11/07/2019

SV REPÚBLICANA

DA REPÚBLICA VELHA (1889) À NOVA REPÚBLICA 


SÍNTESE 

Com exceção da época colonial, o período republicano tem sido o mais longo da nossa história, com transformações velozes, mesmo tendo uma industrialização tardia. A República também não teve rupturas sociais duráveis. Embora na política tenha acontecido uma modernização do Estado e das instituições, o poder continuou nas mãos das elites que contestavam o atraso da monarquia, dando continuidade ao poder local da aristocracia rural, por meio da Guarda Nacional, do coronelismo e do voto de cabresto. Esse aparelhamento do Estado foi mais intenso nas três primeiras décadas do século XX quando São Paulo e Minas Gerais monopolizavam a sucessão eleitoral através do voto aberto e controlado nas mesas de votação. Eram os currais republicanos. Chamada de política do Café com Leite, refletindo as duas bases econômicas principais do país, a república das oligarquias era continuísmo localista do Império, sem escravidão, porém com uma intensa política de servidão aos fazendeiros exportadores apoiados no Convênio de Taubaté. Além da máquina eleitoral, os fazendeiros controlavam a política cambial para favorecer os exportadores, socializando suas perdas com a desvalorização da moeda. Esses desvios republicanos só foram contidos com a Revolução de 1930, que tirou o poder das mãos da aristocracia rural paulista e mineira e transferiu as rédeas do Brasil para uma nova elite que surgia nos centros urbanos. São Vicente iniciou o século mergulhado nessas contradições. Não tinha autonomia política e estava submetida à Santos, que acolhia as elites locais com acesso ao negócios portuários exportadores e mantinha a ordem regional vigente. Com a segunda república, a cidade entra em processo de gradual de transformação, passando de periferia santista e vila bucólica a uma pequenas cidade balneária controlada por estrangeiros que atuavam no porto e uma alta burguesia paulistana. Após a II Guerra, a cidade intensifica sua vocação balneária, aproveitando o surgimento da rodovia Anchieta, do polo petroquímico de Cubatão e o aumento do movimento aduaneiro do porto regional. Esses dois centros de desenvolvimento empregavam grande parte da população da ilha de São Vicente e dos município continentais próximos, sobretudo após a fundação da Refinaria Presidente Bernardes( da Petrobrás) e da Companhia Siderúrgica Paulista –COSIPA, bases do polo industrial. Nos anos 1960, mesmo com as convulsões políticas dos conflitos do populismo com os grupos conservadores, São Vicente prosseguiu na sua vocação turística, tornando-se um dos mais prestigiados balneários do litoral paulista. Atingida rapidamente por uma explosão imobiliária que transformou completamente a paisagem da orla, bem como o território da periferia, São Vicente absorveu paralelamente nos anos 1960 e 1980 uma enorme massa populacional de migrantes de baixa renda se tornando o maior foco de pobreza da Baixada Santista. Nesse período a cidade perdeu o território de Praia Grande, que vinha reivindicando sua autonomia desde os anos 1950. O mesmo aconteceria com Santos em relação à Cubatão e Bertioga. Essa fragmentação territorial política teve nesses anos perdas e ganhos, já que as cidades permaneceram ligadas geograficamente por um crescente processo de conurbação. Outra mudança significativa nesse aspecto foi a ocupação rápida e desordenada da área Continental de São Vicente, que em pouco menos de 20 anos, atingiu nas primeiras décadas do século XXI a marca de 150 mil habitantes, enquanto área insular, incluindo Santos, atingiu a marca de 600 mil habitantes. Nesse novo século havia uma expectativa de desenvolvimento regional em função da descoberta das reservas petrolíferas do pré-sal na Bacia de Santos. A Petrobrás, antes de passar por uma crise política que resultou na prisão do presidente Lula e no impeachment da presidente Dilma, anunciou e deu início ao projeto de exploração com o aumento do setor administrativo, construindo três das 6 torres de escritórios do valongo santista, bem como dos estaleiros associados no canal do porto em Guarujá. A empresa já havia iniciado também a instalação de aeroporto em Mongaguá, para servir o fluxo de comunicação com as plataformas petrolíferas, quando foram abortadas todas as operações em função das denúncias de corrupção no chamado escândalo do Petrolão. Outras interpretações desse movimento político não negam os casos de corrupção, existentes desde muitas décadas e nunca denunciados, como uma estratégia para quebrar o monopólio da Petrobrás e transferir o pré-sal para empresas norte-americanas. Esse fenômeno “político”, já que a Petrobrás saiu economicamente enfraquecida, alastrou-se em todo o país em forma de crise de retração a partir de 2016 atingindo inúmeros fornecedores e causando forte onda desemprego. Na década de 2010 outra promessa de desenvolvimento na região foi a construção do Porto de Peruibe, cujo projeto previa a instalação de um porto flutuante para navios de grande porte, para atender a demanda de importação e exportação de 60 fábricas no eixo litoral-capital, tendo como suporte uma nova ferrovia e uma nova rodovia entre Mongaguá e a região de Santo Amaro, na Capital. O projeto era de um grande grupo empresarial brasileiro e tinha como base política uma candidatura paulista à presidência que não se consolidou. Outro fator de impedimento do plano foi a intervenção e denúncia jurídica realizada na cidade de Santos alegando que o empreendimento seria feito numa área territorial que pertencia a uma aldeia indígena e também de preservação ambiental. O porto de Peruibe, se concluído, teria um impacto econômico negativo nas operações do porto santista. Em Peruibe também houve uma tentaiva de instação de uma usina termo-elétrica, com capital chinês, abortada por protestos e denúncias de partidos de oposição e grupos ambientalistas. Em 2020 o grande acontecimento, que deverá marcar a década, foi o fenômeno  da COVID-19, pandemia que causou forte impacto na ecomonia mundial com 200 mil mortes no Brasil e mais de 2500 na Baixada Santista. O governo paulista adiantou-se aos demais estados, e ao  próprio Ministério da Saúde, desenvolvendo a vacina CORONAVAC, pelos cientistas do Instituto Butantã, com insumos adquiridos na China. Nesse mesmo período a Fiocruz também desenvolveu sua própria vacina, no Rio de Janeiro. 


1889 - 17 de dezembro o capitão Gregório Inocêncio de Freitas comunica ao povo de São Vicente, reunido frente ao Paço, a notícia oficial da Proclamação da República. (Poliantéia Vicentina). 

- Nascimento, em São Paulo, da pintora modernista Anita Malfatti. 

-Fundação do hipódromo, que ocupava a grande área dos terrenos da Santa Casa, na baixada do Itararé, e na encosta do morro do mesmo nome. Por ocasião da Revolução da Armada, a entidade turfística foi extinta (1894). Somente em 1949 (depois de 55 anos) é que surgiu um novo Jóquei Clube (o atual), em terras que pertenceram a Antonio Militão de Azevedo (pai do autor do livro). (Vultos Vicentinos) 

- José Ignácio da Glória funda em São Vicente o bissemanário O Futuro, impresso em tipografia própria. Além de O Leque, fundou O Vicentino, em 1898. 

1890- Nasce em Portugal Antonio Luiz Barreiros em 11 de setembro, em Seixo do Coa, Guarda. Faleceu em março de 1971. 


1891 – Construção do Matadouro de São Vicente, por iniciativa de Jacob Emerich e Luiz Pinto Amorim. 
 
É interessante saber-se que São Vicente nem sempre teve o fornecimento de carne fresca provindo de Santos. A nossa terra possuiu, durante bastante tempo, o seu matadouro próprio, construído em 1891 por Luiz Pinto de Amorim e Jacob Emmerich. Edificado segundo os preceitos da época, dispunha, além de mangueira com capacidade para cerca de 50 bois, compartimento de seringa, sala de sangria, tiragem de couro e esquartejamento, dois grandes fogões com tachos para limpeza das vísceras, dependências para administração e outras. O gado era abatido pelo dr. Ananias de Assis Batista. Os animais, quando chegados ao matadouro, eram mantidos em descanso, em pastos no Voturuá e na Av. Antonio Emmerich, local onde estão instalados depósito de materiais para construção e a sede do Clube Hípico. As atividades do matadouro cessaram, por conveniência da Prefeitura Municipal, no ano de 1916, tendo sido seu administrador, desde 1910 até o encerramento, o sr. José Santos Amorim, Passou, então, a fornecer carne fresca à população de São Vicente a Companhia Frigorífica de Santos. (VultosVicentinos) 

- Ignácio Gonzalez Requejo chega ao Brasil, com 16 anos de idade. 

1892 – Inauguração do Porto Organizado de Santos, fonte empregadora, direta e indireta, de centenas de trabalhadores vicentinos e outras cidades da região, quando a então Companhia Docas de Santos - CDS entregou à navegação mundial os primeiros 260 m de cais, na área, até hoje denominada, do Valongo. Naquela data, atracou no novo e moderno cais, o vapor "Nasmith", de bandeira inglesa. 
Em 12 de julho de 1888, pelo Decreto nº 9.979, após concorrência pública, o grupo liderado por Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle foi autorizado a construir e explorar, por 39 anos, depois ampliado para 90 anos, o Porto de Santos, com base em projeto do engenheiro Sabóia e Silva. Com o objetivo de construir o porto, os concessionários constituiram a empresa Gaffrée, Guinle & Cia., com sede no Rio de Janeiro, mais tarde transformada em Empresa de Melhoramentos do Porto de Santos e, em seguida, em Companhia Docas de Santos. 
Inaugurado em 1892, o porto não parou de se expandir, atravessando todos os ciclos de crescimento econômico do país, aparecimento e desaparecimento de tipos de carga, até chegar ao período atual de amplo uso dos contêineres. Açúcar, café, laranja, algodão, adubo, carvão, trigo, sucos cítricos, soja, veículos, granéis líquidos diversos, em milhões de quilos, têm feito o cotidiano do porto, que já movimentou mais de l (um) bilhão de toneladas de cargas diversas, desde 1892, até hoje. 
Em 1980, com o término do período legal de concessão da exploração do porto pela Companhia Docas de Santos, o Governo Federal criou a Companhia Docas do Estado de S. Paulo-Codesp, empresa de economia mista, de capital majoritário da União. 
Empresa do vicentino Mansueto Pierotti fundada nos anos 1950 em Santos. 


- Luiz Pinto Amorim introduz em São Vicente o iate Etelvina, inaugurando um novo serviço de travessia entre o ancoradouro do Paquetá e o bairro de Praia Grande. 

1893 – Início da construção da nova Escola do Povo. 

1894– Fundação, em Santos, do jornal A Tribuna do Povo, que depois ganharia a denominação somente de A Tribuna. É o maior jornal em circulação na Baixada Santista e faz parte do Sistema A Tribuna de Comunicação, que conta com a TV Tribuna (afiliada à Rede Globo), a rádio Tri FM, o jornal Primeira Mão (Santos e Campinas), portal A Tribuna Digital e o Expresso Popular. E é o único jornal do Brasil com uma seção diária voltada especificamente para o setor portuário, com destaque para o noticiário do Porto de Santos, o maior do País. 

COISAS DE SÃO VICENTE EM 1894



Juca Azevedo, ou melhor, sr. José Joaquim de Azevedo Júnior, casado, funcionário municipal aposentado, nascido na vila de São Vicente aos 30 dias do mês de outubro do ano de 1884, é dono de prodigiosa memória. Juca Azevedo,que treme a voz quando fala da sua canoa Teimosa, companheira de pescarias no Mar Pequeno, mesmo antes de existir a Ponte Pênsil, conta coisas de São Vicente. 
"Eu era menino de dez anos, em 1894, mas lembro-me da Botica do seu Glória (Rua Jacob Emmerich) perto da estaçãozinha, lugar onde se reunia o pessoal importante da vila para conversar ou discutir política. Ou então na casa de Antão e Antero de Moura, onde apareciam também o cel. Júlio Maurício da Silva e meu pai Juca Morgado". 
"No Largo Batista Pereira - prossegue Juca Azevedo -, onde hoje é o Mercado Municipal (praça João Pessoa) existia um sobrado que abrigava a cadeia, embaixo, e no alto a Intendência e a Câmara. A Matriz, que ficava logo em frente, tinha um adro delicioso, todo gradeado em ferro, onde muita gente se reunia às tardes para conversar, jogar amarelinha ou frontão na parede da igreja. Naquele ano, estava em formação o Clube dos Adristas (liderado por Eduardo Araújo dos Santos, Antero Moura e meu pai), que chegou a promover três grandes carnavais com desfile de carros alegóricos. O préstito, naquele tempo, saída de frente à cadeia, seguia pela Marquês de São Vicente até ao porto, voltava para continuar pela Martim Afonso, Rua João Ramalho e novamente XV de Novembro até a Igreja". 
"No dia do padroeiro São Vicente Mártir e na festa do Divino Espírito Santo, o adro ficava repleto para os festejos e leilão de prendas, quase sempre dirigidos por Antônio Militão de Azevedo e Marcílio Dias do Nascimento". 
Escola do Povo - Juca Azevedo ficou triste quando lembrou que tiraram o nome de Escola do Povo do prédio onde hoje funciona o Grupo Escolar de São Vicente. "Ela começou a funcionar na Rua XV, em Frente ao armazém de Antão e Antero. Depois mudou-se para o Largo Batista Pereira, voltou para a Rua XV e em 1898 transferiu-se definitivamente para a atual Praça Coronel Lopes. Era mantida por uma meia dúzia de pessoas. A gente respondia à chamada às 9 horas e só voltava para casa às 17 horas; almoçava-se o lanche reforçado trazido de casa". 
Tribuna do Povo - Pausa na conversa para dar tempo a d. Alice de trazer o relógio de bolso de seu Juca. Preso à alça do patacão, a medalha que o menino José Joaquim recebeu em 1896, das mãos de Alberto Veiga, ao concluir o curso primário na Escola do Povo, sob a direção do professor Paim. Tribuna do Povo passou a ser o assunto. Os nomes do dr. Urbano, Francisco Pereira, Alberto Veiga, e principalmente de Olímpio Lima "que orientava a coluna Rabujices de um velho, assinada por Velho Tinoco, e que apontava os defeitos e falhas dos administradores", vieram à tona. "Com o Nascimento Júnior, o jornal ganhou mais força e prestou mais atenção a São Vicente", disse Juca Azevedo. 
Muito mais - Tanta coisa mais do século passado (N.E.: século XIX) foi conversada. Os banhos de mar das 5 às 5,30 e a dificuldade em se ver "um palmo do tornozelo das moças". A inauguração do monumento ao 4º centenário do Descobrimento, na Praça 22 de Janeiro. A reta de praia que ia da Pedra do Mato até a Ilha Porchat. A máquina a vapor da Companhia Viação Paulista que fazia a viagem São Vicente-Santos com duas gôndolas e um caradura. As canoas que saíam de onde hoje está a Casa das Bananadas e o Grupo Escolar Raquel de Castro Ferreira e faziam transporte para "o outro lado, ao porto do Campo. De lá, por um caminho só para carroça, levava-se 40 minutos a pé até ao porto do Rei, boqueirão da Praia Grande". 
Juca Azevedo poderia contar muito mais ainda sobre São Vicente. Da Biquinha e da Matriz "violentadas" pelos administradores e de tantas outras coisas que os homens, sob a desculpa do progresso, não souberam respeitar. E principalmente falar de sua canoa Teimosa e do barracão de pescaria lá para os lados do Porto das Naus. 
Texto publicado em 26 de março de 1969, na edição comemorativa do 75º aniversário de fundação do jornal santista A Tribuna 

1895 – São Vicente é elevada a categoria de cidade em 31 de dezembro, 356 anos depois de Santos ter alcançado essa posição. 

VILA ELEVADA À CIDADE 

No regime imperial, o título de cidade era outorgado pelas Câmaras Provinciais por circunstâncias especiais, ou, em alguns casos, para homenagear determinadas vilas. São Vicente, acima de qualquer outra vila brasileira, deveria ter sido distinguida muito antes com o título de cidade, em razão de todos os seus pioneirismos históricos, lamentavelmente, foi preterida. Com o advento da República, a Constituição de 1891 alterou o conceito de cidade. O título passou a ser de direito à comunidade que tivesse suas atividades comerciais independentes, com plena prestação de serviços locais, religiosos, médicos, educacionais, etc. ou sede de município. Portanto, elevação à cidade era um estado de grandeza e de progresso. 
A Câmara de São Vicente, em 28 de dezembro de 1895, com a presença dos vereadores Cel. Julião Caramuru, Cel. José Lopes dos Santos, Hermann Reipert e Antonio Emmerick – intendente municipal (prefeito) – aprovou a seguinte proposição do vereador Hermann Reipert: 
Considerando que a vontade popular, tratando-se do interesse geral, deve ser atendida porque ela é soberana; considerando que o povo enviou a esta Câmara em 15 de novembro deste ano um abaixo-assinado para que esta Vila de São Vicente fosse elevada à categoria de cidade; considerando que em virtude do artigo terceiro da Constituição do Estado nada há que contrarie os desejos da população deste lugar, proponho que esta Câmara, em sessão de hoje, eleve esta Vila de São Vicente à categoria de Cidade decretando a seguinte lei: 
A Câmara Municipal de São Vicente, usando das atribuições que a lei lhe confere, decreta: 
Artigo 1 – Fica elevada à categoria de cidade de São Vicente a atual Vila do mesmo nome. 
Artigo 2 – Revogam-se as disposições em contrário. 
Aprovada por unanimidade, a lei nº 31 foi promulgada na sessão de 31 de dezembro daquele mesmo ano. 
São Vicente caminhava para uma nova era. Já tinha ligação com Santos por meio de trem a vapor, contava com seu próprio cemitério (erguido em 1887), seu próprio matadouro (construído em 1891) e cada vez mais estrangeiros e santistas fixavam residência aqui. Caminhava-se para ver abolido o uso do lampião a querosene, dando lugar a energia elétrica, o que aconteceu em 1905. (BOLETIM DO IHGSV) 

DOIS CASOS DE POLÍCIA 
-"Hontem de madrugada, naquella villa, na rua Campos Salles, ouviram-se gritos dolorosos. Avisada a autoridade, compareceu promptamente no local indicado, verificando estar ferido Victorino de Loyo, operário sirio e de exemplar comportamento, e apresentava diversos ferimentos no olho esquerdo, na cabeça, uma contusão no thorax e em uma perna, produzidos por machado, sendo grave o seu estado. Interrogado o offendido, confessou que os autores da tentativa de assassinato eram Jacques da Cruz e (no número, ilegível), ali residentes. O acidentado foi levado para a Santa Casa, desta cidade." 
Seis dias depois, na Tribuna do Povo de 9 de setembro de 1895, n. 112, primeira página: 
"Veio ao nosso escriptorio o cidadão portugues Jacques da Cruz, com as costas e o braço, com diversos vergões produzidos por pranchadas de sabre, que, segundo nos afirmou, foi o subdelegado de S. Vicente, que lhe mandou dar na occasião em que sahia da prisão, pois o mesmo cidadão achava-se preso na cadêa d'aquella Villa. 
"Dar-se-á o caso de estar algum izidoro na subdelegacia de S. Vicente?" 

- O Prof. José Gonçalves Paim instala-se em São Vicente como docente da Escola do Povo. 


UM ILUSTRE PROFESSOR NA CIDADE 

Em 1889, pouco antes da proclamação da República, Paim desliga-se da instrução primária da Corte, sendo concedida a pedido a sua jubilação da 1ª escola da "Freguezia de São Christóvam" conforme noticiado no Diário do Commércio de 23/10/1889. Em 1895, muda-se com a família de São Cristóvão para a cidade de São Vicente no Estado de São Paulo, onde começa a lecionar. Estabelecido nesta cidade, Paim foi professor e diretor da Escola do Povo, difundindo instrução a três gerações, sendo considerado um padrão de dignidade. 
Em 1896, o prof. Paim mudava-se com a "escola do Povo", do Largo Batista Pereira (hoje praça João Pessoa, em São Vicente) para a rua 15 de novembro, em casa adaptada para a residência do mestre e sua família. A escola manteve-se na rua 15 de novembro até 1898, abrigando cerca de 80 alunos, em amplo salão de aulas. 
Já em prédio próprio, a "Escola do Povo", à praça Cel. Lopes, o prof. Paim foi orientador e difundiu a instrução de três gerações com elevada capacidade de trabalho. Segundo o historiador Edison Telles de Azevedo, em seu livro "Vultos Vicentinos", Paim:"era austero, entrando em aula com sua sobrecasaca rigorosamente abotoada, botinas de polimento e gravata preta esmeramente colocada, e sua personalidade impressionava e impunha respeito, cativando simpatia. Sempre se manifestou contrário à punição corporal dos alunos. Era apolítico, católico moderado, abstêmio e não fumava." 
Mais tarde, fundou e dirigiu em Santos, um acreditado estabelecimento de ensino, o Externato Paim, num sobrado, à rua General Câmara, lado ímpar, nas proximidades do largo Tereza Cristina, onde mais tarde esteve a Capitania dos Portos. A fim de estimular os alunos, aplicava o sistema de pontos, que correspondia a um vintém (20 réis) cada ponto. Eram anotados em cadernetas e o prêmio distribuído mensalmente. (Márcio Brigueiro- E.E. Gonçalves Dias). 

1898 – Nasce Willy Aureli (Willian Aureli) escritor, jornalista e sertanista vicentino. 




SERTANISTAS CALUNGAS 

Os irmãos Willy e Aurélio Aurely, nascidos em São Vicente, foram os precursores do sertanismo indígena. Willy ficou mais conhecido por ter sido escritor e autor de inúmeras obras insíradas em suas expedições. O irmão Aurélio (foto com o menino indio) morreu com febre amarela e foi sepultado no sertão de Mato Grosso.. 

Willy (William) Aureli, nascido em 18 de junho de 1898, filho de Augusto Aureli e Luíza Scamperli Aureli, ambos nascidos na Itália, Roma e Trieste respectivamente. Foi jornalista, escritor e sertanista. 

Willy foi casado com Nair de Abreu tendo os irmãos Fernanda, Aurélio e Parisina; filhos seus, Ivan e Brunilde. Aurélio Aureli faleceu em uma das incursões da Bandeira Piratininga em decorrência de picada de mosquito e foi sepultado no sertão, próximo ao Rio Araguaia. 

Willy Aureli, vicentino, iniciou sua carreia na sucursal de São Vicente do Jornal, A Tribuna e A Tribuna em Santos antes de mudar-se para São Paulo onde fez trabalhos para os jornais Folhas de São Paulo, da Manhã, da Tarde e da Noite. Foi presidente da API Associação Paulista de Imprensa. 

A família era de São Vicente, Estado de São Paulo, entretanto, sua certidão de nascimento se deu em cartório de Santos e também a anotação de seu casamento com Dona Nair de Abreu bem como outras referências suas. A quem possa interessar o tema, de encontrar o endereço da família com a verificação dos registros de imóveis ou prediais ou impostos em nome de seus pais entre os anos de 1893 e 1915, isso se não residiram em imóvel alugado. Conforme narrado por ele no livro Bandeirantes D'Oeste, no fundo do quintal de sua casa tinha um charco que ia até a ferrovia Sorocabana. Esta é uma pista do local onde morou. 
Quando se noticia o desbravamento de nossos sertões são mencionados, somente os irmãos Villas Boas que se aventuraram a partir de 1943 enquanto Willy Aureli, chefe da expedição Bandeira Piratininga, por oito vezes fez incursões a partir de 1937 a primeira tentativa. 

Willy Aureli foi devidamente homenageado pela cidade de São Paulo, pois há rua com seu nome no bairro de Interlagos (imagem abaixo) e pelo Governo do Estado, com uma escola com seu nome William Aureli na cidade de Bertioga, (cidade esta que na época era distrito de Santos), posteriormente emancipada. Na época da pesquisa sobre Willy Aureli para esta matéria (2004), nem a própria escola com seu nome na Bertioga tinha conhecimento de quem tinha sido essa pessoa até que parte deste material à diretora fosse repassado. Willy Aureli é esquecido na cidade de São Vicente (Santos tem biblioteca Willy Aureli na Escola Pedro II), mas, por outro lado, tem seu nome em ruas da cidade de Taubaté, Ubatuba e Aruanã(GO) além de em São Paulo. 

 O Jornal A Tribuna em três domingos seguidos, 21 e 28 de abril e 5 de maio (domingos), publicou matérias sobre seus feitos. Posteriormente noticiou sua morte em 30 de agosto desse mesmo ano, 1968 e daí então nada mais se mencionou sobre Willy Aureli. Foi autor de várias obras abaixo entre elas 13 livros: Sertões Bravios; Terra sem Sombras; Biu-Marrandu; Bandeirantes D'Oeste; Esplendor Selvagem; O Rio da Solidão; Léguas sem Fim; Roncador; Bugres no Rio das Mortes; Sumauma; Evadido de Cayenna; Farrapos Humanos; Ópio, Cocaina e Morfina; Retirada de Mecega; Poranduba.(http://blibiomania.blogspot.com) 

- Nascimento, em 5 de fevereiro, do memorialista Francisco Martins dos Santos. 

O MEMORIALISTA VICENTINO 

Francisco Martins dos Santos pode ser considerado o patrono e guardão da História de São Vicente. 

Em 1938 inspirou a fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, conseguindo com o santista Valentim F. Bouças a doação do prédio onde essa entidade se instalou. Participou da fundação da Uniter - Organização de Ciências, Letras e Artes, e do PEN Clube (Pensadores, Escritores e Novelistas), ambos na então capital federal. 

Foi funcionário federal adido à Presidência da República, a partir de 1938, quando ingressou no DASP, como técnico de Administração Pública e Documental, no Rio de Janeiro. Em 1948 voltou para Santos. Em 1955 foi admitido como arquivista e posteriormente como bibliotecário da Câmara Municipal de Santos, onde organizou todo o serviço de documentação histórica. Aposentou-se compulsoriamente aos setenta anos. Em São Vicente fundou em 1959 o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, do qual se tornou presidente, dois lustros depois. 

Polemista, conseguiu que São Vicente fosse oficialmente reconhecida pelo Congresso Nacional e pelo Governo Federal como "Cellula Mater da Nacionalidade". Denunciou pela imprensa a invasão do território santista pelo município de Cubatão, seu ex-distrito, provando que a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) estava parcialmente construída dentro das terras santistas, o que daria direito a Santos de tributar essa siderúrgica. Lutou para que fosse construída uma ponte entre as áreas insular e continental de Santos, permitindo a integração do território municipal. 
Faleceu em 11 de outubro de 1978, em São Vicente, onde presidia, então, o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente. Deixou viúva dona Odette Veiga Martins dos Santos (que - entre múltiplas atividades filantrópicas e culturais - também o ajudou a fundar esse instituto, ocupando a Cadeira nº 2, de "Bartira", e faleceu em 3/12/1984). 

- Lançamento do jornal O Vicentino, publicado pelo farmacêutico José Ignácio da Glória. 


Com ilustrações históricas da Vila de São Vicente feitas por Benedicto Calixto para o jornal "O Vicentino", esse número (maio de 1900) foi dedicado a uma extensa reportagem alusiva à comemorações do IV Centenário do Descobrimento do Brasil. Acervo Digital- IHGSV. 

- Clube de Regatas Operários Vicentinos convida sócios para os páreos de janero de 1901 e cobra mensalidades atrasadas ao que desejam participar do festejos. Também a S.R. União Vicentina convida membros para assembléia e festejos de 24 de dezembro.(O Vicentino) 

1900- Nascimento, em 12 de janeiro, em São Vicente, de Edson Telles de Menezes, jornalista e memorialista vicentino.
1901- Falecimento de Julião Leocádio de Lima (Julião Caramru). Julião Leocádio Neiva de Lima, após a proclamação da República, adotou o nome de Julião Caramuru, conforme a lei facultava. Nasceu em1839, veio ainda moço da Paraíba do Norte, instalando-se em São Vicente. Começou trabalhando em firmas comissárias de café, onde chegou a postos de guarda-livros, chefe de escritórios e gerente de firmas. Foi gerente do Banco do Brasil, de que se afastou em 1900, por doença. Candidato a vereador, sendo o mais votado, ocupou a presidência e vice-presidência da Câmara de São Vicente, em 1893. 
No posto de tenente-coronel da Guarda Nacional, prestou relevantes serviços a São Vicente, notadamente na Revolução da Armada, vigiando quando navios da Esquadra brasileira se avizinhavam em atitude hostil na barra de Santos. 

Foi o idealizador do edifício onde está ainda hoje a Prefeitura Municipal de São Vicente, que foi edificado por Julião, para lhe servir de residência. Tendo prestado muitos serviços à coletividade, faleceu em maio de 1901, na praia do Botafogo, na sua residência. (Poliantéia Vicentina) 

1904 - Fundação, em 2 de novembro, do Centro Espírita Fé em Deus, grupo conduzido por Francisco Soares Serpa, com sede na rua Santa Cruz 133 (sede demolida e desaparecida).
O grupo espírita realizava, além de reuniões doutrinárias, socorro aos pobres por maio de medicam,ento homeopáticos e cestas de Natal.

1905- Inauguração do Serviço de Correios de São Vicente, a cargo de dona Isabelina Teixeira, a primeira postalista da cidade. O correio funcionava junto à casa de dona Idalina, na Rua Padre Manoel. 

- Fundação, em 1º de setembro, do Colégio Imaculada Conceição, pelas irmãs Adelaide e Isabel Giebler. 

TRÊS GRANDES PROFESSORAS 
Duas irmãs brasileiras, de origem alemã, que viveram em São Vidente por muitos anos, merecem que seus nomes aqui figurem, na galeria dos vultos que se destacaram em nossa cidade. Tiveram, em seu tempo, determinada presença na terra afonsina, cuja vida conseguiram tocar por seu compassivo afeto e sensibilidade. 1ª escola - 1892 - Àquelas duas senhoras se deve o trabalho precursor dos chamados jardins-da-infância e pré-primário. Foram elas quem, pelo ano de 1892, instalaram a primeira escola para esse fim, completando-a com o ensino de conhecimentos iniciais (...) 
Desejamos referir-nos às irmãs Adelaide e Isabel Giebler, que residiram naquela época no caminho da linha de bondes 1, hoje Av. Antônio Emmerich, à esquerda de quem vai para Santos, vizinhas ao sítio que era conhecido como o da "Tia Romana", atualmente "Jardim Três Estrelas", na circunvizinhança do Clube Hípico. Ali começaram, incipientemente, a nobre tarefa que foi a razão de suas existências. 


                           
O Colégio Imaculada Conceição, na Rua Frei Gaspar, esquina da XV de Novembro, em 1912. A placa designativa foi doada pelo sr. Paulino de Oliveira Filho Imagem: bico-de-pena de Edson Telles de Menezes. (Vultos Vicentinos) 

No chalé da Frei Gaspar - A certa altura de sua vida de magistério, Adelaide Giebler transferiu a escola para melhores instalações, em chalé à Rua Frei Gaspar, esquina da Rua 15 de Novembro, e lá, por muito tempo ainda, depois em prédio de alvenaria, até que a exaustão obrigou-a a deixar definitivamente o ensino, continuou a espargir as benesses de seus conhecimentos, de sua bondade, de seu espírito de entreajuda e solidariedade humana.  A professora Adelaide era filha do dr. Henrique Giebler (da Alemanha) e de d. Ana Guimarães. Nasceu no Rio de Janeiro e faleceu aos 78 anos, no Hospital São José, em São Vicente, em 6/12/1965. Está sepultada na campa perpétua 963-"O", nesta cidade, onde também repousam os restos mortais de sua mãe, falecida em 22/11/1919, e de sua irmã Ana Isabel, falecida em 9/10/1922. Foi casada com Antônio Macedo, serventuário da Justiça. (Vultos Vicentinos) 

- Nasce Zina de Castro Bicudo, em Santos em 25 de setembro, às quatro horas, em casa, na Rua da Constituição 177B, conforme reza a sua certidão de nascimento e falecida em 19 de outubro de 1977. 
Filha legítima de Roberto de Campos Bicudo, natural de Capivari e Urbana de Castro Bicudo, natural de Campinas. Neta paterna de Luiz de Campos Bicudo e Thereza do Amaral Mello e neta materna de João Gabriel de Castro e Anna Maria Cordeiro de Castro. Seu pai, o senhor Roberto, mudou-se para Santos em 1887 e conheceu dona Urbana, de tradicional família campineira, na casa de parentes comuns no Guarujá. Casaram-se onze anos depois. A residência do casal fixada na Baixada Santista deveu-se, de acordo com informações da família, à profissão de corretor de café, uma vez que Santos era considerada à época a maior praça cafeeira do planeta, sendo a profissão de corretor, uma das mais prestigiadas. Presume-se que a mudança da família de Santos para São Vicente, por volta de 1909, deveu-se ao clima da cidade ser bem mais ameno, mais aprazível e salutar, com população de número bem inferior à cidade vizinha, oferecendo melhores condições e cuidados para com os pequenos. Bartira, Vasco, Rui, Zina, Yago, Elza, Dirce, Saulo, Maria Luiza e Lucia, compunham a prole do casal Castro Bicudo, respeitado e prestigiado pela comunidade vicentina do século XX, tomando-se como referência as ações que revelaram os valores morais e a dignidade da família. (Uma vida voltada para a educação – Revista Leopoldianum) 

- Fundação do Clube de Regatas Tumiaru 

O clube foi organizado com a reunião dos seguintes cidadãos: Salvador Malaquias Leal, Manoel Geraldo Forjaz Júnior, Manoel da Costa, Mário da Cunha Nogueira, Gaspar Manga, Henrique Wright, Luiz Hourneaux, Leopoldo Magalhães de Matos, João da Silva Santos, Bloen Martins e Olegário Herculano Alves. Foi aclamado para presidir os trabalhos o sr. Mário da Cunha Nogueira, que convidou para secretários os srs. Antero Bloen Martins e Manoel Geraldo Forjaz Júnior. 
Inaugurado um ano depois na encosta do Morro dos Barbosas, o clube, após alguns anos, teve que dar lugar ao canteiro de obras daquele que seria o mais famoso cartão-postal de São Vicente, a Ponte Pênsil. O barracão (sede) do Tumiaru foi construído pelos próprios sócios fundadores e funcionava como garagem para as canoas dos remadores e como sede social. Quando tiveram que deixar o local, pois a área havia sido escolhida pela Comissão de Saneamento de Santos como adequada para a instalação da cabeceira da Ponte Pênsil, começou a busca de um novo local para a instalação da sede, e o barracão foi reconstruído no Japuí, na Avenida Tupiniquins. Somente após muitos anos de luta, os associados conseguiram reinaugurar a sede no Japuí, e isso aconteceu em 22 de janeiro de 1932, por ocasião das comemorações do IV Centenário de Fundação de São Vicente. Como havia necessidade de acompanhar o progresso que se verificava na cidade, a direção do clube, no início da década de 40, teve a preocupação de implantar a secretaria no Centro, no Prédio Anchieta (Rua Martim Afonso com Praça Barão do Rio Branco). A atual sede administrativa, que reúne salões de baile, quadras esportivas, piscinas e setores para várias atividades, na Praça Coronel Lopes (Praça do Correio), foi inaugurada em 22 de dezembro de 1952, quando a agremiação completava 47 anos de fundação. Com essa inauguração, no Japuí passou a funcionar somente a sede náutica e, nesse período, as competições dessa natureza foram rareando. (A Tribuna, 1960) 

1906– Fundação e início da construção da Fortaleza de Itaipu em Praia Grande.
1ª Bateria de Canhões - Forte Jurubatuba (década de 1920)


Fortaleza de Itaipu - 100 Anos de História

Origens

Devido à decadência da Fortaleza de Santo Amaro, situada em Barra Grande (SP), em fins do século XIX, cujo material de Artilharia já era considerado obsoleto, o então presidente da República, Campos Salles, e o governador do estado de São Paulo, Bernardo de Campos, tiveram a preocupação de defender a Baía de Santos. Foi então elaborado o Aviso nº 05, de 16 de janeiro de 1902, cujo objetivo era a execução de um plano estratégico, sob comando do então ministro da Guerra, João Nepomuceno de Medeiros Mallet, que envolveria a construção de uma fortaleza no litoral. A Fortaleza foi implantada em uma área ocupada por três sítios: o Itaipu, a Prainha e o Itaquitanduva. Os trabalhos tiveram início e, ao final de 1902, já se encontrava concluída uma estrada de acesso à Itaipu, além de um porto para desembarque de material.
Inicialmente, para proteção contra um ataque terrestre, foi edificado o espaço onde se instalou a Bateria Gomes Carneiro, cujas ruínas são mantidas no sítio histórico. Em 1918, foram entregues as instalações do Forte Duque de Caxias; ano seguinte o de Jurubatuba, ambos dotados de canhões Schneider 150 mm, de origem francesa, para a missão de defesa do litoral.
Durante a II Guerra Mundial Itaipu manteve-se em constante estado de alerta, com os objetivos de assegurar a navegação nas águas territoriais brasileiras e de preservar a integridade dos principais portos nacionais. Como decorrência, teve início a construção da Terceira Bateria, denominada Forte General Rego Barros.
A partir de 1º de abril de 1960, o 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (6º GACosM) passou a ocupar as instalações da velha Fortaleza, que, anteriormente, abrigara também o 3º Grupo de Artilharia de Costa e o 5º Grupo de Artilharia de Costa. Os canhões Schneider 150 mm foram substituídos pelos canhões móveis Vickers Armstrong 152.4 mm, o que ampliou o poder de fogo para a defesa do litoral de Santos.

                                      
Atuação Histórica
Em seus cem anos de criação a Fortaleza de Itaipu esteve presente em acontecimentos significativos da história do Brasil: o movimento revolucionário, deflagrado na capital paulista em de 5 de julho de 1924, contrário à política adotada no governo do presidente Arthur Bernardes; a defesa do Porto de Santos durante o período revolucionário de 1932; o estado de prontidão durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, em 1934, após o fechamento do Congresso Nacional e de outros órgãos do Poder Legislativo; a realização de patrulhas nas imediações do Campo de Aviação de Praia Grande, em novembro de 1935, quando eclodiu a chamada “Intentona Comunista”; a integração ao “Plano de Defesa Imediata”, durante a II Guerra Mundial, quando a Fortaleza se manteve em constante estado de alerta com o objetivo de assegurar a navegação nas águas territoriais brasileiras e de preservar a integridade dos principais portos nacionais; a ocupação da Refinaria Presidente Bernardes e da Companhia Siderúrgica Paulista, localizadas em Cubatão (SP), a fim de garantir o funcionamento dessas indústrias, em meados de 1964.

A Fortaleza Hoje. Ao findar o século XX, a Fortaleza de Itaipu passou por modernização operacional, incorporando os Lançadores Múltiplos de Foguetes – Astros II, de origem nacional, material de última geração de Artilharia que se destaca pela mobilidade, cadência de tiro e poderio de destruição.
Atualmente, a Itaipu conta com o “Projeto Cultural Fortaleza de Itaipu”, projeto este que tem o apoio da Fundação Cultural Exército Brasileiro e almeja desenvolver atividades de contribuição para o fomento de ações cívicas, ecológicas e turísticas. Com isso, pretende-se valorizar atributos cívicos e éticos da sociedade brasileira; contribuir para o engrandecimento cultural da sociedade; apoiar eventos culturais direcionados à educação e lazer; e valorizar ações direcionadas à conservação do meio-ambiente. A Fortaleza de Itaipu tem papel destacado na história da cidade de Praia Grande (SP) e mantém estreita ligação com a comunidade local. Além de promover a prática do civismo e participar de campanhas de cunho social, é um importante ponto turístico da região e atrai, a cada ano, um número maior de visitantes interessados em conhecer a região de Mata Atlântica destacada da Serra do Mar, suas ricas e diversificadas flora e fauna, e visitar antigas instalações militares e armamentos de guerra.
Histórias e lendas de Praia Grande- Novo Milênio

- Inauguração da energia elétrica em São Vicente. O evento foi realizado no Largo Batista Pereira (atual Praça João Pessoa) com a presença de engenheiros e técnicos, do intendente Salvador Malaquias Leal e dos vereadores Antônio Álvaro Gonçalves (1º à direita) e Antônio Militão de Azevedo. Imagem: Vultos Vicentinos 


- Antão Alves de Moura assume o cargo de intendente.

                                    

Comerciante e político, prestou grandes serviços à coletividade vicentina. Participou não só na criação, como no levantamento do edifício da Escola do Povo. Vereador, primeiro-secretário da Câmara, participante da Comissão de Obras Públicas, Poderes e Justiça e Contas, teve atuação positiva nos problemas como a Lei da Pena D'Água, Instalação da Luz Elétrica, e sobre o caso das Vertentes do Voturuá. No triênio 1905-7, foi elevado ao cargo de vice-presidente. Em 1906 foi o intendente de São Vicente. Nesse cargo dá mostras de grande administrador, como a instalação da Ponte Pênsil, prolongamento até São Vicente da linha de bondes, serviço de canalização de água, ampliação das instalações elétricas, a abertura da estrada de Praia Grande, e na comunicação pela praia, com Santos, e outros melhoramentos. Faleceu em Santos em maio de 1931, com 66 anos de idade. (Poliantéia Vicentina 1532-1982) 

- Em 24 de julho de 1906, é fundada a Casa de Caridade São Luiz, por iniciativa de D. Anália Franco. A obra assistencial seguia modelo implanta pela conhecida educadora em São Paulo por amio do ensino moral e profisional párea meninas e meninos órfãos e abandonados. Seguida da Casa São Luiz, Anália Franco organizou no centro da cidade umk núcleo feminino que ficou conhediodo com Chácara do Inocentes. Devedi à crise econômica no período da I Guerra o núcleo foi transferido para Santos e no local foi instalado o Hospital e Maternidade São José. 

 1907-Depois de navegar em batelões pelo rio Tietê e Rio Paraná, na altura do confluência com o rio Pardo (Mato Grosso), o Capitão Francisco Whitaker e o Coronel Paulino Carlos desembarcam no lado paulista. Os dois são considerados os últimos bandeirantes da tradição vicentina e paulista. Ali, ao meio dia de 1º de janeiro, funda o Porto Tibiriçá, a última localidade do estado de São Paulo. Alonso Junqueira, organiza nesse arraial um pouso de gado e dá início à ligação entre o Porto Tibiriçá e estação ferroviária de Indiana, por meio da Estrada Boiadeira, com mais de 100 quilêmtros entre os dois pontos. Era o início da colonização do oeste paulista, na época ainda despovado. Todos os municípios da região de Presidente Prudente (Alta Sorocabana) surgiram após fundação do Porto Tibiriçá. 

