antigo caminho Bragança – Pedra Bela. Assim, já no século XVII, a Região Bragantina exercia papel importante na história do Brasil, por intermédio dos Bandeirantes.


Mogi das Cruzes 
começou como um povoado, por volta de 1560, servindo como um ponto de repouso aos bandeirantes e exploradores indo e vindo de São Paulo, entre eles Brás Cubas. Gaspar Vaz Guedes foi responsável pela abertura da primeira estrada entre a capital e Mogi, iniciando o povoado, posteriormente elevado à "Vila", com o nome "Vila de Sant'Ana de Mogi Mirim". O fato foi oficializado em 1º de setembro de 1611. Em 13 de março de 1865 foi elevada à cidade, e em 14 de abril de 1874 à comarca. 



Barretos. Quem iniciou o povoamento da área conhecida como “Sertão de São Bento de Araraquara” foram dois afamados desbravadores mineiros vindos de Caldas e Aiuruoca, respectivamente, na época da Independência do Brasil. Em 1831, chegaram à região as famílias de Paraguaçu, Campanha, Jacuí e Caldas e Baependi. Esses pioneiros  queriam erguer uma capela, para realizar suas necessidades religiosas e não depender mais de Jaboticabal, curato ao qual as fazendas pertenciam e cujo acesso era difícil. Dessa forma, em 25 de agosto de 1854, doou-se terras em louvor ao Divino Espírito Santo para que fosse erguida a capela, registrada em 1856 no local em que hoje está a agência do Bradesco da Praça Francisco Barreto. Ao redor do templo, foram surgindo as primeiras casas de pau a pique e sapê, assim nascendo o povoado do Divino Espírito Santo de Barretos.


Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é uma instituição de ensino superior pública estadual brasileira, sediada na cidade de Campinas, no estado de São Paulo, considerada uma das melhores universidades do país e da América Latina.É uma das quatro universidades mantidas pelo Governo do Estado de São Paulo, ao lado da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Fundada em 1962, a Unicamp foi projetada do zero como um sistema integrado de centros de pesquisa, ao contrário de outras universidades brasileiras, geralmente criadas pela consolidação das escolas e institutos anteriormente existentes. Seu foco em pesquisa reflete que quase metade de seus estudantes são alunos de pós-graduação, a maior proporção entre todas as grandes universidades no Brasil. Ela também se destaca no grande número de cursos de pós-graduação oferecidos (153, comparados aos 70 cursos de graduação), além de oferecer vários cursos para cerca de 8 mil estudantes por meio de sua escola de extensão.

Apresentação artistica no câmpus de Barão Geraldo, na Unicamp. 



Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) é uma universidade pública  com atuação no ensino, na pesquisa e na extensão de serviços à comunidade. É uma das quatro universidades mantidas pelo governo do estado de São Paulo, ao lado da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). A Unesp distingue-se das outras universidades estaduais por ter unidades em 24 municípios do estado — 21 campi no interior, um câmpus na cidade de São Paulo e um câmpus em São Vicente, o primeiro de uma universidade pública no litoral paulista. Este modelo de universidade multicampi é inspirado na estrutura da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que é composta por 23 campi, criados entre os anos de 1857 e 2002. Criada em 1976 a partir de institutos isolados de ensino superior que existiam em várias regiões do estado, a Unesp possui atualmente cerca de 40 mil estudantes e 3 mil professores espalhados por 32 faculdades e institutos, que oferecem 168 cursos de graduação e 114 cursos de pós-graduação, em 64 profissões de nível superior. Foto: Campus de Franca. 

Faculdade de Medicina no câmpus de Botucatu. 




Presidente Prudente, Oeste paulista. O município de Presidente Prudente foi emancipado de Conceição de Monte Alegre (hoje Paraguaçu Paulista) na década de 1910. Seu nome é uma referência ao ex-presidente brasileiro Prudente de Morais (1841 - 1902), que foi um advogado e político brasileiro, tornando-se o primeiro governador paulista na República (1889-1890).O desenvolvimento de Presidente Prudente também foi ajudado pela ferrovia, sendo que esta foi a principal via de circulação de pessoas e mercadorias durante décadas. A escolha do sítio urbano está correlatada ao traçado da Estrada de Ferro Sorocabana, que também seguiu a linha dos espigões.


São José do Rio Preto, Oeste PaulistaEmancipado de Jaboticabal na década de 1850, o nome do município é uma mistura entre o padroeiro, São José, e o Rio Preto, rio que passa pelo município. Hoje, é formada pelos distritos de Engenheiro Schmitt (Zona Sul). São José do Rio Preto (distrito-sede) e Talhado (Extremo Norte da cidade). O município é subdividido em cerca de 360 bairros, loteamentos e conjuntos habitacionais. É um dos principais polos industriais, culturais e de serviços do interior de São Paulo. Sua história econômica esteve por muito tempo ligada à cafeicultura, também presente em grande parte do estado de São Paulo, principalmente no início do século XX. 

Osasco é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de São Paulo. Nascido como um bairro da capital paulista no final do século XIX, tornou-se município emancipado após um plebiscito em 1962. Ocupa uma área de 64,954 km², e sua população estimada no ano de 2022 pela prévia do Censo era de 777 048 habitantes, sendo o 5.º mais populoso do estado de São Paulo.  Possui importante atividade econômica nos setores industrial, comercial e de serviços. Conforme o censo do IBGE, com dados de 2020, Osasco possui o 7.º maior Produto Interno Bruto do Brasil e o 2.º maior do Estado de São Paulo, ficando à frente de muitas capitais estaduais brasileiras, como Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Recife, sendo a cidade não capital com o mais alto PIB da nação.

Veículos da Osram desfilando na rua Antônio Agu em 1964 em comemoração ao 2º aniversário da emancipação de Osasco. Acervo: Osasco Antiga by Hagop Garagem 



São Roque foi fundada na segunda metade do século XVII pelo bandeirante Pedro Vaz de Barros - mais conhecido como Vaz-Guaçu - a cidade surgiu de uma enorme fazenda e uma capela por ele erigida no local. A capela - então localizada onde hoje é a Praça da Matriz - foi levantada em devoção a São Roque por ventura com o intuito de não ser perseguido ou investigado por pratica de judaísmo. Pedro Vaz de Barros e filho de Jerônimo Pedroso e Joana Vaz de Barros Cristãos Novos nascidos em Lisboa Portugal. A fazenda tinha por objeto o cultivo de vinhedos e de trigais, utilizando-se mão-de-obra indígena e mais tarde, de escravos africanos. Pouco depois da criação dessa fazenda, o irmão de Pedro Vaz - Fernão Paes de Barros, também veio a se instalar em São Roque, nos mesmos moldes que seu irmão, fundando uma fazenda e uma capela, contudo em louvor a Santo Antônio.


São Roque, 1920. Estação da Estrada de Ferro Sorocabana.


Jundiaí é um município brasileiro do estado de São Paulo. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, sua população era de 443 116 habitantes,ficando na 15° posição entre os municípios mais populosos do estado, sendo o 6º maior do interior paulista. Também  é o 59° maior do Brasil, sendo maior que quatro capitais estaduais. A cidade possui conurbação consolidada com Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, além de estar em processo de conurbação com Itupeva (grande Campinas). Às cidades mencionadas fazem parte da Região de Jundiaí (antiga Aglomeração Urbana de Jundiaí ou região de Jundiaí), juntamente com os municípios de Cabreúva, Louveira "Campinas" e Jarinu, totalizando cerca de 835 mil habitantes segundo censo do Ibge. O município está integrado — junto com a Grande São Paulo, a Região Metropolitana de Campinas, a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a Região Metropolitana de Sorocaba e a Baixada Santista (litoral de São Paulo) — ao Complexo Metropolitano Expandido, uma megalópole que ultrapassa os 30 milhões de habitantes (cerca de 75% da população paulista) e que é a primeira aglomeração urbana do tipo no hemisfério sul.



Guarulhos é um município da Região Metropolitana de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. É a segunda cidade mais populosa do estado, a 13.ª mais populosa do Brasil e a 53.ª mais populosa do continente americano, com 1 291 784 habitantes, de acordo com o Censo 2022 do IBGE. Guarulhos foi fundada em 8 de dezembro de 1560, pelo padre jesuíta Manuel de Paiva, com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Guarulhos. Sua origem está ligada à de cinco outros povoamentos que tinham, como principal objetivo, defender o povoado de São Paulo dos Campos de Piratininga contra um possível ataque dos Tamoios. É a cidade não capital mais populosa do Brasil e é considerada a 9.ª cidade mais rica do Brasil. Em 2020, registrou um Produto Interno Bruto (PIB) de 65,8 bilhões de reais, o que representa 0,9% de todo PIB brasileiro, além de deter o 3.º maior PIB de seu estado. Guarulhos sedia o principal aeroporto do país, que serve São Paulo, o Aeroporto Internacional André Franco Montoro.



Borá é um município brasileiro do interior do estado de São Paulo. Sua população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 1.º de julho de 2021, era de 839 habitantes. Até 2014, Borá era o município menos populoso do país. A partir daquele ano, passou para a segunda posição, perdendo para a cidade mineira de Serra da Saudade, o menor município brasileiro, com estimativa de 771 habitantes para 1.º de julho de 2021. Nas eleições de 2014, Borá registrou 806 votos válidos, para um total de 835 habitantes. Nas mesmas eleições, Serra da Saudade registrou 697 votos válidos, para um total de 822 habitantes. O início do povoamento de Borá deu-se por volta de 1918, quando os membros da família Vedovatti, atravessando as águas do Borá, iam a Sapezal, cidade em que faziam seu comércio de gêneros alimentícios. Em 1919, chegaram as famílias portuguesas de Manuel Antônio de Sousa, Antônio Caldas e Antônio Troncoso, construindo suas residências no acampamento dos engenheiros, localizado na fazenda de propriedade de Dionísio Zirondi.


Águas de São Pedro,  é o menor município paulista em extensão territorial e o segundo menor do Brasil. Águas de São Pedro foi emancipado de São Pedro na década de 1940. Atualmente, é formado pelo município de Águas de São Pedro, sendo a sede seu único distrito, subdividido ainda em seus quatro bairros.[7] Hoje é um dos onze municípios paulistas considerados como estâncias hidrominerais pelo governo do estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. A cidade é conhecida pelas suas águas hidrominerais de valor medicinal, tendo suas fontes naturais com alguns dos principais atrativos turísticos. Possui ainda dois grandes parques (Dr. Octavio Moura Andrade Parque Municipal e o Parque das Águas "José Benedito Zani"), além do minijardim municipal, importantes áreas verdes do município

Teodoro Sampaio. Pontal do Paranapanema. Parque Estadual Morro do Diabo (antigamente denominada Serra do Diabo). O Parque Estadual Morro do Diabo é um parque brasileiro que situa-se no Pontal do Paranapanema, município de Teodoro Sampaio, extremo oeste do Estado de São Paulo. Criado pelo Decreto-Lei n. 25.342 de 4 de junho de 1986, com uma área de 33.845,33 ha. Em seu relevo destaca-se o Morro do Diabo, elevação de 600 metros acima do mar. Não se sabe ao certo as origens do nome dessa elevação, há algumas lendas, como a de que a região seria um cemitério indígena (nunca comprovado por expedições antropológicas) e de que homens brancos foram assassinados pelos índios da região na época do Brasil Colônia como vingança pelas atrocidades cometidas por bandeirantes. Esta unidade de conservação constituía, junto com a Grande Reserva do Pontal do Paranapanema e a Reserva Lagoa São Paulo, um dos maiores trechos de Mata Atlântica do interior de São Paulo. Essas reservas, criadas na década de 1940, estão bastante reduzidas, sendo que o Parque Estadual do Morro do Diabo é a única que não sofreu grandes alterações.