- Inauguração da Estrada de Ferro Santos-Juquiá. 

O ramal vicentino foi construído pelos ingleses da Southern San Paulo Railway, entre 1913 e 1915. Em 17 de janeiro de 1914, a Southern San Paulo Railway Co. inaugurou a linha ferroviária de Santos a Conceição do Itanhaém, passando por São Vicente. Continuando sua expansão pelo litoral sul do estado de São Paulo, a Southern San Paulo Railway Co. concluiu o assentamento dos trilhos até Itanhaém, chegando a Peruíbe. Esse trecho foi de suma importância para a integração, transporte e desenvolvimento do litoral sul paulista, pois a região estava "separada" de Santos e da capital pelo Rio Itanhaém, e a ferrovia construiu uma ponte que melhorou dramaticamente a travessia do rio para os moradores, isolados. Após vencer um pequeno trecho de serra, por fim, a expansão chegou também a Juquiá.O trem era o único meio de transporte para toda a região. Assim a produção de frutas (principalmente bananas) e madeiras era levada até o Porto de Santos, de onde poderia ser exportada ou seguir para Jundiaí, no planalto paulista, pelo trem da São Paulo Railway (SPR). 

1908 - Guiomar Novaes, renomada pianista internacional, na época ainda menina,executava uma rapsódia brasileira, dando início a um concerto realizado naquela noite no São Nobre da Escola do Povo, na praça Cel. Lopes (Jardim da City). 

PEQUENA PIANISTA EM SÃO VICENTE 

                                          
A menina Guiomar Novaes, vizinha de Monteiro Lobato, foi quem inspirou o escritor a criar a encantadora personagem Narizinho, a "menina do nariz arrebitado" do Sítio do Picapau Amarelo. Em 1902, com oito anos, Guiomar Novaes apresentou-se publicamente pela primeira vez como artista. Em outubro de 1909, com o auxílio do Governo do Estado de São Paulo, partiu para a Europa, para estudar em Paris.Ao desembarcar na França, Guiomar foi convidada para visitar uma compatriota que desejava ouvi-la: era a Princesa Isabel, também pianista, que vivia próximo a Versalhes, no exílio. Foi a Princesa Isabel quem estimulou Guiomar a incluir em seu repertório a Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro, composição de Louis Moreau Gottschalk. Guiomar frequentemente tocava a Grande Fantasia Triunfal nos recitais que fazia no exterior, evidenciando assim sua nacionalidade e contribuindo para o reconhecimento internacional do Brasil. Na capital francesa, Guiomar inscreveu-se para prestar provas no Conservatório de Paris; havia 387 candidatos para duas vagas para estrangeiros. Realizou a primeira prova em 18 de novembro de 1909. Após rígida seleção, o número de candidatos baixou para trinta. A segunda prova deu-se em 25 de novembro. A comissão julgadora era formada por músicos como Claude Debussy, Moszkowski e Fauré.Durante o primeiro exame, ela tocou Carnaval de Schumann, um estudo de Liszt-Paganini e a 3ª Balada de Chopin. No segundo exame, quebrando o protocolo dos concursos do Conservatório o juri pediu a repetição da 3a. Balada de Chopin. 


- Início da imigração oficial de japoneses para Brasil. Chegada em Santos do navio Kasato Maru, em 18 de junho. A viagem a partir do porto de Kobe durou 52 dias e trouxe 781 imigrantes e mais 12 passageiro independentes.

1909 - Nasce na Vila Betânia (Boa Vista), Elisabeth Nobling, que se tornaria famosa artista plástica e catedrática da FAU- Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo-USP. Foi assistente de estúdio do escultor Victor Brecheret, que possuía casa de veraneio e ateliê em São Vicente. Sua obra mais conhecida é a Torre Universitária da USP, mais conhecida como Torre do Relógio.

Elisabeth Nobiling em 1939 na inauguração de uma mostra de cerâmica em São Paulo. Revista “A Noite Ilustrada” 

Olga Elisabeth Magda Henriette Nobiling ingressou na Universidade de Colônia, Alemanha, matriculando-se nos cursos de Filosofia, História e História da Arte, em 1923. Dois anos depois, transfere-se para a Universidade de Müenster, em Vestfália. Em 1927, desiste dos cursos universitários e inicia seus estudos de escultura em Munique, na Baviera. Entre 1929 e 1930, é admitida na Academia de Belas Artes da Universidade de Berlim, pela apresentação do seu trabalho Cabeça de Gertrude, torna-se aluna especial. Isso lhe permite abrir um ateliê e além disso tem aulas com Edwin Scharff. Em 1932, ainda em Berlim, torna-se aluna de Klipech, mas desiste dos estudos por desentendimentos com o professor. De volta ao Brasil, em 1934, conhece Victor Brecheret de quem torna-se auxiliar. Executa, em 1935, as obras Cabeça de Brecheret e a Virgem com Criança, sob encomenda de Antônio Prado Júnior. No ano seguinte, integra o Grupo dos Sete, com Victor Brecheret, Rino Levi, Yolanda Mohalyi, Regina Graz, Jonh Graz e Antonio Gomide, e realiza sua primeira mostra individual na Casa Baloo, em São Paulo. Em 1938, passa cinco meses em Viena (Áustria) freqüentando cursos de cerâmica. No final da década de 40, é convidada a ministrar aulas de orientação artística no MAM/RJ, no Rio de Janeiro. Também atua como professora na FAU/USP em 1953, sendo também responsável pelo projeto dos painéis para a Torre Universitária, no Campus dessa universidade. (Itau Cultural) 

- Nasce em Portugal, em Lamego – Distrito do Viseu- em 27 de março, Antonio Peixoto.

                                                
Chegou ao Brasil em 1921, radicando-se em Santos e, em 1928, veio para São Vicente para trabalhar na Garagem Modelo, na rua Martim Afonso, de propriedade do seu irmão. Em 1934 vende a garagem e entra no ramo de diversões públicas como sócio do Cine Anchieta. Em 1938 criou no E.C. Beira Mar o Centro Artístico Martim Afonso, que promovia espetáculos artísticos em São Vicente, Santos e cidades do interior. Fundou a empresa Royal Publicidade, de auto-falantes ( no edifício Zufo) e depois o São Vicente Jornal , em cooperativa com outros investidores. Em 1965 funda a Gráfica Vice-Rei, em 1970 funda a Gráfica Danúbio, associada ao São Vicente Jornal. Participou da fundação de várias agremiações como o Beija Flor F.C; o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente; o Albergue Noturno Domingos Albano (da Fraternidade Cristã- Sinagoga Espírita Cáritas), bem como do Colégio Henrique Oswald (do Centro Espírita Redenção). Foi provedor da Santa Casa-Hospital São José. Era fotógrafo amador e possuía a maior coleção de fotos da cidade, acervo que foi deixado em testamento para sua filha Rita de Cássia Peixoto Moreno. Faleceu em São Vicente em 24 de outubro de 1973. 

1910 – Ignácio Gonzalez Requejo adquire no Samaritá, com área de 935 alqueires o Sítio Iguá, para explosão e exportação de areia de vidro. 

– Saturnino de Brito propõe plano de saneamento para a Ilha de São Vicente.


SATURNINO E A PONTE PÊNSIL 


A importância da Ponte Pênsil para a população do Estado de São Paulo não se resume ao importante fator de integração da região mas, principalmente ao de salvar vidas. Na metade do século XIX, uma série de epidemias assolava o litoral que se tornara um grande foco da malária. São Vicente, alagadiça, cercada de mangues e matagais onde desaguavam as fossas negras de todas as moradias da cidade e também de Santos, passou a espantar até navegadores. 
Em 1842 explodem as doenças: febre amarela, tuberculose, varíola, impaludismo, sarampo, gripe e febre tifóide. As epidemias, como comenta a historiadora Wilma Terezinha Fernandes de Andrade, coincidem com a expansão urbana da ilha de São Vicente. As doenças eram causadas pelas péssimas condições ambientais da ilha e de sua superlotação de nativos e imigrantes. Para se ter uma idéia do grau de mortandade provocado pelas epidemias, Santos na época ficou conhecida como “porto maldito” e teve que construir um novo cemitério, o da Filosofia. Até 1892, Santos dispunha apenas do cemitério do Paquetá que se tornou insuficiente diante de tantas mortes. 
Em meio a tantas perdas humanas e prejuízos comerciais, principalmente relacionados a exportação de café, setores econômicos e políticos começaram a debater a questão chegando ao ponto: saneamento. Sem ele a região seria devastada. 
Anos de discussão, finalmente foi aprovado o plano de saneamento para a ilha de São Vicente, de autoria do engenheiro sanitarista Francisco Saturnino Rodrigues de Brito, chefe da Comissão de Saneamento de Santos. O plano consiste em dois sistemas: um de esgoto e outro de galerias pluviais para recolhimento das águas da chuva. Em 1910, Saturnino já havia elaborado a planta de urbanização de Santos que incluía um plano completo de esgotos através de estações elevatórias cujo despejo inicial seria numa estação terminal onde hoje é o bairro do José Menino. 
Havia no entanto, necessidade de levar o esgoto mais adiante na ilha de São Vicente. Saturnino de Brito optou por levar o esgoto até a ponta do Morro de Itaipu, no atual município de Praia Grande, o que exigia a construção de uma ponte sobre o Mar Pequeno, capaz de suportar pesada tubulação. Diante dessa necessidade surgiu uma das maiores obras da engenharia brasileira, a Ponte Pênsil.Após minuciosos estudos e aval do presidente de São Paulo, Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves, o material para a construção da ponte foi encomendado à Casa August Klõnne Dortoneud na Alemanha e em 17 de fevereiro de 1911, foi assinado contrato com a firma Trajano de Medeiros & Cia, do Rio de Janeiro, para a execução da obra. 
A Ponte Pênsil inaugurada em 21 de maio de 1914 criou uma nova realidade para o Litoral Sul até então abandonado, tornando-se também responsável pela expansão urbanística da região. Tombada pelo Condephaat em 30 de abril de 1982, a Ponte Pênsil com 180 metros sobre o Mar Pequeno, com torres de 23 metros de altura (8 metros enterrados no mar), sustenta a tubulação de aço (escoamento de esgoto) que salvou a região de epidemias. Cartão postal de São Vicente e do Brasil, marco da economia de uma época, a obra de Saturnino de Brito continua sendo importante meio de comunicação e integração do litoral paulista. (Boletim do IHGSV)

1911- Começa a construção dos pontilhões da Ponte Pênsil, de ambos os lados. 

As peças da ponte são transportadas entre 1912 e 1913, por dez navios alemães: Erlanger, Benn, Halle Grefeld, Treassry, Granhandel, Jarseberg, Anversolse, R. Argentina, Lengeise e Merineir. A parte metálica da ponte custou, na época, 10.800 libras esterlinas, equivalentes, então, a 15.162 contos de réis. Foram gastos ainda 21.000 contos de réis com o estrado de madeira. De início, a ponte permitira a passagem de dois veículos de 6 toneladas cada um. Para aumentar a capacidade, foram gastos 78 contos e 750 mil réis na tubulação, 250 mil réis na montagem e 14 contos de réis no assoalho. 


- Nascimento, em 26 de junho, de  Luiz Meirelles de Araújo, Seu Lulu da Melodia, comerciante, poeta e autor da letra do Hino de São Vicente.
                                     
1912- Ocorre a “pacificação” dos Caingangue por meio do confinamento em reservas vigiadas e controladas. Criação do Posto Indígena Icatu (Braúna). O Cel. Francisco Sanches é assassinado por pistoleiros em Campos Novos. 

1913 –Escola do Povo é transformada em Grupo Escolar de São Vicente. 
Centenário, o tradicional colégio vicentino conhecido como Grupão iniciou suas atividades em 1893 com a denominação de Escola do Povo, e foi criado por um grupo de maçons que se reuniu no armazém de secos e molhados (como então se dizia) do capitão Antão Alves de Moura. A transformação da Escola do Povo no Grupo Escolar de São Vicente foi registrada pelo jornal santista A Tribuna, em 15 de novembro de 1913, na página 4, reservada às notícias do correspondente em São Vicente (Novo Milênio) 

- Publicação da revista Impressões do Brazil no Século Vinte, editada e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas. A publicação destaca Santos e veio ilustrada com retratos de personalidades da política regional e cenas do mundo negócios portuários, incluindo alguns vicentinos. 

Santos e São Vicente em 1913 

 1) Genes Perez (1º secretário); 2) Belmiro Ribeiro de Moraes e Silva (prefeito); 3) Major Luiz Ayres da Gama Bastos; 4) Evaristo Machado Netto (presidente da Câmara Municipal de S. Vicente); 5) Antonio de Freitas Guimarães Sobrinho; 6) Benedicto Pinheiro; 7) Carlos Luiz d'Affonseca (presidente); 8) Oswaldo Cochrane (2º secretário); 9) Capitão Antão Alves de Moura (prefeito de São Vicente); 10) Flavio Soares de Camargo; 11) Dr. Azarias Martins Ferreira (vice-prefeito); 12) Capitão Carlos José Pinheiro (vice-presidente); 13) Coronel Gil Alvez de Araujo; 14) Vicente Pires Domingues. 
“Lutar contra a influência da má reputação é lutar com temerosa desigualdade de forças. Só agora Santos se está libertando das garras da má fama que por muitos anos a teve presa. O modo pelo qual, em menos de vinte anos, Santos se transformou, de um foco da febre amarela em uma das mais saudáveis cidades do mundo, constitui um dos mais interessantes capítulos dos anais da engenharia sanitária. Ainda em 1889, surgiu uma epidemia que dizimou a população, atingindo a mortalidade a extraordinária razão de 10%. E ainda de 1892 a 1893, o flagelo reapareceu com tenebrosos resultados. A cidade se ressentia de graves defeitos, tanto do ponto de vista pitoresco como do ponto de vista sanitário. Calcula-se entre 85.000 e 90.000 habitantes a população atual de Santos, explicando-se o evidente aumento da mesma com o desenvolvimento da área comercial, a ampliação da zona urbana e com a movimentação do porto, além da notável importância a que tem atingido o seu comércio nos mercados estrangeiros e nacionais. 
A cidade de Santos está situada ao norte da costa da ilha de São Vicente, estreita faixa de terra adjacente ao continente, formando de fato uma península na estação da seca, quando o rio S. Vicente, que constitui o limite oeste da ilha, desaparece. É belíssima a baía de Santos, pendendo para as suas águas os morros vizinhos envoltos em seus ricos mantos de vegetação tropical. 
Na extremidade ocidental da ilha, jaz a velha cidade de S. Vicente, ligada a Santos por estrada de ferro. Embora seja um centro essencialmente comercial, em cujas ruas movimentadas e docas apinhadas de navios pouco existe que possa inspirar o sentimento da tradição, esta cidade barulhenta tem sido o berço de alguns eminentes brasileiros; e nos seus traços históricos temos referências à mais antiga civilização do Brasil. A cidade foi fundada por Braz Cubas, em meados do século XVI, e tirou o seu nome de um hospital, conhecido pelo nome de Todos os Santos e que foi estabelecido pelo primeiro fundador da cidade, em 1544”. 

Homens de negócio santistas: 1) José Dias Cardoso; 2) Ernst Bormann; 3) Arthur Richards; 4) Edward A. Hinsberger; 5) Joaquim Pedro dos Santos; 6) José Rodrigues Mathias; 7) P. V. Lander; 
8) R. A. Sandall (vice-cônsul da Inglaterra); 9) Dr. José Maria Whitaker (presidente da Associação Comercial); 11) João Francisco Wright; 12) Francisco Martins dos Santos; 13) Affonso Serra; 14) Dr. Porchat de Assis; 15) João da Silva Monteiro; 16) Antonio I. Martins; 17) F. H. Fairchild; 18) H. Hafers; 19) Albert T. Smith; 20) J. Caseiro Lourenço Martins; 21) Frederico Ernesto de Aguiar Whitaker Junior; 22) George Rosenheim; 23) Dr. Persio de Souza Queiroz. 

A quem conhece a história do Brasil é familiar o nome de São Vicente, pois que aí estabeleceu Martim Affonso de Souza a primeira Capitania em 20 de janeiro de 1535. Fora também ele que, em 22 de janeiro de 1532, descobrira S. Vicente e aí deixara a primeira leva de colonos no Brasil, em comemoração de que existe ainda um marco de pedra com aquela data. Entre outras relíquias históricas, existem a Câmara Municipal, reconstruída em 1729, a igreja paroquial (com a sua antiga mobília) reconstruída em 1757, a Escola do Povo (instituto de caridade) erigida em comemoração ao quarto centenário do descobrimento do Brasil. 
Numas escavações feitas próximo à igreja, foi encontrada, em 1878, uma pedra, com a seguinte inscrição: "O Illmo Pe. Collaço Villela me mandou fazer na era de 1539". Na Câmara Municipal, existe também um valioso retrato a óleo de Martim Affonso, patrono da cidade, e uma cópia reduzida, em bronze, da Fundação de São Vicente, dádiva da cidade de Campinas, por ocasião do 4º centenário da descoberta do Brasil. 
São Vicente fica pitorescamente situada na parte sudoeste da baía de Santos e o seu litoral é recortado por pequenas baías naturais cujas praias oferecem excelentes condições para banhos de mar. A pequenina cidade é hoje mais um bairro de moradia do que um centro comercial e o seu futuro desenvolvimento se operará neste sentido, visto estar ligada a Santos por duas linhas de tramways elétricos; em breve terá também o serviço da Southern São Paulo Railway. Na área municipal de São Vicente, a população é calculada em 10.000 habitantes, dos quais 5.000 residentes da cidade. 
A administração pública é exercida pelas autoridades municipais legalmente constituídas: compreendem estas o prefeito e cinco conselheiros. A soma despendida nos serviços administrativos anda aproximadamente em Rs. 78:000$000 anuais. Desta soma, Rs. 4:000$000 são gastos com a higiene e saúde pública; Rs. 6:000$000 com a instrução (a Municipalidade mantém 4 escolas, além das 4 estaduais); Rs; 15:000$000 com a iluminação; sendo a maior verba a de luz elétrica fornecida pela City of Santos Improvement Co. Ltd. e Rs. 14:000$000 são gastos com diversas obras públicas. O sistema de esgotos será em breve melhorado, devido às obras em andamento, executadas pela Comissão de Saneamento do Governo Estadual. 
Os membros da municipalidade no ano corrente são os srs. capitão Antão Alves de Moura Penteado, prefeito; coronel Evaristo Machado Netto, presidente da Câmara; major Salvador Leal, vice-presidente; major Antonio Militão de Azevedo, 1º secretário; Alberto Martins de Oliveira, 2º secretário; e dr. Magino da Silva Bastos, vereador. 

O capitão Antão Alves de Moura é prefeito de S. Vicente desde 1905. Dois anos antes, fazia parte da Câmara, como vereador. Foi nomeado capitão da Guarda Nacional em 1893 e exerceu o cargo de chefe de polícia durante 11 anos. O capitão Moura pertence ao Partido Republicano Paulista. Veio de Portugal há cerca de 30 anos; e negocia em S. Vicente, desde 1888. O sr. Machado Netto foi eleito vereador em 
1910. É sócio da casa comissária de J. Machado & Cia. estabelecida em Santos. 

O major Leal foi eleito intendente municipal em 1904 e foi presidente da Câmara em 1906-10. Há muitos anos é oficial da Guarda Nacional. O major Azevedo por muitos anos foi inspetor literário e, depois de exercer o mandato de vereador por 3 anos, foi eleito 1º secretário. O sr. Oliveira é 2º secretário desde 1908. O dr. Bastos entrou para a Câmara em 1911. É bacharel em Letras pela Faculdade de Direito de São Paulo. 

- Nascimento, em São Vicente, de Ícaro de Castro Mello, atleta olímpico e arquiteto.

Ícaro de Mello  Castro (São Vicente SP 1913 - São Paulo SP 1986). Arquiteto e urbanista. Ingressa na Faculdade de Engenharia do Instituto Mackenzie, São Paulo, em 1931. Dois anos depois se transfere para a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Poli/USP, e forma-se em 1935. Entre 1930 e 1945 divide-se entre a carreira de engenheiro-arquiteto e a de atleta. Recordista sul-americano de salto em altura e salto com vara, participa da equipe brasileira de atletismo nas Olimpíadas de Berlim, em 1936. Nesse ano abre seu escritório de arquitetura e uma pequena construtora, que viabiliza seus primeiros projetos e obras. Concomitantemente às atividades do escritório, entre 1946 e 1955 e 1964 e 1966 trabalha como arquiteto do Departamento de Educação Física e Esportes - D.E.F.E. - do governo de São Paulo, e elabora as normas técnico-construtivas e de dimensionamento para as instalações esportivas do Estado. O vínculo entre arquitetura e esporte se mantém no trabalho de seu escritório, cuja produção se volta para edifícios e conjuntos esportivos, dos quais se destacam o Ginásio de Sorocaba, 1950, menção especial na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, 1951, o Ginásio do Ibirapuera, 1952/1957, a Piscina da Água Branca, 1948, e o Sesc Itaquera, 1984/1992. É professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, entre 1950 e 1956. Participa ativamente dos órgãos de classe e da regulamentação do exercício profissional da categoria, da fundação do Departamento de São Paulo do Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/SP, da presidência do departamento, entre 1956 e 1961, e do instituto, 1960 a 1966, da criação da Associação Profissional dos Arquitetos - APA, da direção da Federação Panamericana de Associações de Arquitetos, 1975/1978, e da União Internacional dos Arquitetos - UIA, 1970. Em 1958 recebe o título de membro do Instituto Americano de Arquitetos - AIA, e, em 1986, o Prêmio Vilanova Artigas. Fonte: Instituto Cultural Itaú. 

- Nascimento, em 23 de junho, de João Amorim, primeiro médico nascido em São Vicente.
                                           

1914 -Deflagração da I Guerra Mundial. 

–Inauguração da Ponte Pênsil. 21 de maio.


"Manhã de sol. Vinte automóveis vindos da Capital, trazendo elegantes senhoras e senhores de polainas, chapéu-coco, gravatas pretas, descem rumo ao litoral, para participar da festa. Entre os convidados, lá estavam Washington Luiz, prefeito da capital de São Paulo e futuro presidente da República; o presidente do Estado de São Paulo, Francisco de Paula Rodrigues Alves, e o vice, Carlos Pereira Guimarães; o prefeito de Santos, Joaquim Montenegro; o prefeito de São Vicente, Antão Alves de Moura; o pintor Benedito Calixto; o jornalista Afonso Schmidt; o sanitarista Saturnino de Brito. Duas bandas aguardavam: a da União Portuguesa, regida por José do Patrocínio; a Colonial Portuguesa, dirigida pelo flautista Burgos. Ocorreu então o primeiro congestionamento. O número dos que desejavam transpor a ponte era demasiado para sua capacidade. E houve o primeiro acidente: um motociclista da capital bateu na traseira de um coche e caiu, fraturando o crânio". 

(Material para a imprensa preparado em novembro de 1981 pela empresa Dersa Desenvolvimento Rodoviário S.A.)
                  
O ALFERES MARCOLINO foi destaque no corte da fita inaugural da Ponte Pênsil. Imortalizado em bico de pena no livro Vultos Vicentinos, o Alferes Marcolino Xavier de Carvalho aparece na foto da revista A Fita em 1914, três anos antes de falecer. Marcolino era uma figura folclórica das cerimônias públicas usando uniforme da Guarda Nacional e exigindo que os militares lhe batessem continência. Era nessas ocasiões que se impunha como figura popular, apesar de simples e pobre. Edson Telles de Azevedo lembra que Marcolino fazia da sua vida sempre um motivo de heroísmo, civismo e caridade para com os mais necessitados, como por exemplo, construindo ataúdes para os desprovidos quando morriam. Marcolino era músico de banda (tocador de bombo), dono de boteco, mesário de eleições, sineiro, oficial de justiça, laçador de bois, fiscal da Câmara e investigador de policia. Foto rara de uma cena histórica vicentina.

1915 – Fundação do Santos-São Vicente Golfe Clube. 

- Fundação no oeste paulista dos povoados de Bartira, Cedrinho, Paraguaçu Paulista, Sapezal, Quatá, João Ramalho e Rancharia. Fundação da Aldeia Pira ou P. I. Anuírem (Arco-íris) para confinar os índios Kaiigang. 

- Nascimento de Mansuetto Pierotti.

Mansuetoo Pieroti (de terno) quando foi nomeado prefeito de São Sebastião pelo governado Paulo Maluf.

Mansueto Pierotti foi um típico interiorano de Barretos que veio viver em São Vicente ainda criança e, como todos os rapazes vicentinos de espírito empreendedor da sua geração, foi buscar a praça comercial de Santos para fazer carreira. Fornecedor de suprimentos de navios foi o seu ramo, muito comum na área do porto, porém sua empresa tornou-se referência internacional. Mansueto era de tudo: empresário, político, atleta nadador do Tumiaru, jogador e fundador do Feitiço FC (depois São Vicente FC), presidente de muitas entidades e principalmente um grande e respeitadíssimo mecenas no litoral paulista. Tão importante que foi até prefeito de São Sebastião. A empresa que ele fundou, hoje moderníssima, está instalada numa rua que tem o seu nome, em Santos. Em São Vicente é nome de estádio. 

1916- Inaguração do Royal Theatro, sala de exibição de filmes, pela empresa Barosa & Cia. 

- Nascimento, em 20 de fevereiro, da escritora e dramaturga Ivani Ribeiro (Cleide Alves Freitas Ferreira).


A TRAJETÓRIA DE IVANI RIBEIRO 


Ivani Ribeiro estreou como autora da Globo em novembro de 1982. Na emissora, ela assinou uma série de remakes e adaptações a partir de seus principais sucessos na TV Tupi e na Excelsior.Cleide Freitas Alves Ferreira, conhecida artisticamente como Ivani Ribeiro, nasceu no dia 20 de fevereiro de 1916, em São Vicente, São Paulo. Formada na Escola Normal de Santos, mudou-se para São Paulo para cursar a faculdade de Filosofia. Foi casada com o radialista Dárcio Ferreira, com quem teve dois filhos: Luís Carlos e Eduardo. Morreu aos 79 anos, de insuficiência renal, decorrente de diabetes. 
Começou sua carreira profissional aos 16 anos, na Rádio Educadora de São Paulo, interpretando canções folclóricas e sambas – alguns de sua própria autoria. Logo depois, alcançaria grande sucesso no rádio. Passou ainda pela Rádio Difusora, antes de se transferir com o marido para a Rádio Bandeirantes.Contratada pela recém-inaugurada TV Tupi, escreveu a série Os Eternos Apaixonados. No final da década de 1960, transferiu-se para a TV Excelsior onde se destacaria como autora do horário das 19h30. Em 1970, de volta à TV Tupi, Ivani Ribeiro escreveu outros três clássicos da teledramaturgia brasileira: Mulheres de Areia (1973), A Viagem (1975) e O Profeta (1977). Em 1980 e 1982, teve uma passagem pela TV Bandeirantes, onde escreveu Cavalo Amarelo. Estreou como autora da Globo em novembro de 1982, com Final Feliz. Depois, A Gata Comeu (1985) –Hipertensão (1986) - O Sexo dos Anjos (1989) - Mulheres de Areia. Exibida pela primeira vez em 1973, na TV Tupi, a nova versão da novela – que teve a colaboração de Solange Castro Neves – narrava a vida das gêmeas Ruth e Raquel, vividas pela atriz Gloria Pires. Foi levada ao ar em 1993, transformando-se em um marco de audiência do horário das 18h. Outro destaque foi a interpretação do ator Marcos Frota, no papel do escultor Tonho da Lua.  - A Viagem. Exibida originalmente em 1975, a novela era inspirada na doutrina espírita de Alan Kardec, e abordava diversos temas relacionados ao espiritismo, como a mediunidade e a reencarnação. A versão de 1994 foi protagonizada por Guilherme Fontes, no papel do mau-caráter Alexandre, Christiane Torloni, como Dinah, e Antonio Fagundes, interpretando o criminalista Otávio Jordão.  Mais de 10 anos após a morte de Ivani Ribeiro, a Globo voltou a exibir uma trama da autora. Em 2006, estreou o remake de O Profeta, que fora levada ao ar pela primeira vez em 1977, na TV Tupi. Na nova versão, o personagem vivido pela atriz Nicette Bruno era uma homenagem à falecida autora: seu nome, Cleide, fazia referência ao verdadeiro nome de Ivani Ribeiro. (Memória da Globo) 

- Nascimento, em Santos, no dia 9 de maio, do maestro José Jesus de Azevedo Marques.

Compositor, arranjador, regente, programador de rádio e redator de artigos sobre música em jornais e revistas da Baixada Santista. A convite do prefeito Charles Dantas Forbes, foi nomeado Diretor de Cultura Artistica de São Vicente. Foi durante 25 anos regente do Coral Vicentino e da primeira Orquestra Vicentina de Concertos, especialmente criada em 1968 para a inauguração do Cine Teatro Jangada.. Autor de vasta obra musical, o maestro é também autor do Hino Oficial de Sâo Vicente, cuja letra é de Luiz Meireles de Araújo. Azevedo também compôs hinos de dezenas de grupos escolares de São Vicente e Santos. Sua ligação cultural com São Vicente deu-se por meio da Professora Zina de Castro Bicudo, diretora de educação e também tesoureira da Associação Feminina Santista. Nas comemorações do cinqüentenário do Liceu Santista, a conhecida educadora o convidou para musicar o espetáculo Rosa, Rosa de Amor... (com letra de Querubim Correia), cujo sucesso artistico chamou a atenção das autoridades vicentinas. (Cellula Mater, 1997) 

- Falecimento de Antônio Emmerich. 



1917 - Inauguração do Centro Espírita São Luiz, em São Vicente, SP, às 15 horas de sábado, 25 de agosto de 1917. A instituição beneficente, foi fundada no domingo, 12 de agosto de 1917 e mantida pelo famoso médium de efeitos físicos Carmine Mirabelli. 

MIRABELLI ASSOMBRA A CIDADE 

                                            
Mírabelli com o ex-presidente e historiador Washington Luiz, ambos moradores de São Vicente. 

ESTRANHO FENÔMENO DE BILOCAÇÃO. "Conta-se que certa vez ele estava, com um grupo de pessoas na Estação da Luz em São Paulo e pretendia viajar para Santos. Um pouco antes de o trem sair ele desapareceu, para assombro de todos, sendo cientificada a sua presença em São Vicente, mais tarde, por telefone, ficando provado que ele foi encontrado na cidade que distava 90 Km da Estação da Luz, exatamente dois minutos após o seu desaparecimento".  Fonte: Coleção Carmine Mirabell- Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Editora Francisco Spinelli.
CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO. A Gazeta, de 14 de junho de 1916: 
"O sr. Mirabelli é realmente "o homem mysteríoso". "Campanha de diffamação movida por gratuitos desaffectos". "Si o "homem mysterioso" lança mão de "trucs", força é convir em que é o maior magico do mundo!" "O testemunho das pessoas que têm assistido em São Paulo ás suas assombrosas experiências". 
E seguia-se, dia a dia, o relatório sensacional das curiosas manifestações. Nesse interim, esteve Mirabelli internado no Hospício de Juquery, para ser observado. A sua casa, em São Paulo, foi apedrejada por energúmenos. Elle, barbaramente espancado, á noite, na praia de São Vicente, por inimigos occultos. E apupado, em rua central da metrópole paulistana, pela massa ignara que, com a mesma facilidade, ora applaude os potentados que galgam o galarim da fama, ora achincalha os que delle descem, desprotegidos pela sorte caprichosa e momentânea!...
                               
Elle morava, ou também mantinha casa, em São Vicente. 
Um dia, véspera de São João, do anno de 1923, na praça 13 de Maio, em São Vicente, o dr. Frederico Alvim (médico), o commendador Freitas Tinoco, o major Osório de Barros, o capitão Antonio Azeredo e outros, com estarrecido pasmo, viram-no passar, em transe mediumnico, sôbre e entre as chammas duma fogueira que crepitava para o espaço estrellado,dando estupafaciente prova de incombustibilidade! 
(Eurico de Goes - Prodígios da Biopsychica obtidos com o Médium Mirabelli) 

- Deflagração da Revolução Russa e revoltas socialistas em São Paulo. 

- O pintor Benedido Calixto sugere a doação do Pelourinho Vicentino ao Museu Paulista. 

O PELOURINHO NO MUSEU PAULISTA 


Em março de 1542, um fenômeno marítimo ou simples desvio do canal, produziu um desmoronamento da praia, próximo à ‘Ilha do Mudo” (hoje Ilha Porchat), derrubando e tragando a primitiva vila de Martim Afonso. Esse fenômeno – desmoronamento da praia – ainda se reproduz na praia de São Vicente, em certas épocas, como aconteceu nos anos 20 e 40 - fato bem conhecido de todos os moradores dessa época. A igreja com o título de Nossa Senhora da Assunção ou da Praia, Casa do Conselho, Cadeia e todas as mais obras públicas necessárias, inclusive o Pelourinho, desapareceram sob as águas. 
Frei Gaspar cita, nas suas Memorias ... que “a 3 de janeiro de 1545 levaram a Pedro Colaço, procurador do Conselho, no ano antecedente, a quantia de 50 réis, que se havia gasto em tirar os sinos e o pelourinho da praia; 20 a quem o conduziu para a vila e 250 satisfizera Jerônymo Fernandes por dar a pedra, o barro e água necessária para novamente se levantar o dito pelourinho” (arquivo da Câmara de São Vicente, Cad. De Vereações, ano 1542). Mas, o ilustre cronista se esqueceu ou não copiou que também foram pagos 300 réis a Jorge Mendes, que os merecera, no pelourinho da praia. 
Em outro local, mais elevado, o pelourinho foi ereto de novo e com toda a solenidade, no pátio da nova Casa do Conselho e da nova Matriz, que, por ordem do capitão Pedro Colaço Vilela, cavalheiro fidalgo, estavam sendo erguidas, em face da primitiva igreja de Santo Antonio, que já ali existia há dez anos, construída pelos religiosos franciscanos vindos de Lisboa, na companhia de Martim Afonso de Sousa, em 1532. 
Esse pátio ou largo, no qual se erigiu de novo o pelourinho, chamava-se com justa razão “Largo de Santo Antonio”, pelo fato de estar ali edificada a primitiva igreja desse nome que, em 1544 até 1559, serviu de Matriz e de Casa do Conselho, conforme documentos antigos da Câmara de São Vicente, citados por Frei Gaspar. 
O colégio dos padres jesuítas que se fundou na vila de São Vicente, de 1549 em diante, anterior ao de São Paulo e ao de Santos, como é bem conhecido, estava também construído em um dos lados desse “Largo de Santo Antonio”, próximo ao morro da Biquinha, que era, então, igualmente denominado “Morro de Santo Antonio” (atual morro dos Barbosas). 
Hoje toda essa área, que já se chamou “Largo da Matriz” e Largo Batista Pereira”, é a Praça João Pessoa e parte da Rua do Colégio (antiga Conselheiro Nébias) e popularmente conhecida como “Rua dos Velhacos”. 
O velho pelourinho, cuja coluna se compunha de três seções octogonais de granito, o qual há trezentos anos vinha assistindo aos fatos e às vicissitudes da vila memorável, se conservou por muitos anos no “Largo Santo Antonio”. 
Apesar de ser considerado como a “coluna infamatória, onde se puniam os delinquentes expostos à ignomínia pública, era, entretanto, o símbolo da jurisdição e do poder. 
São Vicente, apesar do seu ódio ao antigo despotismo colonial, ainda conservou, por algum tempo após a Independência, esse símbolo da antiga e vasta jurisdição de seus governadores. Mas a Câmara, menos tolerante e mais radicalmente inspirada em idéias liberais e patrióticas, no tempo em que a vila de São Vicente descia ao último degrau de sua decadência, ordenou que esse “símbolo ignominioso” fosse derrubado de seu pedestal. 
Homens antigos de São Vicente, como os Srs. João Marcelino de Azevedo e Capitão Arlindo das Neves, ainda viram esse pelourinho, em seu respectivo local, após a Independência, conforme informaram a Benedito Calixto. 
De 1891 a 1900, por ocasião da comemoração do IV Centenário da Descoberta do Brasil, Calixto procurou indagar o paradeiro de algumas peças do antigo pelourinho e conseguiu, com o auxílio do Sr. Antonio Militão de Azevedo e outros vicentinos de boa vontade, descobrir esses três blocos de granito, por indicação do velho João Marcelino de Azevedo, os quais se achavam servindo de pilar ou frade (marco de pedra à esquina das casas ou à entrada de ruas ou becos, etc.) nos ângulos do muro que guarnecia o adro da atual Matriz. 
Posteriormente, foram confiados à guarda da Câmara Municipal vicentina. Por inspiração de Benedito Calixto – cuja idéia foi vivamente apoiada pelo prefeito municipal, Cel. João Francisco Bensdorp e pelo vereador Pérsio de Souza Queiroz – resolveu a municipalidade vicentina, em setembro de 1917,oferecer tão venerável relíquia ao Museu Paulista. 
(Jaime Mesquita Caldas – Boletim do IGHS) 

1918 –Fundação da Irmandade do Hospital São José – Santa Casa de Misericórdia de São Vicente. 
Fruto de uma campanha de mobilização contra a febre amarela que se alastrava na Baixada santista, fundação desse hospital teve a participação de vários cidadãos vicentinos liderados pelo casal Ofélia Chaves Meireles e seus esposo, o vereador José Meireles. As reuniões do comitê de fundação aconteciam na rua Antônio Rodrigues, 172 , com a presença de grandes personalidades como Silvio Pereira Mendes, Pérsio de Souza Queirós , José Rittes, João Francisco Bensdorp, Dr. Lobo Viana, Nicola Patrício Moreira, Raul Serapião Barroso, Luiz Antônio Pimenta, João Venceslau Emmerich, Dr. João Queirós de Assunção Filho, Olegário Herculano Alves e Edson Telles de Azevedo. Benedito Calixto de Jesus, Dr. João Pedro de Jesus Neto, Maria José do Amaral Reipert e Maria das Dores Bensdorp também se juntaram a esse grupo pioneiro, o qual seria ampliado nas reuniões seguintes por importantes nomes da vida social vicentina e santista. 

A CHÁCARA DOS INOCENTES 

Residência da Chácara dos Inocentes , da Instituição Anália Franco, que seria adaptada pra funcionamento da primeira instalação do Hospital São José (Poliantéia Vicentina). 

O local onde foi construído o Hospital São José era uma grande área central conhecida como Chácara dos Inocentes, onde anteriormente funcionava uma extensão de um conhecida instituição assistencial que atuava há muitos anos nos estado de São Paulo. Essa curiosidade histórica foi registrada na Poliantéia Vicentiva , em 1982: 

"A maioria dos leitores, notadamente a nova geração, desconhece que no local onde funciona o Hospital São José, antes era uma grande chácara denominada "Inocentes", em cujas dependências funcionou a Associação Anália Franco, entidade com o objetivo de acolher e dar assistência a órfãs. Uma banda musical, formada por meninas e moças ali recolhidas chegou a exibir-se várias vezes em público, sempre recebida com simpatia" 
(...) A 29 de novembro de 1918 a Sociedade Protetora do Hospital São José adquiria de D. Maria das Dores de Vasconcelos Meijers a área situada no centro da cidade e conhecida como Chácara dos Inocentes, cuja compra foi realizda por RS30.000$000 (trinta contos de réis), com dedução de RS 5.000$000(cinco contos de réis) que a proprietária reverteu em donativo, por ser tratar de uma instituição beneficente e que necessitava de recursos para proceder a adaptação do prédio residencial existente na chácara em hospital. A transação foi feita em nome do Sr. João Bensdorp-Prefeito Municipal – mediante hipoteca ao Dr. Murilo Porto. Logos que quitada a dívida, o imóvel foi transferido para o Hospital São José”. 
Essa mesma obra assistencial era realizada na Capital (onde hoje é o bairro com seu nome) e dezenas cidades do interior, incluindo Santos. Dona Anália mantinha, através de donativos, escolas profissionalizantes e orfanatos numa época que a infância e a juventude não tinham quase nenhuma proteção do Estado. O trabalho dela começou no século XIX, recolhendo crianças filhas de escravas, expulsas das fazendas pela Lei do Ventre Livre e abandonadas nas cidades. Em  1914, a revista santista A Fita registrou em suas páginas alguma notas e fotos dessa obra também conhecida com Asylo de São Vicente, que comportava um casarão onde funcionava o orfanato e uma creche-escola.
Casarão da Chácara das Inocentes, na rua XV de Novembro, 53, recebendo a visita de uma família de Santos. Revista A Fita. Hemeroteca Digital BN
 

- Epidemia de febre amarela mata 8 mil pessoas no Brasil. Fim da I Guerra Mundial com um saldo de 20 milhões de mortos. Expedição científica de Adolpho Lutz faz pesquisas no Porto Tibiriçá e segue pelo rio Paraná até o Paraguai. 

- O prédio de número 15 da avenida Capitão-Mor Aguiar é entregue a Câmara Municipal para a instalação de uma escola primária e estação telegráfica da cidade. 

- José Martins Viana (Juca Viana) inaugura no mesmo local do Royal Theatro, o Cine Pathé. 

A MARCHA DO CINEMA EM SÃO VICENTE 

FERNANDO MARTINS LICHTI 

Na história da cinematografia comercial vicentina o pioneiro é Barbosa&Cia, que em 1916 inicia suas atividades de exibições inaugurando na rua Martim Afonso, 161, o Royal Theatro, a mais antiga sala de cinema da cidade. Esta sala durou apenas dois anos, pois em 1918, José Martins Viana (Juca Viana) inaugura no mesmo local o Cine Pathé, que funcionaria até 1922.  Depois, entre 1923-1924, Julieta Lamouche de Castro e Dante Carline abriram o Cine Triângulo, no mesmo endereço do Cine Pathé.  Novamente , em 1924, Juca Viana inaugura o Cine Central, que seria até 1931 a única sala de cinema vicentina, sempre no mesmo prédio, quando fechou.  De 1932 a 1933, Vasco de Castro Bicudo e Juca Viana abrem o Cine-Teatro São Vicente, ainda no mesmo local.  No ano seguinte, 1934, Antonio Peixoto & Uêdo, ficando depois como único dono Antonio Peixoto, também no mesmo prédio, dos cinemas anteriores, mas com alguns melhoramentos. 