São Vicente e Praia Grande, litoral centro-Sul de São Paulo. Entre o período colonial (Capitania) e a República, Praia Grande foi sesmaria, sítios e finalmente bairro continental de São Vicente. Em 1967 a cidade emancipou-se após um longo períodos de lutas políticas impulsionadas por moradores locais e veranistas paulistanos e do interior. 


SÃO VICENTE NAS TELAS DE BENEDITO CALIXTO



Prainha e Ponte Pênsil.


Morro dos Barbosas e Biquinha de Anchieta no final século XIX e início do XX

Praia do Guamium no Mar Pequeno. 

Pedra dos Ladrões, rio e praia do Itararé.

"Caminho do Porto das Naus". Tela de Benedito Calixto. Segundo o memorialista Fernando Lichti, essa praia originalmente, até as primeiras décadas dos século XX, chamava-se "Mahuá", nome não reconhecido pelos veranistas, que passaram a denominá-la apenas de praia de São Vicente. Nos anos 1940, a prefeitura, por influência dos investidores imobiliários e do turismo, tentou oficializar o nome "Praia das Caravelas", logo rejeitado pela população, que adotou o apelido "Gonzaguinha", imitando a famosa praia santista, mantido até hoje. Parte dessa cerca de obeliscos de concreto registrada na tela de Calixto ainda existe nas duas entradas da ponte Pênsil e também na área do porto das Naus, em direção ao Japui. Fonte: São Vicente na Memória. 


Morro de Praia do Itararé


Canto da Ilha Porchat e praia do Itararé.

Rio da Vó e Baía de São Vicente, de Benedito Calixto (1905). Ao fundo os morros Japui e Xixová.

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Porto de Martim Afonso. Ao fundo a Ponte Pênsil ligando a ilha de São Vicente ao continente. Cartão postal dos anos 1950.




FAROL DA ILHA DA MOELA. Construído entre 1830 e 1852 para orientar embarcações que trafegam na Bacia de Santos. Está localizado na região costeira de Praia Grande, à 24 quilômetros da estátua de Iemanjá. É administrado pelo Ministério da Marinha. Foto: Irandy Ribas. A Tribuna, 2010. Novo Milênio.





Projeto de Defesa do Porto de Santos elaborado pelo oficial militar Erico de Oliveira no final do século XIX.



Guarujá, litoral centro-Norte. Em 1892, surge a Companhia Prado Chaves, que tem por finalidade a criação de uma vila balneária na praia de Pitangueiras e a exploração do turismo na ilha. Para a vila, são encomendadas 46 casas de madeira nos Estados Unidos e um hotel de luxo, contando inclusive com um cassino. O hotel, batizado de La Plage, foi também construído com a mesma madeira com que foram feitas as casas. Além da vila, a Companhia construiu uma linha férrea ligando o estuário de Santos à praia de Pitangueiras, batizada de Tramway de Guarujá, bem como o primeiro serviço regular de navegação entre Santos e Guarujá. O empreendimento é inaugurado em 2 de setembro de 1893 e torna-se reduto da classe alta paulistana durante o verão, inclusive com a presença do presidente do Estado e de seus secretários. Esta data é também considerada a de fundação do município, quando Guarujá foi promovido a Vila Balneária.


Baía de Santos e ilha de São Vicente,  litoral centro-sul. Atribui-se a fundação de Santos a Brás Cubas, sertanista português que, em 1536, recebeu a mais vasta sesmaria do litoral da Capitania de São Vicente. Em 1543, Brás Cubas instalou às margens da baía a Casa de Misericórdia de Todos os Santos para abrigar doentes dos navios que chegavam da metrópole. O povoado, com nome simplificado de Santos foi elevado à categoria de vila em 1545.


Divisa de São Vicente-Santos: Ilha Urubuqueçaba e aos fundos os morros do Itararé e José Menino e suas respetivas praias. Foto: Viver em São Vicente e Região. 


O Porto Federal de Santos é um porto estuarino, localizado nos municípios de Santos, Guarujá e Cubatão, no estado de São Paulo. É o principal porto brasileiro, o maior complexo portuário da América Latina e um dos maiores do mundo. Possui uma grande variedade de terminais de carga para diversos produtos, que realizam a movimentação de granéis sólidos (principalmente de origem vegetal), líquidos, contêineres, carga geral e passageiros. A área de influência econômica do porto concentra aproximadamente 67% do produto interno bruto (PIB) do país e abrange principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Aproximadamente 60% do comércio internacional do estado de São Paulo (em valores) são embarcados ou desembarcados através do Porto de Santos. Em 2016, foi considerado o 39.º maior porto do mundo por movimentação de contêineres, e 35.º por tonelagem, segundo ranking da AAPA — Associação Americana de Autoridades Portuárias, sendo o mais movimentado da América Latina. Na imagem o Cais do Valongo, parte mais antiga e histórica dos porto santista. 


As operações de carga na região de Santos e São Vicente remontam ao princípio do Século XVI, ocorrendo de forma primitiva com a utilização de trapiches, por meio dos quais a mão de obra humana ou animal transportava as mercadorias aos navios ou a barcos intermediários. A movimentação de cargas neste período era explorada de forma independente por diversos agentes. A partir de 1870, a Coroa passou a buscar alternativas de expansão do setor portuário para a crescente oferta de exportação da produção cafeeira. Em 1886, foi iniciado o processo de concessão do Porto de Santos, que envolvia os direitos de exploração da movimentação portuária por 90 anos, com a contrapartida de realização de obras de investimento em infraestrutura, operação e saneamento. Os vencedores da concessão foram o grupo liderado por Eduardo Guinle e Cândido Gaffrée, então comerciantes no Rio de Janeiro, que para tanto administraram o Porto de Santos com a Gaffrée, Guinle e Cia., depois renomeada Empresa de Melhoramentos do Porto de Santos e finalmente com o nome ficou amplamente conhecida, Companhia Docas de Santos (CDS).

Porto Federal  de São Sebastião ou Companhia Docas de São Sebastião está localizado na costa do litoral norte do estado de São Paulo, na cidade de São Sebastião, a 180 km da capital do estado. É administrado atualmente pela Companhia Docas de São Sebastião (criada pelo decreto estadual 52.102 de 29/08/07). O governo federal brasileiro já tinha planos para construir um segundo porto no estado de São Paulo desde meados dos anos 1920. Na época, o jornalista Assis Chateaubriand usou seu recém-comprado jornal Diario da Noite para atacar a proposta, embora tal investida tenha sido considerada por opositores como mero "agradecimento" a Guilherme Guinle, dono da Companhia Docas de Santos, que havia lhe emprestado dinheiro para financiar a compra do periódico. A União celebrou contrato de concessão com o governo do estado de São Paulo, em 26 de outubro de 1934, autorizando a construção e a exploração comercial do porto de São Sebastião pelo prazo de 60 anos, prorrogado até junho de 2007. As obras, no entanto, começaram somente em 26 de abril de 1936, a cargo da Companhia Nacional de Construção Civil e Hidráulica. 


Anúncio na revista "Automóvel Club do Brasil", Ago/Set 1932 viagem inaugural navio Neptunia, com previsão de passagem pelo porto de Santos. Lançado ao mar em 1922, foi afundado pela Marinha Real Britânica em 18 de setembro de 1941, quando era utilizado para o transporte de tropas. Os transatlânticos italianos Oceania e Neptunia foram ambos requisitados para serviço da Marinha Real Italiana como navio transporte de tropas no início de 1941. Ambos foram torpedeados e afundados em 18 de setembro de 1941, pelo submarino britânico HMS Upholder, próximo a Tripoli na Líbia. A Regia Marina relata que ocorreram 384 mortes entre as 5 818 tropas transportadas pelos navios.




Itanhaém. Martim Afonso de Sousa, líder desta expedição, durante os dois anos em que permaneceu na região de São Vicente, teria fundado o núcleo original da cidade de Conceição de Itanhaém em 22 de abril de 1532, à margem oriental da foz do Rio Itanhaém, sob os pés do Morro do Itaguaçu[10] sendo, portanto, o segundo núcleo populacional criado pelos colonizadores portugueses no território brasileiro.



Cananéia. Em 24 de janeiro de 1502, chega no local a expedição exploratória com Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio (Amerigo Vespucci) no comando, visando reivindicar e demarcar as novas terras e nomearam o local por Barra do Rio Cananor. Esta expedição trazia uma figura obscura da história brasileira, o degredado português Cosme Fernandes, conhecido como Bacharel de Cananéia, o qual tornou-se uma figura poderosa na região, vindo a possuir muitos escravos e não prestando obediência à coroa portuguesa. Anos depois, em 1531, Portugal enviou mais uma expedição, sob o comando de Martim Afonso de Sousa, que chegou na comunidade de Marataiama (antigo nome de Cananéia registrado no diário de navegação da expedição; Mara = mar e Tayama = terra). Este ano é considerado o da fundação oficial da Vila. 


Iguape. Em 1532, pouco depois de chegar ao Brasil, Martim Afonso de Sousa ordenara a desocupação por Moschera e pelo Bacharel do território onde hoje está Iguape, que pertenceria à coroa portuguesa. Não sendo atendido, ordenou uma expedição chefiada por Pero de Góis que deveria executar a desocupação à força. Informados sobre a expedição, Moschera e o Bacharel, apoiados por indígenas flecheiros carijós, capturaram um navio corsário francês e desbarataram a força portuguesa, travando a Guerra de Iguapé, a primeira guerra entre europeus na América do Sul. Entre os anos de 1534 e 1536, as forças de Moschera e do Bacharel destruíram a vila de São Vicente, matando a maior parte da população, libertando os prisioneiros e incendiando o cartório onde estavam os registros oficiais do município, levando inclusive o Livro do Tombo, fonte oficial de informação sobre a região de Iguape e sobre seus fundadores. Após os ataques, Moschera retornou ao rio da Prata. A povoação de Iguape continuou sob o domínio do Bacharel de Cananeia e teve sua primeira igreja, em homenagem a Nossa Senhora das Neves, construída em 1537. A data de fundação de Iguape foi estabelecida em 3 de dezembro de 1538, ano em que Iguape e Cananeia se separaram. Em 1577, o povoado foi elevado à categoria de "Freguesia de Nossa senhora das Neves da Vila de Iguape", ano em que foi aberto o primeiro livro do tombo da Igreja de Nossa Senhora das Neves.


São Sebastião. É a cidade mais antiga do litoral norte. Antes da colonização portuguesa, a região de São Sebastião era ocupada por índios Tupinambás e Tupiniquins, sendo a serra de Boiçucanga uma divisa natural das terras das tribos. A ocupação portuguesa ocorre com o início da História do Brasil, após a divisão do território em Capitanias Hereditárias. Em 1608, aproximadamente, João de Abreu e Diogo de Unhate alegando "estarem na Capitania há muitas décadas, serem casados, terem filhos e terem ajudado às suas custas, nas guerras contra franceses, ingleses e índios inimigos" obtiveram sesmaria em São Sebastião sendo eles os sesmeiros que iniciaram a povoação com agricultura, pesca e alguns engenhos de madeira de cana-de-açúcar sendo, pois, os responsáveis pelo desenvolvimento econômico e a caracterização como núcleo habitacional e político. Isto possibilitou a elevação do povoado à categoria de vila em 16 de março de 1636 e a emancipação político-administrativa (elevação à categoria de cidade) em 20 de abril de 1875.



Santo André. O nome do município remonta à antiga vila de Santo André da Borda do Campo, que existiu na região do Grande ABC no início do período colonial. Esse povoado foi fundado por João Ramalho, genro do chefe tupiniquim Tibiriçá, em algum momento entre a sua chegada à América, no início do século XVI e 1532. No dia, 8 de abril de 1553, o povoado em que vivia foi elevado ao estatuto de vila pelo então governador-geral do Brasil Tomé de Sousa. Em 1558, Ramalho passou a governar a vila como alcaide-mor. Em 1560, devido aos conflitos com os povos indígenas da Confederação dos Tamoios, o governador-geral Mem de Sá ordenou a transferência da vila para os campos de Piratininga, onde, desde 1554, já se localizava o Colégio de São Paulo - erguido no atual Pátio do Colégio.


São Bernardo do Campo. A origem da cidade remonta a 1553, quando é oficializada a Vila de Santo André da Borda do Campo, fundada pelo português João Ramalho, junto a seu sogro Tibiriçá. A Vila foi o primeiro núcleo de povoamento do território brasileiro fora do litoral. O nome do município provém da Fazenda de São Bernardo, fundada pelos monges beneditinos em 1717, origem da ocupação moderna da cidade.


A Volkswagen Brasil é um das filiais do Grupo Volkswagen. Fundada em 1953, a filial no Brasil depois da China, é onde a montadora alemã tem maior presença fora de sua sede. Sua origem remonta a 1950 a partir da ideia de Heinz Nordhoff, então presidente da Volkswagen na Alemanha, de expandir seus mercados para novos países. Durante a sua existência, a Volkswagen do Brasil tem desenvolvido modelos próprios e variantes adequadas para diversos mercados na América Latina e África, substituindo ou complementando modelos projetados para a Europa. A Volkswagen do Brasil possui três fábricas de automóveis, em São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais e Taubaté (SP) e uma de motores em São Carlos (SP).





As origens da Volkswagen, na Alemanha e em São Bernardo.

Fundada em 1937, a indústria de automóveis Volkswagen iniciou sua existência como uma empresa estatal alemã (1). À época, vigorava naquele país o regime nazista, cujos dirigentes criaram a firma com o objetivo de fabricar em massa o chamado “carro popular”, o “Volkswagen” – no Brasil conhecido como “Fusca” (2). Em 1934, antes mesmo do surgimento da companhia, o governo alemão havia contratado o engenheiro Ferdinand Porsche para o desenvolvimento do projeto do Volkswagen, cujo desenho original este entregara ao ministério dos transportes germânico em janeiro do mesmo ano.Em 1938, teve inicio a construção da fábrica principal da empresa e de uma cidade – posteriormente denominada Wolfsburg - para abrigar as instalações industriais e seus milhares de funcionários (3).

Com o início da II Guerra Mundial, a indústria, ainda inacabada, teve a maior parte de sua produção direcionada para a fabricação de veículos militares, incluindo uma versão militar do “fusca” . Após o final da guerra e dos reparos aos danos causados pelos bombardeios sofridos pela fábrica, a produção do Volkswagen vai aos poucos atingindo grandes volumes e inicia-se sua exportação para diversos países (4).

No final do ano de 1950, a Cia. Distribuidora Geral Brasmotor anunciou a montagem deste automóvel em suas instalações em São Bernardo do Campo e sua revenda no Brasil (5). Entre fevereiro de 1951 (6) e junho de 1953, data da expiração de seu contrato com a Volkswagen, a Brasmotor montou 1274 Fuscas em São Bernardo do Campo (7).

Nesse mesmo ano de 1953, a Volkswagen transferiu suas operações para um galpão no bairro do Ipiranga, na capital paulista, ao mesmo tempo em que manifestava intenções de construir uma fábrica no Brasil para produção – e não mais apenas montagem – de automóveis, respondendo às sinalizações do governo brasileiro no sentido da criação de políticas favoráveis à implantação da indústria automobilística no país.

Em maio de 1955, após um período de indefinições – no qual se inseria a crise política associada ao suicídio do presidente Vargas – a Volkswagen anunciou a construção da fábrica na Via Anchieta (9), a qual apenas começaria, de fato, após a vitória de Juscelino Kubitschek nas eleições presidenciais de outubro do mesmo ano (10). A partir do ano seguinte, o apoio efetivo do novo presidente seria fundamental para a continuidade do processo da industrialização automotiva no país, sobretudo através da criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), o qual estabeleceu um cronograma de nacionalização progressiva dos automóveis montados no país, que deveriam chegar a ter, em meados de 1960, entre 90% e 95% de seu peso constituído por material fabricado no Brasil. Em 1956, um relatório da matriz da Volkswagen – que na época ainda era uma empresa estatal alemã – repercutia o encaminhamento da política industrial brasileira e justificava a criação da fábrica em São Bernardo do Campo com as seguintes palavras: “Como resultado das fortes restrições de importação por parte do governo brasileiro, a importação de produtos completos e veículos desmontados são extremamente difíceis. No ano em análise, a subsidiária preparou-se para começar a produzir parcialmente vans internamente no decorrer de 1957.Para isso, foi construída uma fábrica em São Bernardo, próximo a São Paulo”(11).

No segundo semestre de 1957, com a fábrica da Via Anchieta já operando, a Volkswagen apresentou os primeiros utilitários Kombi produzidos no Brasil, com um índice de nacionalização de 50% (12) . No final desse ano, a empresa já oferecia trabalho a cerca de 800 funcionários em São Bernardo do Campo (13).

No dia 18 de novembro de 1959, aconteceu a inauguração oficial da fábrica na Via Anchieta, a qual contou com a presença do presidente Kubitschek, do engenheiro Heinz Nordhoff, diretor mundial da VW – um dos responsáveis pelo sucesso da empresa no pós-guerra – e de Lúcio Meira, presidente do BNDE e do GEIA. A esta altura a Volkswagen já empregava quase 8 mil funcionários, fabricando o Fusca e a Kombi, com altos índices de nacionalização (14).

Nas duas décadas seguintes a empresa consolidaria a posição de maior indústria automobilística do Brasil, ultrapassando a impressionante barreira dos 27 mil empregados (15) e fazendo do Fusca o carro mais vendido do país.

Imagem. Fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo. Década de 1970. Ao fundo é possível observar o Jardim Andrea Demarchi e a Igreja da Paróquia Santa Maria. Vastas áreas do Bairro Demarchi e adjacências também aparecem, todas ainda pouco ocupadas.

Acervo, pesquisa e texto: Centro de Memória de São Bernardo do Campo

Notas

(1) – A administração britânica na Alemanha assumiu o controle da empresa no término da II Guerra Mundial e, em 1949, o entregou ao governo federal alemão, que repassou parte de sua propriedade ao estado federal da Baixa Saxônia, no qual se localiza a cidade de Wolfsburg. Em 1960, a firma foi transformada em sociedade anônima e teve 60 % de suas ações negociadas em bolsa de valores. O Estado da Baixa Saxônia ainda detém cerca de 12% das ações da Volkswagen.
(2) – Cf. Verbetes Volkswagen e Ferdinand Porsche, na Enciclopedia Britânnica On-line. O estado alemão da baixa saxônia ainda detém uma parte minoritária das ações da empresa.
(3) – Cf. Volkswagenswerk AG. Breve Crônica. Wolfsburg, Volkswagenswerk AG, 1981.p.2.3,9,11.
(4)– Cf. Volkswagenswerk AG. Breve Crônica. Wolfsburg, Volkswagenswerk AG, 1981.p.14,16-20,22,24.
(5) – Cf. Jornal do Brasil, 10/12/1950, 2ª seção p. 15
(6) -Cf. ASSIS, Célia de e VERANO, Paulo Nascimento. O futuro sem fronteiras – A história dos primeiros 50 anos da Brasmotor. São Paulo: Editora Prêmio, 1996.p.28
(7) – Cf. Gromow, Alexander. Brasmotor e Volkswagen, o elo perdido. Coluna Falando de Fusca & afins. Site Autoentusiastas. Publicado em 30/11/2015. Acessado em 9/2/2024.
( - Correio da Manhã,1/7/1953, p.3
(9) – Jornal Folha da Manhã, 19/05/1955,Cad. Assuntos Especializados p.1 e 3;
(10) – Jornal Correio da Manhã (23/10/1955, Cad.6 p.1.
(11) – Volkswagenwerk gmhb. Relatório de Negócios para o ano de 1956.p.14.Wolfsburg, 1956.Acessível. no site ofical da empresa
(12) – Revista Família VW.Edição Especial. Ano XVII.N° 188. Setembro/outubro. 1979.p.1.
(13) – Sales, Telma Bessa. Trabalho e Reestruturação produtiva – O Caso da Volkswagen em São Bernardo do Campo/SP.São Paulo: Annablume, FAPESP, 2002. p.40,
(14) – Cf. jornal Folha de São Bernardo, 30/11/ 1959. p.7,10.
(15) - Cf. Indústria Automobilística Brasileira - ANFAVEA. Novembro/1972.São Paulo: Sindicato Nacional da Indústria de Tratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares. p.127. 

[Textos e imagens da Wikipedia]

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A HOLYWOOD DO ABC


Estúdios da Vera Cruz em São Bernardo do Campo. 


O que foi a Companhia Cinematográfica Vera Cruz - e porque ela foi tão importante para o cinema brasileiro

Revista RollingStone. Camilla Millan. 
Publicado em 04/11/2020. 

Em 4 de novembro de 1949, a Vera Cruz foi fundada, e acabou se transformando em um marco do cinema nacional

A Companhia Cinematográfica Vera Cruz surgiu em 4 de novembro 1949, em meio a uma efervescência cultural no estado de São Paulo. Fundada por Franco Zampari e sediada em São Bernardo do Campo, a produtora é um marco do cinema nacional, e representou uma mudança da indústria brasileira. 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e ditadura do Estado Novo, a vida paulista era tomada por uma cultura em agitação. Aparelhos culturais, como o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu de Arte de São Paulo (MASP), foram inaugurados na década de 1940 - e o interesse pelo cinema só crescia.

NOVIDADE

Na época, as chanchadas estavam a todo vapor, com produções populares que evidenciavam o humor. O gênero fez sucesso em território nacional, principalmente devido aos filmes produzidos pela produtora Atlântida. Apesar de ser um gênero reprodutor de estereótipos e não ser bem-recebido pela crítica, os longas lotavam salas de cinemas do Brasil, mas não alcançavam outros países.
Assim, Zampari fundou a Vera Cruz com o objetivo de projetar o cinema brasileiro para o exterior. Ele chamou técnicos da Europa, investiu muito dinheiro com cenário, atores e câmeras - tudo para fazer com que o cinema nacional alcançasse padrões internacionais.