Na verdade, o consolidador vicentino dos empreendimentos de exibição de filmes foi José Martins Viana (Juca Viana), pela sua persistência, entre 1918 e 1933. Entretanto, o grande propulsor desse negócio de diversão foi Moacyr de Andrade Lima, a partir de 1836, quando adquiriu o Cine Anchieta, pois somente a partir desse ano, é que não houve mais interrupção nas exibições cinematográficas em São Vicente, cabendo a ele, inclusive, a montagem de mais duas grande salas de cinema: o Cine Maracanã (1950) e o Cine Rosário (1951).  Nesse período tornou-se também proprietário dos cines Tamoio e Petrópolis, que haviam sido montados por outros empresários. E , finalmente, construiu o Cine-Teatro Jangada – a mais moderna e luxuosa casa de espetáculo de São Vicente, além de adquirir o Cine Maracanã. 
Fato importante é que todos os cinemas vicentinos que se sucederam de 1916 a 1959, funcionaram no mesmo local, onde mais tarde funcionaria em 1968 o Cine-Teatro Jangada, na rua Martim Afondo, 451 (antigo 161).
Em 1936, Moacyr de Andrade Lima (foto) adquire o Cine Anchieta, acreditando na idéia e no futuro da cinematografia, nova forma de recreação. O Cine Anchieta fez época, até 1950. Era ponto de encontro da sociedade vicentina, extasiada com a exibição de filmes sonoros.

Por volta de 1937, o cinema Anchieta ofereceu para São Vicente a exibição do filme Sonhos de uma Noite de Verão, em absoluta “avant premiére”, sendo tão bem sucedida a promoção realizada por Moacyr Andrade que o evento se transformou em verdadeira “noitada de arte”, já que essa exibição foi prestigiada pela sociedade vicentina e abrilhantada pelo poeta José Martins Fontes, que empolgado com o momento, declamou poesias e falou ao público presentes, ressaltando aquela programação artística.
                          
Depois vieram os cines Rosário, Maracanã, São Jorge (antigo Tamoio), Petrópolis, e Cinemar, entre outros. Essa expansão culminou e encerrou-se, em nossa cidade, com a inauguração do Cine-Teatro Jangada a 30 de agosto de 1968. Para dar nome a esse cinema, foi realizado concurso propondo nomes para a sala de espetáculos, sendo finalmente escolhido o nome Jangada. Este cinema era um sonho acalentado por Moacyr de Andrade Lima; queria ele oferecer a São Vicente a melhor casa de espetáculos cinematográficos e, para isso, constrói no mesmo local do antigo Cine Anchieta. 
A inauguração do Jangada foi um evento abrilhantado com a participação do Coral Vicentino e da Orquestra Vicentina de Concertos, que, sob a regência, do maestro Azevedo Marques, que executou várias músicas, entre elas a cantata Jangada, composta pelo maestro para essa ocasião (foi gravado um Long Play dessas músicas). O programa inaugural foi completado com a exibição do filme-superprodução A Bíblia. O Jangada foi construído com luxo; equipado com poltronas estofadas, tapetes, cortinas, ar condicionado, projetores em 70m/m e com sonoridade esteriofônica de seis faixas magnéticas. (Poliantéia Vicentina, 1982)

                          
Cine Maracanã, na rua Campos Sales. 

Nota do organizador: Apesar da onda de declínio do cinema, em grande parte causado pela propagação de televisão, o Cine-Teatro Jangada ainda era nos anos 1970 o destaque entre as salas de cinema da cidade. Além de peças de teatro, a sala já havia exibido com grande sucesso de público os filmes Dona Flor e seus Dois Maridos, estralado por Sônia Braga e José Wilker , com grande apelo de sensualidade numa época de proibições e censura aos espetáculos; e também o filme Tubarão, grande sucesso do diretor Steven Spielberg, que causou enorme sensação de medo entre os freqüentadores das praias litorâneas do mundo inteiro. 
Cine Petrópolis, na avenda Antonio Emmerich nos anos 1960. 

FICHA TÉCNICA DOS CINEMAS MAIS ANTIGOS NOS ANOS 1960 
CINE ANCHIETA - Prop. Edmar D. Bexiga. Rua Martim Afonso 451 - Fund. 1936 - Cinema - 540 lugs. Ap. 35 m/m. Func. diário - média anual 424 sessões - 86.632 espectadores 
CINE ROSÁRIO - Prop. Moacyr A. Lima. Rua Frei Gaspar 521 - Fund. 1951 - Cinema - 950 lugs. Ap. 35 m/ Func. diário - média anual 568 sessões - 261.069 espectadores 
CINE SÃO JORGE - Prop. Moacyr A. Lima. Rua Frei Gaspar 2426 - Fund. 1957 - Cinema - 884 lugs. Ap. 35 m/m. Func. diário - média anual 402 sessões - 37.843 espectadores 
CINE PETRÓPOLIS - Prop. Edmundo Kitsehpe. Av. Antonio Emerich 665 - Fund. 1954 - Cinema - 930 lugs - Ap. 35 m/m. Func. diário - média anual 420 sessões - 155.783 espectadores 
CINE MARACANÃ - Prop. Cinematog. Maracanã Ltda. Rua Campos Sales 222 - Fund. 1950 - Cinema - 800 lugs. Ap. 35 m/m. Func. diário - média anual 524 sessões - 143.761 espectadores 
Fonte: Blog Cine Mafalda. 

- Abertura da Avenida Manoel da Nóbrega, ligando as praias do Itararé e José Menino, em Santos. 
Obra do prefeito Francisco Bensdorf, essa antiga ligação entre São Vicente e Santos passou por várias fases até o formato atual conhecido como Tapetão. Já teve a Pedra dos Ladrões, areia e vegetação de jandú, pedras , paralelepípedo e trecho da linha de bondes. Originalmente havia nela muitas casas de estrangeiros e árvores chapéu-de- sol. A partir dos anos 1940 surgem muitos edifícios e a necessidade de alargamento. A segunda pista foi feita em 1973, que teve dois nomes: D. João III e depois Ayrton Senna. 

1919 - O presidente Rodrigues Alves morre vitimado pela gripe. Epitácio Pessoa derrota Rui Barbosa nas eleições presidenciais. 

- A família de Lampião, pequenos agricultores e criadores, são expulsos de suas terras, e seus pais mortos, a mando de um coronel de Serra Talhada 

1920–Instala-se em São Vicente o médico Guilherme Raposo de Almeida. 

- O presidente da república, Epitácio Pessoa, proíbe a participação de negros na seleção brasileira de futebol. 

1921- Início da reforma e construção da Casa do Barão. 

Kurt Gustav von Pritzelwitz, o barão, nascido em Munique, Alemanha, chega em São Vicente onde se casou com a vicentina Hildegard Georgina. Empresário do setor cafeeiro, ele e seu sogro reformaram a antiga propriedade construída em 1865 pelo Coronel Lopes, surgindo a mansão com mais de uma dezena de aposentos esplendidamente decorados. Nos fundos da mansão, lado da Rua João Ramalho ficavam o campo de tênis, as cocheiras com puros-sangue para galopadas nas desertas Avenida Presidente Wilson e Praia do Itararé, a moradia dos empregados e a forja do ferreiro. Von Pritzelwitz, falecido em 1981, participou da vida comunitária. Por suas doações, foi reconhecido benfeitor da Irmandade do Hospital São José e tem a seu crédito a liderança de um grupo de amigos de São Vicente que auxiliou financeiramente a Prefeitura na abertura da Avenida Manuel da Nóbrega, evitando assim o tráfego dos automóveis pela areia do Itararé. 

- Fundação na rua Newton Prado da Casa das Bananadas, ao lado da Ponte Pênsil, por Márcia Blume. 

1922- O presidente (governador)de São Paulo, Washington Luiz Pereira de Souza, preside o centenário da Independência do Brasil com as seguintes realizações: reforma do Museu do Ipiranga; construiu e inaugurou, em 7 de setembro, o Monumento da independência e diversos monumentos ao longo da Rodovia Caminho do Mar, que liga a capital paulista ao litoral, como o Padrão do Lorena e o Cruzeiro Quinhentista. 

- Nascimento do historiador escritor Hernâni Donato, em Botucatu, 12 de outubro, e faleceu em São Paulo, 22 de novembro de 2012. Escritor, historiador, jornalista, professor, tradutor e roteirista brasileiro. 
Ocupou a cadeira 1 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e, desde 1972, a cadeira 20 da Academia Paulista de Letras. Aos 11 anos, escreveu (a quatro mãos com Francisco Marins) o romance infantil O Tesouro, publicada em capítulos no suplemento literário de um jornal dos Diários Associados. Em São Paulo, estudou dramaturgia (na Escola de Arte Dramática) e sociologia, curso que abandonou para se aventurar em uma expedição que desbravaria uma antiga trilha indígena até o Paraguai (chamada Peabiru). Foi presidente, em duas gestões sucessivas, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Foi membro da Academia Paulista de História, sócio-correspondente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.Colaborou com várias revistas — entre elas, a Veja — e jornais, e atuou na TV Tupi, TV Record, Nacional (antecessora da TV Globo). Foi funcionário público municipal e federal. Participou da comissão organizadora dos festejos do IV Centenário da cidade de São Paulo (1954) e de outros programas culturais. 

- Realização da Semana de Arte Moderna em São Paulo. 

- Os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana chegam até às margens do rio Paraná, na futura vila de Epitácio. Era a última estação e o fim da linha que partia da Estação Júlio Prestes, em São Paulo. 

- Revolta dos 18 do Forte de Copacabana desencadeia as rebeliões tenentistas. 

1924 – Nascimento do violonista Maurício Moura, em 22 de setembro. 

UM VIRTUOSE DO VIOLÃO 


Considerado por muitos como um dos maiores músicos de todos os tempos em nossa região. Filho de Hugo dos Santos Moura e de Georgina Araújo, Maurício Moura começou a estudar música e violão com sua mãe que era exímia pianista. Em 1936 teve início o “Conjunto Calunga”, que era formado por Maurício e Mauricy Moura nos violões, Gentil no cavaquinho, Edésio no pandeiro e Jarina Rezende, cantora. Eram, ainda, meninos, usavam calças curtas quando tudo começou, sendo rigorosamente ensaiados pela mãe Georgina Moura. Mauricio se tornou referência no violão para vários músicos, entre eles o renomado Luizinho 7 Cordas, que sempre destacou a excelência de Mauricio como violonista de 7 cordas. Cesar Camargo Mariano, que viveu em S. Vicente, quando criança, conta em seu livro de memórias (Solo, ed. Leya), que a família Moura era a nobreza musical da região, assim como os Caymmi o são na Bahia. Um orgulho para a cidade, e a casa deles, tinha um enorme HM (Hugo Moura) incrustado na parede, como um escudo. Diante dessa casa a população passava com um olhar de reverência. A casa localizada na Av. Capitão Mor Aguiar, era frequentada por grandes artistas como: Silvio Caldas, Elizete Cardoso, Ângela Maria, Paulo Vanzolini, dentre outros. Mauricio, além de grande músico fazia parte do time de futebol do São Vicente A. C. Comandou a parte musical da Rádio Clube de Santos, com seu regional. Organizou e animou programas de músicas como “Páginas Regionais” e, por último, “Um Violão e Quatro Temas”. Tem ruas em São Vicente e Santos que levam seu nome, perpetuando sua memória. Na instalação da 1ª placa denominativa da via pública que recebeu seu nome, a 10/12/1966, amigos, admiradores e familiares, reunindo-se, realizaram ato público, tendo discursado Derosse José de Oliveira e Esmeraldo Tarquínio ( Clube do Choro de Santos) 

– Benedito Calixto publica o livro “Capitanias Paulistas”. 

- Rebeliões tenentistas em São Paulo. Miguel Costa forma a Coluna Paulista. Monteiro Lobato cria o personagem caipira Jeca Tatú. 

- O médico e benemérito Guilherme Raposo de Almeida organiza uma excursão náutica São Paulo-Buenos Aires, dois barcos, pelos rios Tietê, Paraná e Prata. Veio para São Vicente em setembro de 1920. Apresentou-se como voluntário no quartel da Cruz Vermelha, em São Paulo, por ocasião da Revolução de 1930. Foi designado chefe do Serviço de Saúde das Forças Revolucionárias, no setor de São José do Rio de Janeiro, abrangendo parte de Minas Gerais, acompanhado do seu sobrinho Aníbal Raposo do Amaral, médico residente em São Vicente há 30 anos. Em São Vicente era chamado o médico dos pobres, pois não costumava cobrar as consultas dos pobres. 

- Paulo Setúbal publica o artigo “o Bacharel de Cananéia”, ressaltando a figura enigmática do fundador do Porto dos Escravos e do estaleiro das naus em São Vicente. 

-Nascimento, em 6 de dezembro, do escritor e poeta Walter Waeny Júnior, mais conhecido pelo o pseudônimo de Guilherme de Guimarães.
 
                                                 
Filho de Walther Joseph Waeny e da pintora Gilda Rienzy Waeny. Bacharel de Ciências Contábeis. Foi funcionário do Banco do Brasil nas décadas de 40 a 70. Casou em 22 de maio de 1950 com Maria Clélia Dias. Tiveram nove filhos, cada um deles com nomes de personagens da obra do grande músico e dramaturgo alemão Richard Wagner. Dirigiu a Revista AABB, dos funcionários do Banco do Brasil nos anos de 1953, 1962, 1963 e 1964, divulgando intensamente o movimento trovadoresco. Foi delegado municipal, presidente municipal e estadual do Grêmio Brasileiro de Trovadores de Salvador (BA). Foi também secretário-geral da Academia Santista de Letras, na qual ocupou a Cadeira 33, e da Associação Brasil-Alemanha. Foi um dos fundadores da Casa do Poeta "Lampião de Gás", de São Paulo, do Clube de Poesia de Santos, da Casa do Poeta Brasileiro e do Clube dos Trovadores Santistas. Poeta, trovador, escritor, ensaísta, historiador, biógrafo, radialista e tradutor de francês, recebeu numerosas medalhas de ouro de concursos literários na França e outros países e ainda em muitas cidades e estados brasileiros. Foi membro do Club dos Intelectuais de Paris e de inúmeras entidades culturais de poesias, trovas e literatura. 

WALTER WAENY , POR RUI CALISTO
novembro 01, 2012

Em Portugal já se anunciava a manhã. O telefone toca. Atendo com toda a naturalidade e ouço uma voz conhecida, que entre lágrimas e soluços, diz-me que está a cumprir uma obrigação, a pedido de seu pai: eu deveria ser o primeiro a receber a informação. Ouço, incrédulo. A voz custa-me a sair. Os olhos marejam. E, mais do que nunca, desejo que exista vida após a vida. Despedimos-nos. Pouso o aparelho. Fico a olhar para um Nada que teima em não sair da minha cabeça. Prevejo um dia longo, triste, solitário. Lembro-me de um verso, de outro, de muitos… a melhor homenagem, a única possível, é a que pode elevar-nos a alma, então, leio os seus poemas, em voz alta, como se estivesse a dizer-lhe que são magníficos. A saudade que sentirei do amigo será infinita. Lembro-me de outra homenagem possível: um soneto! E escrevo. Para meu espanto ele vai surgindo veloz, sem receios, avançando por entre espaços. E, num ápice, anuncio aos Céus que o Amazonas do Brasil é uma nova estrela que amanhece.

Às três horas da manhã do dia 4 de junho de 2006 o mundo lusófono perdeu um de seus melhores poetas, deixando de luto todos aqueles que conheciam e privavam da amizade desse grande cultor das letras.

Desde o ano de 1983 que convivia fraternalmente com essa figura ilustre. Foram vinte e três anos de encontros culturais e de admiração recíproca.

Foi pelas mãos de Walter Waeny que conheci o meio literário santista, foi pelas minhas que ele entrou no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Das dezenas de Instituições a que pertenceu essa era a mais ambicionada (apesar de possuir no currículo um infinito de organismos de alto relevo, entre eles, o Club dos Intelectuais de Paris). Depois de expor a sua magnífica obra literária aos mestres daquele Sodalício (Casa que frequentei por anos a fio, e lá deixei as maiores benquerenças), eis que surge o momento da sua vitoriosa eleição, a coroação de uma vida literária de grande talento.

Walter Waeny Júnior nasceu em São Vicente, cidade vizinha à minha querida Santos. Filho de Walther Joseph Waeny e Gilda Rienzi Waeny. Neto de Johannes Waeny e Fabiana Ave-Lallemant. Bisneto de Johann Jakob Waeny e Margaretha Baumann, de Alexander Ave-Lallemant e Joaquina Rosa Machado, de Michele Rienzi e Maria Caterina Sivieri, e de Vicente Minervino e Rosa Magnavita. Casou-se a 22 de maio de 1950 com a Sra. D. Maria Clélia Dias, nascendo deste feliz matrimónio numerosa prole.

Walter Waeny foi poeta, trovador, ensaísta, filósofo, prosador, contista, biógrafo, dicionarista, historiador, conferencista, antologista, declamador, teatrólogo, radialista, aforista e tradutor. Autor de mais de uma centena de livros, em prosa e verso, destacado homem de cultura, admirador do músico erudito Richard Wagner e do poeta Martins Fontes. Sendo o poeta brasileiro mais premiado de sua geração, com inúmeras medalhas de ouro em dezenas de cidades brasileiras, bem como em inúmeras cidades da Europa. Possuía o dom de ouvir e falava para ensinar. Sempre, em todas as horas de nosso convívio, foi objetivo e radical em relação à Arte. Admiro-o por isso. Defendeu acirradamente os poetas simbolistas, românticos e parnasianos, bem como os pintores e compositores anteriores a 1922 (ano da malfadada Semana de Arte Moderna em São Paulo, que veio turvar as águas culturais do Brasil). Comungávamos da mesma filosofia de vida. Admirávamos os mesmos artistas do verso e da prosa. Nossas conversas versavam sempre em torno da Arte Pura e terminavam com temas santistas.

Recordo-me de uma tarde, num solarengo domingo, em que passamos quase seis horas a falar de Vicente de Carvalho, Paulo Gonçalves, Fábio Montenegro e Martins Fontes. Os versos, que ambos declamávamos, ecoavam por toda a sala, repleta de telas de autoria de sua progenitora. Que tarde magnífica! Quando a interlocução era em seu escritório, inevitavelmente, ele sentava-se ao lado do retrato de Martins Fontes, pois dizia-me que assim beberia da sabedoria do Mestre! A todo o instante a sua esposa surgia com um mimo, um café, uma iguaria, uma dedo de prosa carinhosa. Que casal feliz. Que amizade que sempre me ofertaram.

Hoje, garanto-vos, sinto um enorme vazio. Um triste e vago sentimento. Mais de seis anos depois, do desaparecimento de Walter Waeny, a literatura lusófona está muito mais fragilizada, pobre, mergulhada na mediocridade. Olho para a sua extensa obra literária e sinto uma enorme saudade daquelas tardes de convívio, daquelas horas de rara cultura, daqueles momentos em que ouvi os seus livros, antes de serem publicados.



1925– Criação da Praça Barão do Rio Branco. 

A PRAÇA BARÃO DO RIO BRANCO
 
A Praça Barão do Rio Branco, criada em 1925 pela Lei Municipal Nº 178, foi um dos logradouros vicentinos que mais sofreu alterações desde os primeiros anos do século. Foi terminal de bondes, desde os tempos de tração animal, teve estação de bondes elétricos, foi ponto final dos ônibus urbanos, foi central de agência de todas as linhas intermunicipais para São Paulo. Inicialmente a praça tinha só meia quadra, depois foi aberta para se estender da Rua Frei Gaspar à Rua Jacob Emmerick, demolindo um anexo da Estação dos Bondes, na qual funcionava a Delegacia de Polícia. Sofreu alargamento do lado da Estação de Bondes da Cia. Ciry em cuja área se instalaram lojas como as Casas Bahia. Nela se realizavam as paradas escolares, cívicas, militares e as grandes concentrações políticas e nela se ergueu a grande pirâmide popular de doação de metais para a ajuda financeira à FEB na 2ª Grande Guerra Mundial, em 1942. Sofreu inversão de direção no tráfego, por três vezes. Foi local escolhido por Antonio Zuffo para a construção do seu grande conjunto comercial, em 1935, o maior construído em São Vicente até então. Nele funcionou a Empresa Royal de Publicidade, com o serviço de alto-falantes, “shows” programas de calouros, campanhas comunitárias, revelações artísticas, comícios políticos e grandes carnavais populares, memoráveis caldeirões de alegria.
Na praça também funcionou o Bar Esporte, por mais de 50 anos instaladas a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de São Vicente, em sua sede própria, há muitos anos, nas mesmas dependências onde funcionou a Empresa Royal de Publicidade.
A Rua Martim Afonso – uma importante artéria de escoamento do tráfego em direção à Praça 22 de Janeiro, por ser a única que ligava a Av. Presidente Wilson e a Av. Antonio Emmerick diretamente à Praça 22 de Janeiro – foi interceptada pelo Prefeito Koyu Iha para a grande reforma empreendida na velha praça, transformando-a num logradouro bonito, moderno e funcional para a época, o primeiro “boulevard” vicentino, mas o trânsito ficou caótico. Em setembro de 2001, a praça foi novamente reformada pela Administração Márcio França. A reabertura da Rua Martim Afonso, através da praça, embora contestada por alguns, revigorou o aspecto do centro comercial vicentino e melhorou extraordinariamente todo o tráfego central, facilitando o acesso da Av. Presidente Wilson e da Av. Antonio Emmerick com a Igreja Matriz, o Parque Cultural Vila de São Vicente, o Parque Ipupiara, o Mercado Municipal e a Ponte Pênsil. Os estabelecimentos comerciais receberam uma cobertura de acrílico permitindo que a população circule por toda a praça sem se expor à chuva.
A praça ganhou sanitários e proporcionou novas instalações à tradicional banca de jornais e revistas do Walter – o jornaleiro mais antigo de São Vicente, com atividade ininterrupta nesse local há mais de meio século.(Boletins IHGSV)

A Praça Barão em foto  dos anos 1930 e à direita vê-se o galpão dos bondes da Companhia Emerich. 

– Nascimento, em 15 de dezembro, de Paulo Maria Horneaux de Moura, o Padre Paulo. Foi ordenado em 6 de dezembro de 1953. Filho de Antonieta e Paulo Hornneaux de Moura. Aos 18 anos entrou direto para o curso de Filosofia e, depois, para o de Teologia na PUC de São Paulo. Trabalhou como professor no então Seminário Diocesano, em São Vicente. 

Foi ordenado sacerdote por Dom Idílio José Soares, na Catedral de Santos; Iniciou o trabalho de evangelização no bairro Macuco (onde se localiza atualmente a Paróquia São Jorge Mártir/Santos), celebrando missas no Mercado Municipal; 1965 - Foi nomeado cônego catedrático do Cabido Diocesano de Santos por provisão de Dom idílio José Soares. Em 1971 funda a paróquia São Jorge Mártir em Santos, tornando-se o primeiro pároco. Ali, em 1974 - funda com os paroquianos o Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Paulo. Desde 1972, a juventude paroquial promovia rodas de sambas como lazer. Durante esse período, realizou atividades pastorais como pároco da Paróquia São Benedito/Santos, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo/Santos e da Paróquia Santa Margarida Maria/Santos. Em 1990 tornou-se pároco da Paróquia São Vicente Mártir/São Vicente. Em 2010 transferiu-se para a Casa São José do Padre Idoso/Santos. 

1926 –Nasce em São Vicente o músico e cantor Mauricy Moura, membro do famoso Conjunto Calunga. 

O LEGENDÁRIO CONJUNTO CALUNGA 






















JJJornal A Tribuna de Santos (29/2/1976).

Nascido a 3 de janeiro de 1926 em São Vicente (SP), Mauricy Moura faleceu aos 51 anos de idade. Iniciou sua carreira com o Conjunto Calunga. Na noite de 7 de outubro de 1938, acompanhados de Edison Teles de Azevedo, correspondente de A Tribuna em São Vicente, visitaram a redação deste jornal os menbros do conjunto infantil Calunga, ou seja, os irmãos Mauricio e Mauricy Moura (violões), os irmãos Avelino Tomás (pandeiro) e Raquel Avelino (cantora), além de Gentil Silva (cavaquinho). O grupo infantil executou varias peças musicais no Salão Nobre de A Tribuna.
O Conjunto Calunga se apresentava em vários locais da região, dentre eles, o Cassino da Ilha Porchat. Como eram crianças, Dona Georgina confiava a guarda dos meninos ao Sr. Evaristo (pai dos irmãos Cotuba, muito conhecidos em São Vicente), e era quem levava o conjunto para todos os lados. O Conjunto Calunga também obteve, talvez, maior sucesso com Edésio (pandeiro) e Jarina (cantora) que, depois de atingir a maioridade, tornou-se a primeira Rainha do Carnaval Santista. Dona Georgina era pianista, muito exigente musicalmente e não permitia falhas no conjunto, sendo muito rígida nos ensaios. Lá da cozinha, se ouvisse um acorde errado, gritava chamando a atenção dos meninos. Mauricy Moura, descoberto e revelado pelo então produtor musical e jurado de TV, Alfredo Borba, foi considerado o sucessor de Silvio Caldas, apontado pela crônica especializada da Musica Polular Brasileira como "o maior seresteiro do Brasil", destacando-se pela voz grave e lamuriante. Apresentava-se frequentemente na Rádio Atlântica de Santos e na Rádio Bandeirantes da capital, fazendo parte também do "cast" da Rádio Excelsior. Por volta de 1948 Mauricy passou a cantar sozinho na televisão, principalmente nos programas de Airton Rodrigues na TV Tupi e nas boates paulistanas.Coube ao cantor vicentino Mauricy Moura o privilégio de gravar, pela primeira vez, uma música do maestro Antonio Carlos Jobim. Trata-se da composição "INCERTEZA"(Tom Jobim - Newton Mendonça), em 1953.Recebeu vários premios no rádio e na televisão, dentre eles, o Troféu Roquete Pinto, que era muito importante na época. (Clube do Choro de Santos)

- Nascimento de Jaime Mesquita Caldas, em Santos, no dia 14 de setembro. Era policial militar marítimo, memorialista de São Vicente e músico amador. 

-Inauguração da Usina Hidrelétrica Henri Borden complexo localizado no sopé da Serra do Mar, em Cubatão. 
O fornecimento de água é feito mudando o curso natural das águas da bacia do alto Tietê, que corre para o interior, para descer a Serra do Mar. As águas do Rio Pinheiros, na cidade de São Paulo, eram bombeadas para a Represa Billings que por sua vez desagua águas por túneis abertos na serra até a usina em Cubatão, Baixada Santista. A Usina Henry Borden foi a obra principal do chamado "Projeto da Serra", um investimento gigantesco na produção de energia elétrica empreendido pela The São Paulo Tramway, Light and Power Company Limited, a Light, entre as décadas de 1920 e 1960. O projeto teve grande impacto econômico, social e ambiental e incluiu a construção da usina hidrelétrica, em Cubatão - pioneira mundialmente, para a época - e de reservatórios e barragens na Serra do Mar, além de inversões e canalizações de rios. (Projeto Usina de Memórias) 

- Nascimento de Prazeres Barreiros de Santana Azevedo, a vicentina que se tornou a primeira médica da Baixada Santista

1927 – Nasce Esmeraldo Soares Tarquínio de Campos Filho, mais conhecido como Esmeraldo Tarquínio em 12 de abril. — Santos, 10 de novembro de 1982) 

Foi vereador em Santos e deputado estadual. Foi também despachante aduaneiro, advogado e jornalista. Integrante do antigo MDB, foi eleito prefeito de Santos em 1968, com 45.210 votos (39,8% dos votos válidos), mas não assumiu o cargo porque o regime militar cassou seu mandato pouco mais de um mês antes da posse. Em 1982, perto de uma provável eleição para deputado estadual, foi vitimado por um acidente vascular cerebral, e morreu a cinco dias do pleito. 

- Nascimento, em 13 de setembro, de Laura Cardoso, atriz de atuação marcante no teatro, cinema e TV. Laura casou-se com o ator, roteirista, diretor e produtor de televisão Fernando Balleroni, com quem teve duas filhas: Fátima e Fernanda. Atriz viveu em São Vicente até meados de 1960, na Vila Santo Antônio (rua José Antonio Zufo), local da capela e dos tradicionais festejos juninos próximo ao Morro dos Barbosas. Numa dessas casas elas criou suas filhas.



 

- Morre o Pintor Benedito Calixto. 

- Nasce na ilha Okinawua, no Japão, Yoshihide Shinzato. 

1928- Fundação do Feitiço Atlético Clube de São Vicente. 

O FEITIÇO VICENTINO A.C. 

Bico-de-pena do artista Ribs retrata o Estádio Mansueto Pierotti, do SV Atlético Clube. Poliantéia. 

Jovens esportistas de São Vicente, mas torcedores roxos do Santos F. Clube, de glórias mil segundo Plínio Marcos, resolveram fundar o Feitiço Atlético Clube. Uniram-se e passaram a trabalhar pelo clube, que teve grandes dificuldades para se firmar. Além de pagarem mensalidade, os jovens cuidavam da lavagem de uniformes. Faziam vaquinhas para cobrirem despesas. Tudo para justificar o nome do craque, do ídolo da torcida alvinegra, paulista e mesmo brasileira. 
Mudança - Durante vinte e dois anos o Feitiço A. Clube marcou sua presença no esporte da Baixada Santista. Um dos jovens, porém, de muita visão, conversou com seus colegas. E ele, pelo esforço, pela dedicação ao clube, pela sua contribuição sempre presente, de todas as formas, sugeriu a mudança do nome para São Vicente Atlético Clube. O abnegado jovem Mansueto Pierotti, humilde, que cativara a amizade de todos os seus companheiros de ideal, viu sua proposta aceita. Não apenas seus companheiros de ideal comungaram da idéia, mas todos os vicentinos. Afinal, o nome era da própria e querida cidade, Celula Mater da Nacionalidade. 
Aquele grupo de jovens que, esquecendo-se de que sábados e domingos podiam ser dias de lazer, iam para o amplo terreno onde ficaria o campo de futebol e, quem sabe, o estádio, pensavam todos. Tiraram o mato, nivelaram o terreno, retiraram as pedras, removeram a terra para que se pudesse plantar grama. Tudo com muita abnegação. Com esforço, com determinação. Eles estavam construindo um clube e formando uma história, baseada no amor, na vontade de vencer. E isso não faltou a nenhum deles. Aquele grupo de jovens era como uma só família. 
Mansueto incitava seus colegas. Ele que foi goleiro, defendendo as cores de seu clube, que fez de tudo no seu grêmio, não se omitia em nada. Seu espírito de sacrifício estava sempre presente. Cobrava mensalidades, carregava saco de roupa, conduzia os jogadores para o campo e então, como torcedor, gritava, incitava, chorava, ria, enfim punha sua alma à mostra. O que é mais admirável nesse grupo que se formou é que todos, desde Orlando Intrieri, também um dos baluartes, até o mais simples funcionário do clube, apoiavam Mansueto, que realmente encarnava o espírito de luta e dedicação. 
Terreno - Foi ainda Mansueto Pierotti que, como presidente do clube, lutou para a compra do terreno. Era a consolidação do sonho daqueles jovens que, amando São Vicente, desejavam dar a ela um campo de futebol à altura. E fizeram mais, deram um estádio e, em homenagem ao presidente-símbolo do clube, deram o nome de Mansueto Pierotti. 
O dia da assinatura da compra do terreno, no cartório do 6º Tabelião em Santos, foi de glória, de grande emoção, de uma luta vitoriosa, da satisfação de terem concretizado um grande sonho. A foto, tirada no cartório, mostra Mansueto Pierotti assinando a escritura, vendo-se o jovem advogado Derosse José de Oliveira, que tratou dos papéis, e, junto à mesa, de terno cinza, à esquerda, Orlando Intrieri, e mais os srs. Álvaro Pinto da Silva Novaes e seu filho; dr. Álvaro Macedo Guimarães, proprietário do terreno; Eugênio Maurício da Silva (Buru), Manoel Luiz Barreiros, Juvenal Moreira da Silva, Joaquim S. Fernandes, Roberto Rodrigues (Bibi), que foi co-proprietário da Casa Rosário; Overlack Feitosa Franco e Laurinno Mirabelli. A foto recorda um grande companheirismo, uma grande vitória, e, ainda, uma lição de vida que Mansueto Pierotti representa. Hoje, o clube é dirigido pelo veterano Pedrinho.(Hamleto Rosato- A Tribuna) 

1929 - Crack da Bolsa de Valores de Nova York gera crise econômica mundial. Colapso na economia cafeeira. Investidores passam a atuar na especulação de terras no extremo oeste paulista. 

- Inauguração do Mercado Municipal, na Praça João Pessoa, em 14 de julho. 
Quase totalmente demolido em 1917, o prédio que servira de sede à Câmara Municipal, na Praça João Pessoa, ficou abandonado durante algum tempo. A inauguração do Mercado Municipal naquele local aconteceu somente em 14 de julho de 1929. 

Na entrada principal do prédio, encontra-se ainda uma placa que testemunha o esforço para a construção daquele imóvel. Na placa, os dizeres: "Este edifício, agora concluído, teve a contribuição de vinte contos de réis da Cia. Santista de Crédito Predial", a data da placa, 14 de julho d e1929, e o nome do prefeito da época, José Meireles.Até a construção do Mercado Municipal, o abastecimento de gêneros alimentícios à população era feito por vendedores ambulantes e uns poucos estabelecimentos. Os pescadores vendiam nas portas das casas o que pescavam. As frutas, também vendidas de porta em porta, eram levadas pelos comerciantes em balaios.Os comerciantes, proprietários de cabras e vacas leiteiras, levavam seus animais aos bandos pelas ruas, onde eram ordenhadas. Aves, como patos, galinhas e até pequenos animais, a exemplo dos porcos, também eram vendidos nas portas das casas, onde eram abatidos. Desde o final do século XIX, a população, principalmente as pessoas mais relacionadas aos governantes, solicitavam a construção de um mercado que só foi construído em 1929, junto a um pátio que servia de peixaria. Naquele tempo, a Praça João Pessoa chamava-se Largo Santo Antônio. O imóvel sofreu algumas alterações com o passar dos anos, visando a sua ampliação.

Autoridades e populares no dia da inauguração do Mercado Municipal, prédio que ocupou o lugar da antiga Camara Municipal e cadeia Pública. 

- Armindo Ramos, português naturalizado brasileiro, ex-funcionário da Estrada de Ferra Santos Juquiá, se apropria na área continental de São Vicente de uma gleba de terras cuja posse passou pelas mãos de Francisco Antonio da Silva (1873), Francisco Xavier dos Passos e Ignácio Gonzalez Requeijo (1890) e que daria origem ao bairro Samaritá. 

1930 – Campanha eleitoral elege prefeito Dr. José Monteiro, que voltaria a administar a cidade na década de 1940. 

- O prefeito José Meirelles, eleito em 1928, é afastado pelo interventor do estado de São Paulo, João Alberto, um dos elementos da vitoriosa Revolução da Aliança Liberal que colocou Getúlio Vargas na presidência da República. 
Os ânimos vicentinos eram muito acirrados, daí terem surgido diversas denúncias contra o prefeito, as quais, examinadas por sindicância determinada pelo governador, nada apuraram contra a probidade e o zelo administrativo do então prefeito municipal de São Vicente. José Meirelles, quando na chefia da Municipalidade vicentina, foi pioneiro na implantação do regime de oito horas de trabalho diário para os operários municipais. Ainda em sua administração municipal foram melhorados dois serviços públicos essenciais, considerados precários: o abastecimento de carne e o serviço telefônico. 

- Fundado o Esporte Clube Beira-Mar, em 24 de agosto, em reunião realizada no prédio da Rua Frei Gaspar nº 14, na cidade de São Vicente, que visava a prática de pingue-pongue. 
Naquela oportunidade sua primeira diretoria ficou constituída pelos membros: Presidente: Edgard Guimarães. Secretário: Álvaro Meireles da Silva. 2º Secretário: Diógenes Meireles. 1º Tesoureiro: Luis Meireles de Araújo. 2º Tesoureiro: José Meireles Júnior. Diretor de Pingue-Pongue: Rubens L. Loio. 
1931- Fundação do Colégio São Paulo, das irmãs Bicudo, na Praça Coronel Lopes. O colégio funcionou até 1940, sendo seus alunos transferidos para o Ginásio Estadual Martim Afonso. (Foto: Revista Leopoldianum) 

1932 – Celebração, no mês de janeiro, do quarto centenário da fundação de São Vicente. 
Com solenidades populares e culturais com a entrega da saudação do Instituto Histórico do Minho (Portugal), em pergaminho, à Comissão da Celebração (que era presidida por Anadyr Dias de Carvalho), sendo colocada numa sala da Câmara Municipal de São Vicente. Como lembrança das comemorações desde 22 de janeiro a 21 de fevereiro, o jornalista e publicista Artur Caratão organizou um precioso Álbum Oficial com eruditas teses históricas e numerosas poesias de louvor à Cidade de São Vicente. 

- Lançamento “Albúm IV Centenário de São Vicente”.


Durante os festejos comemorativos do IV Centenário de São Vicente, em janeiro de 1932, foi editado álbum para solenizar o grande acontecimento, redigido em Santos pelo jornalista português Artur Carratão. Em 216 páginas, também registrava muita matéria sobre Santos. A publicação assinalava eventos históricos de São Vicente, desde o desembarque da Armada de Martim Afonso e a fundação a 22 de janeiro de 1532 pelo fidalgo português. Thomas D'Alviz escreveu sugestivo trabalho sobre a vida e obra de Benedito Calixto 

– Construção do Marco Padrão sobre o ilhéu Pedras do Mato, para comemorar o quarto centenário da fundação de São Vicente. 

- Revolução Constitucionalista, deflagrada em 9 de julho de 1932. Publicação, em novembro do mesmo ano do livro “Santistas nas barrancas do Paranapanema”, de Santos Amorim, com trecho destacando a participação de vicentinos. 

SÃO VICENTE NA REVOLUÇÃO 


Concepção artística de José Wasth Rodrigues, astista plástico  e combatente da Revolução de 1932.

MAPA MEMORIAL DA REVOLUÇÃO DE 32. Nele aparecem todas as localidades possíveis onde haveriam combates caso as tropas federais não tivessem detido o movimento. Santos e Campinas são as duas cidades-destaque, formando a tríade com a Capital. No extremo Oeste aparecem Presidente Prudente, Santo Anastácio, Presidente Venceslau e Presidente Epitácio, a última cidade do estado e da E.F. Sorocabana. No litoral foram apontadas todas as cidades de norte a sul, de São Sebastião a Cananéia, incluindo Praia Grande, bairro de São Vicente.
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S. Vicente vetusta. A heróica Cellula-Mater. De onde irradiou a corrente colonizadora. Que ergueu S. Paulo. E fundou o Brasil como Nação. São Vicente reviveu, na jornada épica de 9 de julho de 1932, as tradições dos seus maiores. A mocidade da minha terra, de olhos voltados para o passado. Fitos nesses vultos imortais que são os lendários bandeirantes da capitania de Martim Affonso de Souza. 
No anseio de defender a obra civilizadora da Paulistanidade, acorreu aos Quartéis. Para empunhar um fuzil. Com o mesmo denodo guerreiro dos vicentinos de antanho. Ao verem despontar no horizonte, de proas rumadas à barra da Ilha Porchat, as caravelas inimigas de Joris Van Spilborgh ou de Cavendish. E a mocidade expôs resolutamente a vida. Pela Terra Santa. De um passado feito de abnegação e bravura. Cumprindo briosamente o seu dever. 
S. Vicente, que outrora lutou pela libertação do Rio de Janeiro. Que rechaçou aventureiros ambiciosos. Que fez fulgurar no planalto o facho civilizador das Bandeiras. Que fundou o Rio Grande do Sul. Que pugnou, com desassombro, por quantas iniciativas possam honrar a história de um povo. S. Vicente reafirmou os grandiosos sentimentos cívicos de seus filhos. Batendo-se, corajosamente, pela causa nobilísima de S. Paulo que, na frase sensata de um grande homem, "só pode constituir motivo de justificado orgulho para todos os verdadeiros brasileiros". 
Em todos os setores da campanha. Tudo suportando para servirem ao ideal imperecível de São Paulo. Ao lado de centenas e centenas de outros voluntários. Não desmerecendo da bravura que caracterizou a todos. Glorificando a terra-berço. 
Serviram, entre outros, os seguintes vicentinos: 
Rodolpho Mikulasch. Raul Schmidt de Toledo. Waldyr Schmidt. Pedro Mihich. Pedro Servidio. Renato Pimenta. David Pimenta. Antonio Santos Amorim. Edhemar Dias Bexiga. Vasco de Castro Bicudo. Yago de Castro Bicudo. Herondino da Fonseca. José Alves Rodrigues. José Meirelles Júnior. Roberto Adamazyk. Selezio de Lima. Persio Requejo. Júlio Trigo. Adhemar Gomes. Helli Botto Filho. Cordovil Penna. 
Oscar A. Freixo. Mário Machado. Waldemar Chaves. Odyl Jope. Armando Chancharullo. Waldemar Leal. Nestor Dias Bexiga. Orlando Dias Bexiga. Rodolpho C. Lima. Alexandre Chassereaux Júnior. Carlos Costa e Silva. Renato de Souza Queiroz. 
Pérsio de Souza Queiroz (falecido em conseqüência de ferimentos recebidos em combate). José de Moraes Jardim. Oswaldo Lobo Vianna. Antonio Lobo Vianna. Euclydes Pereira Mendes. João Villela. Álvaro Meirelles da Silva. Fernando Fernandes. João Gonçalves. Oswaldo Tavolaro. José Santos. Germano Blume. Luiz M. Araújo. Cláudio Sá. Marinho Sá. Francisco Sá Júnior. Homero Requejo. Manoel Gonçalves. Cyro Schepis Júnior. 
José Pelicano. Dr. Sebastião Paes e Alcântara. Francisco Palmeira Martins. Alexandre Rodrigues Alves. Dr. Wladimir Spillborghs. João Chancharullo. Manoel Dias Júnior. Sílvio Araújo. Milton Moreira. Sylvio Silva. Mauricy Moreira. Waldemar Blume. Benedicto Serrano. Carlos Lustosa. 
Adhemar Chaves Sampaio. Hugo Moura. Arnaldo Oliveira. Manoel Oliveira. Antonio Dias. Sérgio de Campos. Alcyr Carvalho. Eduardo Freitas Júnior. Manoel C. Freitas. João Gonçalves. Francisco Januário Silva. Frederico Leal Gomes. José Souza. Francelízio Santos. Padre Francisco Lino dos Passos. Henrique Freixo. Erito Mazzini. João Serpa. Francisco Gonçalves. 
Dr. Luiz Fructuoso F. Costa. Antonio Gardon. José Ribas d'Avila. Pedro Sant'Anna. José Domingues. João Braz. Miguel Caruso. Carlos Boxton. Tenente Durval Amaral (morto em combate no setor Norte). 
Possa valer o sacrifício ingente dessa mocidade heróica. Tão fácil no desprendimento pela vida. Quão fértil no mais puro idealismo. Possa valer para a purificação dos nossos costumes políticos. Para que nos anais da vida vicentina, já repletos de páginas gloriosas, não mais se inscrevam essas horríveis tragédias de viuvez e de orfandade. 
E nem mais se abram novos claros com a ausência daqueles que partem. Para não voltar nunca... 