Empreitada internacional e declínio 

Para conseguir alcançar o “padrão internacional de qualidade”, Zampari deixou de lado o cinema popular - atitude muito criticada até hoje. Os técnicos europeus da Vera Cruz não estavam familiarizados com a cultura brasileira, muito menos com o estilo cinematográfico do país.
Prezando por longas policiais e dramáticos, a Vera Cruz é criticada por uma abordagem superficial do Brasil e por lançar filmes a partir de moldes estrangeiros, como explicou a Enciclopédia Itaú Cultural - e essa estratégia teve consequências.

Sem apelo popular e sofrendo com a concorrência do cinema internacional, o dinheiro arrecadado em bilheteria não supria o orçamento dos filmes. Isso, adicionado à administração caótica da produção, levou ao endividamento e falência da empresa. Apesar de alguns filmes alcançarem sucesso internacional, a distribuição por meio da Columbia Pictures fazia com que o dinheiro não voltasse para a produtora.

Assim, os estúdios da Vera Cruz ficaram em atividade por apenas 5 anos, período no qual foram produzidos mais de quarenta longa-metragens - e um dos mais famosos é O Cangaceiro. 

Cena de O Cangaceiro, sucesso internacional da Vera Cruz e destaque no Festival de Cannes, na França. 

Legado 

Apesar das diversas críticas à Vera Cruz, é notável que, com a empreitada, Zampari conseguiu profissionalizar diversas pessoas da indústria cinematográfica. Criou-se uma nova geração de profissionais capacitados e diferentes técnicas de filmagens que agregaram na produção brasileira.
A produtora alcançou grande sucesso com O Cangaceiro, que representou um dos primeiros filmes brasileiros a extrapolar, de fato, as fronteiras nacionais. Após muita insistência, o cineasta Lima Barreto conseguiu a aprovação para fazer um filme inspirado na cultura brasileira - mais especificamente, no bandoleiro Lampião.

O longa ganhou o prêmio de melhor filme de aventura e de melhor trilha sonora no Festival Internacional de Cannes. Outro lançamento icônico da Vera Cruz foi Sinhá Moça, que recebeu o Leão de Bronze, terceiro maior prêmio do Festival de Veneza. 
A revelação de grandes talentos também foi um legado importante da Vera Cruz. Um deles foi o ator, cineasta e comediante Amácio Mazzaropi. Pela companhia, o astro despontou, e  participou de longas como Sai da frente - e mais para frente, atuou no grande sucesso Jeca Tatu, posterior à produtora.
Além dos prêmios, a Vera Cruz conseguiu consolidar o cinema brasileiro por meio do apoio da elite financeira e intelectual, que tirou a produção nacional da marginalidade. A partir da técnica e do status do cinema brasileiro adquirido por meio da companhia, a indústria brasileira passou a ter capacidade para desenvolver um estilo verdadeiramente nacional, como indicou o site Aventuras na História.
Dessa forma, um dos grandes legados da produtora foi abrir a possibilidade para que novas ideias pudessem ser exploradas no cinema nacional com tecnologia suficiente para serem executadas.

Assinatura audiovisual das produções da Vera Cruz


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São Caetano do Sul. A história da cidade liga-se ao descobrimento do Brasil. Após o encerramento da vila de Santo André da Borda do Campo, já no ano de 1631, o capitão Duarte Machado doou aos padres beneditinos o sítio que possuía no Tijucuçu. Anos mais tarde, em 1671, o bandeirante Fernão Dias Pais Leme arrematou em leilão outro sítio vizinho e também o doou aos padres. Assim, formaram a Fazenda São Caetano, onde, além de pequenas plantações, mantinham uma olaria para fazer os tijolos, lajotas e telhas de que necessitavam para a construção do Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo. As terras da antiga Fazenda São Caetano foram adquiridas pelo Governo Imperial com a intenção de formar Núcleos Coloniais para incentivar a imigração européia, sendo este o primeiro a ser inaugurado. Em 29 de junho de 1877, algumas famílias de imigrantes italianos da região de Vittorio Veneto, no Nordeste da Itália, embarcavam no porto de Gênova com destino ao Brasil, iniciando-se o processo imigratório no município.


ABC, SERRA DO MAR E ARREDORES HISTÓRICOS DA GRANDE SP



ABC FOTOS ANTIGAS

 Oficina e galpão de estacionamento e garagem dos locobreques da SPR em Paranapiacaba.


A Antiga Estação de Paranapiacaba foi destruída em um incêndio em 1981. Fonte - Rogério Rezende.
Paranapiacaba: plataforma de retorno das locomotivas da SPR. 





1953 - Ribeirão Pires - Matriz.07/03/1953. Acervo - Museu Histórico Municipal de Ribeirão Pires.

Ribeirão Pires 1950, passagem das porteiras da Estação Ferroviária e ao fundo o antigo centro comercial. 


1960 - Santo André :Vila Assunção.. Fonte - Roger Rezende.

 Dia da instalação do município (01-01-1945). Em frente ao antigo prédio da prefeitura, atual Câmara de Cultura de São Bernardo do Campo. Arquivo retirada da História de SBC. Aprem Comunicação


Ruinas  do Portão de entrada da unidade de azulejos da Indústrias Matarazzo de Artefatos de Cerâmica - IMACESA em São Caetano do Sul.



São Caetano do Sul 1954: Viaduto dos Autonomistas aberto ao público em 15..1954. Ao lado a Rodoviária Presidente Vargas. Ao fundo a IRFM - Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.

Vagão de Breque da SPR. 


Serra do Mar. 

Estação da SPR em São Bernardo do Campo. 1865. Atual Santo André. 

Funicular da SPR na Serra do Mar. 



Serra Negra foi fundada em 23 de setembro de 1828 por Lourenço Franco de Oliveira. A fundação remete-se à data em que a pequena capela construída nas terras de Lourenço Franco de Oliveira (local do atual bairro das Três Barras) recebeu a concessão de Capela Curada (termo que institui um paróquia) pelo bispo Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, de Mogi Mirim. Em 12 de março de 1841, a capela, pertencente à região de Mogi Mirim, foi elevada à categoria de Freguesia (povoação sob aspecto eclesiástico). Em 24 de março de 1859, Serra Negra foi elevada à categoria de Vila, sendo os respectivos habitantes obrigados a construir Cadeia e Casa da Câmara a sua custa.[7] A primeira sessão da Câmara Municipal foi realizada em 7 de setembro de 1859. Pela lei n° 113, de 21 de abril de 1885, a Vila de Serra Negra foi elevada à categoria de cidade. Inicialmente, os lavradores que moravam em Serra Negra cultivavam cereais. No ano de 1873, teve o início do plantio de café em larga escala.

A partir de 1880, começaram a chegar as primeiras famílias de imigrantes italianos para trabalharem nas lavouras de café, mudando totalmente as características portuguesas da colonização e revelando ser a tradição italiana fator predominante na contribuição da cultura local. Em março de 1892, foi inaugurado o ramal férreo da Companhia Mogiana. A locomotiva fazia o trajeto de Serra Negra até Campinas. Além do transporte de passageiros, o principal produto transportado era o café. O ramal foi desativado em 1956, quando as estradas de rodagem já se desenvolviam em larga escala no país. Na década de 1920, a economia brasileira já começava a sofrer os efeitos ocasionados pelo excesso da produção de café.

Águas minerais. Serra Negra, embora afetada pela crise, do café  já recebia os primeiros benefícios da descoberta da qualidade terapêutica de suas águas minerais a partir da Fonte Santo Antonio, de Luiz Rielli. A descoberta das propriedades radioativas das águas em 1928 levou à criação, em 1930, de um pavilhão hidroterápico construído ao lado da grandiosa fonte. Sua composição mineral, combinada a pequenas doses de radioatividade, revelou serem as águas minerais de Serra Negra indicadas para os mais diversos tratamentos de saúde.

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São José dos Campos, Vale do Paraíba,  foi elevado à categoria de vila em 1767. No decorrer do século XIX a agricultura desenvolveu-se no município, com destaque para o café, principalmente a partir da década de 1880. Porém na segunda metade do século XX a indústria ganhou força, sendo este o momento que a cidade descobre sua vocação para a área da tecnologia.

A Embraer nasceu como uma iniciativa do governo brasileiro dentro de um projeto estratégico para implementar a  indústria aeronáutica no país, em um contexto de políticas de substituição de importações.


Convencida do potencial de mercado associado à aviação regional e das primeiras experiências bem-sucedidas com o protótipo, a equipe partia, então, para um novo desafio: viabilizar a fabricação em série do Bandeirante. Após tentativas junto ao setor privado, o time liderado por Ozires Silva articulou com o governo a criação de uma companhia de capital misto, com capitalização inicial do Estado. Em 19 de Agosto de 1969, a Embraer foi oficializada via Decreto de Lei. Suas atividades se iniciaram em 2 de janeiro de 1970, em endereço que, até hoje, homenageia a data (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2170 em São José dos Campos - SP). Para viabilizar a comercialização do Bandeirante, a Embraer introduziu diversas modificações no modelo. Depois delas, o avião trocou de código: recebeu a numeração EMB 110, deixando as iniciais “EMB 100” apenas para os primeiros três protótipos. Ao longo dos anos 1970, o Bandeirante ganhava destaque no mercado e rasgava os céus dos quatro cantos do planeta. Simultaneamente, a Embraer trazia soluções inovadoras para seus primeiros clientes nos segmentos de aviação agrícola, comercial e executiva. Entre as aeronaves apresentadas, destacaram-se o Ipanema, o Xavante e o Xingu, além da linha montada em parceria com a americana Piper. - Portal da Embraer.

Na imagem da década de 1930, temos uma vista da vila Abernéssia, centro comercial e administrativo de Campos do Jordão e que conta com uma de nossas estações ferroviárias. Chamada de Vila Nova até 1915, Abernéssia vem da junção do nome de duas cidades escocesas, Aberdeen e Inverness.EFGJ.


CAMPOS DO JORDÃO. A partir do século XVI, a região começou a ser percorrida por desbravadores de origem portuguesa, como Martim Corrêa de Sá, Gaspar Vaz da Cunha e Inácio Caetano Vieira de Carvalho. A família deste último vendeu suas terras na região para Manuel Rodrigues do Jordão, cujo sobrenome veio a conferir à região seu nome atual. As terras de Jordão foram loteadas e vendidas na segunda metade do século XIX. Em 20 de setembro de 1790, Inácio Caetano Vieira de Carvalho chegou, no alto da Serra da Mantiqueira, na Fazenda Bonsucesso. Desde então, passou a ser hostilizado pelo vizinho João Costa Manso por problemas com os limites da fazenda. Essa briga iniciou uma luta aberta entre paulistas e mineiros que só terminou em 1823, quando morreram Vieira de Carvalho e Costa Manso. Os Vieira de Carvalho venderam a Fazenda Bonsucesso ao brigadeiro Jordão, que mudou o nome da fazenda para Natal, mas ficou conhecida como os Campos do Jordão.

Fundação. Em 1874, Mateus da Costa Pinto, considerado o fundador da cidade, tendo adquirido boa parte das terras que pertenciam ao brigadeiro Jordão, transfere-se de Pindamonhangaba para os Campos do Jordão onde, em 29 de abril de 1874 deu início a inúmeras construções, fundando, assim, o primeiro povoado, que denominou São Matheus do Imbiri, por estar localizado nas proximidades do Pico do Imbiri e Ribeirão do Imbiri. Em 2 de Fevereiro de 1879 teve início à construção da capela Nossa Senhora da Conceição dos Campos do Jordão, onde já havia a capelinha de São Mateus. Em 1891, Dr. Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho comprou todas as terras de Mateus Pinto, e instalou-se na vila de São Mateus, que em sua homenagem foi chamada de Vila Jaguaribe. A povoação se desenvolveu, tornando-se distrito do município de São Bento do Sapucaí em 29 de outubro de 1915, com o nome de Campos do Jordão. Nessa mesma época, iniciou-se a construção da Vila Abernéssia onde estavam localizados os sanatórios dos doentes dos pulmões. Em 1920, foi iniciada a construção da Vila Emílio Ribas. O fato de tornar-se um local para tratamento de saúde originou a criação de uma prefeitura sanitária em 1 de outubro de 1926, mantida até 21 de janeiro de 1931.

Emancipação. Em 19 de junho de 1934 conseguiu sua autonomia político-administrativa com a criação do município. O nome do município homenageou o Brigadeiro Jordão, pois, na época, era costume ligar-se o nome do proprietário à propriedade.[9] A partir da década de 1950, o avanço da medicina fez com que a tuberculose deixasse de ser uma doença tão perigosa. Com isso, a cidade passou a desenvolver o turismo. Atualmente, é um dos principais destinos de inverno do Brasil.


A Estrada de Ferro Campos do Jordão. Em 1914, a EFCJ foi inaugurada para facilitar o transporte de pacientes com tuberculose para Campos do Jordão, onde havia vários locais para o tratamento dessa enfermidade. Com o avanço da medicina, novos métodos foram descobertos e o clima da Serra da Mantiqueira deixou de ser utilizado neste tipo de tratamento. Mas, ainda hoje, a tuberculose atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Ela tem cura e o diagnóstico precoce é a principal ferramenta no combate à doença. Na imagem, painel em exposição no nosso Centro de Memória Ferroviária que mostra como a sociedade lidava com a tuberculose no início do século XX e como Campos do Jordão se tornou um local de cura da doença.


Bauru, região central do estado. Foi fundada em 1896, sendo que a Marcha para o Oeste, impulsionada pelo governo de Getúlio Vargas como incentivo ao progresso e a ocupação da região central do Brasil, foi um importante fator de incremento populacional para a região. No começo do século XX o município começou a ganhar infraestrutura e a população aumentou com a chegada da ferrovia e, mais tarde, das rodovias. A cafeicultura ganhou força no município no início do século, porém Bauru tornou-se industrializada, acompanhando a crescente industrialização do país a partir da década de 30, sendo esta atividade a principal responsável pela urbanização do município. É, juntamente com o setor terciário, a principal fonte de renda municipal, fazendo com que o município tenha o 68º maior PIB brasileiro. No campo ganhou força após a década de 1950 a cana-de-açúcar.


Sorocaba, sul-paulista.Os bandeirantes passavam por essa região quando iam para Minas Gerais e Mato Grosso à procura de ouro, prata e ferro. Em 1589, o português Afonso Sardinha esteve no morro de Araçoiaba à procura do ouro mas encontrou somente minério de ferro. No local, nesse ano, Afonso Sardinha construiu a primeira casa da região, que deu origem à fundação da vila de Nossa Senhora da Ponte de Monte Serrat, mudando-se para a vila de São Filipe no Itavuvu em 1611. Por ordem do então governador-geral do Brasil (período entre 1591 e 1602), Dom Francisco de Sousa, foi inaugurado o pelourinho (símbolo do poder real) na vila de Nossa Senhora da Ponte de Monte Serrat, no morro de Araçoiaba em 1599. Após o retorno de dom Francisco à corte, o capitão Baltasar Fernandes instalou-se na região em 1654 com família e escravaria indígena vindas de Santana de Parnaíba nas terras que recebeu do rei de Portugal. Fundou então, a 15 de agosto de 1654, um povoado com o nome de Sorocaba. 


Ribeirão Preto, norte paulista. Foi fundada em 1856, neste período a região recebia muitos mineiros que saíam de suas terras já esgotadas para a mineração e procuravam pastagens para a criação de gado. No começo do século XX, a cidade passou a atrair imigrantes, que foram trabalhar na agricultura ou nas indústrias abertas na década de 1910. O café, que foi por algum tempo uma das principais fontes de renda, se desvaloriza a partir de 1929, perdendo espaço para outras culturas e principalmente para o setor industrial. Na segunda metade do século XX foram incrementados investimentos nas áreas de saúde, biotecnologia, bioenergia e tecnologia da informação, sendo declarada em 2010 como "polo tecnológico".

Bosque de Ribeirão Preto em fotografia de 1937.



Marília, oeste paulista. A Companhia Paulista de Estradas de Ferro vinha desde 1924 avançando seus trilhos de Piratininga até chegar a Lácio (terras do deputado Sampaio Vidal),[23] sendo que a próxima estação passaria próximo dos patrimônios já existentes, o que causaria disputas entre os fundadores, principalmente entre Antônio Pereira da Silva, já que era o fundador do primeiro patrimônio e Sampaio Vidal. Bento de Abreu ignorou o Alto Cafezal e tudo fez para impulsionar o desenvolvimento de seu próprio patrimônio, estabelecido justamente ao lado do povoado já existente. Investiu em infraestrutura e em recursos humanos, recrutando profissionais liberais em diversas áreas, que para lá se dirigiram. Para demarcar as terras do novo patrimônio contratou o engenheiro Dr. Durval de Menezes e compôs aliança política com o grupo de Rodolfo Miranda. O poder político venceu e a estação foi construída nas terras do deputado, que deveria escolher um nome para a estação com a letra "M", já que, de acordo com o esquema dessa companhia, as estradas que iam sendo inauguradas no ramal, haveriam de ser nomeadas por ordem alfabética. Foram propostos vários nomes, como "Marathona", "Mogúncia" e "Macau", mas Bento de Abreu não ficou satisfeito com nenhuma das sugestões. Em uma de sua viagens de navio à Europa, leu o livro de Tomás Antônio Gonzaga, "Marília de Dirceu", de onde teve a ideia de sugerir o nome de "Marília". 


Piracicaba, centro-paulistaFoi fundada em 1767, às margens do rio Piracicaba, manancial que foi vital para a região. No decorrer do século XIX, a agricultura se desenvolveu no município, com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar e do café. Contudo, ainda na primeira metade do século XX, a cidade entrou em decadência. Com o fim do ciclo do café e a queda constante de preços do açúcar, a economia piracicabana se estagnou, o que viria a ser revertido somente a partir do início de sua industrialização.

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Embarcações fluviais no rio Paraná, divisa entre São Paulo e Mato Grosso (Atual Mato Grosso do Sul)


Mapa viário do Estado de São Paulo tendo o Porto Tibíriçá como  ponto extremo do Oeste paulista.



Porto Tibiriçá (abaixo)   e  Presidente Epitácio (acima) . Confluência entre os rios Paraná e Rio Pardo antes da formação do lago da Usina de Porto Primavera. Ao centro a ilha Tibiriçá (hoje inundada) e sobre ela a ponte que liga São Paulo e Mato Grosso do Sul. Liga também as rodovias Manoel da Costa Lima (MS) e Raposo Tavares (SP). Acima e antes da curva do rio Paraná, a Vila e o antigo Distrito Federal do Porto Tibiriçá, fundado em 1907 e incorporado ao governo federal durante a II Guerra Mundial. Mais acima o porto e cidade de Presidente Epitácio, fundada na década de 1924 com a chegado dos trilhos da E.F. Sorocabana.



A ERA DAS RODOVIAS E O PORTO DAS INDÚSTRIAS



Caminho do Mar em 1920. 

A Rodovia Caminho do Mar (SP-148), também conhecida como Estrada Velha de Santos, é uma rodovia brasileira que liga o litoral do estado de São Paulo (Santos-Cubatão) ao planalto paulista (São Paulo, via Região do Grande ABC). Desde 1985 fechada para automóveis de passeio particulares,[1] só pode ser percorrida por visitantes a pé, veículos de manutenção e micro-ônibus da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, administradora do Polo Ecoturístico Caminhos do Mar, abrangendo a própria rodovia, a Calçada do Lorena e outros monumentos, como Pouso de Paranapiacaba, Belvedere Circular, Rancho da Maioridade, Padrão do Lorena, dentre outros. A chamada Trilha dos Tupiniquins, também denominada Caminho de Paranapiacaba ou Caminho de Piaçaguera, foi a mais antiga e principal ligação entre o litoral (Baixada Santista) e a vila de São Paulo de Piratininga durante o período colonial. Iniciava-se na vila de São Vicente, atravessava uma área alagada (hoje Cubatão) e prosseguia Serra do Mar acima, até as nascentes do Rio Tamanduateí (no atual município de Mauá) e, daí, ao Córrego Anhangabaú, na aldeia do índio Tibiriçá, em Piratininga (atual Pátio do Colégio, no centro histórico de São Paulo). A escarpa da Serra do Mar entre a Baixada Santista e o planalto paulista foi transposta por distintos caminhos indígenas e posteriormente, na sequência, pela Calçada do Lorena, Estrada da Maioridade/Vergueiro/Caminho do Mar, Anchieta e Imigrantes. Com a crescente expansão dos parques industriais de São Paulo, o ABC e Cubatão, em 1947 foi inaugurada a primeira pista da Via Anchieta; em 1953, a segunda; em 1976, foi inaugurada a pista Norte da Rodovia dos Imigrantes; e, em 2002, a pista Sul. O fluxo de veículos pela Via Anchieta era mais eficiente do que pelo Caminho do Mar. Logo, a estrada passou a ser subutilizada, assim ficando por várias décadas. No período 1992-2004, a estrada foi fechada e reformada, tornando-se, atualmente, o Polo Ecoturístico Caminhos do Mar, que é formado pela estrada Caminho do Mar e por um trecho da Calçada do Lorena. [Textos e imagens da Wikipedia]



Trechos da Estrada Velha  nos anos 1950. 

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Via Anchieta em cartão postal dos anos 1960


Construção das marginais da Via Anchieta próximo ao município de São Paulo nos anos 1970. 