Vicentino criou a Legião Negra de 32 

DALMO DUQUE DOS SANTOS, COM PESQUISA DE RICARDO BISPO 

Uma legião composta de mais de dois mil soldados negros foi instalada num quartel na Barra Funda, em São Paulo, para lutar nas frentes de batalha da revolução constitucionalista de 32. A iniciativa partiu do advogado Joaquim Guaraná Santana, nascido na Bahia e criado em São Vicente. Joaquim Guaraná Santana era amigo do General Gois Monteiro, comandante da Segunda Região. 
Juntamente com outros líderes negros – Vicente Ferreira (orador) e o bombeiro Arlindo Ribeiro, organizaram na época três batalhões de combatentes arregimentados na Capital e em várias cidades do interior. Os três líderes já militavam na Frente Negra, um movimento político que reivindicava os direitos sociais da população negra nas primeiras décadas da república velha e também após a revolução de 1930. 
Como a Frente Negra preferiu manter-se neutra na questão constitucionalista e anti-Vargas (mas também não proibiu a participação de seus militantes), Joaquim Guaraná propôs a criação Legião Negra. Alguns autores explicam que talvez o advogado forçou sua expulsão exatamente para catalisar uma nova liderança no contexto constitucionalista. 
Esses batalhões não eram diferentes de outros grupos étnicos e classistas que se organizaram como força revolucionária. Havia batalhões de índios, de estudantes, padeiros, espanhóis, italianos, esportistas e até religiosos, como foi o caso de um grupo de padres marista do interior, sob o comado de um bispo. Guaraná enxergou na causa étnica e social da Frente Negra uma oportunidade de destaque. Ante ele já havia fundado o Partido Radical Nacionalista, composto por admiradores do fascismo, em ascensão na Europa. 
A legião Negra, também conhecida como “Pérolas Negras” era constantemente citada nos órgãos da imprensa propagandista do movimento paulista contra Vargas e o seu quartel chegou a receber a visita e elogios do então governador e interventor Pedro Taques, conforme relato da época.

“O Dr. Pedro de Toledo, governado do estado, visitou ontem , às 16 horas, o contingente ‘Conselheiro Rebouças’ , a Legião Negra, acantonada na Chácara do Carvalho. Recebido pela oficialidade e demais pessoas que ali se achavam, o chefe de Estado, após os cumprimentos, percorreu as dependências do quartel da valorosa organização negra. Na saída, foi o Sr. Pedro de Toledo saudado, em palavras vibrantes, pelo Tenente Guaraná de Santana. O governador de Estado respondeu agradecendo e salientando o papel da raça negra no movimento que empolgava todos os patriotas brasileiros. Jornal A Gazeta, São Paulo, 14 de agosto de 1932”. 
Raul Joviano do Amaral, oficial do Exército, na época membro da Frente Negra, lembra que tanto a Legião Negra como o movimento constitucionalista eram apenas uma fachada popular para encobrir o projeto político da elite paulista de retomar o poder perdido na Revolução de 1930. 
“A Frente Negra era também uma sociedade conservadora com um braço para a esquerda e outro para a direita. A direção da FNB decidiu não tomar parte na Revolução de 1932. Mas não proibiu que os negros participassem. Então, o dr. Joaquim Guaraná de Santana, um mulato, negro ilustre, era ligado ao então coronel Góis Monteiro. Então ele fundou a FN Socialista e convidou os negros para ingressar. Muitos negros socialistas foram para lá realmente. Alguns estão vivos e ainda podem falar. Santana conseguiu um grupo para apoiar a Revolução. Foi esse grupo que se constituiu na Legião Negra Brasileira. Alugaram ou o governo deu a chácara do Carvalho para proceder ao alistamento. Eu estava no CPOR, era aspirante a oficial. Entusiasmei-me também porque minha ideia é que só precisávamos de uma Constituição, e isso me assoberbou um pouco. Fui chamado como tenente porque tinha algum conhecimento militar para a Legião Negra (...) Então fui para lá e comecei a dar instrução, preparar o grupo para isso, aquilo, dentro daquilo que eu sabia. Depois fomos para a frente com aquele entusiasmo. A negrada foi mesmo com uma vontade louca, sem armamento, sem fardamento que correspondesse. Fomos e começamos a vencer, vencer para trás. Mas eu acho que a Revolução Constitucionalista causou uma decepção muito grande, principalmente no povo paulista. Pena que em todas as épocas, em todas as guerras, sempre há um elemento oculto que você só vai descobrir bem depois daquela explosão de entusiasmo. Eu principalmente fiz as minhas elucubrações vendo que aquilo não passou de um grande golpe de uma sociedade que estava em decadência e que precisava se erguer. Mas isso só vim a ver uns 10, 15 anos depois”. 
( REVISTA USP • SÃO PAULO • N. 102 • P . 101-109 • JUNHO/JULHO/AGOSTO 2014) 


1933 - Inauguração do monumento Coluna-Padrão. 

O MARCO-PADRÃO 

Lusos santistas e vicentinos doaram Coluna Padrão 


Marco Padrão. Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente.

Mais de um ano se passara do lançamento simbólico da pedra fundamental do monumento. Finalmente, na manhã de 19 de março de 1933, após a missa campal celebrada no Largo da Biquinha, foi inaugurada a placa de bronze com a inscrição: 

"1553 - Biquinha de Anchieta - 1578. Retive neste recanto, como luzeiro de suas tradições, Joseph de Anchieta, reitor do Colégio de São Vicente (1569-1576), Evangelizador da Capitania de Martim Afonso, herói da Fé e Taumaturgo do Brasil". 
Essa placa foi oferecida pelo Sr. Antônio Zuffo e descerrada pela sua própria filha. O padre Genésio Nogueira Lopes, vigário geral da Diocese e celebrante da missa no altar debaixo da pérgula ao lado da Biquinha, em nome do bispo de Santos, Dom Lara, agradeceu a homenagem póstuma a José de Anchieta, no dia de seu onomástico. 
O povo ocupava todo o largo; e, à frente, viam-se as autoridades, os prefeitos municipais de Santos (Aristides Bastos Machado) e de São Vicente (José Monteiro), o escritor Carlos Malheiro Dias, o historiador Afonso de Taunay, o engenheiro Ricardo Severo e os membros da comissão portuguesa do quarto centenário vicentino. 
Na Câmara Municipal, para onde todos se dirigiram, depois da missa, realizou-se a entrega da Coluna-Padrão erigida nas Pedras do Mato, pela Comissão, ao prefeito. Em seguida ao agradecimento do Dr. José Monteiro, leu o capitão Luiz Antônio Pimenta longo discurso sobre o significado da cerimônia da oferta do monumento pelos portugueses de Santos e São Vicente, como prova de amizade dos dois povos irmãos e como reminiscência da fulgurante colonização lusa no Brasil. 
Em seguida, todos voltaram à Biquinha, em cujas proximidades ficam as Pedras do Mato, rentes à praia. No princípio da estrada que circunda o Morro dos Barbosas e leva à Ponte Pênsil (atual Avenida Getúlio Vargas), armaram uma ponte (passarela) de madeira até a ilhota chamada "Pedras do Mato", onde se erguia o monumento, coberto com a bandeira do Brasil. Os convidados atravessaram a ponte, acercaram-se do padrão comemorativo, do qual descerraram a bandeira, sob revoada de palmas e ao som do Hino Nacional Brasileiro. Todos, como que extasiados, ficaram admirando a bela e alta coluna de pedra. 
Com a inauguração dessa obra de arte, ideada pelo engenheiro e ilustre historiador Ricardo Severo, a Comissão Portuguesa do IV Centenário de São Vicente ofereceu a convidados e jornalistas, às autoridades e aos eminentes intelectuais, substancioso almoço no Restaurante da Ilha Porchat. 
"A singela coluna de granito, ereta nas escarpas Pedras do Mato, assumirá monumentais proporções como símbolo", disse o eminente escritor Carlos Malheiro Dias, aduzindo: "Estas ilhas, estas praias, o remanso destas águas, se converterão em um santuário cívico, em um lugar de peregrinação". Lembrou ainda que o Brasil tem a suprema felicidade de saber que "aqui se iniciou a construção da Pátria, que aqui se improvisaram os rendimentos da sua organização social e política". (Jaime Caldas, Polianteia Vicentina e ACEAM) 

SIGNIFICADO DO MONUMENTO-PADRÃO 
As pedras do singelo monumento compõem um alto fuste completamente liso, de forma cilíndrica, com seção circular que é símbolo da imortalidade, sem princípio nem fim; com geratrizes retas, paralelas, que sobem verticalmente para as alturas siderais, na estrada infinita do pensamento. 
Tem por capitel um prisma quadrilátero, com os quatro escudos: 
do Portugal quinhentista, como o trouxeram os navegantes d'além-mar; 
de Martim Afonso de Souza, que foi o primeiro capitão-mor, donatário e fundador de São Vicente; 
da Ordem de Cristo, signo augusto que marcou os feitos heróicos dos primeiros cruzados e os arquejantes seios das primeiras caravelas; 
da atual Pátria brasileira, que estabelece triunfantemente a data atual e o epílogo glorioso de todo aquele passado, que não se fecha no ciclo quadricentenário destas datas, mas se prolonga na trajetória milenária de um povo que marcou na história da Humanidade a mais brilhante das suas eras e das suas epopéias. 
A cada um destes escudos correspondem verticalmente, no soco do primeiro pedestal, os seguintes lemas: 
"Pola ley y pola grey"; 
"S. Vicente - 1532-1932"; 
"Talant de bien faire"; 
"Brasiliae cellula-mater" 
Suporta esta coluna uma grande esfera armilar, que foi real e áurea divisa Manoelina, figurando nas bandeiras desses primeiros navegadores, donde passou como distintivo heráldico para o Brasil-Colônia, depois para o Reino Unido, e por fim para os Estados Unidos do Brasil. 
Encima-a a cruz de Cristo, que foi o espírito, o verbo, a visão, a estrela-guia daqueles heróicos cavaleiros do mar, e assenta nessa imagem geocêntrica do mundo solar, como símbolo sacrossanto do divino crucificado, no espaço celestial das ressurreições, com a sua auréola infinita de firmamentos, dominando o universo terrestre, como o vasto calvário da sublime doutrina cristã, e o reino temporal do Espírito onipotente criador de todos os universos. 
Que os vicentinos de hoje olhem para aquele monumento das Pedras do Mato - e aquela arvorezinha (Guapé, da família das Pontederiáceas), que já estava ali antes da inauguração - com todo respeito e carinho, procurando, de todas as formas, preservá-lo do vandalismo. Enfim, foi um presente que ganhamos. (Jaime Caldas) 

- Criação, pelo Ministério do Exército, do 2º Batalhão de Caçadores de São Vicente. 
- Fundação da Escola São José, mantida pela pela cãs Paroquial da Igreja Matrizde São Vicente. 

- Em 25 de fevereiro, Antonio Rocha, 28 anos, destemido remador santista, no canoe “Itararé”, partiu da rampa do Club de Regatas Tumiaru com destino ao Rio de Janeiro. Após 17 dias, em 13 de março, chegou festivamente na sede do Clube de Regatas do Flamengo-RJ, retribuindo a travessia do ano anterior. (http://www.atlasesportebrasil.org.br) 

- Registro do vôo do dirigível Zepelim sobre  São Vicente e Santos. 

Arquivo: Novo Milênio. 


1934 – Início do governo constitucional de Getúlio Vargas e da onda internacional polarização ideológica.

- Nascimento, em São Vicente, de João Vieira, fotógrato do jornal A Tribuna.

1935 – Nascimento de Pepe, em Santos, no dia 25 de fevereiro de 1935. 

PEPE, O CANHÃO DA MOTA LIMA 

Como jogador, o "Canhão da Vila" tem um currículo invejável. Foram nove títulos paulistas (1955/56/58/60/61/62/64/65 e 67), cinco Taças Brasil (1961/62/63/64 e 65), quatro torneios Rio - São Paulo, duas Libertadores da América (1962 - contra o Peñarol - e 1963 - contra o Boca Juniors) e dois Mundiais Interclubes (em 1962 - contra o Benfica - e 1963 - contra o Milan). Todos com a camisa do Santos FC. Ainda sobre Pepe, mas em sua passagem pelo futebol de várzea de Santos-SP, veja texto-relato de Carlos Pietro, o Gigi, historiador e dono de site sobre a memória do futebol santista amador.Seu pai, mais conhecido por Espanhol, era contra sua carreira de jogador de futebol, já que naquela época a profissão era considerada como reduto de malandros. Mesmo assim, Pepe não desistiu e conseguiu provar que tinha habilidade (e muita) com a bola. Iniciou jogando no infantil do Mota Lima F.C., na cidade de São Vicente. Depois se transferiu para o juvenil do Comercial F.C., e posteriormente para o Clube Recreativo Continental, onde encerrou sua fase amadora”. 
“Pepe me contou um fato curioso: que o time do Continental surgiu da fusão do Comercial e do Vila Melo, que viviam se engalfinhando pelos campos. Como a situação financeira dos clubes era muito crítica, aproveitaram o uniforme vermelho e branco do Comercial, que tinha apenas a letra “C” gravada, e fundaram o Clube Recreativo Continental. Independente disso, O C.R. Continental fez uma história bonita no futebol vicentino, sendo campeão por diversas vezes, além de contar com feitos brilhantes em algumas disputas”. 
“Certa vez, conta Pepe, jogava uma partida no amador do Santos F.C., na Vila Belmiro, e assim que terminou o jogo pegou o bonde 17 até o terminal no centro da cidade, e baldeou num ônibus para São Vicente para jogar pelo Continental. Como era diferenciado por seu potencial, Pepe jogava com a camisa 9 e quase sempre resolvia as partidas. Para ter uma idéia, certa vez, jogavam contra o Santa Maria e perdiam pelo placar de 3x0, quando ele chegou e entrou para marcar três gols e empatar a partida. Em outra oportunidade, jogando amistosamente contra o Alemoa, que havia sido o campeão varzeano daquele ano, venceram por 6x1 fazendo nada menos do que quatro gols. Mas, o maior feito, segundo Pepe, foi no campo do Bonsucesso quando derrotaram a seleção de São Vicente pelo placar de 6x2”. 
O Continental, ainda com sua sede na Avenida Motta Lima, mantém viva sua chama pela vontade de seu eterno presidente, Reinaldo Machado. O ponta-esquerda começou a carreira profissional jogando pelo São Vicente A.C e chegou ao Peixe no início dos anos 50. Pelo clube disputou 741 partidas e marcou 403 gols, o que o credencia como o 2º maior artilheiro do Alvinegro ficando atrás apenas de Pelé. Profissionalmente, Pepe vestiu apenas a camisa do Santos. Ele também comandou o time como treinador em 371 oportunidades tendo vencido 176, empatado 112 e perdido 83 partidas. É o 3º técnico que mais vezes dirigiu o Santos FC. (Milton Neves- Que fim levou) 

- Nascimento, em 21 de janeiro, de Pedro Vicente Fonseca -o Pecente- atleta vicentino que destacou no basquete nacional e internacional defendendo a seleção brasileira em campeonatos mundiais e nos Jogos Panamericanos de 1955 e 1959.  

Pecente cresceu praticando esportes nas praias e nos pequenos clubes da cidade. Foi nadador  nas famosas provas de travessia da Baia de São Vicente e participante de  jogos nas Praias do Gonzaguinha e Itararé. Iniciou sua carreira dividido entre o futebol e o basquete, defendendo o Comercial vicentino e o Santos FC. Foi  convocado para a seleção brasileira de basquete após ser elogiado pelo treinador do Harlen Globe Troters, que fazia um turnê pelo Brasil e foi questionado sobre atletas barsileiro talentosos, respondendo: " O número 7, do Santos", se referindo à então equipe de basquete do Santos F. C. Sua trajetória profissional deu-se no XV de Piracicaba, cidade onde radicou-se trabalhando como funcionário da Dedini e também onde se casou e criou quatro filhos. 

1936 - Uma excursão do Hindenburg sobrevoou a Baixada Santista, incluindo a praias de São Vicente, na tarde do dia 30 de novembro de 1936. 
Era composta por 63 passageiros, entre os quais algumas das mais importantes personalidades do governo Getúlio Vargas, como Arthur de Souza Costa, ministro da Fazenda; Gustavo Capanema, ministro da Educação; general João Gomes, ministro da Guerra; almirante Aristides Guilhem, ministro da Marinha; general Pinto Trajano Furtado Reis, director da Aeronáutica Civil; Luis Vergara, secretário do presidente da República; Sousa Leão, representante do ministro das Relações Exteriores, além dos deputados Waldemar Ferreira, Diniz Júnior e Lauro Lopes. Todos estavam à bordo a convite do embaixador alemão no Brasil, Schmidt Elskop. (Memória Santista) 

- Nasce em Montevideo, Uruguai, o pintor Calos Fabra. 
Nascido no dia 20 de Julho de 1936, em Montevidéu, Uruguai, Fabra veio para o Brasil (São Paulo) nos anos 60. Em 1980, chegou a São Vicente, e logo se encantou pela Cidade. Através de seus quadros, Fabra resgatou a história de São Vicente, contando os acontecimentos mais importantes. Faleceu em Junho de 2004, deixando sem publicar, o livro “São Vicente Primeiros Tempos”, que foi revisado e, logo após, lançado. 

1937 – Inauguração do Serviço Royal de Alto-Falantes 

Instalado no último andar do Edifício Zuffo, na Praça Barão do Rio Branco, por A. Tabagy e Antono Peixoto - fazia as vezes de emissora de rádio, que São Vicente ainda não tinha, e também um pouco mais. Além de música e publicidade transmitida por poderosos alto-falantes, dava avisos importantes, apresentava shows e até um famoso programa de calouros - A Hora do Pato... -, além de cinema ao ar livre. Tabagy, o seu fundador, não permaneceu muito tempo com o serviço de alto-falantes, logo o transferindo à propriedade de Antônio Peixoto, que o transformou na Empresa Royal de Publicidade, ampliando seu campo de atividade à corretagem de anúncios para as emissoras santistas. A Royal promovia, todos os anos, o Carnaval do Povo, com amplo tablado que a prefeitura municipal instalava na Praça Barão do Rio Branco, onde promovia danças, matinês infantis e concursos de blocos e de fantasias. Patrocinou a Campanha do Metal para o Bem do Brasil, em 1942, durante a II Guerra Mundial, recebendo todo o tipo de metais para as famosas Pirâmides da Vitória. Quando do término da guerra, a Royal entrou no ar, pela manhã, com toda sua força, para anunciar, com grande alarde, que a guerra terminara - dia 8 de maio de 1945 - e que os países aliados haviam vencido o eixo nazi-fascista.(Poliantéia Vicentina) 

- Nascimento, em São Vicente, de Wlamir Marques, astro do basquete nacional, que iniciou sua carreira no C.R. Tumiaru. Walmir residia em um sobrado na rua Expedicionários Vicentinos, atrás das quadra do seu clube. 

Wlamir Marques (São Vicente, 16 de julho de 1937) é um jogador de basquetebol brasileiro. Fez parte da geração de ouro do basquete nacional bicampeã mundial em 1959 em Santiago, no Chile, e em 1963 no Rio de Janeiro. Nos dias atuais, divide-se nas funções de professor de Educação Física e comentarista da ESPN Brasil, canal de TV fechada. Ganhou o título de Cidadão Emérito de São Vicente, sua cidade natal. Foi premiado com o Cruz do Mérito Esportivo (1953), Troféu Heims de Melhor Atleta da América do Sul (1961) e a Medalha do Mérito Esportivo. A edição brasileira da Revista ESPN apontou Wlamir Marques como 9º maior atleta brasileiro de todos os tempos, em uma lista de 50 nomes publicada em novembro de 2010. (Wikipédia).  Em 2023 entrou para o Hall da Fama do basquete internacional.  Sua memórias estão registradas aqui no CALUNGAH na coluna "Onde Tudo Começou"

- Fundação do bloco carnavalesco Ba-bahianas. 

- O governador e interventor Fernando Costa decreta ilegais todos os títulos de propriedade da região do Pontal do Paranapanema. 

- Fundação da Igreja Evangélica Assembléia Deus, por membros da sede santista, da rua Manoel Torinho, por um grupo e missionário vindo do Recife, em 5 de maio de 1924: Vicente Limeira e esposa; e Manoel Pereira Garcês e esposa. Posteriormente, como pessoa jurídica Sociedade Evangélica Assembleia de Deus e, em 1958, já como Igreja Assembleia de Deus, a instituição de São Vicente passou a ser dirigida pelo fundador Brígido João de Andrade , que foi sucedido várias gerações de pastores. 

1938 – Sebastião Pais de Almeida e Celso Santos fundam em São Vicente a Companhia de Vidros do Brasil (Covibra), produto da fusão com a Vicry (fundada em 1937) primeira fábrica de vidros planos do país, que prosperou rapidamente. 

Pais de Almeida organizou em seguida uma rede racional de distribuição do produto, formada por cerca de 40 estabelecimentos comerciais. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, grupos estrangeiros — notadamente os de origem belga — iniciaram operações de dumping, exportando vidro para o Brasil a preços artificialmente baixos, com o objetivo de reconquistar o mercado do país. Para resistir a essa manobra, Pais de Almeida promoveu a fusão da Covibra com duas outras empresas do ramo, instaladas em São Gonçalo (RJ) e São Paulo, formando assim a Vidrobrás Indústrias Reunidas. Tornou-se diretor e principal acionista dessa nova empresa, que dominou o mercado brasileiro nos anos seguintes e veio a associar-se mais tarde a capitais norte-americanos. (Fundação Getúilo Vargas). 

Instalações da Vidrobrás em 1982 no Catiapoã, ao lado estrada de Ferro Sorocabana. Foto feita pelo então estudante e funcionário da São Vicente Veículos, Dalmo Duque dos Santos. 

1939 –Início da construção da Rodovia Anchieta, ligando São Paulo à Baixada Santista. 
Essa rodovia foi autorizada em lei em 4 de janeiro de 1929 pelo presidente de São Paulo Júlio Prestes, foi iniciada em 1939 pelo interventor Adhemar Pereira de Barros e por ele concluída, quando governador do estado, em 1947. Durante o período do Estado Novo, sob o governo do então presidente da República Getúlio Vargas, o projeto de construção de custos altíssimos levou o governo a considerar a obra desnecessária. Foi inaugurada em duas etapas: a pista norte em 1947 e a pista sul em 1953. A rodovia é considerada uma obra-prima da engenharia brasileira da época, dada a arrojada transposição da Serra do Mar por meio de túneis e viadutos. Em 1969, uma decisão do governo do estado de São Paulo concedia à Dersa, empresa estatal, o direito de explorar o uso da rodovia. Em 1972 são instalados os primeiros pedágios, ainda no trecho de São Bernardo do Campo. Em 29 de maio de 1998 a rodovia foi privatizada pelo então governador Mário Covas juntamente com a Rodovia dos Imigrantes através de uma licitação em que a empresa Ecovias, formada por um consórcio de empresas privadas, recebeu a concessão por um período de 20 anos para a operação e manutenção de todo o Sistema Anchieta-Imigrantes. Segundo dados da Dersa, de 1972 a 1998, quase 105 milhões de veículos passaram por seus pedágios. A Curva da Onça, situada no km 43 da pista descendente da Via Anchieta é o trecho mais perigoso do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), com altos índices de acidentes. (DERSA)

- Fundação da Banda Vicentina, em 13 de abril de 1939. 
A banda vem emprestando o seu indispensável concurso às festas cívicas, religiosas e de fundo beneficente. Todos os meses, nas praças públicas da cidade, realiza os seus concertos, que têm sido apreciados, deliciando dessa forma a população. Tem sido convidada para abrilhantar festas de outras localidades, o que vem provar o seu conceito. Vencendo obstáculos inúmeros, a Banda Vicentina continua a cumprir a sua finalidade e procurando elevar a terra de Martim Afonso. Essa corporação, de utilidade pública, é digna do nosso apoio. ( A Tribuna, 25 de março de 1944) 

- Instalação da sede e campo do Clube Hípico de Santos-São Vicente, na avenida Antônio Emmerich.


























A chamada “Hípica de Santos” foi cenário de muitas provas desse esporte de elite e escola inúmeros iniantes no hipismo, alguns de destaque no cenário nacional. Fazia parte do circuito de competições, mas teve seus altos e baixos exatamente porque geralmente era mantida por um grupo seleto de sócios que oscilavam no interesse pelo esporte e consequentemente na manutenção financeira das instalações. O clube funcionou durante seis décadas e no início do século XX permaneceu desativado até que ali fosse instalado em 2005 um hipermercado e um conjunto externo de lojas. Foto: IHGSV

- Fundação do Ginásio Estadual Martim Afonso, em 22 de janeiro, fruto da fusão de classes com alunos do Colégio São Paulo, então dirigido pela Professora Zina de Castro Bicudo.

Em São Vicente a Escola do Povo, conhecida popularmente como Grupão e mais tarde Grupo Escolar de São Vicente, oferecia o Curso primário atendendo crianças nos primeiros anos escolares. Entretanto, uma parcela da população optava por enviar os filhos às escolas particulares, que geralmente funcionavam na residência das professoras. Nesse contexto é criado o Colégio São Paulo, pelas irmãs Castro Bicudo, ocupando a função de diretora a professora Zina. Essa instituição passou a atender a uma clientela com condições financeiras, para arcar com as despesas de uma educação privada, com salas menos numerosas. Em 1931, iniciaram-se as atividades do Colégio São Paulo na praça Coronel Lopes, número 28, esquina com a rua João Ramalho, estendendo-se até à rua Padre Anchieta, em São Vicente. Alguns relatos coletados nas entrevistas afirmam que o prédio da escola era um casarão construído em um terreno grande, na residência da família Bicudo, vizinho à Escola do Povo. A demanda pelas matrículas e a mudança da família para a Rua XV de Novembro obrigou a busca por espaços mais amplos: Com o crescimento da escola que alcançou grande prestígio pelo seu alto padrão educacional o colégio transferiu- se em 1934 para o prédio da praça Coronel Lopes, esquina com a Praça da Bandeira. Em 1936 por necessitar de maior área construída, para ampliação de suas classes, o Colégio São Paulo foi transferido para a Rua Martim Afonso, instalando-se na antiga casa do pintor Benedito Calixto (hoje nº 190), de onde se mudou em 1939 para a Rua 11 de Junho [...], para funcionar como Primeiro Ginásio de São Vicente. (Revista Leopoldianum, 2015) 


- 1939- Nascimento, em Santos , do árbitro de futebol Romualdo Arpi Filho. 

Estudou no Colégio Tarquínio Silva e, aos 15 anos foi office-Boy de um escritório de exportação de café. Era chamado pelos colegas de “Mosquito Elétrico”. A paixão pelo futebol nasceu, quando acompanhava o tio Otacílio, centroavante da Portuguesa Santista na década de 1940. “O sonho de jogar igual ao tio foi morrendo aos poucos. O corpo franzino e a evidente falta de habilidade não o permitia ser titular nem no time do colégio. Desprezado no banco de reservas, o magrelo Romualdo era encarregado pelos professores de Educação Física para apitar, o que aos poucos foi transformado em uma solicitação rotineira” ( Tardes no Pacaembu). Na década de 1970, no auge da sua carreira internacional, morava no Jardim Independência e era freqüentador assíduo da padaria da rua Uberaba , esquina com a Espírito Santo. Pai de três filhos e avô de três netos, Romualdo foi considerado um dos melhores árbitros da história do futebol brasileiro. Em seu currículo, ele tem participação na Copa do Mundo de 86, no México, em três olimpíadas (1968 - México, 1980 - Moscou e 1984 - Los Angeles). Também era conhecido como “Ganso”, em 2018 estava curtindo a sua merecida aposentadoria na cidade de São Vicente, onde também atuou como corretor de imóveis. Em 2019, já de volta à sua cidade natal e morando no Gonzaga, Romualdo foi lembrado pela imprensa pelos seus 80 anos de vida. 

1940- Comemoração em São Vicente dos 4º Centenário da Companhia de Jesus com uma placa de bronze outorgada pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santos, na rua do Colégio, em São Vicente, no sítio onde foi erguido a primeira instituição jesuítica da Capitania. 























JESUITAS EM SÃO VICENTE. Em 4 de setembro de 1940. Membros do Instituto Histórico e Geográfico de Santos na rua do Colégio em São Vicente para comemoração do 4º Centenário da fundação da Companhia de Jesus. Na foto autoridades eclesiásticas como o monsenhor Luiz Gonzaga Rizzo, vigário geral da Diocese; o prefeito de Santos, Cyro Carneiro; e o prefeito de São Vicente, Rodolhpho Mikulasch. Fonte: Memória Santista. 


– Início da construção do Edifício Gáudio. 

- O modernista Mário Zanini pinta o quadro Igreja de São Vicente, hoje acervo do Museu de Arte Contemporânea da USP. 



-Willy Aureli publica o clássico “Bandeirantes D’Oeste” no qual revela sua em pequeno trecho sua infânia em São Vicente, provavelmente no mangue do bairro Catiapoã (o quintal da sua casa ia dar num charco quedava nos trilhos da estrada de ferro Sorocabana. 

- Fundação do Educandário São Gabriel, para ensino aos pobres. Mantido pela Associação Protetora da Infância de São Paulo. 

- Morre em São Paulo o engenheiro, arqueólogo e arquiteto Ricardo Severo da Fonseca e Costa, criador do Marco-Padrão da Fundação de São Vicente 

Nascido em Lisboa, Portugal em 1869, forma-se engenheiro civil de obras públicas em 1890 e engenheiro civil de minas em 1891 na Academia Politécnica do Porto, em Portugal. Participa da fundação da Sociedade Carlos Ribeiro, em atividade de 1887 a 1898, e da Revista de Ciências Naturais e Sociais, de 1890 a 1898. Em 1891, participa da revolta republicana do Porto e é obrigado a emigrar para o Brasil. Escreve artigo sobre o Museu Sertório, 1892, por meio do qual conhece Ramos de Azevedo (1851-1928), que o convida a trabalhar em seu escritório. Era casado com Francisca Santos Dumont, irmã do inventor Alberto Santos Dumont (1873-1932) e filha do então rei do café, Henrique Dumont. Filia-se ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP) em 1911 e participa da criação da Revista do Brasil. Nessas e outras instituições e periódicos publica séries de artigos e conferências dedicadas a arqueologia, republicanismo, colônia portuguesa e arquitetura. (Itaú Cultural) 

1941 - Início da gestão de Polydoro de Oliveira Bittencourt.

Considerado um dos melhores prefeitos que São Vicente teve, não apenas pela sua austeridade, pela organização administrativa, pela reforma do Paço Municipal, pelos serviços públicos realizados e, ainda, por enfrentar com "pulso forte" a reação política dos grandes latifundiários vicentinos - inclusive a própria Santa Casa da Misericórdia de Santos - contra seu decreto-lei determinando a obrigatoriedade da construção de muro e passeio em todos os terrenos baldios da cidade. Essa medida transformou, por completo, a imagem vicentina, proporcionando-lhe um salutar aspecto de urbanização. Polydoro Bittencourt prestigiava todos os movimentos, iniciativas e instituições que pugnassem pelo desenvolvimento vicentino. Foi provedor do Hospital São José. Foi eleito vereador municipal, em 1947. Reformou, quando prefeito, a frente da Igreja Matriz de São Vicente, transformando suas escadarias em rampas e desapropriando os imóveis fronteiriços à Igreja, para que a mesma ficasse com sua frente livre, em plena Praça João Pessoa. Foi um prestante cidadão e um excelente homem público. (Poliantéia Vicentina 1532-1982). 
- Desmantelada rede de espionagem nazista em Santos e São Vicente.


Foto: Prontuário 51.156 da coleção do DEOPS-SP (Departamento de Ordem Política e Social - Polícia do Estado de São Paulo). Consultado no Arquivo do Estado de São Paulo, São Paulo-SP.*


Um encontro de suspeitos no bar do Hotel das Pedras, no Boa Vista, foi a confirmação que um delegado do DOPS precisava para desmantelar uma rede de espionagem nazista que atuava em 1941 na Baixada Santista. Entre os presos estavam o vicentino-santista Wilhelm Gieseler e o falso engenheiro Josef Jacob Johannes Starziczny. Também estavam na reunião Uli e Bottcher, dois elementos já conhecidos da polícia e frequentadores das zona portuárias do Rio e de Santos. O vicentino Gieseler era funcionário da Theodor Ville, empresa exportadora de Café, com filial em Hamburgo. Starziczny já havia sido identificado em São Vicente ao levar um transmissor na casa de Gerard Schroeder, na rua Ypiranga, nº13. O DOPS havia sido alertado pelo Departamento de Guerra dos EUA sobre a presença de espiões em vários pontos do País. 

* Inventores de discos voadores no Brasil - Ciência e imaginário no início da Guerra Fria (1947-1958). Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos. Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT


1942 – Anita Malfatti pinta o quadro “Praia do Gonzaguinha”, óleo sobre tela, hoje acervo da Pinacoteca de São Paulo.



























- - Fundada a Escola Madre Teodora Primário e ginasial, mantida pelas Irmãs Religiosas do Colégio São José de Santos. 


- Morte de Eduardo Souto, pianista e compositor vicentino. 



Eduardo Souto, nascido em São Vicente (SP) em 14 de abril de 1882 e falecido no Rio de Janeiro em 18 de agosto de 1942, foi um influente pianista, compositor e maestro brasileiro. Desde muito cedo, demonstrou inclinação musical, iniciando suas composições aos 14 anos com a valsa “Amorosa”. A mudança precoce para o Rio de Janeiro permitiu a Souto estudar com o renomado professor Carlos Darbilly e, eventualmente, deixar seus estudos de engenharia para se dedicar à música. Sua carreira ganhou destaque em 1919 com o fado-tango “O despertar da montanha”, hoje um dos clássicos do Choro, consolidando seu nome em salões e saraus da época. Fundador da Casa Carlos Gomes, onde Ernesto Nazareth trabalhava como demonstrador de partituras, Souto transformou o local em um ponto de encontro de grandes músicos, promovendo também a publicação de partituras que ajudaram a consolidar a música brasileira da década de 1920.
Ao longo dos anos 1920 e 1930, Souto se destacou especialmente no Carnaval, com composições como “Pois não” e a icônica “Tatu subiu no pau”. Seus trabalhos incluíam uma vasta gama de gêneros, desde sambas a cateretês, refletindo o ecletismo da música brasileira da época, com influências de Marcello Tupynambá e Ernesto Nazareth.

Sua habilidade para formar pequenas orquestras e corais, e sua participação como diretor artístico em gravadoras importantes como a Odeon e a Casa Edison, foram fundamentais para a disseminação do samba e da marchinha carnavalesca. Apesar do declínio de sua popularidade com o advento do rádio e a ascensão de novos compositores nos anos 1930, Souto deixou um legado musical duradouro, que pode ser acessado em inúmeras partituras e gravações. Ele era pai do pianista e também compositor Nelson Souto, e avô de Eduardo Souto Neto, autor do Tema da Vitória, que consagrou as vitórias de Ayrton Senna.

A imagem acimo foi recriada por IA, sempre com o objetivo de trazer novos olhares sobre grandes nomes do piano brasileiro de quem temos poucas fotos. A última foto é o Souto real.



1943- Morte em combate durante a II Guerra Mundial do piloto britânico-vicentino Frank Richard dirante um atque da Real Air Force-RAF à cidade alemã de Bremen.
Frank Richards, piloto da RAF, morto em combate durante um ataque a cidade alemã de Bremen. A notícia foi transmitida ao Brasil por meio do serviço de informação da Cruz Vermelha e publicada no jornal paulistano A Noite na edição de 4 de maio de 1943. Embora o jornal tenha publicado que a família era de Santos (o que era muito comum, pois a sucursal era em Santos) como “pertencendo ao alto comércio da cidade” (porto), eram nascidos e residiam em São Vicente, como a maioria dos ingleses que trabalhavam na região. Frank Richard embarcou para a Inglaterra no início da guerra e foi acompanhado dos irmãos Sidney, Charles e Rupert, todos como reservistas do Exército brasileiro. Rupert Richards, que estava alistado na infantaria britânica em Xangai, foi morto um ano antes em combate contra os japoneses. O pai dos quatro rapazes residiu quase cinquenta anos em São Vicente, sendo que a mãe deles, Francisca Wright Richards ainda residia na cidade quando recebeu a notícia da morte desse outro filho. O aviador da RAF era casado com a Sra. Peggle Corder com quem tinha uma filha de quatro anos.
- 1944 - Nascimento  do arquiteto, jornalista e gastrônomo Silvio Lancellotti, que viveu grande parte da sua infância e adolescência em São Vicente.

em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, chegou a trabalhar para a Prefeitura de São Paulo na função. Atua em jornalismo desde 1968. Foi um dos que criaram a revista Veja. Em 1972, Silvio estudou na Universidade de Stanford. Lá cobriu a reeleição de Richard Nixon à presidência dos Estados Unidos. Voltou ao Brasil em 1973 ainda na Veja e também na Rede Bandeirantes. Também trabalhou nas revista Isto É, Vogue e Gourmet e colaborou para a Folha de S. Paulo, O Pasquim 21 e O Estado de S. Paulo. Na televisão trabalhou na Rede Manchete, Rede Globo, Rede Record e ESPN Brasil. 



 - Instalação da Casa do Professor, colônia de férias do Centro do Professorado Católico de São Paulo, na rua Onze de Junho (esquina com a rua Messia Assu) no bairro Boa Vista. 

Casa do Professor - Liga dos Professores Católicos, rua Onze Junho, esquina com Messia Assu.

1946 - Falecimento do canoeiro João do Morro (João Pereira de Almeida), aos 103 anos. Nascido em Itapecerica da Serra, veio para São Vicente com a família aos 17 anos de idade. Era pescador de profissão e tornou-se uma figura muito querida na cidade por prestar serviços de ajuda de transporte e socorros aos banhistas. Era dono do Mrro dos Barbosas e da Biquinha de Anchieta, área herdada do pai, Luciano Pereira de Almeida e mais tarde transferida para a prefeitura. Era casado com Ana Rodrigues de Almeida e tiveram 14 filhos. Seu João serviu de modelo para o famoso quadro de Benedito Calixto “Os Falqueadores”, pintado em 1904. Calixto usava o Morro para pintar várias paisagens vicentinas. (Imagem e dados: Sabor da História). 
- Fundação, em 17 de outubro, da Rádio Cultura de São Vicente, pela família Mansur: Paulo Jorge, esposa e irmãos. A emissora tornou-se base da filial instalada em Santos, na Praça Independência, no bairro do Gonzaga.  Inicialmente instalada, em precárias condições, na avenida Antonio Emmerich( ao lado do Clube Hípico), ali se manteve até que inaugurou sua antena-vertical na praça Matteo Bei, na vila Jockey Clube, com transmissores que proporcionam sensível melhoria em sua qualidade de som, montados pelo técnico Hélio Ávila de Souza. Alguns dos seus primeiros locutores foram: Arruda Neto, C´cero Mota, Oswaldo Eduardo, Graças de Deus, Marcos Machado, Ary Corrêa Ferraz e Jonas Paes Landhal. Na parte técnica, lembramos de Adelson França e Rômulo Merlin. 
1948 – Inauguração do Edifício Gáudio. É o segundo edifício mais antigo das nossas praias, (o primeiro foi o Edifício Icaraí). 
O Gáudio possuía no subsolo um abrigo de proteção antia-érea e um salão de artes, no qual foram realizadas muitas exposições. Seu construtor foi um valoroso empreendedor imobiliário, que radicou-se em São Vicente na década de 40: Vitório Morbin. O restaurante Gáudio proporcionou muitas reuniões sociais e transformou-se num “point” de jovens e encontros comerciais. É, através de quase 70 anos, uma referência turística da Praia de São Vicente, que popularmente passou a ser chamada de “Gonzaguinha” no início da década de 40, porque em seu jardim – o único que existia na orla da praia – a juventude passou a fazer o seu “footing”, como já se fazia no Gonzaga, em Santos. O prefeito Polydoro de Oliveira Bittencourt, reagindo a esse tratamento diminutivo a São Vicente, denominou esse local como Largo e Jardim das Caravelas, cujo nome o povo não assimilou. Todos ainda se referem a ela, em toda a extensão, como o Gonzaguinha de quase 70 anos passados. (Boletim IHGSV). 

Praia do Gonzaguinha. O Edifício Gáudio no início da rua Frei Gaspar (à direita) nos anos 1962. Imagem: Gehard Vetter. 

- A Câmara Municipal constitui. Conforme requerimento do vereador Fernando Martins Lichti a Comissão Especial Pró-Elevação de São Vicente em Cidade Monumento. 