A Rodovia Anchieta ou anteriormente Via Anchieta(SP-150) faz a ligação entre a capital paulista, São Paulo e a Baixada Santista onde fica o Porto de Santos, passando pelo ABC Paulista. É uma das vias de maior movimentação de pessoas e de mercadorias de todo o Brasil, bem como a Rodovia dos Imigrantes, que constitui o mesmo sistema da Via Anchieta, o Sistema Anchieta-Imigrantes. Faz parte do sistema BR-050, que liga Brasília a Santos, passando pelo estado de Minas Gerais. A rodovia é o maior corredor de exportação da América Latina. Essa rodovia foi autorizada em lei em 4 de janeiro de 1929 pelo presidente de São Paulo Júlio Prestes, foi iniciada em 1939 pelo interventor Adhemar Pereira de Barros e por ele concluída, quando governador do estado, em 1947. Na Rodovia Anchieta está situada a matriz brasileira da Volkswagen, vista ao lado direito da imagem
Durante o período do Estado Novo, sob o governo do então presidente da República Getúlio Vargas, o projeto de construção de custos altíssimos levou o governo a considerar a obra desnecessária. Foi inaugurada em duas etapas: a pista norte em 1947 e a pista sul em 1953. A rodovia é considerada uma obra-prima da engenharia brasileira da época, dada a arrojada transposição da Serra do Mar por meio de túneis e viadutos. Em 1969, uma decisão do governo do estado de São Paulo concedia à Dersa, empresa estatal, o direito de explorar o uso da rodovia. Em 1972 são instalados os primeiros pedágios, ainda no trecho de São Bernardo do Campo. Em 29 de maio de 1998 a rodovia foi privatizada pelo então governador Mário Covas juntamente com a Rodovia dos Imigrantes através de uma licitação em que a empresa Ecovias, formada por um consórcio de empresas privadas, recebeu a concessão por um período de 20 anos para a operação e manutenção de todo o Sistema Anchieta-Imigrantes. [Textos e imagens da Wikipedia]

Via Anchieta no trecho de São Bernardo do Campo nos anos 1950. 

Trecho da Vida Anchieta na Serra do Mar nos anos 1950. 


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Rodovia dos ImigrantesEm 23 de janeiro de 1974 foi lançada a pedra fundamental da rodovia que seria inaugurada com sua primeira pista no trecho de serra, a ascendente. Durante a construção desta pista, os engenheiros perceberam vários problemas que inviabilizavam o projeto inicial de três pistas paralelas: a proximidade com as encostas havia criado problemas de deslizamentos de terra, com altos custos de obras de contenção e de pequenos túneis, e de que a geografia das outras duas pistas seria ainda mais complicada. Em 1974, surge a ideia de construir as pistas descendente e reversível como superpostas, basicamente com a pista reversível sendo construída em cima da pista descendente. As duas pistas contariam com túneis mais longos (seriam 5.438 metros de túneis, com o maior deles tendo 3.200 metros de extensão). A ideia logo seria abandonada porque se constataria que pistas colaterais permitiriam uma diminuição dos custos, aumento da segurança operacional ao permitir a ligação das duas pistas. Com sérias limitações orçamentárias, o DERSA deixa os projetos tanto da pista reversível quanto da pista descendente de lado. A pista ascendente passa a ser operada de forma reversível, com o sentido sendo revertido de acordo com as demandas de tráfego. A construção da pista ascendente, inaugurada em 28 de junho de 1976, teria usado cem engenheiros e treze mil operários.
[Textos e imagens da Wikipedia]





A Rodovia Presidente Dutra (anteriormente, Via Dutra) (BR-116, também chamada de SP-60 no estado de São Paulo), conhecida coloquialmente como Via Dutra, é uma rodovia que faz a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil. Possui uma extensão total de 402 quilômetros, iniciando-se no Trevo das Margaridas, no acesso à Avenida Brasil, no Rio de Janeiro e terminando na Ponte Presidente Dutra, no acesso à Marginal Tietê, em São Paulo.[Textos e imagens da Wikipedia]


A Rodovia Fernão Dias  é a denominação que a BR-381 recebe no trecho entre duas regiões metropolitanas brasileiras: a Grande São Paulo e a Grande Belo Horizonte. Em 1959, foi inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek a ligação Belo Horizonte-Pouso Alegre quando ainda estava inacabada a obra. Contudo, apenas em 1961 a rodovia havia sido totalmente concluída, com a finalização das obras no trecho paulista.[Textos e imagens da Wikipedia]


Rodovia Régis Bittencourt  é o nome que recebe o trecho da BR-116 entre São Paulo e a divisa entre o Paraná e Santa Catarina, no limite entre Rio Negro e Mafra. Esta designação é oficial do extinto DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), e do atual DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O engenheiro civil Edmundo Régis Bittencourt teve participação ativa na gestão do DNER nos anos 50 e se empenhou na construção da rodovia São Paulo-Paraná, que atualmente leva seu nome. Ela foi inaugurada, com a denominação de BR-2, por Juscelino Kubitschek de Oliveira, no começo de 1961. No estado de São Paulo é denominada SP-230. [Textos e imagens da Wikipedia]

A Rodovia Anhanguera liga São Paulo com a região nordeste do estado, passando por importantes cidades industriais e a uma das mais produtivas áreas agrícolas. É uma das mais importantes rodovias do Brasil e uma das mais movimentadas, com o trecho de maior tráfego entre São Paulo e Campinas, o primeiro a ser construído. É duplicada, contendo trechos com faixas adicionais e pistas marginais. Têm um tráfego pesado, especialmente de caminhões. É considerada, juntamente com a Rodovia dos Bandeirantes e Rodovia Washington Luís, o maior corredor financeiro do país, pois interliga algumas das regiões metropolitanas do estado como São Paulo, Jundiaí, Campinas e Ribeirão Preto, assim como o Aglomerado Urbano de Franca e a Região Administrativa Central.[Textos e imagens da Wikipedia]



A Rodovia dos Bandeirantes faz a ligação entre importantes municípios paulistas como São Paulo, Caieiras, Cajamar, Franco da Rocha Jundiaí, Itupeva, Valinhos, Campinas, Hortolândia, Sumaré, Santa Bárbara d'Oeste, Limeira e Cordeirópolis. [Textos e imagens da Wikipedia]


A Rodovia Washington Luís  é uma rodovia radial do estado de São Paulo, sendo o maior e principal trecho da SP-310. Faz a ligação de São Paulo aos municípios de Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Matão, Catanduva e São José do Rio Preto, dentre outros.[Textos e imagens da Wikipedia]

A Rodovia Presidente Castelo Branco (SP-280), também denominada BR-374 e originalmente chamada de Rodovia do Oeste) é a principal ligação entre a Região Metropolitana de São Paulo e o Centro-Oeste Paulista, iniciando-se no Complexo Viário Heróis de 1932, conhecido popularmente como "Cebolão", no acesso às vias marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, com término no entroncamento com a SP-225, entre Espirito Santo do Turvo e Santa Cruz do Rio Pardo.[Textos e imagens da Wikipedia]


A Rodovia Raposo Tavares ou anteriormente Via Raposo Tavares e também denominada SP–270 é uma rodovia do estado de São Paulo. Inicia-se no final da Rua Reação, no distrito do Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo e termina na divisa de estado com o Mato Grosso do Sul, no município de Presidente Epitácio.[Textos e imagens da Wikipedia]


Rodovia dos Tamoios (SP-99) é uma rodovia do estado de São Paulo, Brasil. Faz a ligação entre São José dos Campos, no planalto, e Caraguatatuba, na planície. É a principal ligação entre o Vale do Paraíba o Litoral Norte do estado de São Paulo. Em 2015, o maior trecho da rodovia passou a ser administrado pela Concessionária Tamoios, do Grupo Queiroz Galvão S/A. O Coronel Edgard Pereira Armond da então Força Pública de São Paulo e o engenheiro João Fonseca de Camargo e Silva, do DER foram os grandes responsáveis pela abertura e construção da antiga estrada. Em dezembro de 1931, em férias, o Coronel Armond embarcou em Santos no vapor Iraty com destino a São Sebastião. A bordo conheceu o ex-deputado estadual Manuel Hipólito do Rego, natural daquela cidade e, juntos conversaram sobre o estado decadente da região e da necessidade de comunicações terrestres com o planalto, pois o litoral norte estava abandonado.[Textos e imagens da Wikipedia]

Rodoanel Governador Mário Covas (SP-21), também conhecido simplesmente como Rodoanel, é um anel rodoviário de 176 quilômetros de extensão que circunda a região central da Grande São Paulo. Construído ao longo de duas décadas (com a conclusão da última etapa prevista para 2025), o Rodoanel conecta todas as 10 rodovias estaduais ou federais que passam pela Grande São Paulo, criando rotas alternativas que evitam, por exemplo, que caminhões vindos do interior do estado com destino ao porto de Santos circulem pelas vias urbanas já congestionadas da região metropolitana. A rodovia é dividida em 4 trechos, construídos em etapas separadas e operados por duas concessionárias diferentes. O primeiro trecho a ser aberto, o oeste, começou a ser construído em 1998 e foi inaugurado em 2002. O trecho sul foi aberto em 2010, e o leste em 2014. O trecho norte, ainda em construção, deve ser concluído em 2025. Há pedágios na divisa entre cada trecho e na saída para cada uma das rodovias interligadas. Além da capital paulista, o Rodoanel cruza outras 16 cidades da região metropolitana: Santana de Parnaíba, Barueri, Carapicuíba, Osasco, Cotia, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Arujá e Guarulhos. É uma rodovia estadual, com a designação SP-21. Seu nome é uma homenagem a Mário Covas, governador do estado de São Paulo falecido durante o exercício do cargo em 2001.[Textos e imagens da Wikipedia]


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Bibliografia

DEAN, Warren. A industrialização de São Paulo (1880-1945). São Paulo: Difel, Edusp, 1971. [1a ed., 1969, link.]

MILLIET, Sérgio. Roteiro do Café. São Paulo: Ed. Bipa, 1946.
«Edição integral do livro História da Capitania de São Vicente Pedro Taques de Almeida Paes Leme (em formato PDF).

Memórias para a história da capitania de S. Vicente, autor Frei Gaspar da Madre de Deus

Capítulos da História Social de São Paulo, de Alfredo Ellis Júnior (1944). (PDF)

Referências e imagens : Wikipedia

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PORTO FEDERAL DE SANTOS, GUARUJÁ E CUBATÃO


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Inauguração: 2 de fevereiro de 1892 
Operado por Autoridade Portuária de Santos
Proprietário: Governo Federal
Tipo de porto Marítimo
Área: 7,8 milhões de m²
Dutos: 55 km
Empregados: 1 468

Estatísticas
Carga anual de toneladas:147,0 milhões (2021)
Volume anual de contêineres: 3,853 milhões de TEUs
Valor da carga: 103,3 bilhões de US$ FOB
Tráfego de passageiros: 243 mil (2017)
Lucro líquido: R$ 199,3 milhões (2012)"

Geografia

O Porto de Santos é um porto estuarino, localizado nos municípios de Santos, Guarujá e Cubatão, no estado de São Paulo. É o principal porto brasileiro, o maior complexo portuário da América Latina e um dos maiores do mundo. Possui uma grande variedade de terminais de carga para diversos produtos, que realizam a movimentação de granéis sólidos (principalmente de origem vegetal), líquidos, contêineres, carga geral e passageiros.

A área de influência econômica do porto concentra aproximadamente 67% do produto interno bruto (PIB) do país e abrange principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Aproximadamente 60% do comércio internacional do estado de São Paulo (em valores) são embarcados ou desembarcados através do Porto de Santos.

O Complexo Portuário de Santos responde historicamente por mais de 25%, ou um quarto, da movimentação da balança comercial brasileira, e é o maior porto exportador de açúcar, suco de laranja e café em grãos do mundo. Outras cargas de importância são a soja, cargas conteinerizadas, milho, trigo, sal, papel, automóveis, álcool e outros granéis líquidos.

Em 2016, foi considerado o 39.º maior porto do mundo por movimentação de contêineres, e 35.º por tonelagem, segundo ranking da AAPA — Associação Americana de Autoridades Portuárias, sendo o mais movimentado da América Latina.

História -Primeiras operações e concessão


O Porto em 1937

As operações de carga na região de Santos e São Vicente remontam ao princípio do Século XVI, ocorrendo de forma primitiva com a utilização de trapiches, por meio dos quais a mão de obra humana ou animal transportava as mercadorias aos navios ou a barcos intermediários.[14] A movimentação de cargas neste período era explorada de forma independente por diversos agentes.

A partir de 1870, a Coroa passou a buscar alternativas de expansão do setor portuário para a crescente oferta de exportação da produção cafeeira. Em 1886, foi iniciado o processo de concessão do Porto de Santos, que envolvia os direitos de exploração da movimentação portuária por 90 anos, com a contrapartida de realização de obras de investimento em infraestrutura, operação e saneamento. Os vencedores da concessão foram o grupo liderado por Eduardo Guinle e Cândido Gaffrée, então comerciantes no Rio de Janeiro, que para tanto administraram o Porto de Santos com a Gaffrée, Guinle e Cia., depois renomeada Empresa de Melhoramentos do Porto de Santos e finalmente com o nome ficou amplamente conhecida, Companhia Docas de Santos (CDS). 

O porto foi explorado, desenvolvido e ampliado pela CDS, sob a gestão da então concessionária Companhia Docas de Santos, entre 7 de novembro de 1890 e 8 de novembro de 1980. Em 2 de fevereiro de 1892, o porto abriu suas portas ao comércio exterior como "porto organizado", com limites legalmente determinados, infraestrutura de 260 metros de cais construído e área específica para armazenagem. A primeira embarcação a atracar no novo porto, foi o Vapor britânico Nasmith. Francisco de Paula Ribeiro foi o superintendente da Companhia Docas de Santos entre os anos de 1888 e 1902, supervisionando e administrando a construção dessa infraestrutura.

No início do Século XIX, Santos foi um dos principais portos brasileiros para o desembarque de imigrantes, que afluíam principalmente da Itália e do Japão. Porém, a infraestrutura da cidade e suas atividades econômicas não comportavam o acolhimento destes indivíduos, que rapidamente se distribuíam para o interior do estado. Nesta época, Santos era conhecido como o "Porto da Morte", em virtude das diversas epidemias de doenças tropicais que acometiam periodicamente a população, acirradas pela falta de saneamento básico e condições precárias de moradia e higiene da população, bem como pela natureza alagadiça da cidade; este cenário alterou-se somente com as obras sanitárias realizadas por Saturnino de Britto a mando do então Secretário do Interior do Estado, Vicente de Carvalho, que criou os canais de drenagem que são hoje marcos da paisagem urbana santista. Em 1897, Santos teve a primeira greve organizada do País, deflagrada por um acidente em um navio.

Com o passar dos anos, a estrutura foi ampliada e desenvolvida de acordo com os investimentos realizados pela CDS, que chegou a empregar 15 000 funcionários. Além das diversas estruturas de terminais e dos prédios administrativos, a CDS executou diversas obras de engenharia de destaque para a época, seja por sua dimensão ou por sua complexidade. São particularmente notáveis o aterramento de Paquetá-Outeirinhos e a construção da Usina Hidrelétrica de Itatinga, ambas sob a direção do engenheiro Guilherme Benjamin Weinschenck.


Terminal de contêineres (Tecon) no porto de Santos, em 1999



Região norte do complexo portuário em 2018

A área de Paquetá-Outeirinhos, na margem direita (Santos), entre os atuais armazéns 12 e 23, que era originalmente um golfo, foi aterrada para criar uma estrutura linear de cais que permitisse a atracação de navios de maior profundidade, bem como uma retroárea de armazenamento. Para este aterramento, foi criada uma linha férrea especial para transportar as pedras da pedreira do bairro Jabaquara. Em uma das pontas das áreas aterradas, foram construídos prédios para a administração portuária, que hoje compõem a sede oficial da administração do porto.


Entrada do Canal de Santos  e Guarujá

A construção da Usina Hidrelétrica de Itatinga, concluída em 1910, às margens da Serra do Mar, foi outra obra de destaque. À época, Itatinga era uma das mais importantes hidrelétricas do país, em uma época em que poucos tinham acesso à rede elétrica; eletricidade gerada por ela foi utilizada inclusive na construção da usina hidrelétrica de Henry Borden, em Cubatão. Por conta da localização da usina, isolada no meio da Mata Atlântica a 7 Km de Bertioga, foi construída uma vila de apoio para a residência de funcionários que trabalham em sua manutenção e operação, na qual chegaram a residir 70 famílias simultaneamente. Mesmo sendo o efetivo de pessoal atual muito menor, ainda hoje a usina fornece eletricidade para a operação do porto e para suas instalações administrativas. Embora modernizada, parte de sua estrutura, como as turbinas por exemplo, são parte do equipamento original, em contínua operação há mais de cem anos.

Retorno à administração pública e Landlord Port

Após o vencimento da concessão, em outubro de 1980, a administração do porto e seu acervo voltaram ao domínio do Governo Federal, mais especificamente à então Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), sociedade de economia mista que, até março de 1990, permaneceu sob controle da Empresa de Portos do Brasil S.A. (Portobras).

A Codesp operou o porto em regime de monopólio até a promulgação da Lei 8.630/93,[19] que instituiu o ambiente concorrencial por meio do arrendamento das áreas portuárias para terminais, passando os portos federais brasileiros a operar por meio de um sistema conhecido como Landlord Port. Com a instituição deste sistema, a Codesp (e consequentemente o Governo Federal) passou a exercer apenas a função administrativa do complexo portuário (conhecida como Autoridade Portuária), passando a operação às mãos de terminais portuários privados.[9] Este conjunto de áreas, primárias (operacionais) e secundárias (administrativas), passa a configurar o Porto Organizado, área sob a jurisdição da Autoridade Portuária. Com a instituição da lei, a mão de obra operacional da Codesp foi transferida para o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), e a Codesp passou a contar com um efetivo de aproximadamente 1 500 funcionários, distribuídos em funções administrativas, de fiscalização e de Guarda Portuária. A legislação foi atualizada quando da promulgação da Lei 12.815/2013.[20]

Em 15/12/2010, o Porto de Santos recebeu da Comissão Nacional de Segurança Pública de Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos) o certificado internacional de implantação do ISPS Code, garantindo que a monitoração, fiscalização e controle dos meios de acesso às áreas primárias e secundárias estão adequados às exigências internacionais de segurança portuária.

No segundo semestre de 2018, o Governo Federal realizou a compra das ações dos acionistas minoritários da Codesp, buscando a nacionalização da empresa. Este processo foi concluído com sucesso, porém a Codesp permanece como sociedade de economia mista, uma vez que a Prefeitura de Santos é detentora de uma pequena parcela de ações da empresa, e a legislação atual não permite a negociação de ações entre diferentes esferas de governo.

A partir de outubro de 2019, a Codesp iniciou um processo de remodelagem de sua marca, passando a adotar o nome fantasia Santos Port Authority (SPA). Em março de 2020, a empresa alterou também sua razão social, para "Autoridade Portuária de Santos".

Incêndios

Em 18 de outubro de 2013, ocorreu o pior incêndio da história do Porto até aquela data. As chamas se iniciaram no sistema de esteiras de transporte de dois armazéns de açúcar da empresa Copersucar, deixando quatro trabalhadores feridos e queimando cerca de 180 mil toneladas de açúcar. Foram necessários dez caminhões do Corpo de Bombeiros, um caminhão da Petrobras, dois carros da Guarda Portuária, um helicóptero Águia da Polícia Militar e uma equipe vindo de São Paulo para combater o fogo. O açúcar carbonizado junto com a água utilizada no combate ao incêndio atingiram o estuário de Santos, contaminando as águas e matando milhares de peixes.

No ano seguinte, dia 03 de agosto de 2014, um incêndio de grandes proporções atingiu outro armazém de açúcar no Porto de Santos. O armazém X (terminal 19), operado pela Rumo Logística do grupo Cosan, tinha capacidade para estocar 18 mil toneladas de açúcar, sendo que 15 mil toneladas estavam armazenadas e foram completamente destruídas pelas chamas. As chamas iniciadas pela tarde, só foram extintas na madrugada do dia seguinte, após a atuação de doze caminhões do corpo de bombeiros. Cerca de 100 funcionários trabalhavam no local durante o acidente, mas ninguém foi ferido.

Cerca de dois meses depois, no dia 20 de outubro de 2014, outro incêndio destruiu um armazém inteiro de açúcar da empresa Cargill na margem esquerda do Porto de Santos no Guarujá. As chamas foram controladas pelos bombeiros antes de atingirem outro armazém. Nenhuma pessoa foi ferida no acidente.

No dia 2 de abril de 2015, principiou um incêndio em um dos terminais de armazenamento de combustíveis e fertilizantes líquidos no complexo da Alemoa. Os tanques onde ocorreu o incêndio são ligados por dutos ao terminal portuário e pertenciam à empresa Ultracargo. As chamas duraram mais de uma semana, e durante este período a água utilizada no combate ao incêndio, contaminada com combustível e outros produtos químicos, fluiu para o estuário, causando alteração da temperatura e saturação do oxigênio, o que causou a morte de milhares de peixes. Apesar de não ter havido registro de vítimas, foi um dos maiores e mais longos incêndios a acometer o complexo portuário.[33] O combate à ocorrência teve ajuda federal da FAB e da Infraero, sendo inclusive utilizada uma espuma especial gelatinosa conhecida como cold fire, que foi fornecida pela Petrobras, específica para o combate a incêndios em combustíveis.



Estrutura física

O estuário do Porto de Santos é um braço d'água natural, no qual foram instalados os terminais de carga. Sua margem direita compreende a área insular da cidade de Santos, e sua margem esquerda, parte de Cubatão, a área continental de Santos e a Ilha de Santo Amaro, que compõe o município do Guarujá. Não houve aterramentos ou expansões físicas da estrutura terrestre, com a exceção dos atuais terminais açucareiros, localizados na área de Paquetá-Outeirinhos.

A profundidade natural do estuário de Santos é de 6 metros. Para viabilizar o acesso de navios de maior calado, é necessária a realização constante de esforços de dragagem. Em 2018, o calado permitido para a atracação de embarcações é de 13m.

O Porto Organizado possui 66 berços de atracação, distribuídos entre 15 Km de cais e suas duas margens, nos quais operam os diversos operadores portuários de Santos.