- Fundação do Colégio São Luiz, particular, preparatório de admissão nas escolas públicas. 

- Criação, no mês de janeiro, da Sociedade Amigos de São Vicente. 
Consta em livro-ata entre seus fundadores as seguintes personalidades: Luiz Meirelles de Araujo, Orlando Intrieri, Victorio Morbin, Mansueto Pierotti, Nivio Classen de Moura, Irineu Abilleira de Castro, João Carlos Laranja, Heráclito Hourneaux, Coaracy Paranhos, José Meirelles Junior, Augusto Robillard de Marigny, Jorge Elbel, Julia de Almeida Pires, Amilcar Riensi, Cassio Emmerich, Agenor Lapetina, Moacyr Andrade Lima, Raul Carlos de Oliveira, Alberico Robillard de Marigny, Charles Alexander Souza Dantas Forbes, José Bonna Sobrinho, Miguel Lutfi, Paulo Roberto Mansur, Francisco Martins dos Santos, Cecilia de Almeida Pires, Cantidiano Mendonça, Antonio Peixoto, José Longobardi, Augusto Mesquita, Vasco de Castro Bicudo, Emilio de Sá, Altino da Costa Novaes, Darcy Stockler, Alberto Lopes Santos, Rubio da Costa e Silva, Armando Jarussi, Newton Clasen de Moura, Edison Telles de Azevedo, Jorge Monteiro, entre tantas outras. (Nota do IHGSV). Acervo: Cláudio de Araujo Zomignani. 

- Nascimento, em 27 de outubro, do músico e compositor José Miguel Soraes Wisnik.

“Sim, eu nasci e fiquei…vivi em São Vicente até os 18 anos quando eu, então, fui estudar na Faculdade de Filosofia, no curso de Letras, na USP e aí eu fiquei professor, fiquei morando em São Paulo…mas então, eu sinto uma coisa muito forte pra mim, sempre, vir a Santos ou São Vicente…foi um período muito valioso, muito rico, quer dizer, a cidade…eu tive uma excelente escola pública, havia o Festival de Música Nova que está aí, ele iniciava e era uma referência, o Madrigal Ars Viva, havia uma vida cultural muito forte…é uma cidade que não era brincadeira, não! Então, realmente, sempre me toca vir aqui para a baixada, essa cidade misturada…misturada não, mas acoplada, Santos – São Vicente. Esse período, podemos dizer que, muito da produção mais importante da música de vanguarda que se fazia na América Latina, estava em Santos, ao mesmo tempo, o melhor futebol do mundo! Como eu disse, ensino público de grande qualidade…! Então, isso tudo era uma coisa que é formadora, tudo o que eu vim a fazer depois…esse livro sobre futebol, como digo antes até, tem um depoimento sobre isso, sobre o futebol na baixada santista, nos vários níveis, futebol de praia, de várzea, assim como a música e a literatura são as minhas atividades, elas estão muito ligadas a essa formação, a esse período formativo, por que na escola em que eu estudei tive excelentes professores de literatura, estudava música e tinha uma vida musical e estava assistindo futebol. Depois eu me tornei uma pessoa que justamente trabalha com literatura, música e futebol. Estudei no Martim Afonso…a escola tinha atividades teatrais, aliás Santos tinha uma atividade teatral forte, atores como Ney Latorraca, Alexandre Borges… Inclusive em São Vicente, no antigo Grupão, estudou a atriz Cacilda Becker, que também viveu muitos anos em Santos”. (Clube do Choro de Santos, entrevista para Marcelo Laranja, após uma palestra em Santos na CPFL Energia). 

1949- Aquisição pela diretoria presidida por Mansueto Pierotti do terreno-sede do São Vicente Atlético Clube, no Parque Bitaru, com novo nome do Feitiço Atlético Clube. 

-Fundação do Jóquei Clube São Vicente aconteceu no dia 2 de abril. Seu primeiro presidente: Dante Malforti. 
Do dia em que surgiu até 1954, atravessou séria crise financeira, chegando quase a fechar suas portas. Nesse ano, porém, com a criação de vários grandes prêmios, o movimento diário cresceu, dando oportunidade à construção de dependências de concreto em lugar das de madeira e possibilitando a iluminação da Pista Prateada, ganhando depois um segundo pseudônimo, a "Milagrosa". Armando Vitório Bei, segundo presidente da entidade, é o grande benemérito do clube. Por tudo que fez, seu busto foi erigido à entrada do hipódromo, com um agradecimento dos vicentinos. A fundação do Jóquei Clube São Vicente aconteceu no dia 2 de abril de 1949. Seu primeiro presidente: Dante Malforti. Do dia em que surgiu até 1954, atravessou séria crise financeira, chegando quase a fechar suas portas. Nesse ano, porém, com a criação de vários grandes prêmios, o movimento diário cresceu, dando oportunidade à construção de dependências de concreto em lugar das de madeira e possibilitando a iluminação da Pista Prateada, hoje já com um segundo pseudônimo, a "Milagrosa". 
Benemérito - Armando Vitório Bei, segundo presidente da entidade, é o grande benemérito do clube. Por tudo que fez, seu busto foi erigido à entrada do hipódromo, com um agradecimento dos vicentinos. No dia 11 de março de 1950, gestão de Armando Vitório Bei, houve a primeira reunião do Jóquei Clube de São Vicente. O cavalo nº 1, Sunlight, venceu o primeiro páreo, dirigido por Valdemar Ozimo da Silva e tratado por José Ozimo da Silva, entrando para a história da entidade. Alguns jóqueis que montaram nessa primeira reunião, de 7 páreos, foram: Valdemar Ozimo da Silva, Antonio Tucillo, Joanin Taborda, Osmani Coutinho e Aderbal de Castro. (Cidade de Santos, 1967) 

- A 21 de abril o Esporte Clube Beira-Mar inaugurava com grande solenidade a sua biblioteca com 4500 volumes. 
Em janeiro do ano seguinte, adquiria um terreno de 120x120m localizado no Parque São Vicente, a fim de ali construir o seu campo de futebol. Em 1953, o clube vendia seu terreno pela fabulosa quantia de CR$ 4.200.000,00, adquiriu um amplo prédio para a sua sede no valor de CR$ 2.650.000,00 situado à Rua XV de Novembro, 576. Em 27 de dezembro de 1986 inaugurou a sede náutica situada à Avenida Tupiniquins, 724, próximo à Ponte Pênsil. 

- Extinto o Clube Germânico, sociedade alemã, instalações encapadas pelo governo federal em função da guerra e depois transferida ao quartel do 2º Batalhão de Caçadores. 

O 2º BC Batalhão de Caçadores

A origem dessa unidade militar é contada pela própria instituição:
“Em 6 de março de 1933, foi determinada a organização do III / 5° Regimento de Infantaria, que se transforma em III / 4° Regimento de Infantaria no ano de 1938, sediado em São Paulo. Em 1944 foi transformado em 38° Batalhão de Caçadores, sendo transferido para Santos em 1946. No ano de 1949, recebe a denominação de III / 4° Regimento de Infantaria, com sede em São Vicente, sendo denominado 2° BC em 1952.
Nas duas vertentes históricas podemos observar a participação do 2º Batalhão de Caçadores na luta pela legalidade, democratização e desenvolvimento do nosso País.
Desde 1946 sediado na Baixada Santista, instalado inicialmente no antigo prédio da Santa Casa de Misericórdia, posteriormente no Forte Itaipu e, finalmente, no sítio dos Bugres, em São Vicente, o 2° BIL encontra-se, há 73 anos, integrado junto à comunidade da Baixada Santista, particularmente à de São Vicente.
A portaria nº 919, de 20 de dezembro de 2004 transforma e altera a subordinação do 2º Batalhão de Caçadores, e dá outras providências. O COMANDANTE DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 4º da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, e de acordo com o que propõe o Estado-Maior do Exército, resolve: Art. 1º O 2º Batalhão de Caçadores, com sede em São Vicente-SP, a partir de 1º março de 2005”.
Instalações do 2º Batalhão de Caçadores na avenida Antônio Emmerich, nos anos 1960. IHGSV

BUGRE, BUGRE, BUGRE!!! 
O quartel do Exército instalado no antigo Sítio do Brugre, região muito e distante do centro, habitada por índios e descendentes (Catiapoã e Cascatinha), é uma das instituições mais queridas e presentes na memória dos vicentinos. Ele formou, desde a sua instalação em 1949, juntamente com o quartel de Itaipu, diversas gerações de soldados calungas, carinhosamente chamados de “recos” pela população. 
Os jovens, após o sempre curioso e muito aguardado processo de alistamento e seleção, assim que aprovados nos rigorosos exames de aptidão física, passam a servir no Batalhão e também exibir orgulhosamente nas ruas suas fardas. Mas exibem principalmente sua nova condição de servidor militar e e defensor da Pátria. 
A troca de comando no quartel é constante e faz parte da rotina do Exército, trazendo de a oficiais transferidos de outras regiões e que sempre são recebido com o tradicional grito de guerra local: Bugre, Brugre, Bugre!!! 
Servir no quartel sempre foi motivo de valorização pessoal e prestígio social, bem como de grande admiração por parte da família, dos vizinhos do bairro, dos colegas de escola e sobretudo das garotas em fase de namoro. Por isso os recos eram e ainda são vistos de cabelos cortados em praticamente todas as atividades sociais da cidade, como mostra essa crônica sobre as festas juninas do Esporte Clube Beira Mar nos anos 1970. 

NOITADAS JUNINAS NO BEIRA

O espírito demolidor do passado e construtor do futuro continua no seu ritmo impiedoso, deixando em meio a olhares tristes e saudosos, ao mesmo tempo conformados, o rastro de escombros e entulhos na cidade. Dessa vez foi a sede esportiva do E.C. Beira Mar, na rua Benjamin Constant, esquina com a XV de Novembro. Em apenas algumas horas uma poderosa máquina botou abaixo o galpão e instalações do clube que durante quatro décadas acolheu a população vicentina para os seus grandes eventos sociais. Dizem que ali vai ser construído um hotel de griffe. 

O "Beira", como era chamado nos anos 70 e 80 e até hoje é conhecido pelo mesmo apelido, era um dos pontos mais frequentados pelos jovens das classes populares nessas duas décadas. O destaque, nesse endereço, era a Festa Junina, tradição brasileira que na região sudeste é marcada pelo inverno e deliciosas noites frias e estreladas. Época de namoros quentes e acasalamentos. 
Nos anos 70, talvez por causa do temor imposto pelo Regime Militar, o momento mais aguardado da festa junina era a batida feita rotineiramente pela PE do Exército, em busca de soldados foragidos do quartel do então 2º BC ou do Forte Itaipu. Os recos, à paisana, com suas extravagantes calças de tergal boca de sino e sapatos cavalo de aço, eram facilmente reconhecidos entre a maioria black-power, pelo corte de cabelo típico e logo surpreendidos pelos soldados de capacete branco. A PE, aparecia repentinamente com um jipe sem capotas, seguido por um caminhão de carroceria coberta de lona. Geralmente era comandada por um sargento com cara de durão e que, com o tempo, tornou-se atração das noitadas do Beira, que não ia além da onze horas. 

Os jovens mais ousados, de estilo hippie, adoravam usar uniformes militares, combinados com jeans desbotado. Certa vez, meu irmão mais velho, o Mia, juntamente com seu colega Claudio (Mandrix), na época alunos do Grupão, conseguiram duas jaquetas verde-oliva. Deram umas voltas na cidade se exibindo, mas logo foram advertidos sobre o risco que corriam. Para disfarçar, tiraram as tarjas de identificação do soldado e transformaram a cor das jaquetas em água fervente com Tintol vermelho. Aproveitaram a mesma água para tingir umas camisetas amarradas com barbante, que após o tingimento revelava a conhecida estampa psicodélica. Para disfarçar ainda mais, trocavam os botões originais por botões metálicos dourados; também pregavam fitas coloridas, do tipo peruana, e que de longe pareciam pequenas medalhas coloridas. As jaquetas ficaram cor de vinho e ainda assim faziam um grande sucesso naquelas noites inesquecíveis. Bons tempos! (Dalmo Duque dos Santos – Novo Milênio) 

EX-PREFEITO MOURÃO DE PRAIA GRANDE SERVIU NO 2º BC



"No Dia do Soldado presto minha homenagem a todos aqueles que servem nossa Pátria. Tive a honra de servir o exército, no Batalhão de Infantaria Leve (BIL), em São Vicente. Sonhava em em ser marinheiro, só que precisei ajudar meu pai no comércio que ele tinha, mas acredito que de alguma forma estou contribuindo para o nosso País e nossa sociedade Lembro-me até hoje do dia que fui me alistar, em Santos, na Rua Paraná junto com meu amigo Escobar, irmão do historiador Claudio Esterque. O sargento nos perguntou se queríamos servir o quartel e como eu estava cursando a faculdade ele achou que poderia atrapalhar e me sugeriu fazer o curso de oficial na reserva do Exército. Fiz a prova física e intelectual, concorri para uma das 20 vagas, passei e fiz o curso. Sai como aspirante a oficial e depois voltei para fazer o estágio para servir a patente de segundo tenente. Aprendi ainda mais sobre disciplina, respeito e cidadania. Anualmente milhares de jovens se alistam para servir o Exército no 2º Grupo de Artilharia Antiaérea (2º GAAAe) – “Grupo José Bonifácio e Fernando de Noronha”, na Fortaleza de Itaipu (Canto do Forte), que engloba um sítio histórico onde estão situados os Fortes Duque de Caxias, Jurubatuba e General Rego Barros.



- Fundação, no dia 7 de junho, da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de São Vicente. 


Na reunião de aprovação dos estatutos foi escolhida a primeira diretoria, que era assim formada: Jayme Hourneaux de Moura, presidente; Manoel Costa, vice-presidente; Antônio Luiz Barreiros, segundo vice-presidente; Paulo Horcel, primeiro-secretário; Juvenal Ferreira, segundo-secretário; Mário Lopes, primeiro-tesoureiro; Mário Marques Portásio, segundo-tesoureiro e Rafael Faro Politi, Rodolfo Mikulash e Manoel Ferreira Festas, diretores sem pasta.Sócios fundadores : 

COMÉRCIO, INDÚSTRIA E AGRICULTURA 

Dia 7 de março de 1951 foi registrada, no Cartório de Registro de Títulos e Documentos de Santos, sob o número 44.276D, a relação dos sócios fundadores da entidade, que são os seguintes: Mário Lopes, do Bazar Esporte; José Júlio da Silva; José do Espírito Santo, Loterias; Mikail S. Dabaj, da Casa Elite; Banco Paulista do Comércio; José Saguir; Rampa & Paulon, Sorveteria Paulista; Carlos H. Boucault, Imobiliária Fiel; Laurentino Pereira da Costa, Sorveteria São Paulo; Escritório Confiança de Contabilidade; João Stefan, Casa Moderna; Carvalho & Costa, Tipografia São Vicente; Ernesto Antunes; P. F. Ursini & Irmão, Indústria e Comércio Iberê; José Ferreira de Souza, de A Popular; Fernando Cruz, A Tesoura Mágica; José Pinto Gomes, Ao Fiel Barateiro; Barbearia João de Lima; Antonio da Cruz, Padaria Brilhante; Neves D'Aguiar & Cia. Ltda.; Romeu Menezes, Cantina Menezes; Arthur Ferreira & Cia., Mássimo Hotel; Salvador Andrade & Irmão, Salão Andrade; Manoel J. dos Santos, Lavanderia Aliança; Manoel Carvalho; Empresa de Mineração São Luiz Ltda.; Francisco de Paula Brisachi, Bar e Café Sorocabana; Gabriel Rodrigues, Empório Amparo; José Alexandre de Oliveira, Armazém da Estação; Nelson Cassettari, Quitanda Primor; Nelson A. Pires; J. Carrilho Filho; Amin Waquil, Casa Confiança; Delfino Panizza & Irmão, Casa Antonio Panizza; Albano Novaes, Farmácia Anchieta; Silva e Horcel, Casa Silva; México Rossi, construtor civil; Antonio de Oliveira Netto, Relojoaria São Vicente; Abram Fisberg, Bazar Paratodos; Cardamone & Cia., Cortume Cardamone; Arnaldo Fernandes Filho, Açougue Progresso; C. Moran, Colchões de Molas Majestic; Irmãos Santos e Lang Ltda., Posto Riachuelo; Moacyr Andrade de Lima, Cine Anchieta; Agenor Lapena, Farmácia São José; Cândido Paulo Lie, Restaurante e Bar Rio Branco; Edmar Dias Bexiga, Escritório Comercial Anchieta; Alfredo Neves, Alfaiataria Neves; Antonio Maria Lopes, Salão Para Todos; Waldemar Leal, Depósito Santa Cruz; Antonio R. Husne, Casa Liberty; Francisco S. Lopes, Recreio Ypiranga; Luiz Andrade, Oficina Boa Vista; Agostinho Ferreira, Ferreira & Matos; Antonio Lopes Garrido, Casa Fausto; João M. Horta; José Vilani, Mercearia Balneária; Luiz G. Lopes, Bar Seleto; Eloy Antonio Ferraz, Foto Guarani; Olaria São Luiz Ltda.; Mineração São Luiz Ltda.; Afonso dos Reis, Mercearia Quitandinha; Paulo Guimarães, Salão Atlântico; Padaria Luzitana; Prieto & Ricon, Bar Chic; Mercearia Carioca Ltda.; Diogo Martins, Esquina Lotérica; Antonio A. Peres, Sorveteria Central; Luiz Ferreira, Gruta Transmontana; João Pereira, Venda Nova; Barreira e Cadoso, Garagen São Paulo; Dionísio Sarti, Sarti Alfaiate; Oswaldo da Conceição, Bar Caravelas; Felizardo Francisco Guapo, Bar Royal; Hatchik Armênio Caichjian, Sapataria Americana; Domingues & Solis; Rosa Martins, Lavanderia Rosa; Gabriel Damba, Empório Paulista; Antonio Fernandes, Engenho Santo Antonio; J. P. Rodrigues, Mercearia Atlântica; Emílio Vaz Afonso, A Veranista; Teixeira & Cia. Ltda.; Laboratório Técnico de Rádio; José M. Jacintho, Alfaiataria Brasil; Manoel Carlos, Salão Vicentino; Salvador Curci, Escritório de Contabilidade; João da Silva, Sapataria Silva; Vicente Gifoni, mercearia São Vicente; Graciana Miguel Fernandes, Instituto de Beleza Garcia; Sebastião Alves Delmar, Farmácia Central; Farmácia São Vicente Ltda.; E.S. Nascimento, A Paulistana; Carlos Biscuolo, Bar e Restaurante Carlos; Policlínica Dentária Para Todos; M. Sierra Perez; Álvaro Nabor dos Santos, alfaiate; Teodorico Gomes de Mello, Lavanderia Avenida; Armando Teixeira da Silva, Açougue Emergência; Virgílio Neves; Armando Pucci, Açougue Mercado Municipal; T. Takagosti; Armando Coggiola, Empório São Vicente; João Sarabando, Bar Tumiaru; Foto Studio Hatnher; M. Rodrigues Azevedo, empreiteiro; Ernani Monteiro, Farmácia Santo Antonio; Gabriel Clemente, Casa Carrillo; Sully Sabajo, Oficina Cruzeiro; Silvio Oliva, Casa Papai Noel; Faustino Silva Moreira, Salão Royal; Gunjiro Kuvagaki, Lavanderia Japoneza; Santos & Terroso, Iluminadora Vicentina; Ernesto Napoli, A Conveniência; Joaquim Ferreira, Barbearia São Vicente; Leite & Muray; José Adolfo da Silva Carvalho, Quitanda do Povo; Alexandrino Vaz Pinho, Armazém Teresinha; Silva & Mendes, Escritório Vicentino; Armarinho Nova Esperança; J. A. Chamas, Loja São Vicente; Arias & Quintas; José Nunes Botica; Banco Moreira Salles S/A; Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais; Armando Dal'Mas & Irmãos; Posto Anchieta; Abílio Borges Pereira, Distribuidora Vicentina; Pompeu Amorim, Escritório Técnico; Victorio Morbin; Fernando Scaramuzza, Recreio Balneário; Antonio Petroni, Bar Prainha; Benedito Ribeiro da Silva; Casa de Saúde Nossa Senhora das Graças; João Bolonotti, Pensão Santo Antonio; Matheus Spilotros; Ricardo Vasques; Elias Serteck; João Calil Gany; Companhia Antarctica Paulista; Blano & Pirine, Bar da Estação; Raymundo Barbosa de Souza; Casa Rosário; Albino de Pina Brito, Salão Central; Elias Aftin, Bazar do Povo; Eleutério Teixeira; Amleto Trombetti, Bar Bolonha; Milton França, Bar Gáudio; Gabriel Damba, Empório Paulista; José M. Azevedo, Açougue Central; Paschoal Laroca; Cândido Garcia, Café Cruzeiro; José Macia, Mercearia Central; Manoel Leite Arnaud, Funilaria Ypiranga; Cruz Leite & Cia.; Joaquim Campos, Ao Amigo Campos; Estevam Brosch; Arlindo Jacintho, Bar e Leiteria Popular; Gaspar P. Pinto Vidinha; Barraca & Silva; Tito Beni, Pensão Santa Christina; L. E. Cordeiro & Cia., Armazém do Minho, e Asthomiel Xavier. 

Casa Requeijo de São Vicente, pioneira no comércio vicentino.O patriarca da família imigrou de Portugal para o Brasil no final do século XIX. 


1950 - A Câmara Municipal aprovou a doação da Praça das Bandeiras (localizada entre as avenidas Presidente Wilson e Antonio Emmerich, bem próxima à Praça Coronel Lopes) para a construção do prédio do Correio. Na ocasião, o então prefeito José Monteiro, por livre iniciativa, resolveu mudar o local destinado à agência do Correio. Transferiu a construção para a Praça Coronel Lopes. Os vereadores não puderam objetar essa decisão do prefeito porque já se havia extinguido o prazo para uma nova discussão e a verba para a obra estava aprovada pela União e, se não fosse imediatamente utilizada, seria transferida para outro município, e São Vicente ficaria sem a Agência Postal e Telegráfica. 
Agência dos Correios na Praça Coronel Lopes nos anos 1970. Fonte: IBGE 

- Fundação da Escola Municipal Mateo Bei, de instrução primária.
 
1951 – Fundação do Centro Espírita Cáritas, em 6 de agosto, na rua Frei Gaspar 900. Atualmente é a casa espírita mais antiga da cidade de São Vicente, após o encerramento das atividades do Centro Espírita Fé em Deus (fundado em 1904 e fechado na década de 1970). 
Seu fundador foi o Sr. Antonio Lopes Garrido, que era mais conhecido pelo apelido de Fausto, porque ao se mudar para São Vicente adquiriu um salão de cabeleireiro que tinha esse nome - Fausto - nome do antigo proprietário. Seu Garrido anteriormente morava na cidade de Santos e freqüentava o Centro Espírita Anjo da Guarda, que após mais de 100 anos de atividades, também fechou suas portas, há alguns anos atrás. Ao se mudar para São Vicente, Antonio Garrido começou a fazer sessões espíritas em sua própria casa, depois alugou uma casa na cidade para dar continuidade aos trabalhos. Mais tarde com a contribuição de alguns comerciantes judeus comprou o terreno em que hoje está construído o Cáritas. É por esse motivo que o centro recebeu o nome de Sinagoga Espírita Cáritas, mas atualmente utilizamos apenas o nome de Centro Espírita Cáritas, como é conhecido por todos. Muitos companheiros passaram por esta casa e ao saírem daqui, ao lado de outros tarefeiros, foram fundando mais casas espíritas na cidade. É o caso do Sr. Antonio Lima que fundou a Associação Espírita Luz no Caminho, na Vila Margarida; Sr. Adolfo Marreiro, que fundou o Centro Espírita Estrada de Damasco (também na Vila Margarida); Sr. João Taveira que fundou o Tertúlia Espírita do Evangelho, no Jardim Nosso Lar. (Blog do CE Cáritas) 

- Fundação da Escola Municipal Rachel de Castro Ferreira, de instrução primária; e do Colégio particular Nações Unidas. 

- Fundação da Primeira Igreja Batista. 

A Igreja foi fundada em pequeno salão na rua Martim Afonso,72, no dia 20 de outubro com a presença de 150 membros de igrejas de Santos e também de São Paulo. Continuou depois em sala maior na rua Padre Anchieta. Em 1952, conseguiu terreno para a construção do templo. No início, o Pastor Tecê Bagby e sua esposa Francis dirigiam a igreja e, em 1952 iniciaram a campanha para a construção da sede própria, com o auxílio dos membros e, com a oferta de uma sociedade de senhoras das igrejas americanas (Junta de Richmond), os Bagby lançam em 1955 a pedra fundamental. Em 26 de dezembro de 1956 foi inaugurado o templo na rua Tibiriçá, esquina coma Presiente Wilson. Em 1959 o casal Bagb y retorna para à sua terra, deixando na direção o pastor Gorgônio Barbosa Alves. (Poliantéia Vicentina).
 
O Reverendo Taylor Crawford Bagby, pastor e fundador da Primeira Igreja Batista de São Vicente em 1951. De origem norte-americana, T.C. Bagby, como era mais conhecido, pertencia a uma tradicional família de missionários da Virgínia, cujos pais migraram para o Brasil ainda no século XIX, fundando as igrejas de Salvador-BA e no Rio de Janeiro. T.C. Nasceu no Rio, em 29 de maio de 1885. Estudou no Colégio Mackenzie em São Paulo. Foi pastor e fundador várias igrejas na capital paulista. Faleceu nos EUA em 7 de novembro de 1959. Pesquisa de imagens: Waldiney La Petina. Dados: Conheça as Ruas de sua Cidade. Narciso Vital de Carvalho.

- Nascimento em São Vicente, no dia 7 de julho de 1951, de Paulo Roberto Mansur. 

O VICENTINO BETO MANSUR GOVERNA SANTOS 
Herdeiro profissional e político do radialista Paulo Jorge Mansur (fundador da Rádio Cultura de São Vicente), o jovem Paulo Roberto também iniciou sua carreira no rádio, na filial de Santos, com o programa diário “Eu preciso de você”, cuja popularidade ajudou-o na carreira de vereador, deputado federal em várias legislaturas e prefeito de Santos por dois mandatos. Como empresário de comunicação, seguiu a mesma vocação empreendedora da família fundando a VTV, emissora de televisão sediada em Santos e afiliada ao SBT. A emissora pertence a Empresa de Comunicação PRM, do qual também fazem parte as rádios Rádio Cultura, Saudade FM e Mix FM Santos. 

- A arquiteta Lina Bo Bardi projeta o Museu à Beira do Oceano, obra arquitetônica moderna concebida para ornamentar a orla de São Vicente. Mesmo não saindo do papel o projeto serviu de base para a construção da Casa de Vidro e do Museus de Arte de São Paulo-Masp. O Museu à Beira do Oceano é até hoje um modelo de ideia e ícone da arte contemporânea e considerado uma das 50 melhores imagens da arquitetura. 

1952 – Nasce em São Vicente o historiador Nicolau Sevcenko.

NICOLAU SEVCENKO CALUNGA. Um dos grandes historiadores brasileiros do século XX era vicentino. Era filho de refugiados russos que viviam escondidos nos primeiros anos da chegada ao Brasil, em São Vicente. Ficou órfão aos 5 anos e viviam (ele, o irmão e mãe) de coleta de ferro e metais de reciclagem na periferia de São Paulo. Seu livro mais famoso – A Revolta da Vacina – foi dedicado aos mortosda Vila Socó em 1984. Uma vida de grandes obstáculos e superações admiráveis. Em várias entrevistas declarou que sua família vinha de uma tradição de técnicos e engenheiros e que se interessou por História porque seus pais se recusavam a explicar os motivos da fuga da Rússia e da vinda para o Brasil. Sevcenko nasceu em 1952 e faleceu em 2016.
FOLHA DE SÃO PAULO 

Morre em São Paulo o historiador Nicolau Sevcenko, aos 61 anos.

O historiador Nicolau Sevcenko morreu na noite desta quarta-feira (13) em sua casa no bairro do Belém, em São Paulo, aos 61 anos. A informação foi confirmada à Folha por sua mulher, a editora Cristina Carletti. Ela afirmou que ele morreu provavelmente devido a um infarto, mas que ainda será realizada uma autópsia para determinar a causa. O historiador será cremado em cerimônia na Vila Alpina, na zona leste de São Paulo, na sexta-feira (15), às 15h. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, divulgou uma nota de pesar sobre a morte de Sevcenko. "Nicolau Sevcenko deu grande contribuição para a maneira de o Brasil pensar a si mesmo. Em seus textos, aulas e palestras a cultura tinha o justo protagonismo que precisa ter para que o Brasil se reconheça e se valorize no mundo. Com sua partida, a cultura brasileira perde um apaixonado. Toda nossa solidariedade a alunos, leitores e à família", escreveu. Descendente de ucranianos, Sevcenko nasceu em São Vicente, na baixada santista, em 1952, e cresceu na capital paulista, no bairro de Vila Prudente, na zona leste, onde havia uma concentração de imigrantes eslavos. Graduou-se em história pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), em 1975, e se dedicava ao estudo da cultura brasileira e do desenvolvimento de cidades como São Paulo e Rio. O historiador foi editorialista da Folha e responsável pela pesquisa que deu origem à primeira edição do livro "Primeira Página" do jornal, no qual assina o texto de introdução. Ele fez doutorado em história social também pela FFLCH-USP e concluiu pós-doutorado em história da cultura pela Universidade de Londres, em 1990, onde dividia sala com Eric Hobsbawm (1917-2012). Segundo costumava dizer, optou pela pesquisa em história social numa época em que predominavam outras áreas, como política e economia. Em 1992, obteve sua livre-docência pela USP, sob o título "Orfeu Extático na Metrópole". Lecionou também na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor titular da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Sevcenko era uma referência nos estudos de história da cultura, história brasileira e da urbanização, sobretudo no período da virada do século 19 para o 20. O historiador se orgulhava de ter inaugurado a história cultural no Brasil, bem como o uso da literatura como fonte histórica. Sua tese de doutorado, o livro "Literatura como Missão" (Companhia das Letras, esgotado), tratava das tensões socioculturais no período da Primeira República por meio de obras de escritores como Lima Barreto (1881-1922) e Euclydes da Cunha (1866-1909). Sevcenko e a mulher não tinham filhos. PRINCIPAIS OBRAS DE NICOLAU SEVCENKO: 'Orfeu Extático na Metrópole' (1992) (Companhia das Letras; esgotado); 'Literatura como Missão' (1985) (Companhia das Letras - 2ª ed.; esgotado); 'A Corrida para o Século XXI' (2001). (Companhia das Letras). 'A Revolta da Vacina' (1983). (Cosac Naify)

- Jornal A Tribuna (de Santos) denuncia e explica a ocupação de terrenos de marinha em São Vicente. Vastas áreas foram beneficiadas pelos serviços realizados pelo Departamento de Obras de Saneamento do Ministério da Viação: Parque Bitaru, Planalto Bela Vista, Vila Matteo Bey, Esplanada do Barreiros, Vila Margarida, terras entre o Rio da Avó e o Sacoarê. A retificação do Rio Cachetas beneficiou áreas compreendidas pelos terrenos de Vicry S. A. Parque S. Vicente, e as existentes entre os rios Catarina de Morais e Sambaiatuba, tais como Catiapoã, adjacências do Golf Clube, do Jóquei Clube etc. 

- Apresentação do Coral Vicentino no II Congresso Nacional dos Municípios, sob a regência do maestro José Jesus de Azevedo Marques. 

– “Sai da Frente” , filme do popular Mazzaropi, é rodado com cenas em Santos e na perais do Itararé, em São Vicente. Ele representava um motorista de caminhão de mudanças que fazia um carreto São Paulo/Santos. 

- Fundação da Igreja Evangélica Congregacional. É sediada na rua Uberaba, 480, no Jardim Independência, na época Vila Vuturuá e teve como pioneiros os Reverendos Josué Alves de Oliveira, Leonel Leite, Agusto Paes de Ávila, Ivan Espíndola de Ávila, Constantino Bequele, Mauro Ramalho, Moisé das Neves Faria e Henrique de Oliveira Simões. 

- Fundação do Rotary Clube de São Vicente 

- Criação da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, na Vila Valença. 
Desmembrada da Paróquia de São Vicente por Decreto de 12 de dezembro de 1952 de Dom Idílio José Soares. Foi seu primeiro Vigário o Pe. João Beil. Em 23 de fevereiro de 2014, a capela de Cristo Rei passou a ser a matriz da nova paróquia de Cristo Rei. Também a comunidade de Nossa Senhora de Fátima foi integrada à nova paróquia. 

- Nascimento de Roberto Shinyashiki, em São Vicente, psiquiatra e empresário brasileiro, famoso autor de livros de auto-ajuda e palestrante. Residia no bairro Bitaru e seu pai era proprietário de uma farmácia na Vila Margarida.
“Ele sonhava em arrastar multidões como guitarrista de uma banda de rock mas, ao invés das paradas de sucesso, alcançou o topo das listas dos livros mais vendidos. Aos 51 anos, Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra e doutorando em administração de empresas na Universidade de São Paulo, é o maior expoente do mercado nacional de literatura de auto-ajuda. Juntos, seus onze livros venderam mais de 5,5 milhões de exemplares – o último, O Poder da Solução, lançado em maio, já alcançou a marca de quase cem mil exemplares”.  Com a agenda tomada por palestras – a R$ 15 mil cada –, Roberto não abre mão do convívio familiar, de onde tira lições e renova as idéias de seus livros. Casado três vezes, tem cinco filhos: Leandro (23 anos), do primeiro casamento e vítima de uma grave lesão neurológica que marcou a vida do escritor, Ricardo (18 anos) e Arthur (17 anos), do segundo casamento, e André (6 anos) e Marina (4 anos), da união com a atual esposa, Cláudia, com quem vive há 13 anos”. (revista Isto É Gente) 

- O presidente Getúlio Vargas participa em São Vicente da abertura do Segundo Congresso dos Municípios Brasileiros. O evento foi realizado no Ilha Porchat Club.  O presidente Vargas com vereadores de Cubatão e o governador Lucas Garcez durante o congresso em São Vicente. 

DISCURSO PRONUNCIADO PELO PRESIDENTE GETULIO VARGAS NA INSTALAÇÃO DO SEGUNDO CONGRESSO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS, NA CIDADE DE SÃO VICENTE, NO ESTADO DE SÃO SÃO PAULO -12-10-1952 

O VERDADEIRO SENTIDO DA POLÍTICA MUNICIPALISTA 
“Foi singularmente feliz a escolha da cidade de São Vicente para a realização deste Segundo Congresso dos Municípios Brasileiros, que congrega para um exame dos problemas comuns os representantes dessas unidades políticas municipais em cujo seio repercutem e em cuja alçada recaem as questões de interesse mais imediato para o conforto, a segurança e o bem estar dos cidadãos. Foi, com efeito, neste litoral paulista que se firmou o primeiro estabelecimento civilizado em nosso país, e nesta terra brotaram as primeiras sementes desse espírito cívico e dessa forte noção de solidariedade comunal que animou com vitalidade tão notável a nossa história colonial, e que se reflete na robustez com que o princípio da autonomia dos municípios se projetou em nosso sistema jurídico”. 
“O município é a força modeladora da vida política bem como da vida econômica do país. As liberdades municipais são a base da democracia, pois é no âmbito do município que o cidadão exerce o direito do voto que lhe permite escolher os mandatários a quem confia os seus interesses. A prosperidade da economia municipal, por outro lado, é ao mesmo tempo um índice fiel e um seguro esteio do desenvolvimento nacional” (...) (Biblioteca da Presidência da República) 

- O Departamento de Turismo da Prefeitura de São Vicente publica o livrete “Sinopse Estatística do Município”. 

1953 – Fundação da COSIPA - A Companhia Siderúrgica Paulista, também conhecida como Usina José Bonifácio de Andrade e Silva, em 18 de dezembro. Grande parte dos trabalhadores vicentinos, bem como de outras cidades da Baixada Santista, compunham seus quadros funcionais, possuindo aqui clube de lazer e conjunto habitacional. Sua base corporativa era o Sindicato dos Metalúrgicos, com sede em Santos. 
Dezenas de indústrias dos mais diversos tipos compõem o pólo industrial de Cubatão. Mas foi a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) que ajudou a marcar sua importância para a região, para o Estado de São Paulo e para o Brasil. Essas informações foram destacadas no suplemento especial comemorativo do 49º aniversário da Cidade, publicado com o jornal A Tribuna em 9 de abril de 1998: 
Deve-se à refinaria de Cubatão o impulso que transformaria a Cidade no maior pólo petroquímico da América Latina, ao dar à Cidade todas as condições básicas para o início da fase de industrialização. Porém, com a chegada da Cosipa e das fábricas de fertilizantes, a indústria de base (fabrica produtos que são usados por outras indústrias de transformação) alcançou o status máximo. Entre 1956 e 1959, surgiram a Companhia Brasileira de Estireno (capital inicial alemão, norte-americano e brasileiro), a Union Carbide do Brasil (capital norte-americano), a Copebrás (capital nacional e norte-americano) e Alba Química (capital norte-americano). A garantia dessa estabilidade atraiu investimentos estrangeiros com maior vigor. Surgiram a Carbocloro (capital norte-americano) e a Rhodia Indústrias Químicas (capital francês) em 1966. E mais: a Cimento Santa Rita (capital italiano e de Liechtenstein), em 1968 (hoje pertencente à Votorantim); a Petroquisa (pertencente à Petrobrás e depois vendida à Ultrafertil) em 1969; a Liquid Carbonic (capital norte-americano associado à Petrobrás) em 1970; a Engeclor (capital nacional) em 1971; a Solorrico (capital nacional) em 1972; a Engebasa (capital nacional) em 1973; a IAP (capital nacional) em 1975; a Petrocoque (capital nacional) em 1976); a Manah (capital nacional) em 1977; a Adubos Trevo (capital nacional), em 1977, fábrica vendida à IFC em 1996); a Gespa (capital controlado pela Copebrás), em 1977; a Aga (capital sueco), em 1985; e a White Martins (capital nacional) em 1997. 

- Fundação do Clube Recreativo Continental, a partir da fusão com o Esporte Clube Vila Melo.O Clube que foi campeão diversas vezes nos certames regionais tem sede até hoje na avenida Mota Lima. 

- Inaugurado no centro da Praça João Pessoa o busto do grande pintor Benedito Calixto, esculpido por Domingos Savorelli. 

Busto de Benedito Calixto na antiga Praça João Pessoa, na década de 1960.  PMSV doada ao IBGE. No lugar da praça foi construída a replica da Vila de São Vicente.

Em séculos passados, foi o local mais importante de São Vicente. Sediava os principais prédios, como a Câmara Municipal, a Cadeia, a primeira Escola do Povo, além da Igreja Matriz. No início século XVIII nela  havia uma capela dedicada a Santo Antônio, onde se reunia-se a fidalguia e o povo em geral. Centro das atenções, era naquela praça que os destinos da cidade e de sua gente eram decididos. 

1954- Getúlio Vargas suicida-se no Palácio do Catete após uma grave crise política. 

- Fundação do Centro Espírita Paulo e Estêvão, em 12 de setembro,na residência do Dr. Jenevile na Avenida Martins Fontes nº 26, numa reunião com a presença do Sr. José de Freitas, Palmira Reis, Wilson Serrano , Dr. Jeneville Hermandoff, irmãos que já algum tempo promoviam reunião de estudos espíritas, baseados nos ensinamentos de Kardec. 
A Assembléia geral foi presidida por Dona Palmira Reis, secretariada pelo confrade Wilson Serrano Pinto, onde o Sr. José de Freitas apresentou cópias do estatuto da entidade que ele próprio elaborou. Foi eleita nessa assembléia a 1º Diretoria do Centro, Presidente José de Freitas.,Secretário Wilson Serrano Pinto, Tesoureira Palmira Reis, Conselheiro e Diretor de Assuntos Gerais Dr. Jeneville Hermandoff, Fiscal Luiz Miranda. Com o lema "Servir com honra, com amor, caridade e princípios doutrinários a casa e a causa espírita, iniciava-se uma batalha de fé na luz, na nossa cidade a partir desse grupo". Em 11 de Setembro de 1956 deu-se continuidade as atividades doutrinárias, na nova sede a Rua Frei Gaspar nº 1036, provisoriamente, pois já se ventilava o início da construção da sede própria. 
Aos 10 de junho de 1958, já na rua Visconde Tamandaré nº 442, foi empossada a nova diretoria que daria início à construção da nossa casa, sempre tendo a frente o casal José de Freitas e Palmira Reis, que doaram os terrenos de sua propriedade para que a instituição pudesse ser edificada. E concluída em meados 1968. 

- Notificado pela primeira vez por moradores o aparecimento de discos voadores em São Vicente. O fenômeno ocorreu na noite de 24 de outubro.
 
- Nascimento, em São Vicente, de Fernando Pires, arquiteto e famoso designer de sapatos. Pires ganhou fama pelos modelos exuberantes que criou, principalmente, no final dos anos 1980, com os saltos altos, cheios de cristais e feitos à mão.
Fernando Antônio Pires, nascido no litoral paulista na cidade de São Vicente, é formado em Arquitetura e Urbanismo e vem desenvolvendo ao longo de sua carreira trabalhos com muito requinte, sofisticação e elegância; qualidades que inevitavelmente sempre fizeram parte de sua personalidade. Começaram a surgir os primeiros convites para desenhar sapatos para atrizes renomadas como Irene Ravache e Regina Braga, as primeiras que ele calçou em um espetáculo teatral. Marilia Pera foi a responsável por falar pela primeira vez o nome de Fernando Pires na TV durante o programa da Hebe, que se encantou com o sapato que ela calçava e perguntou quem assinava. A criação para Hebe Camargo sempre esteve à altura da mesma. “Fiz para a Hebe uma versão em dourado do sapato da Marília, que era um scarpin preto com uma aplicação em couro amarelo, skyline de Nova Iorque, os prédios, arranha-céus e a estátua da Liberdade. Aí começou nossa amizade e parceria.”, conta Fernando. Em 1991, Claudia Raia rendeu-se as peças diferenciadas do designer, viu seus sapatos em um espetáculo e ficou apaixonada. Sem contar que, naquela época, ela já era a maior “sapatomaníaca” do Brasil. Após esse encontro nasceu uma grande amizade e ela batizou suas primeiras lojas em São Paulo (91) e Porto Alegre (95). Para Fernando, calçar Claudia Raia foi o segundo grande momento de muita emoção de sua carreira. O primeiro foi Hebe Camargo, depois Claudia e, em terceiro, Madonna. Em 1992, Fernando recebeu a ligação da jornalista e consultora de moda Erika Palomino, mais uma admiradora do seu trabalho. Foi convidado por ela para fazer uma matéria num grande jornal de São Paulo; a partir daí o reconhecimento só aumentou. Além de grandes estrelas brasileiras como: Sabrina Sato, Gisele Bundchen, Regina Duarte, Marisa Orth, Claudia Leite, Eliana, Joelma, Monique Evans, Luiza Brunet e outras, Fernando atendeu personalidades internacionais como: Sara Montiel, Lady Gaga, Mariah Carey, Madonna e Thalia. (Revista Exame). 

- Yoshihide Shinzato desembarca com a família no porto Santos e instala-se no então bairro vicentino Tude Bastos (Praia Grande) onde trabalha na lavoura e nas horas vagas inicia sua trajetória de professor da karatê. 

- Inauguração do Circo Royal na Praça Barão do Rio Branco, montado pelo prefeito Charles A. de Souza Dantas Forbes em 1954, para festejos carnavalescos. À esquerda o casarão de Benedito Calixto , na rua Martim Afonso. Publicação São Vicente de Outrora. Poliantéia Vicentina, 1982, Ed. Caudex Ltda., S. Vicente/SP 

1955- Inauguração da Refinaria Presidente Bernardes - Cubatão (RPBC). 

O Conselho Nacional do Petróleo determinou em julho de 1949 que fosse construída uma refinaria com capacidade de processamento de 45 mil barris/dia, volume que na ocasião correspondia a 80% do consumo de derivados. Foi inaugurada pelo presidente da República João Café Filho, em 16 de Abril de 1955, sendo na ocasião responsável por 50% do abastecimento do Brasil. A RPBC foi a primeira grande refinaria da Petrobras, projetada pela empresa norte-americana Hydrocarbon Research, Inc. em 1952, com equipamentos fornecidos pelo consorcio francês Fives-Lille/Schneider & Cie. Seus principais produtos: gasolina Podium, gasolina, gasolina de aviação, óleo diesel, coque, GLP, nafta, gás natural, butano, benzeno, xilenos, tolueno, hexano, enxofre, resíduo aromático, bunker, hidrogênio e componentes para a gasolina da Fórmula 1. É responsável por 11% do fornecimento de derivados de petróleo do País. 

- Criação do Horto Municipal de São Vicente. 

- Criação da Câmara de Dirigentes Lojistas São Vicente ou CDL, associação de lojistas mantendores do Serviço de Proteção ao Crédito. 

- Inauguração do prédio do Ginásio Estadual e Escola Normal Martim Afonso, em 27 de dezembro, pelo então prefeito Charles Souza Dantas Forbes.

O prefeito vicentino dr. Charles Souza Dantas Forbes foi retratado quando inaugurava o prédio do Ginásio Estadual e Escola Normal Martim Afonso, em 27 de dezembro de 1955. As imagens foram publicadas pelo São Vicente Jornal de 1º de janeiro de 1956. 

Advogado militante no Fórum de Santos, até 1966, quando transferiu, definitivamente, sua residência para S. Paulo, onde já mantinha domicílio profissional e passou a advogar a partir de 1967. Tradicionalmente radicado em São Vicente, foi chefe de gabinete do governador Adhemar de Barros e também seu assessor para os assuntos da Baixada Santista. Militou por muitos anos no comércio cafeeiro. Foi advogado da Bolsa de Valores de Santos e elegeu-se prefeito municipal de São Vicente, por duas vezes, para os mandatos de 1952-1955 e de 1965-1968, sendo que este último não chegou a terminar em razão do Movimento Revolucionário de 1964. 
Quando prefeito, marcou suas administrações por extraordinárias obras urbanísticas, como a construção da Adutora do Itú, a abertura da segunda pista da Av. Presidente Wilson, a urbanização da orla da baía vicentina com a construção de molhes de proteção, passeio, abertura da segunda pista da Av. Antônio Rodrigues e ajardinamento central. Construiu o Horto Municipal, pavimentou a Av. Mascarenhas de Moraes, criou o Coral Vicentino, instituiu as Cirandas dos Bairros e popularizou o carnaval de rua, instituindo os desfiles dos blocos. É casado com d. Beatriz Galvão Forbes. (Poliantéia Vicentina 1532-1982) 

- A família de Pelé (Edson Arantes do Nascimento) passa a residir em São Vicente, na Vila Voturuá. 

1956 – Fundação, em 31 de março, do Centro Espírita Redenção. 

O Centro Espírita Redenção foi fundado por um pequeno grupo de profitentes da doutrina codificada por Allan Kardec, tendo como presidente responsável o Professor Doutor Marcello Ribeiro Nogueira e que se expressa em obras e prestação de relevantes serviços à comunidade vicentina. Encontra-se instalado, o Centro Espírita Redenção, na Avenida Capitão Mor Aguiar, número 223, no bairro Parque Bitaru, em São Vicente, SP, onde vem desenvolvendo intenso trabalho evangélico e assistencial a todos quantos necessitam, incluindo a cessão do prédio quando solicitado por outras instituições irmãs. O sonho do evangelizador Professor Marcello se concretizou quando da fundação da Escola Henrique Oswald, em 13 de maio de 1964, que, obedecendo a uma inspiração de amigos espirituais, se materializou na construção da instituição no mesmo terreno que fora doado por amigos simpatizantes da doutrina e oferecendo os cursos de Pré-Escola até o Ensino Médio, atendendo, até o presente momento, milhares de alunos no decorrer de todos estes anos de trabalho e que sempre teve claro a tarefa de servir e amar Jesus. Faz parte de sua missão o atendimento às crianças com necessidades especiais, sendo assistidos em salas específicas. Como proposta pedagógica, para realizar a sua missão de servir Jesus, vem abraçando o Projeto “Vivendo Valores” incentivando o respeito: às diferenças, às religiões, às opções sexuais, à vida... (Carta da instituição para esta publicação) 

- Washington Luiz Pereira de Souza, governador de São Paulo e presidente do Brasil, publica “Na Capitania de São Vicente” (um ano antes da morte do autor) pela Livraria Martins Editora, da capital paulista. 

- Fundação da SAF - Sociedade Auxiliadora Feminina da igreja Presbiteriana. 
1957–O presidente de Potugal General Franscisco Higino e sua esposa Berta Craveiro Lopes visitam São Vicente o e o bairro de Praia Grande, onde foram recebidos com grande entusiasmo pela população e conterrâneoas de portuguêses. 

-Em 09 de julho, em comemoração aos 25 anos da Revolução Constitucionalista em São Paulo, foi inaugurado o Monumento ao Soldado Constitucionalista, na Praça Heróis de 32, no Bairro Gonzaguinha. Fundação, em 18 de outubro, da Associação dos Capacetes de Aço. 

Praça Heróis de 32 nos anos 1950 na Praia do Gonzaguinha em matéria do São Vicente Jornal.

- Fundação do Clube Esportivo Petrópolis, em 4 de agosto, no Jardim Independência. 

- O Tenente-Coronel Adston Pompeu Piza, comandante da Fortaleza de Itaipu, em Praia Grande, relatou em boletim oficial do Exército com data de 4 de novembro, avistamento de OVNI naquela unidade militar. O caso foi presenciado por soldados em serviço em duas guaritas que estavam em serviço no período da noite. O Departamento de Estado dos EUA contém registro de acontecimento.

1958- Inauguração da Rua Japão, que recebeu esse nome durante as comemorações do Cinquentenário da Imigração Japonesa no Brasil. Antes o lugar era chamado Guamium ou Vila dos Pescadores. 

1959 – Constituído, em 5 de fevereiro, o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente. 

MEMORIALISTAS E HISTORIADORES VICENTINOS. Reunidos em 5 de fevereiro de 1959, na Rua do Colégio, esse grupo fundou o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente: Santelmo Couto de Magalhães Rodrigues Filho, Tude Bastos, Coaracy Paranhos, Arnaldo da Costa Teixeira, Fernando Martins Lichti, José Teixeira Matoso, Dorival Nascimento, Eloy Antonio Ferraz, Edson Telles de Azevedo, José Azevedo Júnior, Francisco Martins dos Santos (anfitrião), Olegário Herculano Alves e Jaime Horneux de Moura. Fonte Poliantéia Vicentina, 1982. 

- Fundação da Escola Estadual Prof. Leopoldo José de Sant’Anna. 

- Fundação da Igreja Presbiteriana. 

1960- Posse e renúncia do prefeito Roberto Andraus. 

ANDRAUS, UM PREFEITO EMPRESÁRIO

Formado em Química, dedicou-se às atividades imobiliárias, a partir da década de 1950, constituindo, com seus irmãos e o eng. Nicolau Paal, a Construtora e Incorporadora Andraus Ltda., com maior campo de atividade em Praia Grande.
Homem de empresa, de visão e de iniciativa, projetou a construção da Cidade Ocian - um empreendimento revolucionário, em termos imobiliários, no final da década 50. Concomitantemente a Construtora Andraus construía outros grandes prédios em Santos e em São Paulo, onde construiu o primeiro heliporto no Brasil sobre um edifício, no prédio-sede da própria Construtora Andraus.
Seu espírito empreendedor e arrojado chamou a atenção das lideranças políticas vicentinas, que foram convidá-lo a adentrar à política, candidatando-se a prefeito municipal de S. Vicente, em 1959. Foi eleito e empossado a 1º de janeiro de 1960.
Pretendeu administrar S. Vicente com espírito empresarial e dinâmico, sem burocracia, com medidas práticas, objetivas e imediatas, mas encontrava resistência na organização política e no marasmo das decisões legislativas. Isso o foi desgastando, principalmente quando passou a aceitar doações da comunidade vicentina, recolhidas na Tesouraria Municipal, para ajudar o soerguimento das finanças do município, contra o que reagiu uma parcela dos vereadores vicentinos.
Roberto Andraus, desgostoso por se sentir tolhido em seu dinamismo, renunciou o cargo de prefeito municipal a 15 de abril de 1961. No curto período de sua gestão construiu uma moderníssima Fonte Sonora-luminosa, junto à Biquinha, a qual, por muitos anos, passou a ser a principal atração turística vicentina. Foi casado com d. Maria José da Gama e Silva Andraus. Faleceu a 10 de agosto de 1974. (Poliantéia Vicentina)

O prefeito Luiz Beneditino e Andraus na inauguração da Cidade Ocian.

ANDRAUS E A EMANCIPAÇÃO DE PRAIA GRANDE 

Segundo a Gazeta do Litoral de 14 de janeiro de 1980, "a posse do dr. Roberto Andraus à frente do Poder Executivo, da Cellula Mater da Nacionalidade, trouxe grandes esperanças para o povo vicentino, notadamente aos moradores de Praia Grande, que nas gestões anteriores, de lá traziam as arrecadações anuais, sendo que ali não empregavam pelo mínimo, dez por cento da renda recolhida, em obras públicas, relegando aquele populoso bairro ao completo abandono". 
E continua o semanário vicentino: "mesmo diante desta situação, na Câmara Municipal de São Vicente, o edil Oswaldo Toschi, lutador incansável, e um dos mais operosos representantes do povo calunga, em todos os instantes que ocupava a tribuna do Legislativo, cumprindo o dever sagrado de falar pelos munícipes de Praia Grande, setor eleitoral do qual é único representante, s.s. nunca esquecia de reivindicar algo para seu bairro. No sentido de dar maior incremento nos melhoramentos, que deveriam pontificar a boa vontade, da qual estavam possuídos todos os proprietários do bairro, o edil apresentou um projeto de lei, ora em vigor, criando a comissão de planejamento de obras de Praia Grande, a fim de concretizar as benfeitorias que seriam planificadas e executadas, sem onerar o erário público municipal". 
"Contando com o entusiasmo dos proprietários de Praia Grande, o ex-prefeito Luiz B. Ferreira trouxe ao conhecimento do povo uma lista de vários nomes cujo espírito de luta e dinamismo, que não visavam apenas o progresso de seu bairro, mas sim de São Vicente, e que formariam a Comissão de Planejamento. Dentre os nomes apresentados, lá estavam em destaque, dr. Roberto Andraus, hoje prefeito da cidade; dr. Nestor Ferreira da Rocha, presidente da Sociedade Amigos de Praia Grande; Heitor Sanches, um baluarte na defesa dos interesses de Praia Grande; dr. Nicolau Paal, engenheiro dinâmico que colocou sua capacidade de serviço em prol do crescimento da localidade, e o edil Oswaldo Toschi, além de muitos outros cujos nomes nos fogem à memória". 
"A comissão, de comum acordo, escolheu o dr. Roberto Andraus para presidir a mesma, coincidindo agora, por ser ele o prefeito e presidente nato da comissão. Planificadas todas as obras a serem levadas a efeito, a primeira foi a abertura e construção da avenida Beira Mar. Serviço de alto custo financeiro, que montara em vários milhões de cruzeiros, porém, a importância da realização não atemorizou a comissão e a prova do que afirmamos está caracterizada com o lançamento na manhã de domingo último da pedra fundamental da av. Beira Mar. Verdadeiras montanhas foram removidas. Lutaram os membros da comissão com denodo e dedicação, vendo os moradores de Praia Grande receberem o início das obras com os braços abertos." (Novo Milênio) 

1961 – Elevação de São Vicente à Comarca em 23 de setembro. 
Dr. Renato de Salles Abreu, o 1º Juiz da Comanca de São São Vicente
"Filho de Clarindo de Salles Abreu e de d. Julieta do Carmo Salles Abreu, dr. Renato de Salles Abreu nasceu em Jaú, em 11 de outubro de 1920. Casado com d. Paulina Silveira de Salles Abreu. Colou grau em Direito nas Arcadas, pertencendo à turma de 1945. Procurador jurídico da prefeitura de S. Paulo de 1948 a 1955. Neste último ano, aprovado em concurso, foi nomeado juiz substituto da circunscrição de Moji Mirim (2.6.1955), mas já dali a dois meses viu-se promovido à primeira entrância, assumindo São Joaquim da Barra em 6 de agosto.  Em 17 de março de 1959 tomou assento em Jaboticabal, segunda entrância, onde judiciou até 19 de setembro de 1961, quando se promoveu à terceira entrância (São Vicente)". - Dr. Pintasilgo.

- Morre, em 27 de abril, durante a realização de uma prova, o famoso atleta Antonio Rocha. O remador do C.R. Tumiaru tentava pela terceira vez realizar o “raide” náutica São Vicente-Belém do Pará. 
Nascido em Santos e filho de portugueses, dedicou-se desde cedo à vida marítima, tanto por ofício como por prazer. Entusiasta do remo, participou de inúmeras regatas nas raias do Valongo antes de enfrentar os desafios do mar aberto e idealizar e realizar com sucesso três grandes travessias utilizando barcos a remo: 1933, de São Vicente ao Rio de Janeiro, em 1934, de Santos à Buenos Aires, em 1935, novamente de Santos ao Rio de Janeiro. Obcecado em superar as façanhas marítimas que o tornaram célebre, Antonio Rocha arquitetou o grande raide da sua vida: remar de Santos a Belém do Pará, e após seu primeiro fracasso em 1960, veio a encontrar uma morte trágica na segunda tentativa em 1961, quando acidentou-se numa tempestade em Saquarema, no litoral do Rio de Janeiro. Seu corpo trasladado para Santos, descansa no Mausoléu do Esportista Amador desde 26/01/1975. (Almamaque Esportivo de Santos) 

- Fundação da Escola Municipal Escola Municipal Carolina Dantas. 

- Nascimento de Beto Volpe, ativista vicentino e fundador da ONG Ipupiara. 

- Jânio Quadros descansa em São Vicente. 

                     
Reportagem fotográfica da revista Manchete teve como destaque a presença do recém-eleito presidente Jânio Quadros em São Vicente, para um descanso no período do carnaval. Jânio hospedou-se com a família no apartamento de temporada do governador Abreu Sodré. Sempre sob os olhares atentos de agentes de segurança, o novo presidente fez caminhadas pela orla com a esposa Eloá, a mãe, Dona Leonor; e também o cãozinho “muriçoca”, presente que ganhou da rainha Elisabeth. Em todas as suas saídas Jânio recebeu elogios e até aplausos dos transeuntes. Na subida para a Ilha Porchat, Jânio parou para uma rápida conversa com os jornalistas sobre os resultados das eleições internas na UDN, sua principal base partidária . A foto publicada na época foi revelada quimicamente em negativo invertido na qual o Edifício Marahu, localizado no início da praia dos Milionários, aparece do lado oposto, para quem desce a ilha em direção ao Itararé. 

Jânio Quadros caminhando na direção da Ilha Porchat

1962 – Fundação do Colégio particular Henrique Osvald; e da Escola Municipal Lions Club. 

1963 – Nascimento, em São Vicente, de Márcio Luiz França Gomes, em 23 de junho. Filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), é o atual governador do estado de São Paulo desde 6 de abril de 2018. França estudou direito na Universidade Católica de Santos e durante um período da graduação foi eleito pelos alunos, presidente do Centro Acadêmico Alexandre Gusmão. Advogado, tornou-se político filiado ao PSB.






UM GOVERNADOR VICENTINO
 
Mandatos de vice-governador e governador vicentino Márcio França recoloca São Vicente no cenário histórico paulista

Antes de se tornar governador de São Paulo, também foi secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado. Preside o PSB em São Paulo e é secretario de finanças da direção nacional do partido. É pré-candidato à reeleição como Governador do Estado de São Paulo. Na faculdade de direito da Universidade Católica de Santos, Márcio França começou sua vida pública como líder estudantil. Mais tarde, tornou-se oficial de justiça de Santos e se filiou ao único partido de sua carreira, o Partido Socialista Brasileiro em 1988, sendo eleito vereador de São Vicente por duas vezes e também prefeito da cidade por dois mandatos (1997–2000 e 2001–2004). Foi também eleito duas vezes deputado federal por São Paulo (2006 e em 2010)
Márcio França obteve a maior reeleição para prefeito do Brasil, em 2000 (em cidades com mais de 100 mil habitantes), quando alcançou o percentual de 91,3% dos votos válidos em São Vicente. Sua gestão foi marcada por obras de infraestrutura e de valorização da autoestima da população, com destaque para a realização do maior espetáculo teatral em areia de praia do mundo, a Encenação da Fundação da Vila de São Vicente, com mil atores do povo, além de estrelas televisivas.
Também foi o primeiro presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb). Foi líder do PSB na Câmara dos Deputados e também de um bloco com 78 parlamentares. Sua atuação lhe incluiu na relação dos deputados mais influentes pelo DIAP. Teve participação direta em duas campanhas presidenciais, em 2002, e depois em 2014, tendo sido a primeira ao lado de Ciro Gomes e a segunda ao lado de Eduardo Campos, esta última interrompida pela morte do candidato.
Como secretário de Turismo do Estado de São Paulo, criou programas de inclusão turística, como o Roda São Paulo (ônibus que fazem roteiros a preços populares), o Festival Gastronômico Sabor SP o programa de caminhada chamado Passos dos Jesuítas, entre outros.
Como secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, incentivou a Economia Criativa; criou programa de incremento à exportação para as pequenas e médias empresas; criou o Mercado SP para os produtos rurais paulistas, além de incrementar os parques tecnológicos; programas de arranjos produtivos locais, entre outros. Sua pasta comandava grandes universidades, como USP, UNICAMP, Unesp, além do Centro Paula Souza.

- Inauguração do Albergue Domingos Albano, na rua Frei Gaspar, nas instalações da Fraternidade Cristã (Sinagoga Espírita Cáritas). 

- Em 5 de novembro, a Comissão de Divisão Administrativa e Judiciária da Assembleia Legislativa do Estado aprova o pedido de desmembramento se Praia Grande. O processo é encaminhado para votação em plenário. É relator o deputado Osvaldo Massei. No dia seguinte, o processo vai a plenário para votação. 
A expectativa é geral. De um lado, diversos deputados, amigos de integrantes da comissão de desmembramento, prontos a votar com Praia Grande. De outro lado, o grupo liderado pelo deputado Olavo Hourneaux de Moura, disposto a vetar a vitória. Finalmente, por 38 votos contra 26, a Assembléia aprova a emancipação do distrito de Solemar e do subdistrito do Boqueirão de Praia Grande. A 8 de dezembro de 1963, realiza-se o plebiscito pelo juiz de Direito da Comarca de São Vicente, dr. Octávio Ruiz. Votaram a favor, 680; contra, 10 votos; em branco, 2; votos nulos, 15 - total dos eleitores, 707. 

- 5 de fevereiro de 1963 - São Vicente vivia um dia de muita alegria e entusiasmo com a realização da primeira corrida de calhambeques. A prova foi realizada na avenida Presidente Wilson. (A Tribuna) 
1964 -Em 18 de fevereiro a Prefeitura de São Vicente, através de seu procurador prof. Frederico Marques, impetrou mandado de segurança contra a realização do plebiscito e a aprovação da lei nº 8.092/64. O referido mandado seria julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado, em abril de 1964; por 3 votos contra 2, concedeu a segurança interposta, e conseqüentemente determinou a suspensão das eleições, já convocadas, para que o município de Praia Grande ficasse plenamente constituído. 

- Fundação das Escolas Estaduais Augusto de Saint’ Hilaire e Zulmira de Almeida Lambert; e do particular Instituto Educacional Brasília. 

- Falecimento do violonista Maurício Moura, em 2 de dezembro. 

- Lançamento do monoquini na Praia do Itaraté, pela banhista Luiza Nancy Tardivo. 

No Brasil a polêmica tornou-se alvo de processo judicial em São Vicente, quando as autoridades policiais receberam denúncia de atentado contra a moral pública. A denunciada foi absolvida pelo juiz Dr. Octavio Reys, que após ouvir a explanação de um parecer erudito do promotor Dr. José Beluzzo, determinou o arquivamento do processo. Sucessor do biquíni, o monoquíni foi alvo de polêmica na Europa, sendo condenado pelas autoridades clericais do Vaticano e amplamente divulgado nas praias norte-americanas. Em Washington , Linda K. Naylor, de 19 anos, fez protesto diante da Cassa Branca. Em Verona, a polícia recolheu nas bancas um revista alemã que divulgava a nova moda feminina. No Rio de Janeiro, uma loja na rua Gonçalves Dias expôs a peça na vitrine, por 12 mil cruzeiros e recebeu ameaças por telefone, bem como uma encomenda de uma secretária, para uso em piscina particular. Em Porto Alegre, a TV Gaúcha foi suspensa por ordem do Ministro da Justiça, por ter exibido o monoquíni em sua programação noturna. A denúncia partiu de um grupo de senhoras de associações beneficentes da cidade. 

1964- Fundação da Escola Estadual Margarida Pinho Rodrigues, de instrução primária. 

1965– O presidente da república Castelo Branco São Vicente a Cidade Monumento. 

29 de Março de 1965. O Marechal Castelo Branco, presidente da República, diante do então prefeito Charles Dantas Forbes e membros da comitiva vicentina, assina o decreto de elevação de São Vicente à "Cidade Monumento da História da Pátria", ato que provocou o reconhecimento oficial do título CÉLLULA MATER DA NACIONALIDADE. O memorial de reivindicação dos dois títulos foram de autoria do historiador santista Francisco Martins dos Santos, fundador dos Institutos Históricos de Santos e de São Vicente. Fonte: Poliantéia Vicentina. 

CIDADE MONUMENTO 

A elevação de São Vicente à condição única no Brasil de Cidade Monumento da História Pátria foi oficializada através da Lei Federal nº 4.603/65, de autoria do Deputado Athié Jorge Coury, sancionada pelo Presidente da República, Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, a 20 de março de 1965. 
Não foi um presente oferecido à “Cellula Mater da Nacionalidade” pelo Congresso Nacional espontaneamente, foi uma conquista árdua, reclamada insistentemente através de quinze anos pela iniciativa de Fernando Martins Lichti, sob a liderança do IHGSV. Mobilizando todos os segmentos sociais, cívicos, políticos, esportivos, culturais, altruísticos e de serviços desinteressados à cidade, como jamais acontecera em São Vicente. Foi uma conquista da persistência, pois foram necessários quatro projetos apresentados na Câmara Federal através dos deputados Antônio Feliciano, Lincoln Feliciano e dois do deputado Athié Jorge Coury - todos eles elaborados pelo historiador Francisco Martins dos Santos. (Boletim do IHGSV) 

LEI 4.603 - de 20 de março de 1965 
Concede a denominação de Cidade Monumento da História da Pátria” à Cidade de São Vicente, no Estado de São Paulo. 
O Presidente da República 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º - À Cidade de São Vicente – Cellula Mater da Nacionalidade – é concedida, em caráter excepcional, a denominação de “Cidade Monumento da História da Pátria”. 
Art. 2° - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 20 de março de 1965; 144° da Independência de 77° da República. 
H. Castelo Branco 
(Diário Oficial da União - 23 de Março de 1965) 

- Fundação da pré-escola particular Itá Liceu Educacional. 

- Inauguração do Curso de História da faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santos. 

- Ato Institucional extingue os partidos políticos e impõe o bipartidarismo: ARENA e MDB. 

- Inauguração do Restaurante Boa Vista, num antigo casarão na rua Onze de Junho, esquinas com a Pero Correa. Na década de 1940, no mesmo local funcionava o empório de Eleutério Teixeira, onde, à noite, os rapazes, vestidos de ternos, brilhantina nos cabelos e sapatos bico fino, paravam para namorar. O ponto de encontro também funcionou como Padaria Continental, antes do Restaurante Boa Vista. 

- Fundação do LAM - O Lar de Assistência ao Menor (LAM), em 20 de Setembro, com a finalidade de abrigar crianças desamparadas encaminhadas tanto pelo Juizado de Menores como pela Promoção Social do Estado. 

- Gravação de cenas do filme “São Paulo Sociedade Anônima”, tendo como protagonistas Valmor Chagas e Darlene Glória. As cenas foram feitas na Baia de São Vicente, Mar Pequeno e Praia do Itararé-Ilha Porchat. 

1966 - Em 10 Abril, um domingo de Páscoa, numa promoção da Câmara Júnior de São Vicente e com patrocínio da Laranja Fanta, a Escola de Samba Portela - RJ, com cerca de mil figurantes, tendo à frente o legendário Seu Natal da Portela, desfilou primeiramente na orla da praia santista, indo depois para São Vicente. ( Panorama do Samba Santista) 

- Cassação de políticos e autoridades vicentinas pelo regime militar. Foram atingidos pelo ato o prefeito, vicen -prefeito, três vereadores e três funcionários administrativos.

A cassação do mandato e dos direitos políticos do prefeito vicentino, sr. Charles Alexander de Souza Dantas Forbes, decorreu das graves irregularidades apuradas mediante investigação sumária realizada pelo Departamento Federal da Segurança Pública. O clichê fixa o momento em que, há algum tempo, o então chefe do Executivo de São Vicente adentrava o quartel do 2º Batalhão de Caçadores, para ser interrogado pelas autoridades federais.
Foto publicada com a matéria

Prefeito e vice de S. Vicente cassados por Castelo Branco

Em 20 de abril, após despacho de uma hora, com o ministro da Justiça, o presidente Castelo Branco assinou decretos cassando o mandato e suspendendo os direitos políticos das seguintes pessoas: Domingos de Mendonça Neto, prefeito municipal de João Pessoa, Paraíba; Sérgio Fuentes, prefeito municipal de Livramento, Rio Grande do Sul; Charles Alexander Souza Dantas Forbes, prefeito de São Vicente, Estado de São Paulo; Jaime Pinheiro Guimarães, vice-prefeito de São Vicente, São Paulo; Ricardo Gonçalves Rocha, Osvaldo dos Santos e Osvaldo Toschi, vereadores em São Vicente, São Paulo. Foram demitidos do serviço público José Rubens Marcondes de Moura, secretário do prefeito de São Vicente; José Carlos Rivero, chefe do setor de avaliação de "inter vivos" da Prefeitura de São Vicente; José Carlos Gonçalves Nascimento, lançador da Prefeitura Municipal de São Vicente. (A Tribuna) Os atos presidenciais foram baseados no art. 15 do Ato Institucional número dois e seus parágrafos e no art. 14 e seu parágrafo único do AI-2. 

- Jornal A Tribuna publica anúncio reproduzindo denuncia do São Vicente Jornal sobre a demissão do
industrial Evangelista Donzelini pelo interventor Lincoln Feliciano. 




- Fundação da Escola Estadual Vila Sorocabana (depois denominada Antonio Pedro e atualmente Prof. Constant Luciano Clement Houlmont), para ensino de 1º e 2º graus; e da Escola Municipal Samaritá. 

- Esmeraldo Tarquínio Campos Filho e Olavo Horneux de Moura são os primeiros deputados vicentinos a tomar posse na Assembleia Legislativa de São Paulo. 

- CIDADE BELA, MAS DIFÍCIL DE GOVERNAR. Em 27 de setembro o interventor Lincoln Feliciano publica no jornal A Tribuna,  um pronunciamento fazendo um balanço do seu mandato de exceção:


- Em 26 de outubro o Supremo Tribunal Federal reconheceu como legítima a emancipação de Praia Grande, concedendo seu desmembramento do município de São Vicente. Acompanharam este histórico julgamento, em Brasília, pela Praia Grande, os deputados Hilário Torloni, Ítalo Fittipaldi e Henrique La Roque, e pela comissão pró-desmembramento os senhores Eládio Eloy Pessoa de Barros, João Carneiro, Paschoalino Borelli e Dorivaldo Loria Júnior, e por São Vicente os deputados Antonio Feliciano e Athié Jorge Coury. 

– Desabamentos do Edifício Vista Linda, no lado continental da Ponte Pênsil.


No dia 23 de dezembro de 1966, havia desabado o Edifício Vista Linda, próximo à Ponte Pênsil, em São Vicente. Às 17h28, o sargento Jaime de Miranda,( já falecido) da Polícia Rodoviária, ouviu um estalo na direção do prédio. Quando percebeu que era um deslizamento de terra e pedras do Morro dos Barbosas, junto com o zelador, conseguiu que os 38 ocupantes distribuídos nos 10 andares saíssem em cinco minutos. O edificio tinha 66 apartamentos. 

1967 – Provável realização do primeiro filme brasileiro de surfe foi feito na praia do Itararé, em São Vicente, em película de 8 mm preto-e-branco. A transcrição do filme em vídeo digital foi colocada no YouTube em 13/11/2006 pelo internauta e produtor independente paulistano Manoel Valença. Nas imagens, vê-se também a baía de Santos, as ilhas Urubuqueçaba e Porchat, e ao fundo a Ilha de Santo Amaro (Guarujá). (NovoMilênio) 

- Fundação da Escola Estudal Prof. José Nigro. 

- Inauguração do Monumento dos Tambores, na divisa entre Santos e São Vicente. 
Considerada uma arrojada obra arquitetônica para sua época, o marco rodoviário de Santos-São Vicente é de autoria de Ubirajara Ribeiro e Walter Maffei, que o projetaram em 1967 como complementação das obras de urbanização da Av. Nossa Senhora de Fátima. Concebido como elemento de sinalização, demarcação, informação e comunicação urbana, visando torná-lo ponto de interesse marcante na paisagem na divisa entre Santos e São Vicente, os tambores indicam Norte, Sul, Leste e Oeste, como a Rosa dos Ventos. É um marco original, usando concreto e tambores que indicam os pontos cardeais conhecido como o Monumento dos Latões ou Monumento dos Tambores e foi justamente num folheto da Prodesan sobre a inauguração deste monumento que pela primeira vez apareceu o topônimo "Zona Noroeste" (Novo Milênio). 


TAMBORES MARCAM A DIVISA
 



Quem passa pela Avenida Nossa Senhora de Fátima, no trecho do Bairro São Jorge, já notou um imponente e curioso monumento localizado no canteiro central, composto por uma estrutura de concreto e tambores de óleo. Trata-se do Marco Divisório entre Santos e São Vicente, inaugurado em 1967. Idealizado pelos arquitetos Walter Maffei e Ubirajara Ribeiro, o monumento tem 9,26 metros de altura e 2,6 metros de base. Leva 22 tambores de óleo doados pela Usiminas. A obra foi construída pela Prodesan. Originalmente o marco foi concebido para celebrar a urbanização da Avenida Nossa Senhora de Fátima. Possui 11 níveis indicativos de direção com os dizeres Norte, Sul, Leste e Oeste. O  bairro São Jorge também conta com as ruínas do antigo Engenho de São Jorge dos Erasmos, monumento tombado pelo patrimônio histórico. O complexo representa o passado econômico do Brasil no seu primeiro ciclo, que foi o da cana-de-açúcar, sendo o único presente no Estado de São Paulo, em local próximo à divisa das cidades de São Vicente e Santos. Segundo historiadores, sua fundação veio juntamente com a formação do povoamento local, por volta de 1534. Em 1958, o terreno foi doado à Universidade de São Paulo (USP) por Octávio Ribeiro de Araújo. Suas instalações foram restauradas e reabertas em 2005, com programa de visitação.

Moradora vive nas duas cidades

"A senhora mora em Santos ou São Vicente"? A pergunta é feita com freqüência ainda hoje para a dona de casa Nathalia Maria do Nascimento, que mora na Rua Francisco da Costa Pires, no território de Santos, bem ao lado da divisa com o município vizinho.
Somente um canteiro central separa as duas cidades. "Basta atravessar a rua e estamos em São Vicente. Parece estranho, mas é o que acontece na prática".
O canteiro também delimita a área de ação do serviço de varrição de rua das duas cidades. Enquanto os funcionários da Terracom, que responde pelo serviço de limpeza urbana em Santos, atuam no lado santista, trabalhadores da Prefeitura de São Vicente cuidam de limpar o trecho vicentino.
"Na verdade, eu sempre considerei o São Jorge um bairro metade santista, metade vicentino, porque em São Vicente ele tem o mesmo nome. E tenho amigos e parentes que moram bem próximo nas duas cidades", assinalou Nathália.
Limite
A Avenida Francisco da Costa Pires, onde Nathália mora, serve como ponto demarcatório da divisa entre Santos e São Vicente. São Jorge na fachada - Coincidência ou não, o nome do condomínio em que Nathália mora é o mesmo do bairro (São Jorge). E ostenta ainda a imagem do santo na fachada principal.
"Realmente há essa coincidência. Mas eu vim para cá bem depois do prédio ter sido construído. Não conheço a história da origem do nome do condomínio", assinalou a moradora. A principal queixa da moradora diz respeito às enchentes que acontecem nas vias próximas, como na Rua Haroldo de Camargo. "Tem vezes que aquela via se transforma em um rio, tamanho o volume de água", adverte Nathália. A questão da segurança é outro ponto falho apontado por Nathália. "Ainda é um bairro tranqüilo. Mas já foi bem mais no passado. Hoje em dia não dá mais prá ter a mesma rotina que tínhamos anos atrás".
Nathália se considera santista e vicentina por morar na divisa.
Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria


PERDENDO OS LIMITES 
Histórias e lendas de São Vicente- Novo Milênio 

De quando em vez, a questão dos limites de cada município da Baixada Santista vem à tona, e principalmente os municípios de Santos e São Vicente já perderam parte considerável de seu território inicial - basta dizer que, na definição original, a capitania de São Vicente ia do mar até o interior do Brasil, no limite demarcado pelo Tratado de Tordesilhas, em território inexplorado que poderia chegar até o Peru (já que este, segundo alguns mapas da época, se derramava por quase todo o território do Brasil, exceto a faixa litorânea), bem como englobar o território do Paraguai (sua capital, Assunção, chegou a ser reclamada inicialmente pela Coroa Portuguesa, como parte do território luso-brasileiro). 
A propósito, no instrumento de "doação das terras de Jarabatiba a Brás Cubas", o fundador de Santos, lê-se que sua terra "poderá ser da grandura de duas léguas e meia, pouco mais ou menos, até três léguas por costa, e por dentro quanto se puder estender que for da conquista de el'rei nosso Senhor [...]" 
A perda de território de Santos e Guarujá ocorreu também pelo desmembramento desses municípios, dando origem a Cubatão, Guarujá, Bertioga, Praia Grande. E ainda, por questões de demarcação, como citado nesta matéria do jornal santista A Tribuna, enviada de sua sucursal de São Vicente e publicada em 18 de janeiro de 1981: 

Território de SV já sofreu grandes perdas 

A recente pretensão de um vereador de Cubatão, João Faustino Alvarenga, de anexar àquele município 20 quilômetros quadrados de São Vicente, dentro do Distrito de Samaritá, abrangendo os núcleos do Jardim Rio Branco e Parque das Bandeiras, pode representar novidade apenas para pessoas que não conhecem com detalhes a história da demarcação do território vicentino. 
São Vicente, ao longo de sua existência, já perdeu muito de sua área original, através de movimentos separatistas ou por motivo de interesses econômicos e políticos. Hoje, quando se fala tanto na possibilidade de Cubatão conseguir anexar grandes extensões em Samaritá, poucos lembram que, pelo lado de Santos, as divisas foram várias vezes alteradas, sempre em prejuízo da chamada Cellula Mater do Brasil. 
Antigos moradores do Bairro Chico de Paula, em Santos, afirmam que naquele local havia uma pedra com uma cruz esculpida e que esse marco representava uma das primeiras divisas entre os dois municípios. Posteriormente, no tempo em que surgiu a Cia. Carril e Viação - conhecida também como estrada de ferro dos Emmerichs -, a divisa passou a ser na Estação Emmerich, no Bairro de Santa Maria, ao longo da Avenida Nossa Senhora de Fátima. 
Quando a citada ferrovia foi desativada, surgiram os bondes elétricos e a linha demarcatória entre Santos e São Vicente foi definida no antigo Matadouro. Contudo, passados alguns anos, o marco separando os municípios vizinhos acabou sendo transferido para a Caneleira. Mais algum tempo, e Santos conseguiu anexar um novo trecho até às proximidades do canal sobre o Rio São Jorge. Para quem vai de Santos para São Vicente, pela Nossa Senhora de Fátima, é possível ver, na calçada, do lado direito da avenida, perto do Supermercado Peralta, uma lápide regulamentando essa nova demarcação de território. 
Finalmente, a divisa foi mais uma vez mudada para o limite entre os bairros da Areia Branca e Jardim Guassu, onde permanece até hoje, caracterizada pelo marco dos tambores entrelaçados. Como todas as demais anexações, esta última foi justificada pelos interesses de Santos em abranger uma parcela sempre maior das águas limítrofes com São Vicente pela chamada linha 1, referência ao número dos bondes que por ali circulavam. Na anexação da Areia Branca, Santos conseguiu também os terrenos necessários para construir seu terceiro cemitério. 
Do lado de Itanhaém - Contudo, as perdas territoriais também ocorreram do lado de Itanhaém, município com o qual São Vicente fazia divisa antigamente. Tudo começou em 1949, com o surgimento do movimento separatista de Mongaguá. Entre 1952 e 53, ocorreu uma tentativa de desmembramento do Distrito de Solemar, que não surtiu efeito. 
Mas, quatro anos depois, Praia Grande iniciaria seu movimento de emancipação, que se arrastaria, com marchas e contramarchas, até 1967, quando a separação se concretizou. Após a emancipação de Praia Grande, surgiram por diversas vezes naquele município veladas tentativas de anexação também dos bairros vicentinos do Japuí e Jardim Bechara. 
Por outro lado, mesmo na área do Distrito de Samaritá, São Vicente já perdeu algum território, quando a divisa entre o município e São Paulo, na região da Serra do Mar, foi transferida para Rio dos Campos, o que tirou da jurisdição vicentina a área de Evangelista de Souza. 

OS 14 MARCOS DIVISÓRIOS VICENTINOS 


14 marcos - Atualmente, segundo dados do IBGE, São Vicente tem uma área de 131 quilômetros quadrados, mantendo divisas com os municípios de Santos, Cubatão, São Bernardo, São Paulo, Itanhaém, Mongaguá e Praia Grande. Em 1977, o prefeito Koyu Iha requereu à Secretaria do Planejamento do Estado a demarcação dos atuais limites territoriais de São Vicente, com base na Lei nº 8.092, de 28 de fevereiro de 1964, da Assembléia Legislativa, que estabeleceu as divisas municipais para a região. 
Dessa forma, foram implantados 14 marcos nos seguintes pontos: com o Município de Cubatão - junto à confluência do Ribeirão Passareúva com o Rio dos Pilões, no caminho que vai para o reservatório de decantação das águas dos Pilões (Sabesp); junto ao Rio dos Pilões, no caminho que vai para o mesmo reservatório; na confluência do Rio dos Pilões com o Rio Cubatão; na Rodovia Pedro Taques, no cruzamento com o córrego da Mãe Maria, junto ao km 60, e junto à ponde da Rodovia dos Imigrantes no Largo do Pompeba. 
Com o município de Santos, os marcos foram fincados na confluência do Córrego da Divisa com o Rio dos Bugres, na Avenida Divisória; na Avenida Divisória, cruzamento com as ruas Jorge Shamas e Aracajú; ainda na Avenida Divisória, no cruzamento com a Avenida Antônio Emmerich; nessa mesma via, no ponto de cruzamento com a Rua Leonor Mendes de Barros e Luiz de Rengo, em frente ao Colégio Cidades Irmãs; no alto do Morro do Cotupé, e na Avenida Padre Manuel da Nóbrega, próximo ao prédio Itaguaçú. 
Os limites com Praia Grande foram estabelecidos pelos marcos implantados próximo ao Oceano Atlântico, na barra do córrego que tem sua cabeceira entre os morros Xixová e Japuí, e junto à cabeceira desse mesmo córrego. Através da projeção de linhas imaginárias entre esses 14 marcos e também entre os acidentes geográficos existentes nos limites de São Vicente, ficam definidas ainda as divisas com São Paulo, São Bernardo, Mongaguá e Itanhaém. 
Mudança da lei? - De acordo com o assessor da Prefeitura, Jaime Caldas, que participou da implantação de todos os marcos juntamente com os representantes da Secretaria do Planejamento, as divisas atuais de São Vicente estão garantidas pela Lei Estadual de 1964 e, portanto, a anexação de parte de Samaritá por Cubatão só poderia concretizar-se com a modificação dessa legislação. 
No entanto, como já aconteceu em outras oportunidades, não é impossível que as leis sejam mudadas para que São Vicente perca mais uma parcela de seu território. E, em Samaritá, além da pretensão de Cubatão, sabe-se que existe também um velado interesse de Praia Grande por áreas do distrito, o que ficou patente, por exemplo, com o exacerbado empenho daquele município em conseguir, dentro do Programa Aglurb, a construção de uma ponte ligando aquela região ao bairro praia-grandense de Vila Sônia - estabelecendo, a curto prazo, uma integração entre as duas áreas. 