O Complexo Portuário de Santos é composto pelo Porto Organizado de Santos, administrado pela SPA, e por cinco Terminais de Uso Privado (TUP):

Terminais de uso privado (TUPs)
TUP DP World Santos
TUP Sucocítrico Cutrale
TUP Dow Brasil Sudeste (Terminal Marítimo Dow)
Terminal Integrador Portuário Luiz Antônio Mesquita (Tiplam)
TUP Saipem

Porto Organizado de Santos margem direita (Santos)

Terminais de Granéis Líquidos da Alamoa Brasil
Terminal Portuário (BTP)
Cais do Saboó
Cais do Valongo
Cais do Paquetá
Cais de Outeirinhos (Terminais Açucareiros)
Cais de Outeirinhos (Terminais da Curva 23)
Cais de Outeirinhos (Seção Sul)
Cais do Macuco

Terminais da Ponta da Praia

Porto Organizado de Santos margem esquerda (Guarujá)

Terminal de Veículos de Santos (TEV)
Terminal de Contêineres (Tecon) da Santos Brasil
Terminais de Granéis Líquidos da Ilha Barnabé
Terminais de Granéis Sólidos da Conceiçãozinha


BERÇOS DE ATRACAÇÃO

Acessibilidade

Cargueiros atracados  na margem de Santos

Distante cerca de 70 quilômetros da cidade de São Paulo, o porto é servido por ligações ferroviárias, rodoviárias e dutoviárias. O sistema de acessos terrestres diretos ao porto é formado por três modais: rodoviário, pelas rodovias do complexo Anchieta-Imigrantes e pela Rio-Santos; ferroviário, por duas malhas que são operadas pelas empresas Rumo Logística (malha sul) e MRS Logística, (malha norte); e dutoviário, estando integrado ao sistema de dutos da Transpetro.

De acordo com suas atribuições de prover infraestrutura de acesso terrestre e aquaviária, a Codesp mantém e investe nas infraestruturas relativas a estes acessos. O complexo portuário possui 100 quilômetros de malha ferroviária interna[42] (dentro do Porto Organizado), operada pela Portofer Transportes Ferroviários. O modal ferroviário responde por cerca de 27% da movimentação de cargas, em particular cargas derivadas do agronegócio (soja, milho, açúcar, celulose, fertilizantes, café, etc.), das quais 53% se utilizam deste modal. A Autoridade Portuária também é responsável pelo sistema conhecido como avenidas perimetrais, que busca garantir a qualidade dos acessos rodoviários, evitar conflitos com o fluxo urbano e evitar entroncamentos rodo-ferroviários. Da mesma forma, realiza também os esforços de dragagem de aprofundamento e manutenção, de forma a permitir o acesso de navios com o calado operacional necessário.

Movimentação de cargas


Terminal de contêineres na margem do Guarujá. 


Em 2016, o Porto de Santos foi considerado o 39º maior porto do mundo por movimentação de contêineres, e 35º por tonelagem, segundo ranking da AAPA — Associação Americana de Autoridades Portuárias, sendo o mais movimentado da América Latina. O porto recebe navios de contêineres com capacidade de até de 11 mil TEUs.

O perfil de carga do Porto de Santos, segundo dados de 2017, é de aproximadamente 47% granel sólido (soja, açúcar, milho, café, fertilizantes, etc.); 39% carga geral (contêineres, cargas de projeto, veículos); e 14% granel líquido (óleos vegetais, petroquímicos, gases, etc). O movimento acumulado de 2017 em tonelagem atingiu 129 865 022 toneladas, sendo 36 307 745 t de importações e 93 557 277 t de exportações. A movimentação de contêineres acumulou 2 495 397 unidades, representando 3 853 719 TEU, dos quais 1 259 163 unidades (1 947 082 TEU) foram importadas, e 1 236 234 unidades (1 906 637 TEU), exportadas. Em toneladas, a movimentação geral de cargas conteinerizadas totalizou 44 534 271 t.

Os distritos industriais da Grande São Paulo e o complexo industrial de Cubatão devem grande parte de sua existência à proximidade ao Porto de Santos. O município de Cubatão tem acesso direto ao mar por meio do Canal de Piaçaguera, braço aquático que conecta o canal de navegação do porto aos Terminais de Uso Privado (TUPs) lá instalados — como é o caso da siderúrgica USIMINAS,[47] de Minas Gerais, e do TIPLAM, terminal da VLI Multimodal S.A.

Tarifa portuária

A Autoridade Portuária tem a responsabilidade de prover infraestrutura de acesso terrestre e marítimo, bem como outras garantias contratuais, e cobra tarifas e taxas de seus arrendatários pela utilização dessa estrutura. Os arrendamentos são viabilizados por meio de licitações públicas, e ao término dos contratos, os bens vinculados aos espaços arrendados revertem ao patrimônio da União.[49] Em contrapartida, cobra taxas e tarifas pelos serviços ou vantagens auferidos de sua atuação.

 Praticagem


A praticagem no Porto de Santos, o maior porto da América Latina, desempenha um papel crucial na segurança e eficiência das operações marítimas. Vamos explorar alguns detalhes sobre a praticagem nesse contexto:

A praticagem é um serviço de assessoria náutica prestado por práticos altamente treinados e experientes. Esses profissionais auxiliam os navios durante suas manobras de entrada e saída nos portos, garantindo a segurança da navegação.
No Porto de Santos, a praticagem é essencial para lidar com as complexidades da entrada e saída de embarcações em uma área com 67 pontos de atracação distribuídos ao longo de 16 quilômetros de cais1.
Santos Pilots: A Empresa de Praticagem

A Santos Pilots é uma empresa de praticagem que atua no Porto de Santos. Ela oferece serviços especializados para garantir a segurança e eficiência das manobras de navios.
Além disso, a Santos Pilots fornece informações sobre as condições meteorológicas e as manobras realizadas no porto.

História e Regulamentação

A prática da praticagem no Brasil remonta à abertura dos portos com D. João VI. Em Santos, a organização dessa profissão começou em 1870.

A regulamentação oficial da praticagem ocorreu em 1961, e a Marinha do Brasil tornou-se o órgão gestor dessa profissão.

Condições Meteorológicas e Operações

As condições meteorológicas afetam diretamente as operações no Porto de Santos. Por exemplo, rajadas de vento e ondas podem interromper as atividades portuárias.

Acompanhar as informações meteorológicas é fundamental para garantir a segurança das manobras e a eficiência das operações.

Em resumo, a praticagem é um elemento vital para o funcionamento seguro e eficiente do Porto de Santos, contribuindo para o sucesso do comércio marítimo na região.


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Calixto e as Capitanias Paulistas. Além de refinado pintor, responsável por importantes telas que compõem a memória iconográfica da Baixada Santista, Benedicto Calixto foi também historiador e produziu várias obras no gênero, como esta, Capitanias Paulistas, impressa em 1927 (segunda edição, revista e melhorada, pouco após o seu falecimento) na capital paulista por Casa Duprat e Casa Mayença (reunidas).  O exemplar, com 310 páginas, foi cedido a Novo Milênio para digitalização pela Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, em maio de 2010.

A OBRA PAULISTA E PAULISTANA DE BENEDITO CALIXTO

ACERVO DO MUSEU PAULISTA


Esta é uma lista de pinturas de Benedito Calixto de Jesus disponíveis no acervo do Museu Paulista. Benedito Calixto foi um artista brasileiro, nascido na cidade de Itanhaém (antiga Conceição de Itanhaém), localizada na Baixada Santista no estado de São Paulo, no ano de 1853. Ele faleceu na cidade de São Paulo, em 1927. No final de século XIX e início do século XX, foi considerado ao lado de Almeida Júnior, Pedro Alexandrino e Oscar Pereira da Silva como um dos grandes influenciadores das artes plásticas do cenário paulista. Calixto trabalhou sob encomenda do diretor do Museu Paulista, Afonso d'Escragnolle Taunay, especialmente na reprodução em pinturas de fotografias de Militão Augusto de Azevedo. As imagens no acervo do Museu Paulista, que compõem a Coleção Benedito Calixto de Jesus (CBCJ), retratam paisagens urbanas da cidade de São Paulo, da Baixada Santista e de cidades do interior do estado de São Paulo. Dentre os quadros de destaque na coleção do Museu Paulista estão "Inundação da Várzea do Carmo, 1892", em que Benedito Calixto registra o limite industrial de São Paulo, destacando edificações associadas à indústria do café. Esse quadro, assim como outros desse pintor, é considerado um "verdadeiro documento de época".

Ver também neste blog: Itanhaém e Álbum de Pinturas e Fotos


Fundação de São Vicente. Óleo sobre tela. 188 x 379 cm. 1900


O PRIMEIRO RICO DE SÃO PAULO. Segundo Jorge Caldeira, o português, judeu, degradado e vicentino João Ramalho foi o primeiro home rico de São Paulo, tornando-se o símbolo da cidade, onde foi vereador e influente homem de negócios, em todo o planalto de Piratininga. Foi casado com a filha do Cacique dos guaianases e deixou milhares de descendentes mamelucos, fruto de outros relacionamentos sentimentais e políticos.


Ladeira do Colégio, 1860 (Ladeira do Palácio, Ladeira João Alfredo, Ladeira General Carneiro)
Óleo sobre tela 50,2 x 65 cm

Largo do Rosário em Santos, 1850.Óleo sobre tela. 40,8 x 60,9 cm

Convento de Itanhaém, 1884 Óleo sobre tela 24 x 33 cm

Pelourinho e arsenal da Marinha em Santos, 1850.Óleo sobre tela. 40,4 x 60,3 cm

Moagem de Cana - Fazenda Cachoeira - Campinas, 1830. Óleo sobre tela. 105 x 136 cm

Matriz Colonial de Santos. Óleo sobre tela.40,7 x 60,3 cm

Largo e Matriz do Brás, 1862 Óleo sobre tela 49 x 64 cm

Largo dos Remédios, 1862. Óleo sobre tela. 47,5 x 63 cm

Fazenda de Café do Vale do Paraíba. Óleo sobre tela. 70,5 x 100 cm


Antigo Páteo da Cadeia de Santos, 1875. Óleo sobre tela. 41 x 60,3 cm

Paço Municipal, Fórum e Cadeia de São Paulo, 1862 Óleo sobre tela. 49,3 x 64,3 cm


Estação da Luz, 1880. Óleo sobre tela. 49,5 x 60,5 cm


Rua da Quitanda, 1858. Óleo sobre tela. 50,4 x 60 cm


Rua da Quitanda, 1858 (Rua Alvares Penteado e São Bento). Óleo sobre tela. 51 x 60,6 cm

Rua da Constituição, 1862 (Rua Florêncio de Abreu).Óleo sobre tela 48,5 x 59 cm


Rua da Cruz Preta, 1858 (Quintino Bocaiuva).Óleo sobre tela 48 x 63,5 cm


Hospital e Igreja da Misericórdia de Santos. Óleo sobre tela 45,5 x 67,1 cm


Panorama de Santos, 1822. Óleo sobre tela. 128 x 298 cm



Inundação da Várzea do Carmo, 1892. Óleo sobre tela.125 x 400 cm

Cavalhadas em Campinas, 1846. Óleo sobre tela. 80 x 100,5 cm



Vista de Cubatão, 1826 Óleo sobre tela.81 x 120 cm


Páteo Interno da cadeia de Santos, 1854. Óleo sobre tela. 40,5 x 60,4 cm


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