Monumento a Martim Afonso na divisa do José Menino, nos anos 1970. IHGSV


1968 - Estudantes presos no congresso da UNE(União Nacional dos Estudantes), detido no quartel do 2º Batalhão de Caçadores, são libertados por ordem do STF.







– O vicentino Esmeraldo Tarquínio do Santos Soares é proclamado prefeito da cidade de Santos. 

O CALUNGA QUE IA GOVERNAR SANTOS 

Eis o homem 
Nome: Esmeraldo Soares Tarquínio de Campos Filho. Nascimento: 12 de abril de 1927. Cidade São Vicente. Pai: Esmeraldo Soares Tarquínio de Campos (de Salvador). Mãe: Iracy Moura Campos. Esposa: Alda Terezinha Tarquínio de Campos. Dois filhos: Esmeraldo e Débora. 
Seu pai veio da Bahia com 14 anos. Fixou-se em São Vicente, indo trabalhar como gráfico no jornal da época, O Progresso. Ali aprendeu a escrever, fazendo-se jornalista. Depois veio para Santos, trabalhar no Jornal da Noite, Diário da Manhã e Praça de Santos. Neste último fez a revolução de 30, contra Washington Luiz. Uma noite, quando estava na redação, foi obrigado a sair pela clarabóia, para não se haver com a polícia. Mas em 32 voltou a fazer nova revolução, desta vez por São Paulo. As lutas o levaram à tuberculose. Morreu dois anos depois (1934), em Campos do Jordão. Quando seu pai morreu, Esmeraldo tinha 7 anos e já sabia ler. Sua mãe ensinou. A situação financeira da família não andava bem, não tardou que se mudassem para São Paulo. Na capital, começou o drama do menino pobre. 
Aos 9 anos, tornou-se aprendiz de marceneiro. Sobrava tempo ainda para estudar no Grupo Escolar Eduardo Prado. Seu segundo emprego foi como aprendiz de gráfico. Mas, ficou pouco em São Paulo. Em 37, dia 13 de janeiro, mudou-se novamente para Santos, com sua mãe. 
Arranjou serviço no Jornal da Noite, de propriedade de Mário Amazonas, como contínuo de redação e oficina. Esmeraldo lembra ainda hoje o episódio da calandra, o "trote" que sofrem todos os novos em jornal. Um dia um redator pediu que ele fosse à oficina buscar uma calandra embrulhada. A calandra é uma máquina que tem três toneladas. Ele voltou à redação acabrunhado com a brincadeira.


Hoje, em Campos do Jordão, aguardando o momento da posse, Esmeraldo recorda alguns companheiros dessa época. Entre eles, Rosinha Mastrangelo e Pedro Peressin, o popular Barbado. 
Com advogado - Do Jornal da Noite foi para a agência de mensageiros. Durou pouco esse emprego. O seguinte foi no escritório do advogado Cleóbulo Amazonas Duarte, como office-boy, para ganhar 50 mil réis. Tinha dez anos. 
Além do escritório, fazia alguns serviços no Fórum. Isso significava uns cobres a mais. O convite partiu de Paulo Gasgon, na época escrivão da 1ª Vara. Esmeraldo lembra de uma passagem daquele tempo. Dia 11 de outubro de 1937, foi a um parque de diversões e ganhou uma garrafa de vinho tinto. Como recebera 12 mil réis para sortear os jurados, aproveitou para almoçar com um amigo, no Bairrada. Pediram uma mariscada americana, acompanhada pelo bom vinho ganho no parque. Depois não foi trabalhar. Tem preferência a uma pelada no campo do infantil do Vasco da Gama. Mas não teve forças para isso e acabou dormindo até as 7 da noite. Era fatal: no dia seguinte, quando chegou às 8h30 para abrir o escritório, encontrou um bilhete do dr. Amazonas Duarte. Era o bilhete azul. 
A vida continuou difícil, a família precisava daqueles mil réis. Tarquínio não podia dizer à mãe que estava desempregado. Então, corre as casas comerciais e deixa o nome em todas elas. Em 25 de outubro de 1938, recebeu o primeiro cartão de sua vida que o chamava de "Senhor Esmeraldo". Era de João Antonio Mendes, tradicional comerciante de livros em Santos. O convite foi aceito e lá foi ele vender livros e fazer entregas. Esmeraldo diz hoje que foi este um dos principais empregos de sua vida. Tem certeza de que os livros de João Mendes o ajudaram a aprender até o inglês. 
Em 4 de setembro de 39, uma segunda-feira, logo após o início da guerra, começou a trabalhar com o advogado Álvaro de Cunha Parente, ganhando 140 mil réis. Em 4 de fevereiro de 1944, foi para o escritório de despachos aduaneiros de Olímpio dos Santos Lima, por 250 mil réis. Em setembro do ano seguinte, com 450 cruzeiros, passou para o escritório de despachos de Domingos Pierri. Mas só em 14 de novembro do mesmo ano viu que dava para cantor: Esmeraldo abafou na orquestra de "Nardi e os seus rapazes". Sua estréia foi no baile do Jabaquara. 
Em 1º de julho de 1946, foi para a firma Ennor & Cia., cujo despachante era Henrique de Araújo. Como chefe de exportação, Esmeraldo passou a ganhar 800 cruzeiros. Em 47, foi aumentado para 1.200 cruzeiros. Em fins desse ano, para ganhar 1.600, passou a trabalhar com João Mazeli. Em 48, tornou-se contador no José Bonifácio. Depois, foi fazer um curso no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, sempre trabalhando. Favorecido por uma lei de Dutra, em 1950, que beneficiava os que se formavam na época em contabilidade, fez um cursinho e prestou vestibular para Faculdade de Direito em Niterói. Entre 1.753 candidatos, conseguiu ingressar com uma boa média. A partir de 1957 abandonou todos os empregos, dedicando-se exclusivamente à advocacia. Seu primeiro companheiro de banca foi o advogado Luciano Barbosa. (jornal Cidade de Santos- Novo Milênio)

- Segundo governo do prefeito Álvaro Assis (Foto)em cuja gestão registrou-se a primeira grande ressaca na Baía de São Vicente, depois de 1928. Coube-lhe defender os prédios da orla da praia, iniciando os molhes de pedra - até então inexistentes - e desde aí S. Vicente começou a perder sua praia. (Poliantéia Vicentina) 

- Eleição de Dorivaldo Lória Júnior, o primeiro prefeito de Praia Grande eleito por votação popular após a emancipação e desmembramento de São Vicente. Anteriormente a cidade foi governada por dois interventores federais.  

- Criação, em 25 de março, da Paróquia de Nossa Senhora de Aparecida, na Vila Fátima. 
Desmembrada totalmente da Paróquia São Vicente Mártir, por Decreto de Dom David Picão de 25 de março de 1968. Seu primeiro pároco foi o Pe. Júlio Lopes Llarena, que durante os anos anteriores aí esteve preparando a comunidade para a nova Paróquia. A atual Igreja Matriz teve início em 1952 com a intronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida na casa de um dos fiéis. No ano de 1955 o Pároco de São Vicente, Pe. Teófilo Fraile, rezava ali a primeira missa. Em 1957 os moradores do Rio d’avó foram despejados e a imagem foi para outra casa. Em 1958, em março, foi colocada a primeira pedra, e em junho, Dom Idílio José Soares benzia a Capela e aí celebrava a primeira missa. O Côn. Júlio Llarena tomou posse como pároco em 01 de maio de 1968, e permaneceu na Paróquia até 27/12/1977.Com a criação da Paróquia de Cristo Rei em 23 de fevereiro de 2014, as comunidades Dom Bosco, Bairro Jockey Club e Nossa Senhora das Dores, Bairro Parque São Vicente passaram a pertencer a nova paróquia de Cristo Rei. 

- Criação da Caixa de Previdência dos Servidores Municipais de São Vicente, pela Lei Municipal nº. 1377/68, de 12 de julho. 

- Morte do sertanista e escritor Willy Aureli, chefe das expedições Anhanguera e Bandeirante Piratininga. Sobre ele escreveu Afonso Schimidt numa resenha sobre o livro Rio da Solidão: “O vicentino sertanista, como os desbravadores do passado, fundou povoados, plantou roças, abriu estradas e caminhos que hje são percorridos pelos primeiros habitantes. Não raro, para levar a efeito seus empreendimentos, Willy Aureli assumia compromissos pessoais, que de volta satisfazia com seus minguados proventos financeiros da empresa, dos livros que escrevia e documentários que eram exibidos em todos os cinemas brasileiros e, também, das conferências e palestras em institutos educacionais, escolas normais e colégios de muitos estados, incluindo o Rio de janeiro e Paraná”. 

- Fundação da Escola Estadual União Cívica Feminina. 

1969–Eleição do prefeito Jonas Rodrigues. 

O PREFEITO ATLETA E MEMORIALISTA

                                    
Nascido em Santos, em 22 de outubro de 1925. Filho de Francisco Rodrigues e Adelina Serra Rodrigues. Casado com d. Laura Bessa Rodrigues, figura de proeminência no Serviço Social de Menores da Baixada Santista. 
Iniciou o estudo primário na antiga Escola do Povo em nossa cidade. Cursou o ginásio no Instituto de Educação Canadá, em Santos, e o científico no Colégio Anglo-Latino, em São Paulo. Diplomou-se, mais tarde, em inglês pela Cultura Inglesa, em Santos, e em francês, pela Aliança Francesa. 
Inclinado à ciência do Comércio, bacharelou-se pela Escola de Comércio Álvares Penteado, em São Paulo, e, posteriormente, em Ciências Políticas e Sociais, pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Católica de Direito de Santos. Foi durante muito tempo professor de Estudo Comparado dos Sistemas Econômicos, na Faculdade de Ciências Econômicas de Santos.Fez parte da reunião do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, realizada no Rio de Janeiro em 1967.  Foi eleito vereador à Câmara Municipal de São Vicente em outubro de 1959. Em maio de 1963 assumiu a presidência da Edilidade, para logo em junho do mesmo ano, em função de complexas injunções políticas, assumir o cargo de prefeito municipal de São Vicente, que exerceu por seis meses, com extraordinário descortino administrativo, resolvendo, nesse curto período de administração municipal, problemas que afligiam a população vicentina, como as obras inacabadas e paralisadas há longo tempo, da pavimentação da Praça 22 de Janeiro, da construção da ponte sobre a estrada de ferro, na Av. Antônio Emmerich, e a própria pavimentação da segunda pista dessa avenida. 
Em 1969 assumiu a Prefeitura Municipal de São Vicente, como prefeito eleito, com mandato até 1972, ocasião em que obteve uma extraordinária vitória eleitoral, obtendo mais votos que seus cinco candidatos opositores juntos.Em sua administração, além de construir a segunda pista da Praia Itararé - Av. D. João VI, iluminou quase todos os bairros vicentinos, saneou os bairros e resolveu definitivamente o cruciante problema da falta d'água de S. Vicente, transferindo esse serviço para o Estado. 
Jonas Rodrigues foi atleta do S. Vicente Atlético Clube, de cuja agremiação foi conselheiro, por diversas vezes. É membro do Lions Clube de São Vicente e do Clube dos 21 Irmãos Amigos de São Vicente, além de presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente. Participa das principais instituições socioesportivas e beneficentes de nossa Cidade. 
É o atual (N. E.: em 1982) superintendente da Bolsa de Valores de Santos, onde exerce suas atividades profissionais. Foto: Vultos Vicentinos 

- Fundação da Terreiro de Umbanda Caboclo da Mata e João da Areia, em 23 de janeiro, na rua Benjamin Constant, 211, fundos. 

- Fundação das Escolas Estaduais Prof. Ênio Vilas Boas 1º Grau Estadual e Prof. Octavio de Cesare.

- Fundação do CAMP São Vicente, em 13 de setembro.
Em 1969, a então presidente da União Cívica Feminina de São Vicente, Doutora Marilena Carmen Moreno de Azevedo, acreditou que esse projeto contribuiria para amenizar o que se avizinhava como um problema em São Vicente - cidade com uma enorme região de periferia e alta taxa de desigualdade social - e trouxe-o como um Projeto da União Cívica Feminina denominado ASPAVI. Dois anos após e pela receptividade da cidade, funda-se então o “Círculo de Amigos do Menino Patrulheiro de São Vicente – CAMPSV, sigla que até hoje se mantém na instituição e que era destinado aos meninos, apenas. Funcionava na rua Américo Brasiliense, n° 190.

- O vice-prefeito eleito de Santos, Oswaldo Justo, renuncia ao seu mandato, poucos dias antes de ser empossado, de acordo com a Lei Orgânica dos Municípios, no cargo de prefeito, vago com a suspensão dos direitos políticos do sr. Esmeraldo Tarquínio pelo presidente da República, e que havia sido o vencedor das eleições de 15 de novembro de 1968. A carta de renúncia foi encaminhada ao presidente da Câmara e tornada pública na sessão de ontem do Legislativo municipal pelos vereadores Noé de Carvalho e Emílio Justo, irmão do vice-prefeito. Com o término do mandato do prefeito Sílvio Fernandes Lopes no próximo dia 14 de abril, a cassação do sr. Esmeraldo Tarquínio e a renúncia agora do sr. Oswaldo Justo, Santos deverá ser submetida a intervenção federal, dentro do que determina o Ato Institucional n. 7. (A Tribuna) 

-Em 15 de fevereiro a Escola de Samba Unidos Vicentinos disputou o III Campeonato Estadual de Escolas de Samba, realizado em Santos, na orla da praia do Canal 6 até as imediações do Embaré, ao lado de X-9 e Império do Samba (Santos); Nenê de Vila Matilde, Unidos do Peruche e Lavapés (São Paulo); Acadêmicos de Vila Paulista (Ribeirão Preto) e Estrela D'Alva (Campinas). (panorama do Samba Santista). 

- Criação da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em 31 de dezembro, no Bitaru. 
Em 1925 Dom José Maria Parreira Lara, 1º Bispo Diocesano de Santos, deu a srª Eulina Trindade, conhecida como Dona Tuquinha, o encargo de iniciar a construção da capela de Nossa Senhora do Amparo. Em 28 de abril de 1929 foi colocada a pedra fundamental da Capela. Em 01 de julho de 1990, por Dom David Picão, Bispo Diocesano a capela passou a ser Reitoria de Nossa Senhora do Amparo. 1º Reitor: Pe. Newton José Crippa. Esteve também na reitoria o Diác. Permanente Ilton Angioletti. 

- Instalação da agência regional  do INPS




1970- Fundação da Escola Estadual Profa. Yolonda Comte. 

- Fundação do Clube Amigos dos Pássaros. 

- Fundação do Clube 21 Irmãos Amigos, comunidade cívica fundada por iniciativa do Dr. Cleóbulo Amazonas, 20 de abril de 1971 , na sede do Clube Hípico. 

1971 - Fundação, em 25 de fevereiro, a Loja Maçônica Duque de Caxias. 

- Inauguração em 23 de setembro, às 13h, a 44ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, em São Vicente. 

Diante de autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a subseção foi estabelecida no salão Nobre do Fórum da Comarca de São Vicente (situado, na época, na Rua XV de Novembro, 171 – Centro). A cerimônia contou com a presença das seguintes personalidades: Desembargadores Dimas Rodrigues de Almeida e José Manuel Arruda, Diretor do Fórum de São Vicente, Juiz de Direito Luiz Eduardo Corrêa Dias; Promotor Público da 3ª Vara de São Vicente, José Salomão Ankar; Diretor do Fórum de Santos, Marcus Vinicius dos Santos; Prefeito Municipal, Jonas Rodrigues; Presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Sebastião Ribeiro da Silva; Comandante da Fortaleza de Itaipu, Coronel Osvaldo Muniz Oliva; Conselheiro da OAB – representando o Presidente da Seccional de São Paulo, Dr. Aluysio Alvares da Cruz; Presidente da Subseção de Santos, José Gomes da Silva; Monsenhor Geraldo Borowski, Prefeito de Praia Grande, DorivaldoLoria Junior; Presidente da Câmara Municipal de Praia Grande, Pablo Trevisan Perutich; além dos Juízes de Direito Luiz de Macedo e Antonio Carlos de Almeida Ribeiro. Na ocasião, foi nomeada a seguinte comissão provisória: Dr. Manoel Blaz Rodrigues, como presidente; Dr. Alberto Lopes dos Santos, como vice-presidente; Rivadavia da Silva Oliveira, como secretário e Luiz Carlos Alves de Souza, como tesoureiro. A comissão foi, logo depois, nomeada como definitiva e, por mais 3 anos, Dr. Manoel Blaz esteve à frente da subseção. 

- Fundação do CAMP São Vicente, por iniciativa da União Cívica Feminina, sobre a presidência da Sra. Marilena Carmen Moreno de Azevedo. 

- Padre vicentino cria paróquia popular no bairro do Macuco, em Santos. 
Antes da Criação e Instalação da Igreja São Jorge Mártir, no período entre os anos de 1954 e 1959, o Revdo. Pe. Paulo Hornneaux de Moura, foi encarregado pelo então Bispo da época, Dom Idílio José Soares, a administrar os cuidados religiosos aos moradores das casas populares da Bacia do Macuco. Só, então, aos 29 de Setembro de 1971, Dom David Picão, então Bispo Diocesano de Santos, emitiu o Decreto de Criação da Paróquia São Jorge Mártir – Santos/ SP, A Instalação da Paróquia São Jorge se deu no dia 26 de dezembro de 1971, presidida pelo Sr. Bispo Dom David Picão e concelebrando o 1º Pároco, Pe. Paulo Hornneaux de Moura, que tomou posse nessa mesma data e coadjuvante o Diác. Permanente José Benedito. Na época a Igreja ainda estava em construção. 

1972 - Padre vicentino vira nome de escola de Samba em Santos. 


- Realização no Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente da 7ª Exposição Oficial Vicentina em comemoração ao 150 anos da Independência do Brasil. 



- Lançamento do livro Vultos Vicentinos, de Edson Telles de Azevedo, coletânea de crônicas biográficas publicadas desde 1965 em A Tribuna e publicada em livro em 22 de janeiro de 1972, por ocasião da comemoração dos 440 anos da fundação de São Vicente. O evento aconteceu por iniciativa do Departamento de Turismo e da sucursal do jornal, na rua Frei Gaspar. 



A MOCIDADE SANTISTA DE PADRE PAULO 


O clã vicentino dos Horneaux de Moura: Izabel Hornaux de Moura, seu esposo, o Capitão Antero de Moura; o médico e deputado Olavo Horneaux de Moura; o advogado e jornalista Paulo Horneaux de Moura; e o Padre Paulo Horneaux de Moura Filho.

Há em Santos uma escola de samba diferente. Não no modo de sambar, nem nos seus alegres objetivos carnavalescos. É que, quando desfila, ela traz sempre à frente um padre. Um padre, sem fantasia, sem batina, de roupas civis, mas um padre. Esse padre não é outro senão o conhecido, simpático e bem-humorado Padre Paulo (Horneaux de Moura e a escola - que ele ajudou a fundar anos atrás - é a Mocidade Independente de Padre Paulo, várias vezes campeã do Carnaval santista. 
"Mas, como é que o senhor foi fundar uma escola de samba, Padre Paulo?" E ele nos conta como tudo aconteceu: 
"Foi no ano de 1972 e eu havia sido designado para ser o primeiro vigário da recém-fundada Paróquia de São Jorge Mártir, no Macuco. Num domingo de Páscoa, enquanto eu rezava a missa, um grupo de rapazes batucava do lado de fora da igreja. Usavam latas de banha e de cera. Acabou a missa e eu, contrariado, fui falar com eles. Perguntei: se vocês gostam tanto de batucar, por que não fazem um bloco para desfilar no "Dona Dorotéia"? À noite, novamente depois da missa, eles me esperavam do lado de fora da igreja, para me dizer que acabavam de criar o bloco e que haviam lhe dado meu nome: Bloco Carnavalesco Mocidade Independente de Padre Paulo. 
"Protestei - continua padre Paulo -. Mas um deles, carioca, alegou que na sua terra havia a Mocidade Independente de Padre Miguel. Aí retruquei que Padre Miguel é o nome de uma estação de trem, mas não houve jeito, eles estavam irredutíveis e disseram que só continuariam com o bloco se o nome fosse aquele. 
"Ora, como minha intenção era organizar o pessoal jovem do bairro, preferi não criar caso. Anos depois, o bloco virou escola de samba. E eu acabei como sócio fundador! (é interessante que se saiba que Padre Paulo tem desenvolvido, durante toda sua carreira religiosa, um trabalho bem sucedido com jovens em geral, organizando núcleos em vários bairros, com o intuito de levar à juventude formação moral e religiosa). 
Padre Paulo nos confessa que essa sua participação na escola de samba já lhe rendeu muitas críticas e até sérias advertências por parte da Cúria Diocesana. "A tudo isso respondo com a tranqüilidade da minha consciência e a certeza de que realizo o que Cristo quer. Somos levados a cooperar com o povo onde o povo gosta. O brasileiro é muito alegre, brincalhão, e religião, ora essa, não é uma coisa triste!" 
As pressões diminuíram depois da visita ao Brasil do Papa João Paulo II. "É que o Papa disse à imprensa internacional que, se fosse possível, uma das coisas que ele adoraria ver no Brasil era o desfile das escolas de samba". 

- O artista plástico Geraldo Albertine transfere-se para São Vicente, com a intenção de aqui montar o “Museu do Negro”. 

- Falecimento do escritor e filósofo Pietro Ubaldi.


Edifício Iguassu no incíco dos anos 1950, primeira morada de Pietro Ubaldi. 

REFÚGIO DE ARTISTAS : PIETRO UBALDI

Essa imagem do Itararé e Boa Vista podem nos dar uma vaga idéia do que era São Vicente na década de 1950. Na foto está em destaque o Edifício Iguassu, que reinou por alguns anos como símbolo da modernidade arquitetônica, destinado a ser desfrutado apenas por um seleto grupo social de veranistas e uns poucos moradores fixos. Nesse prédio residiu por dois anos e meio o célebre escritor e médium italiano Pietro Ubaldi, autor de vasta obra filosófica inspirada pela entidade "Sua Voz". Seu livro mais famoso é o tratado científico A Grande Síntese, que recebeu elogios significativos de Albert Einstein, sobre os revolucionários conceitos de física quântica ali contidos. Chico Xavier (Emmanuel) definiu o livro como "O Evangelho da Ciência". Nesse endereço da Avenida Manoel da Nóbrega, 686, esquina com Quintino Bocaiuva, Ubaldi ocupou um apartamento cedido pelo amigo Rinaldi Rondino. Depois dessa estadia no Itararé, o escritor italiano foi morar no edifício Nova Era, na Praça 22 de Janeiro, 531, onde ocupou dois apartamentos, incluindo a cobertura, também cortesia de um amigo de Catanduva. Pietro Ubaldi viveu toda a década de 1960 em São Vicente e faleceu no Hospital São José no dia 29 de fevereiro de 1972. Seus restos mortais estão sepultados no Cemitério da Saudade, quadra 13 -72S.

                                
Pietro Ubaldi em frente ao Edifício Nova Era, na Praça 22 de jaeiro. 


- Inauguração da Twin Surf Shop, a primeira loja de artigos de surf do Brasil, fundada pelos gêmeos Eduardo e Carlos Argento.


A loja vicentina de artigos para surf se tornaria uma legenda do estilo de vida beach na Baixada Santista e no país. Foi instalada na avenida Manoel da Nóbrega, no coração da praia do Itararé. A Twin tornou-se rapidamente o sonho de consumo da moda e do estilo de vida hawaiano e californiano vendendo pranchas, skates, revistas especializadas, roupas e inúmeros acessórios. O sucesso os levou para o Gonzaga e depois para São Paulo, no bairro de Moema, onde encerraram suas atividades em 1995. 

1973- Em 11 de julho, o governador Laudo Natel, tendo como secretário dos Transportes o engenheiro Paulo Salim Maluf, outorga ao Dersa a construção e exploração de uma ponte sobre o Mar Pequeno, unindo São Vicente a Praia Grande. 1974 foi um ano de expectativa para o Litoral. Em 1976, o Dersa convoca comissão para estudar o problema e selecionar, entre os concorrentes à construção da nova ponte, uma empresa que realizasse a obra. 

- Falecimento do jornalista e memorialista Edson Telles de Menezes. 
Filho de Antonio Militão de Azevedo e Rosalinda Telles, Edson nasceu vicentino no dia 12 de janeiro de 1900. Fez carreira no jornal A Tribuna onde pesquisava e publicava artigos históricos e culturais sobre os municípios da Baixada Santista. Sua principal obra memorialista foi “Vultos Vicentinos”, resgatando a biografia de grandes personalidades locais e também ilustrando a próprio punho os retratos dos biografados com seu bico de pena. Era artista nato e tinha um personagem mágico (Prof. Noside), que se apresentava em festas de adultos e crianças. Foi fundador e conselheiro de diversas entidades calungas como o Lar Vicentino, Educandário São Gabriel e o próprio IHGSV, do qual tornou-se patrono da cadeira nº 196. Edson faleceu no dia 18 de dezembro. Era casado com Umbria Biagetti Azevedo , com quem teve apenas um filho, Edson Júnior.

                                         

- Fundação do grupo Escoteiros do Ar de São Vicente. 

- Boletim do Rotary Club de São Vicente. Fundado a 10 de outubro de 1952. Em setembro de 1974, distribuiu seu boletim informativo mensal, durante a presidência do sr. José Bona Sobrinho, assim se constituindo a comissão do boletim: José Fernandes, Antônio Passeti e Helbe Volpe. Composto e impresso na Editora Danúbio, à Rua João Ramalho, 960, São Vicente. 

1974 – O advogado Koyu Iha ´e eleito deputado, representando a região na Assembleia Legislativa de São Paulo, tendo aprovado a lei que transformou a cidade em Estância Balneária.


No palanque da campanha das Diretas Já com o governador Franco Montoro nos anos 1980. 

KOYU, DEPUTADO CONSTITUINTE 

Como prefeito, foi considerado o melhor governo do interior pelo jornal O Estado de S. Paulo. Primeiro filho de uma família de onze irmãos, Koyu Iha nasceu em Santos no dia 30 de junho de 1940, filho de Kotoku Iha e Setsu Iha. Seu avô chegou ao Brasil em 1922 e, depois de passar por vários empregos, acabou montando negócio próprio: uma fábrica de macarrão. Durante a Segunda Guerra Mundial recebeu seu pai ultimato para deixar Santos (cidade considerada estratégica pelo governo). A família então foi para Lins, onde Koyu fez o curso primário no Grupo Escolar Jorge Americano Diniz. Ainda durante sua infância a família retornou a Santos e lá completou os estudos no Colégio José Bonifácio. Formou-se em Direito pela Faculdade Católica de Santos, em 1969. 
Em 1963 ingressou na companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), onde ficou até se aposentar. 
Sua atividade política começou na universidade. Depois, com sua atuação no movimento sindical teve projeção para conseguir suas eleições. Seu primeiro mandato foi como vereador por São Vicente, em 1968, e reeleito em 1972. 
Em 1975 renunciou à vereança para assumir uma cadeira de deputado estadual. Dois anos depois voltou a São Vicente como prefeito, sendo considerado pelo jornal O Estado de S. Paulo como o melhor prefeito do interior e litoral. 
Em 31 de janeiro de 1981 renunciou à prefeitura em protesto pela prorrogação dos mandatos de prefeitos e vereadores determinado pelo governo central. Foi então retomar suas funções na Cosipa. Militou a oposição ao governo militar e ingressou no partido do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1968 e permanecendo até 1979, quando foi criado o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ao qual se filiou e permaneceu até 1988. Saiu para participar da fundação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), onde ocupou vários cargos de direção. 
Em 1982 elegeu-se novamente deputado estadual. Na legislatura seguinte candidatou-se à câmara federal e se elegeu deputado Constituinte em 1988. Foi reeleito mais duas vezes, ficando no Congresso até 1999.

- Maria de Fátima Queiróz é escolhida  Miss São Vicente 74  em evento realizado no E.C. Tumiaru

"Naquela mesma noite, Fátima também fora aclamada como Miss Simpatia". São Vicente de Outrora. 
Acervo pessoal de Fátima Queiroz


1975 - Em 10 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval, numa promoção da Supervisão das Promoções Sociais da Prefeitura Municipal de São Vicente, seis escolas desfilaram: Mocidade Independente do Padre Paulo, Unidos do Boqueirão, X-9, Brasil, Império do Samba e a paulistana Mocidade Alegre.(Panorama do Samba Santista) 

1976–Criação da Escola Estadual Cidades Irmãs, uma escola no marco da divisa entre São Vicente e Santos. 
Fundada em 29 de outubro de 1962 como Ginásio Estadual Vila São Jorge, funcionava na antiga Escola Municipal “André Freire”, na Praça Maria Coelho Lopes, (atual E. E. ”Benevenuto Madureira”). Transferiu-se em 1975 para o prédio da Praça Estado de Israel, na divisa dos Municípios de Santos e São Vicente, passando a se chamar, a partir de 19 de fevereiro de 1975, como Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus “Cidades Irmãs”. Em fins de 1981, por um Decreto de 29 de novembro do então Governador Paulo Maluf, sua denominação foi alterada para Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus “Neves Prado Monteiro”, em homenagem à genitora do Coordenador de Ensino do Interior da época, o Sr. Jorge Monteiro. O marco divisório das duas cidades está fixado no terreno da escola, o que torna a incorporação do nome “Cidades Irmãs” símbolo dos alunos, bem como de pais e da comunidade em geral do bairro. Fonte: http://escolanevesprado.blogspot.com.br/ 

– Jorge Bierrenbach Senra, ex-prefeito deste município, através da Lei nº 1684 de 22 de março de 1976, instituiu o brasão de armas e a bandeira municipal de São Vicente.

                                

                                     
O brasão de armas, de autoria de Lauro Ribeiro Escobar, assim se descreve: escudo baleado, de prata, com um leão rompante de púrpura e bordadura de goles, carregada de oito cruzes páteas de ouro; o escudo é encimado por coroa moral de prata, de oito torres, suas portas abertas de goles tem como suportes, hastes de cana-de-açúcar natural, listel de goles (vermelho) com a divisa "Cellula Mater" em letras de ouro.Já a bandeira de São Vicente é retangular, de branco, com um leão rompante de púrpura e bordadura de vermelho, carregada de oito cruzes páteas em amarelo. 

- Inauguração do Museu do Escravo, no dia 13 de maio, pelo então prefeito Eng. Jorge Bierrebach Senra, nas dependências do Horto Municipal de São Vicente.

- Fundação da Loja Rosa Cruz-AMRC, em 11 de julho. 

- Construção do Presídio 1 de Samaritá, em 22 de outubro. 

- Inauguração da Rodovia dos Imigrantes.


Construída e planejada com o objetivo de servir como amplo corredor de exportação entre o maior complexo industrial e o maior porto da América Latina. A economia de São Paulo e de vários outros estados depende em grande parte da Imigrantes, já que a Via Anchieta se encontrava próxima da saturação, devido ao desenvolvimento paulista e brasileiro de uma forma geral. A 23 de janeiro de 1974, era inaugurado o primeiro trecho, ligando São Paulo ao alto da Serra, com uma extensão de 30,5 quilômetros.Em junho de 1976, foi aberta ao tráfego em toda a sua extensão". (Poliantéia Santista- Francisco Martins dos Santos). 

- Inauguração, na sede do Centro Espírita Redenção-Colégio Henrique Oswald, da Primeira Turma da Escola de Aprendizes do Evangelho, instuituída na Baixada Santista pela Aliança Espírita Evangélica, de São Paulo. 
Os formandos dessa turma pioneira fundariam na Vila Valença o Centro Espírita Irmão Timóteo, na rua Armando Sales de Oliveira, 53; e o Centro Espírita Allan Kardec, em Praia Grande, no Boqueirão. Os formandos da Segunda Turma, que funcionou na sede da Sinagoga Espírita Cáritas, fundariam o Centro Espírita Estrada de Damasco, na rua Monte Plano, Vila Margarida. E a Terceira Turma fundaria o Centro Espírita Aprendizes do Evangelho, em Santos, na rua Amaral Gurgel, que se mudaria para sede própria na rua Comendador Alfaia Rodrigues, na Ponta da Paria. Desses núcleos surgiram várias outras casas espíritasem São Vicente e Santos, a Creche Meimei ( no Bitaru); e o Centro Fraterno de Amizade, mantenedor do programa CVV-Centro de Valorização da Vida, em Santos, em 1980. 

- Formação do madrigal jovem, por alunos da Escola Estadual Martim Afonso, sob a regência do pianista Ubirajara Rancan de Azevedo Marques. Esse grupo seria a base do Coral Jovem de São Vicente. 

1977- Tombamento do Porto das Naus, pelo CONDEPHAAT.

Tombado em 1977 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado (Condephaat). É considerado como o primeiro trapiche alfandegário do Brasil, tendo as ruínas datadas do século 16. Em 1924, o então presidente do Estado, Washington Luiz, colocou no local uma placa com os seguintes dizeres: "Presidente do Estado, Dr. Washington Luiz Pereira de Souza - XX - IV - MCMXXIV - PORTO DAS NAUS - As ruínas que aqui se veem são restos do antigo ancoradouro das naus do tempo de Martim Afonso de Souza". Porém, em 1981 a placa foi roubada do pedestal que a sustentava. Inscrição na foto: pequeno ancoradouro das antigas embarcações lusas, ao tempo de Martim Afonso, e local, de primeiro posto alfandegário do Brasil. Vestígios das ruínas do engenho de cana de Jeronimo Leitão.

–Regina Maura Lima Andrade, do C.R. Tumiaru, integra a Seleção Brasileira Feminina 
 no Campeonato Sul-Americano de Basquete, em Lima, Peru. 

- Criação do Parque Estadual Serra do Mar (PESM). Ampliado em 2010, é a maior Unidade de Conservação de toda a Mata Atlântica. Seus 332 mil hectares protegem 25 municípios paulistas, conectando as florestas da Serra do Mar desde o Rio de Janeiro e Vale do Ribeira, até o litoral sul do estado. 

– São Vicente Torna-se Estância Balneária, pela Lei Estadual 1352 de 7 de julho. 

- Criação da Paróquia São Pedro Pescador, em 26 de junho, no Boa Vista. Desmembrada das Paróquias de Nossa Senhora das Graças e de São Vicente Mártir por Decreto de Dom David Picão de 29 de junho de 1977, na festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. O primeiro vigário foi o Pe. Feliciano Arrastia Martinez, que já estava como Encarregado Paroquial desde janeiro de 1975. 

- Primeiro recital do jovem pianista Ubirajara Rancan de Azevedo Marques, realizado no Clube Athletico Paulistano, no jardim Independência. No mesmo ano, um novo recital, agora em Santos, na União Cultural Brasil-Estados Unidos.

Ubirajara Rancan de Azevedo Marques, vicentino de 59, é docente e pesquisador no Departamento de Filosofia da UNESP, em Marília, há 30 anos. Fez Doutorado, Mestrado e Bacharelado em Filosofia na USP, tendo realizado estágios pós-doutorais na França, na Itália e em Portugal. Filho de José Jesus de Azevedo Marques [Maestro Jesus] e de Maria Thereza Rancan, iniciou seus estudos de piano com Maria Guilhermina Martins Machado [Tia Mimi], tendo depois estudado por 10 anos com Souza Lima, bem como frequentado, entre 1978 e 1981, cursos de regência coral e orquestral ministrados por Eleazar de Carvalho, Roberto Ricardo Duarte e Ronaldo Bologna. Estimulado por um primeiro experimento coral no “Martim Afonso” em 76-77, fundou e dirigiu, em fins dos anos 70 e princípios dos 80, o “Coral Jovem”, em São Vicente, e o “Coral da Aliança Francesa de Santos”. Fundou o “Boca santa” em abril de 1999 [tornado em 2003 “Coro da Faculdade de Filosofia e Ciências” da UNESP, em Marília], tendo estado à frente dele até 2007. Retomou a direção desse mesmo grupo em 2016, permanecendo novamente, desde então, seu regente. Como pianista solista, apresentou-se na Baixada Santista e em São Paulo; como pianista camerista [ao lado de cantores, flautistas, pianistas, violinistas, também em trios, quartetos e quintetos], na Baixada Santista, em Buenos Aires [Argentina], Curitiba [PR], Teresópolis [RJ] e Vacaria [RS]. Como regente, na Baixada Santista, bem como na capital e em cidades do interior e do litoral norte paulista, em Ibiporã [PR], Poços de Caldas e Tiradentes [MG]. Em janeiro de 2018, apresentou-se com o “Boca Santa” na “Casa do Barão”, em São Vicente. 

1978- Criação do Centro de Convivência de São Vicente, pelo psiquiatra Domingos Stamato e pela psicóloga Maria Izabel Calil Stamato. 

O Centro de Convivência marcou a época das comunidades alternativas e funciona na rua Jacob Emmerich, no Gonzaguinha, numa mansão de veraneio onde hoje é o edifício Vila de São Vicente. Ao lado existia também outra comunidade criada pelo grupo de amigos da ativista Telma de Souza, que viria ser prefeita de Santos. No Centro de Convivência, no grupo que discutia a politica publica anti-manicomial, aconteceu a reunião na qual foi decidida a intervenção na Casa de Saúde Anchieta, em Santos, conhecida na época como "Casa dos Horrores", contendo 500 pacientes vivendo em condição de abandono.

- Inauguração do Emissário Submarino, com a presença do presidente Enesto Geisel. 

A visita do presidente Geisel aconteceu no dia 21, data que marcou a entrada em operação do Emissário Submarino de Esgotos de Santos, momento histórico para a população da Cidade e região. Os 10 batedores da Polícia Militar e os 12 veículos oficiais rodaram durante 10 minutos, da Ponta da Praia ao José Menino, e durante todo o trajeto - pelas avenidas das praias - milhares de pessoas saudaram o presidente e comitiva. Muitas bandeiras eram vistas no alto dos edifícios, dando um colorido especial à visita. 1 bilhão e 350 milhões de cruzeiros serão empregados na implantação de redes de esgotos em Santos, São Vicente, Praia Grande, Peruíbe e São Sebastião, além de Cr$ 625 milhões para obras de abastecimento de água em Itanhaém, Peruíbe, Caraguatatuba, Ubatuba e São Sebastião. Os serviços em Santos compreendem a ampliação do sistema de coleta e o afastamento de esgotos sanitários, com benefícios à Zona Noroeste e parte de São Vicente. A melhoria atingirá os bairros do Bom Retiro, Vila São Jorge, Caneleira, Santa Maria, Areia Branca e Catiapoã, este em São Vicente, tudo sob a responsabilidade da Sabesp. As solenidades foram encerradas às 16 horas, quando dois helicópteros do Exército, levando o presidente Geisel e comitiva, levantaram vôo do heliponto construído no canteiro de obras da Sabesp, especialmente para a ocasião. 
Prodesan Informativo, edição nº 45 - ano IV -, de julho de 1978 

- A nadadora Shirley Rosa Falpo, de oito anos, do C.R. Tumiaru, vence , em 21 de abril, a VI Travessia da Lagoa. 

- Fundação da Associação de Vôo Livre do Litoral Paulista, em 25 de julho, no Morro do Vuturuá. Os associados foram contemplados pela prefeitura com um campo de pouso na praia do itararé, local que se tornou atração turística em função dessa prática esportiva. 

- Visita do Governador da Província de Okinawa, Sr Nishimi ao Prefeito Koyu Iha, após assinatura do Convênio das Cidades Irmãs São Vicente - Naha (capital de Okinawa). Foto: São Vicente de Outroro.

  

1979-Inauguração da nova sede do Fórum de São Vicente, no bairro Bitaru. 

- O Lions Clube de SãoVicente empreende uma campanha para impedir o desmembramento do bairro Samaritá, na época pretendido por lideranças políticas de Cubatão e Pria Grande. Um memorial de protesto com mais de 4 mil assinaturas reivindicava do governo estadual providências para a construção de uma ligação rodoviária paralea à ponte do Barreiros, com a finalidade de promove a interação da área continental com a insular. 

- O governador Paulo Maluf inaugura as obras de construção da nova Ponte do Mar Pequeno, prometendo não uma, e sim duas pontes, para facilitar o tráfego. 

- Moradores da Vila Sorocabana poderão comparar casas da vila ferroviária. As 288 casas de Vila Sorocabana têm seu valor variando de Cr$ 150 a Cr$ 500 mil 
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Solução para núcleo ferroviário. Comissão de ferroviários da Fepasa, acompanhada pelo presidente da Associação Comercial, Aírton Alexandre Có, e pela vereadora Angelina Pretti da Silva, estará dia 18 com o secretário dos Transportes, Leon Alexandr, para tratar dos processos de venda das 288 casas da Vila Sorocabana, de propriedade da estrada, a funcionários da ativa, aposentados e viúvas de funcionários. As negociações para a venda dessas casas começaram quanto o atual governador Paulo Salim Maluf era secretário dos Transportes, no governo Laudo Natel. Durante a gestão de Paulo Egídio Martins, 24 casas chegaram a ter seus processos de venda concluídos, através de financiamento da Caixa Econômica do Estado de São Paulo, com prazo de 25 anos. Com as mudanças na direção da Fepasa e da Caixa, no atual governo, os 24 processos prontos ficaram congelados e os demais não tiveram andamento. Devido ao desencontro de instruções, recentemente a Fepasa pediu a desocupação de 60 casas na Vila Sorocabana, o que intranquilizou seus moradores. Essa desocupação, entretanto, já foi sustada pelo governador Salim Maluf, atendendo a pedido de comissão de ferroviários formulada sábado, em Praia Grande, na inauguração da nova ponte sobre o Mar Pequeno. Naquela oportunidade, Maluf assegurou aos ferroviários que os processos teriam rápido andamento, com a manutenção do plano especial de pagamento formulado pela Caixa Econômica. O valor de cada uma das c casas varia em 150 e 500 mil cruzeiros. (A Tribuna, quarta-feira, 12 de setembro de 1979) 
1980- Inauguração do Posto do CVV-Centro de Valorização da Vida, em Santos, por iniciativa de um grupo de voluntários vicentinos e santistas. O primeiro curso e posto do CVV funcionaram com 70 voluntários na rua Evaristo da Veiga, 266, no Campo Grande em sala cedida pela Seara Espiritual de José. Posteriormente o posto foi transferido para o Centro de Cultura de Santos; funcionou também na sede da Gota de Leite até que fosse adquirida a atua sede própria na rua Campos Melo, 189, na Vila Matias. 

1981- Em 19 de dezembro era inaugurada a pista descendente da Ponte do Mar Pequeno, com a presença do eng. Paulo Salim Maluf, governador do Estado de São Paulo; general Ênio dos Santos Pinheiro, presidente do Dersa; José Moura Siqueira de Barros, secretário de Estado dos Negócios dos Transportes; Dorivaldo Loria Júnior, prefeito de Praia Grande; Reinaldo de Barros, prefeito de São Paulo; José Maria Marin, vice-governador; deputados Sílvio Fernandes Lopes e Athié Jorge Coury e outras autoridades municipais e estaduais. 

- Elis Regina se apresenta em show na sede social do Clube de Regatas Tumiáru. O show teve a direção musical de César Camargo Mariano, pianista e marido da cantora. César Mariano morou em São Vicente na sua juventude, na rua Frei Gaspar, e foi aluno da professora de música Georgina Moura, fundadora do Grupo Calunga e mãe de Maurício e Mauricy Moura. 

1982 - Em 30 de março foi inaugurada a pista ascendente, da Ponte do Mar Pequeno, também pelo governador do Estado de São Paulo, Paulo Salim Maluf; prefeito de Praia Grande, vereadores vicentinos, deputados e secretários de Estado, além do general Ênio dos Santos Pinheiro, presidente do Dersa, do vice-governador José Maria Marin e muitas outras personalidades. 

- Sir Edward Chad Varah em visita o posto do CVV de Santos. Nesse mesmo dia o fundador do "Samaritans" de Londres e do "Befrienders Worldwide" visitou a cidade de São Vicente e a sede do jornal A Tribuna (em Santos), onde foi recebido pelo diretor Roberto Mário Santini. Chad Varah também estaria presente na reunião Conselho Nacional do CVV, na cidade de São Bernardo do Campo. 

- Lançamento da Poliantéia- 450 Anos de Brasilidade , importante álbum de recordações históricas de São Vicente, desde o período colonial até o período final da República dos Militares, para comemorar os 450 anos da fundação da Vila de São Vicente.
Com doze capítulos e 392 páginas, editorada em formato e conteúdo de álbum-almanaque, a Poliantéia tinha como base uma cronologia de fatos históricos vicentinos e uma coletânea de textos de diversos autores memorialistas. Eram personalidades especialmente convidadas para abrilhantar a edição comemorativa, entre muitos outros, Francisco Martins do Santos, Jaime Mesquita Caldas, Jaime Franco, Esther de Figueiredo Ferraz, Lincoln Feliciano, Costa e Silva Sobrinho, Jaime Horneux de Moura, Antonio Tellegisky, Lydia Federici, Jonas Rodrigues e Edson Telles de Azevedo (jornalista de A Tribuna, célebre autor do livro de biografias Vultos Vicentinos e editor da revista A Rosa). A obra foi organizada pesquisador Fernando Martins Lichti (também autor da maioria dos textos e dados históricos da publicação) em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, dirigido na época por Odete Veiga Martins dos Santos. 

- Morte de Esmeraldo Soares Tarquínio de Campos Filho. 

- Reinício da Encenação da Fundação de São Vicente. 

Criada nos palcos do teatro amador nos anos 1940 e depois levadas para a orla na década de 1950, a Encenação da Fundação da Vila de São Vicente foi retomada da na época das comemorações dos 450 anos da chegada de Martim Afonso a São Vicente, a encenação na areia da praia ganharia nos anos seguintes o título de maior espetáculo teatral em areia de praia do mundo, feito apresentado para avaliação pelo Livro dos Recordes Guiness. 



Encenação na orla nos ano 1950. O público não tinha acomodações de plateia, ficando bem próximo dos atores. 

 O espetáculo de 1982, foi registrado pelo jornal santista A Tribuna, em 23 de janeiro de 1982, um sábado: 

“O sol estava forte. Quem sabe tão forte como no dia em que, há quatro séculos e meio, segundo nos conta a história, uma esquadra portuguesa desembarcou seus homens numa terra estranha, a não ser pelas precárias informações que lhes chegavam, de quando em quando, do outro lado do mar. Biquínis, ternos e vestidos de festa se misturavam sob o sol forte junto à murada da Avenida Getúlio Vargas. Há pouco tempo, todos estavam na Praça 22 de Janeiro, junto ao monumento do 4º centenário do descobrimento do Brasil, assistindo ao prefeito Antônio Fernando dos Reis hastear a bandeira de São Vicente; o presidente da Câmara, Raimundo dos Santos Oliveira, a do Estado de São Paulo; e o juiz Mário Teixeira de Freitas, representando o Fórum, a Nacional.




Depois do hasteamento, ainda na Praça 22 de Janeiro, houve uma rápida apresentação da Orquestra Sinfônica Juvenil do Litoral, da Secretaria Estadual da Cultura. Mas agora todos estavam na Getúlio Vargas, aguardando o início da reconstituição da chegada de Martim Afonso, que dali a instantes iria ser encenada na areia do Gonzaguinha pelos atores da Federação de Teatro Amador da Baixada Santista. No palanque, iam subindo as autoridades e convidados que chegavam. 
Panfletos e camisetas - Atrás do palanque, jovens com camisetas do PTB distribuíam panfletos do partido, saudando o aniversário do município. Logo depois, surgiam livretes do deputado federal Athié Jorge Coury, do PDS, com pronunciamentos exaltando a cidade. O PT não distribuiu nada, mas alguns de seus representantes marcavam presença, também vestindo camisetas com as iniciais da agremiação. O PMDB, por sua vez, apoiado por uma franca maioria, não perdeu a oportunidade de se apresentar como o dono da festa. Afinal, a festa estava acontecendo no único município da Baixada que tem um prefeito do PMDB e, dali a pouco, era aguardada a chegada do "governador", ou melhor, do senador Franco Montoro, considerado o candidato mais forte do partido ao Governo do Estado nas eleições de novembro, e apontado como o favorito até agora nas pesquisas de opinião menos comprometidas. Estamos no dia 22 de janeiro de 1982. São Vicente comemora 450 anos de existência como a primeira cidade fundada no Brasil. Mas estamos também num ano eleitoral, um ano eleitoral que adquire importância muito grande no contexto dos últimos 17 anos. 
Mas lá na areia, o tempo recuou muito. Corre o ano de 1532 e, desembarcando de sua caravela, Martim Afonso é trazido por um barco até a beira do mar da Praia do Gonzaguinha, onde cerca de duas mil pessoas tinham, há poucos minutos, ouvido a Banda do 6º BMP/I tocar alguns números. O som agora, contudo, era de música, e o locutor começava a narrar a chegada do fundador de São Vicente. Martim Afonso desce acompanhado de seus soldados, marinheiros e dois padres, observados por alguns índios que trabalham junto às suas tendas.
De repente, ouvem-se ruídos de tambores e gritos. Eram índios da tribo que habitava o Tumiaru, chefiada por Piqueroby, e que se preparavam para rechaçar os invasores. Indígenas e portugueses colocavam suas armas em riste e o confronto parecia inevitável. A platéia no palanque nas muradas da Getúlio Vargas prendeu a respiração. Mas eis que surge João Ramalho acompanhado pelo morubixaba Tibiriçá. Ramalho era um português que vivia há anos no Brasil e se casara com Bartira, filha do chefe Tibiriçá, cuja tribo habitava o Planalto. Os dois conseguem evitar a luta, e Tibiriçá envia uma flecha quebrada a Martin Afonso, que a aceita. Confraternização entre indígenas e portugueses, menos por parte a tribo de Piqueroby, que continuou desconfiada. 
Martim Afonso manda então que se faça uma cruz de troncos de árvore e se improvise um altar. Neste momento, o ator que interpreta um dos padres sobe no altar erguido de frente para o mar e ali é substituído pelo monsenhor Geraldo Borowsky, pároco da Igreja São Vicente Mártir. A missa se incorpora à encenação, fechando a reconstituição histórica da fundação de São Vicente, no dia 22 de janeiro de 1532. 
O espetáculo terminou, mas os atores ainda permanecem na areia. Motivo: uma equipe do Clube de Cinema de Santos ainda precisa fazer algumas tomadas para acrescentar cenas ao filme super-8 (N.E.: tipo de filme de 8 mm de largura, usado na época) que está sendo realizado sobre a reconstituição da fundação de São Vicente. Esse filme deverá ter cerca de 25 minutos, e além das tomadas adicionais, efetuadas ontem após a apresentação, serão feitas outras, para a complementação do roteiro”. 

1983 – Realização da 1ª Mostra de Arte de Santos, criada e realizada por jovens vicentinos.

O Grupo musical Manvantara, com músico vicentinos e santistas. (A Tribuna) 

MOSTRA DE ARTE EM SANTOS 

 Em 1983 um grupo de jovens vicentinos, que incluía alguns amigos santistas, fazia uma pequena revolução cultural na Baixada Santista. Entre nós havia músicos, artistas plásticos, atores, fotógrafos, poetas, escritores, dançarinos e videomakers, então uma modalidade artística estimulada pela explosão do videocassete. 
Um ano antes havíamos criado o projeto Gente Nova, circuito universitário musical que percorria as faculdades de Santos, apresentando-se também em espaços alternativos, muito comuns naquele tempo. Peito Rasgado, Moinho dos Ventos, Manvantara, Copos & Bocas eram alguns desses grupos. A repercussão foi tão boa que decidimos realizar uma coisa mais ousada. Era a 1ª Mostra de Arte de Santos. O projeto surgiu numa reunião informal feita num apartamento de um casal amigo onde nos encontrávamos para falar de arte e cultura. O apartamento era enorme, mágico e inspirador. No mesmo prédio, o primeiro a ser construído na praia do Itararé, havia morado por alguns anos o escritor e filósofo italiano Pietro Ubaldi, célebre autor de A Grande Síntese (lido e elogiado por Albert Einstein). Certamente teríamos boas intuições naquele inesquecível ano de 1983. 
A ideia era fazer um festival que pudesse reunir num espaço o maior número possível de artistas e expressões culturais. A maioria dos presentes atuava como voluntários do recém-fundado posto do CVV (Centro de Valorização da Vida) e então decidimos que a renda desse evento seria destinado para essa ONG, que nessa época funcionava numa das salas do Centro de Cultura de Santos. O local escolhido não poderia ser outro: o Centro de Cultura e o Teatro Municipal juntos eram espaços perfeitos. Durante três dias tivemos a presença de um grande público para prestigiar os trabalhos de praticamente todos os segmentos artísticos de destaque em Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá. Quase todos os artistas hoje conhecidos na Baixada Santista, incluindo o grande fotógrafo Araquém Alcântara, deixaram na Mostra de Arte a sua marca e sua contribuição. No ano seguinte, repetimos a dose, de realização e de sucesso.(Almanaque da Faculdade de São Vicente, fevereiro de 2013) 

- Morte de Gentil Benedito da Silva, músico e membro do Conjunto Calunga. 

Começou no famoso Conjunto Calunga, formado pela família Moura, em 1936, onde se apresentava em várias localidades da Baixada Santista, principalmente nas rádios e no Cassino Ilha Porchat. O Conjunto Calunga projetou-se muito, em São Vicente, através da Royal (Serviço Royal de Alto-Falantes). Nos shows aos domingos, com grande público, apresentavam Maurício e Mauricy Moura, Saraiva e seu Saxofone, Leila Silva, Jarina Rezende, Avelino Thomaz, Buick, Joara Gonçalves, Monte Alegre, Bill Bom, Jararaca e Ratinho, Bob Nélson e muitos outros. Gentil pertenceu ainda ao Regional do Hugo Fernandes, que tocava na casa de espetáculos Chão de Estrelas. Mulato, alto, magro, cabelos grisalhos e tom de voz forte, impressionava pela postura simpática e educada. Sua execução no cavaquinho era maravilhosa, utilizava um instrumento com bojo fininho. Centrava e solava com a mesma suavidade e leveza, qualidades raras no modo de tocar que é bom destacar. Como compositor deixou vários choros, dentre eles: “Um cavaquinho em serenata”, “Campo Grande” e “Jandira”. Waldir Azevedo, certa feita, o elogiou nos camarins da TV Bandeirantes, dizendo que fazia coisas no cavaquinho que poucos instrumentistas faziam, inclusive, o próprio Waldir. Morava com sua mãe, em um casarão daqueles antigos na confluência das ruas Brás Cubas, Campos Sales e Rangel Pestana, em frente à antiga Casa Dico (hoje agência bancária). Depois da boate Chão Estrelas foi trabalhar no Pub, com o cantor Tite (ex-jogador do Santos F C). (Revista Clube do Choro) 

1984- Incêndio da Vila Só em Cubatão, em fevereiro de 1984. 

A tragédia ganha contornos nacionais e mundiais, pois a explosão dos dutos da Petrobrás, sobre os quais se erguia uma favela que foi pulverizada, pôs a nu os problemas advindos de políticas energéticas não planejadas e de erros. Uma tragédia incontável, pois nem a Prefeitura, nem o Governo Estadual nem a Petrobrás conseguiram precisar o número de mortos; num dado momento, ocorrem situações anacrônicas: a Escola João Ramalho é usada como necrotério; o estado doa trezentos caixões; a Prefeitura usa as listas de alunos da Escola de Educação Infantil para verificar quem volta às aulas. 

    PESCADOR VICENTINO FUNDOU A VILA SOCÓ 

Foto: A Vila Socó, em dezembro de 1970. Departamento de Imprensa/Prefeitura de Cubatão

"A Vila Socó surgiu no início da década de 1960, devido ao progresso industrial do Município. Fundada pelo pescador Arthur Isidoro Maes (também grafado Maez), que veio do Rio da Vó, em São Vicente, e ali se estabeleceu. Como criava em sua casa um socó, a Vila ficou conhecida como Socó ou Vila do Arthur. Naquela época, a população rural começava a se adequar à nova condição do município em fase de industrialização, vendendo suas terras e ocupando novos espaços. O processo imigratório, a procura de novos empregos gerados pela industrialização e o despreparo da mão-de-obra resultaram no aparecimento desse núcleo. No dia 13 de fevereiro de 1966, um grupo de moradores fundou a primeira entidade do núcleo, a Associação Beneficente dos Moradores da Vila São José, que teve eleito como primeiro presidente Manoel Martins. Este grupo trabalhava voluntariamente, limpando valas e carpindo matos, além de promover eventos como uma famosa quermesse liderada por Benedita Gertrudes dos Santos, diretora de eventos naquela época. A Vila São José surgiu da necessidade de abrigar os moradores remanescentes da Vila Socó, favela destruída por grande incêndio de um oleoduto da Petrobrás que passava sob os barracos, em 24 de fevereiro de 1984, quando morreu cerca de uma centena de pessoas. Os moradores não se cansaram de lutar por melhores condições de moradia, entrando em grande conflito com as tropas de choque da Polícia, quando homens e mulheres jovens ou idosos tiveram de ser atendidos em hospitais, com graves lesões. Fonte: Novo Milênio. Pesquisa: Waldiney La Patina.

- Falecimento, no dia 3 de dezembro, de Odete Veiga Martins dos Santos, escritora, poetisa, artista plástica, museóloga e pesquisadora histórica. Foi fundadora do IHGSV, juntamente com seus esposo Francisco Martins dos Santos, onde atuou com diretora do Museu da Cidade. Odete foi também colaboradora de várias entidades cívicas e humanitárias de Santos e São Vicente. 

– Nascimento de Robson de Souza, mais conhecido como Robinho, São Vicente, em 25 de janeiro. 
Em uma de suas brincadeiras no futsal, Robinho despertou a atenção de um olheiro de um clube de futsal da Baixada Santista, o Beira-Mar. Robinho e sua família gostaram e aceitaram o convite e, no futsal, o já hábil Robinho, com tão pouca idade, ainda muito esguio, desenvolveu ainda mais seu controle de bola. Alguns anos depois, Robinho saiu do Beira-Mar, em São Vicente, e foi para outro clube, já em Santos, o Portuários, onde continuou se destacando por sua extrema habilidade. Pouco tempo depois, viu surgir uma oportunidade no futsal do Santos. Depois de um ano no futsal do Santos, em 1996 Robinho fez um teste na equipe infantil de futebol do campo. Foi aprovado. Robinho trocou a quadra pelos gramados da Vila Belmiro. Era o início de uma carreira vitoriosa no futebol brasileiro. Santos. O jovem Robinho teve sua primeira chance no time profissional do Santos no Torneio Rio-São Paulo de 2002. Como o time teve resultados ruins, o técnico responsável por lançar Robinho, Celso Roth, foi substituído por Emerson Leão. Com Leão no comando do time, jovens como Robinho, Diego, Leo, Elano, Renato, Alex, André Luís e Maurinho, mesclados com jogadores mais experimentados como Paulo Almeida se mostraram peças fundamentais para o funcionamento do time que conquistou o Campeonato Brasileiro de 2002. 

1985 - Denúncia da Vila Parisi, no distrito industrial de Cubatão. Encravada num polígono entre várias indústrias, nos fundos da Aciaria da Companhia Siderúrgica Paulista, a favela da Vila Parisi é um exemplo mundial de descaso e humilhação com o ser humano. 
O clamor mundial começa com as doenças intimamente ligadas à miséria, a pobreza, a falta de saneamento básico, a poluição. Ocorrem as primeiras mortes neonatais por anencefalia, casos até hoje mal explicados. A tragédia força a Prefeitura a tomar uma atitude, eo prefeito Oswaldo Passarelli transfere a população para um bairro planejado e construído às margens da interligação Anchieta-Imigrantes, o Bolsão 8 que, em sintonia com a eleição de Tancredo Neves, é batizado Jardim Nova República. 

1986- A Unisantos torna-se a primeira universidade da região. 

- O historiador Valdir Rueda flagra e denuncia à policia um despejo de 12 mil pintinhos vivos num despenhadeiro da Ilha Porchat. A carga havia sido trazida por um caminhão de Tupã-SP para ser vendida nas feiras da região. O fato aconteceu na noite de 25 para 26 de dezembro. Moradores ajudam no resgate das aves, que são levados para a delegacia e depois distribuídos em um bairro próximo ao centro da cidade. (Relato feito no Programa do Jô-TV Globo, 03-10-2008) 

1987 – O 2º Batalhão de Caçadores ganha o nome de Martim Afonso. 

“O Ministro de Estado do Exército, de acordo com a IG 11-01, aprovada pela Portaria Ministerial 409, de 29 de abril de 1987, e acolhendo parecer da Secretaria-Geral do Exército, após ouvido o Centro de Documentação do Exército, resolve conceder ao então 2º Batalhão de Caçadores, com sede em São Vicente-SP, a denominação histórica de "BATALHÃO MARTIM AFONSO" e autoriza o uso do Estandarte Histórico com a seguinte descrição: 
"Forma retangular, tipo Bandeira Universal. Campo verde, representativo da Arma de Infantaria. Em brocante e em abismo, um escudo peninsular português filetado de vermelho; chefe de verde, carregado com o Distintivo da Infantaria de ouro, tendo na base o número cinco de prata, evocando sua origem; campo inferior esquartelado: o primeiro e o quarto de prata com cinco escudetes de azul postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes do primeiro esmalte, posto em sautor; o segundo e o terceiro de prata com um leão de púrpura, símbolos do Brasão D'Arma da família de Martim Afonso. Encimando o conjunto, a denominação histórica "BATALHÃO MARTIM AFONSO" em arco de ouro. Laço militar com as cores nacionais, tendo inscrito em caracteres de ouro, a designação militar: 2ºBatalhão de Infantaria Leve". 

1988 – 2 de junho de 1988 - Na favela México-70 , em São Vicente, centenas de famílias vivem momentos de pânico com a elevação da maré que inundou todo o núcleo, causando sérios riscos às moradias 

- A Casa do Barão é tombada com o apoio da Prefeitura e da Câmara Municipal. A resolução foi assinada pela então secretária de Estado da Cultura Bete Mendes. 

- Fundação da APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Vicente. 

- Telma de Souza (PT) é a primeira mulher eleita prefeita de Santos. 
Vitórias apertadas nas eleições municipais de Santos e São Vicente. A candidata santista derrotou seu adversário (Del Bosco Amaral -PMDEB) por uma diferença de 595 votos. Em São Vicente, Antônio Fernandes do Reis (PFL) derrota Antonio Carlos Pedro (PT) em São Vicente com um diferença de apenas 506 votos. (A Tribuna) 

1989– Encontrada longe da praia em São Vicente uma ossada de baleia. 
Uma ossada de baleia, encontrada em 1989 enterrada em São Vicente, longe da praia, pode indicar até onde o mar avançava na época de sua morte, e com isso ajudar os historiadores a esclarecer pontos obscuros da história vicentina, como a exata localização da primeira vila de São Vicente. 

- Inauguração do hipermercado Carrefour na avenida Prefeito José Monteiro- Vila Valença, local onde funcionou durante muitos a Pedreira Voturuá e a Concretex. 

- Fundação do Sindicato dos Servidores Pùblicos Municipais de São Vicente-SINDSERVS. 
1990 – Promulgação da Lei Orgânica do Município, elaborada pela Constituinte Municipal , no dia 5 de abril. 

- Construção do Presídio II de Samaritá, em 22 de novembro. 

- Criação da TV Tribuna. Em 7 de março, o presidente da república José Sarney outorgou a concessão do canal 18 UHF para o Sistema A Tribuna de Comunicação, através do decreto nº 99.509, publicado no Diário Oficial da União. Inicialmente prevista para entrar no ar em 1 de dezembro de 1991, a emissora só foi fundada em 1 de fevereiro de 1992, pelo proprietário do jornal A Tribuna, Roberto Mário Santini, tendo como afiliação a Rede Globo.[1] Até então, o sinal da emissora chegava em Santos através de uma retransmissora da TV Globo São Paulo no canal 8 VHF. 

- Falecimento de Luiz Meirelles de Araújo, Seu Lulu da Melodia, comerciante, poeta e autor da letra do Hino de São Vicente.
Nascido no dia 26 de junho de 1911, foi uma figura conhecida em São Vicente, onde casou com Giovaninna Menna de Araújo (Dona Joaninha) e teve uma filha, Mary de Araújo Zomignani. Era conhecido por "Lulú da Melodia", nome da primeira loja de discos de São Vicente, que abriu primeiramente na Rua XV de Novembro e posteriormente transferida para a Rua Frei Gaspar, onde ficou por vários anos e era frequentada pelas famílias tradicionais da cidade, estudantes de música e artistas, que lá encontravam os lançamentos de sucesso, partituras e instrumentos musicais. O Seu Lulú era uma pessoa atuante na cidade e participou com destaque em vários acontecimentos da época. Fez parte dos combatentes da Revolução Constitucionalista, sendo um dos Heróis de 32. Foi fundador do Clube Atlântico, clube social e de danças, também conhecido como "Tranquinho", que ficava na esquina da Rua João Ramalho com a Rua Tibiriçá, onde hoje é o Hotel Palladium. Muitos casais se conheceram lá e formaram famílias que residem até hoje na cidade. Foi integrante do Coral Vicentino (foto) por vários anos, apresentando-se na região e em várias cidades do estado. É o autor da letra do Hino de São Vicente, cuja melodia é do maestro Azevedo Marques, amigo de longa data. É autor das letras dos hinos de várias Escolas Municipais existentes na época. Participou em várias campanhas em prol da cidade, arrecadando fundos para melhorias. Faleceu em 14 de dezembro de 1990, aos 79 anos, devido a problemas pulmonares. Autodidata (estudou até o 2.o ano primário), deixou vários poemas, quadros, esculturas e objetos de machetaria, guardados com carinho pela família. É o autor dos versos originais que fazem parte do Monumento original da Praça Heróis de 32, no Gonzaguinha (versos esses adulterados quando da reforma da Praça). (Claudio Zomignani) 

- Inauguração do TIM, Trem Integrado Metropolitano, ligando a Ilha de São Vicente à área Continental. 

1991- Invasores ocupam área contaminada na Área Continental. 

A Rhodia teve suas atividades suspensas na região em junho de 1993, por determinação da Justiça. Na época, a empresa também foi obrigada a manter vigilância permanente em quatro áreas de Cubatão, quatro de Itanhaém e cinco de São Vicente – incluindo a PI-06 -, onde foram encontrados resíduos tóxicos. A empresa chegou a construir um incinerador, que queimou 70 mil toneladas de solo contaminado retirado dessas áreas. O restante – cerca de 33 mil toneladas – foi armazenado na Estação de Espera situada entre os Km 67 e 69 da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, na Área Continental de São Vicente. De acordo com a multinacional, a melhor solução seria a utilização de fungos capazes de degradar o material químico de forma natural, em um processo conhecido como biorremediação. Enquanto não encontra a fórmula adequada para essa opção, a empresa busca outras formas de eliminar os resíduos. Em 2004, a Rhodia chegou a enviar ao Pólo Industrial de Camaçari, na Bahia, 3.600 toneladas de solo contaminado com organoclorados dos sítios instalados nos Km 67 (2.200 toneladas) e 69 (1.100 toneladas) da Padre Manoel da Nóbrega, e do PI-05 (300 toneladas), localizado próximo ao Rio Piaçabuçu. O material seria incinerado pela empresa Cetrel. Segundo autorização concedida na época pelo Centro de Recursos Ambientais (CRA) do Governo da Bahia, o solo apresentava uma composição de Hexaclorobutadieno, Tetraclorobenzeno, Pentaclorofenol Pentaclorobenzeno, Hexaclorobenzeno e Cloro. (A Tribuna em 13 de março de 2005) 

1992 – Fundação da TV Tribuna. 

Inicialmente, a emissora levava seu sinal para Santos e mais 8 municípios da Baixada Santista, tendo posteriormente expandido sua área de atuação para os municípios do Vale do Ribeira. Em 2 de janeiro de 2007, com a morte de Roberto Mário Santini, o comando da emissora e dos outros veículos do SAT passa a ser do seu filho, Roberto Clemente Santini. atualmente, a emissora está no canal 18 UHF. Em março de 2016, a emissora transfere-se da sua antiga sede em São Vicente, o Edifício Ana Izabel Cabral, para um prédio anexo ao Tribuna Square, edifício comercial inaugurado em 2014 no Centro de Santos, onde passaram a funcionar suas novas instalações. 

- Criação da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em 24 de maio, no Parque das Bandeiras. 
Desmembrada da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora – São Vicente, por Decreto de Dom David Picão em 22 de maio de 1992. Foi seu primeiro pároco o Revdo. Pe. Valdeci João dos Santos, que tomou posse em 24 do mesmo mês, permanecendo aí até 05 de março de 1998. 
- Fundação da TV Brasil (futuraTVB) em 17 de junho, como afiliada do SBT na Baixada Santista, através do canal 12 VHF. 
TVB é uma emissora de televisão brasileira concessionada em Santos, porém sediada em São Vicente, ambas cidades do estado de São Paulo. Pertence ao Grupo Sol Panamby, que também é dono da TVB Campinas, afiliada à Record TV, dentre outros veículos. Transmite seu sinal para todas as localidades da Baixada Santista. Seus estúdios e o escritório da emissora estão sediados na Vila São Jorge, em São Vicente, e sua antena de transmissão está no topo do Edifício Brisamar, na Ilha Porchat. 
- Fundação da TV Mar, em 20 de fevereiro, pelo político Gastone Righi, como afiliada da extinta Rede Manchete, através do canal 8 VHF. Nesta época, notabilizou-se com uma programação regional que lançou vários nomes ao estrelato, bem como reunia outros de grande sucesso, como Hélio Ansaldo e Ferreira Netto. 
Em 1998, a emissora começa a sentir o desgaste na programação da Rede Manchete, que já estava em sua maioria arrendada para infomerciais e programas religiosos. Nesta época, chegou a transmitir programas da TV Senac junto a programação local e durante os cortes impostos pela Embratel no sinal de satélite. Com a extinção da Manchete em 1999, a emissora chegou a acompanhar a fase transitória da rede (TV!), porém, acabou assinando contrato com a Rede Record. Por um curto período de tempo, seu sinal chegou a ser espelhado na antiga retransmissora da rede no canal 6 VHF, que foi desativada no mesmo ano. 

- Lançamento do livro São Vicente 1532-1992, da jornalista Noemi Francesca de Macedo.


Comemorando os 460 anos da chegada de Martim Afonso, que oficializou o nome São Vicente, foi publicado o livro São Vicente - 1532-1992, com pesquisa e texto da jornalista Noemi Francesca de Macedo, editora do jornal Espaço Aberto), tendo projeto gráfico e editorial da EF Editora Ltda., fotos e reproduções de José Dias, arquivo do jornal Espaço Aberto, edição da Poliantéia Vicentina e arquivo pessoal de Santo Bordinhon. A capa, criada por Maurício Menezes, teve ilustração de Eduardo Jardim. A revisão foi feita por Exceção Assessoria de Texto S/C Ltda., enquanto Impressão, Fotolito e Acabamento foram providenciados por Maynard & Poladian Associados Gráfica e Editora Ltda., de S. Paulo. A obra de 103 páginas teve apoio cultural de Carrefour Comércio e Indústria S/A (Novo Milênio) 

1993 - Em 13 de julho o então prefeito Luiz Carlos Luca Pedro sancionou a lei que oficializou o dia 31 de outubro de 1886 como o Dia da Libertação dos Escravos em São Vicente. 
- Fechamento do Oceanório. Era ponto de referência turística em São Vicente, mas acabou fechando logo após uma campanha dos ecologistas, que denunciaram as más condições dos animais marinhos ali mantidos e montaram grande operação para devolvê-los ao mar. Funcionava na praia do Itararé, onde o golfinho Flipper era o último de sua espécie ainda em cativeiro no País, até ser solto em 1993. 

- Fundação da Tenda de Umbanda Pai João da Caridade. Antes dessa data já existia na cidade a Tenda de Umbanda Jacinto e Vovó Maria Conga.(Registros de Umbanda) 
Muitas outras tendas de umbanda e de terreiros de candomblé existiram e existem informalmente nas cidades brasileiras, instaladas nas próprias residências dos seus praticantes; ou em imóveis alugados ou cedidos pelos adeptos, quase sempre em condições provisórias. Esses grupos também sempre foram alvos de intolerância e perseguições, forçando o fechamento e constantes transferências das suas atividades. Essas características explicam o baixíssimo número de estabelecimentos religiosos fixos e formalizados dessas manifestações religiosas populares.(Nota do Organizador) 

-Denúncia de terrenos contaminados por indústria química de Cubatão na área Continental de São Vicente. Em junho de 1993, a multinacional Rhodia teve suas atividades suspensas 
Um dos mais graves casos de contaminação do solo no Brasil ocorreu na Baixada Santista, quando produtos químicos perigosos - resíduos de produção industrial - foram depositados em vários terrenos de São Vicente e outros municípios. (A Tribuna em 13 de março de 2005) 

- Instalação da UNESP - Instituto de Biociências do Câmpus do Litoral Paulista São Vicente -De Centro de Ensino e Pesquisa a Câmpus Universitário.

A atuação da UNESP na Baixada Santista foi uma decisão interna da Universidade, a partir de um projeto elaborado por um grupo de docentes. A proposta de criação de uma Unidade Universitária nesta região iniciou-se em 1988 como um Projeto Especial da Reitoria, com recursos orçamentários da própria UNESP, e evoluiu para sua institucionalização em fevereiro de 1994, na forma de Unidade Complementar. Nascia, então, o CEPEL – Centro de Ensino e Pesquisa do Litoral Paulista. A criação do CEPEL, no município de São Vicente, constituiu-se na primeira experiência de atuação de uma universidade pública na Baixada Santista. Contando com uma sede inaugurada em 1993 e quadro de pessoal próprio, o CEPEL dedicou-se a atuar de maneira mais consistente na área de Educação (formação permanente de professores e educação ambiental), Saúde Pública (cursos de atualização) e apoio às atividades dos docentes das demais Unidades Universitárias da UNESP que desenvolviam projetos na região. 

1994- Comemorações dos 80 anos da construção da Ponte Pênsil. 

1995- Morte de Ivani Ribeiro. 

-Relato de Pouso de UFO em São Vicente de um importante caso de 2º Grau. A cidade já havia registrado aparições em outubro 1954 e novembro de 1973. 

E.T.s EM SÃO VICENTE 

Ocorrido em 1 de outubro de 1995, no litoral paulista, foi um dos focos de uma reportagem no History Channel, da série Contato Extraterrestre e trouxe alguns aspectos novos, após vários anos da realização da pesquisa inicial. Este incidente de pouso pesquisado pelo Grupo Ufológico de Guarujá (GUG) em parceria com o extinto Instituto Nacional de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), está entre os casos mais expressivos e autênticos deste tipo, ocorreu em São Vicente, no estado de São Paulo. 
Por volta das 23 horas, os pescadores Fernando Bezerra e Wilson da Silva Oliveira, recolhiam suas redes de pesca, quando a bordo da sua embarcação observaram assustados a aterrissagem, a poucos metros, de um OVNI fortemente iluminado, na Ilha do Major. No início da observação os dois pescadores acharam que se tratava de um balão, porém quando o objeto se aproximou numa velocidade muito grande notaram que estava diante de um fenômeno anômalo. 
“Quando a luz estava em cima de nossas cabeças, mudou de direção e foi a uma ilhota, onde pousou. Na parte debaixo do aparelho tinha luzes que giravam”, relatou Fernando Bezerra. 
Aterrorizado Wilson Oliveira disse: “Quase morri de medo. Me escondi no porão do barco”. 
A luminosidade proveniente do aparelho voador, que tinha forma de disco, era de uma tonalidade amarelada e era tão intensa, que os dois pescadores assustados tentaram fugir, mas o motor da embarcação desligou na hora que o OVNI passou por cima deles.

Pescadores da área continental mostram a pesquisadores um desenho descritivo do fenômeno eo local do pouso do disco voador na Ilha do Major. 

“Fizemos umas dez tentativas até o motor pegar, depois saímos rapidamente dali. Pudemos ver, na fuga, que o objeto aterrissou em uma pequena ilha situada entre os meandros dos mangues do rio Piaçabuçu”, relatou o pescador Fernando. 
Um detalhe informado na época para a equipe do GUG foi que o disco voador não emitia som algum e a luz produzida pelo objeto era muito intensa que os pescadores observaram os caranguejos saindo da toca no outro lado do rio. 
Um fenômeno que deixa marcas 
Depois do susto, Fernando e Wilson garantem que chegaram em casa e contaram o ocorrido aos seus familiares e não conseguiram dormir, embora tivessem tomado água com açúcar na tentativa de se acalmarem. Ao amanhecer, no dia seguinte, os dois pescadores voltaram ao local, armados e, notaram uma marca circular. Era um círculo de 5,5 metros de diâmetro, onde a vegetação estava seca, amassada e nivelada, em sentido horário. 
Também encontraram 4 marcas de sapatas de apoio retangulares, cada uma com 10 x 15 centímetros. Estas marcas dos trens de aterrissagem do objeto voador estavam proporcionalmente distribuídas e com afundamento no terreno de 1,5 centímetros. Os pescadores retornaram a cidade e comunicaram o fato aos repórteres do Jornal “A Tribuna” de Santos, que veiculou uma matéria sobre o estranho episódio em 08/10/1995.

Agravos na Saúde 

Passados 18 anos da ocorrência, durante o programa no History Channel, os dois pescadores confirmaram os mesmos detalhes observados em 1995 e disseram em complemento a narrativa do caso que tiveram suas saúdes afetadas desde aquela época, tendo que se afastar da pesca. Apresentaram até exames médicos constatando esta realidade. 
Até hoje, Fernando e Wilson, são considerados pelo GUG como sendo testemunhas concretas de um contato real com o desconhecido. Em adendo e confirmando que os OVNIs estavam naquela região em outubro de 1995, os pesquisadores investigaram outro caso de avistamento na Praia do Indaiá que ocorreu no dia seguinte ao pouso, e ao longo do mês de outubro daquele ano houve várias ocorrências de luzes não identificadas na região. É fato concreto que os objetos voadores não identificados sobrevoaram e pousaram no Litoral Paulista!(http://www.fenomenum.com.br/ufo/casuistica/1990/saovicente)

- Criação da Paróquia São José de Anchieta – São Vicente, em 9 de junho, no Humaitá. 
1996 – O antigo Horto Municipal do Voturuá é transformado em Parque Ecológico de São Vicente. 

- Marco Antonio Lança publica tese sobre a história da Vila de São Vicente, dissertação para obtenção do título de mestre, submetida à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, sob o título: “Vilas paulistas do século XVI. A pesquisa trata da ocupação do território paulista, ocorrida no século 16”. 

1997- O Prefeito Márcio França instituiu pela Lei de 30 de maio o serviço de transporte coletivo de passageiros na modalidade lotação, através de veículos do tipo peruas, microônibus ou assemelhados, sem taxímetro. 

- 8 de novembro. Oito jovens morreram e mais de 70 ficaram feridos, após apresentação da banda de rock Raimundos, no Clube de Regatas Santista. A tragédia tornou leis mais rígidas para eventos na Cidade. Depois daquele dia, promover uma simples festa tornou-se uma tarefa mais trabalhosa para os empresários da noite. O velório de uma das vítima foi realizado em São Vicente. 

- Fundação Santa Cecília TV, emissora de televisão concessionada em São Vicente, porém sediada em Santos e pertencente ao Sistema Santa Cecília de Comunicação, que por sua vez é mantida pela Universidade Santa Cecília, que também controla a Santa Cecília FM. De cunho educativo, foi inaugurada no dia 26 de janeiro de 1997, substituindo a extinta TV Litoral, que era afiliada à TVE Brasil. Consequentemente, a Santa Cecília TV também seria afiliada à emissora educativa, mas atualmente opera como emissora independente. 

- Vicentinos agraciados com o Troféu Pagu (Patrícia Galvão). O presidente do IHGSV , Fernando Martins Lichti; a a jornalista Noemi Francesca de Macedo e o empresário Antonio Lima, promotor do Festival Brasileiro de Cinema de São Vicente foram premiados no encerramento do Festival de Teatro Amador de Santos, com a participação de 650 artistas. 

- Fundação do Instituto Camará. 
No dia 8 de setembro de 1997, um grupo de trabalhadores da área da saúde, educação, assistência social e representantes da sociedade civil de São Vicente/SP, decide fundar o Centro Camará de Pesquisa e Apoio á Infância e Adolescência, hoje, Instituto Camará Calunga. 

1998- Municipalização de sete escolas da rede estadual de ensino através de um convênio entre a prefeitura municipal e o governo do estado: EEPGs Augusto de Saint-Hilaire, Constante L.C. Houlmont, Jacob Andrade Câmara, Leonor Stoffel, Manoel Nascimento Júnior, Otávio de Césare e União Cívica Feminina. O Governador Mário Covas havia anunciado, durante a assinatura do convêncio, realizado em 1997, a construção de cinco escolas de ensino fundamental. 

- Tentativa de legalização das peruas vans no transporte coletivo municipal por meio de uma cooperativa.

-  Falecimento de Carlos Alfredo Hablitzel, fundador do Museu Histórico Naval de São Vicente em 6 de novembro de 1988, aos 69 anos de idade.
1999- Criação do jornal eletrônico Novo Milênio, em Santos, pelo jornalista Carlos Pimentel Mendes, com 33 mil páginas contendo textos e imagens de atualidades e principalmente da história dos municípios da Baixada Santista. 

- Fundação, em Santos, do jornal Diário do Litoral, periódico de conteúdo regional. 

- Fundação, em 6 de outubro, por um grupo de voluntários a ONG Hipupiara, para acolhimento e desenvolvimento de pessoa com HIV. O nome da entidade é uma alusão à lenda colonial de um monstro que aparecia para atacar os caminhantes na zona noroeste da Ilha de São Vicente. 

BETO VOLPE E O HIPUPIARA 
A Editora Realejo anuncia o lançamento do livro "Morte e vida posithiva", autobiografia de Beto Volpe, portador do vírus do HIV há 27 anos. O livro apresenta, numa linguagem bem humorada e num discurso intenso, carregado de sentimentos, as passagens mais marcantes de sua vida, e descreve o dia a dia de um portador da doença. A publicação busca demonstrar que é possível viver com AIDS, mesmo com todas as dificuldades, propagar a esperança e levar mais informação sobre o assunto. Beto é homossexual e foi contaminado no auge da doença no Brasil, na década de 80. Os episódios, como as aventuras na adolescência, a descoberta da doença, a situação de contar à família, a relação com as drogas e amigos, entre outros, são contados com bastante e diversos sentimentos - como paixão, decepção, dor, tesão, felicidade etc -, e irreverência. Sobre a disseminação da notícia, escreve:
"Em menos de uma semana toda a cidade [Santos, onde reside até hoje] sabia que o Betinho do Itararé, ou o filho do Geraldo e Aída era um 'aidético'. CREDO!!! Que palavra ridícula! Como é agressiva e como diminui a pessoa, valorizando o mal que ela carrega. Mas, ao mesmo tempo, virei uma espécie de ícone fashion no meu pedaço. Eu era exibido às escondidas como em um zoológico humano de Star Treck: - Eu tenho um amigo aidético, você quer conhecer? Ele é tão legal... Coitado". 
Hoje, aos 55 anos, soma inúmeras visitas ao médico, teve morte óssea em ambas as pernas, dois cânceres, três acidentes cerebrais, entre outros problemas, todos descritos de maneira detalhada, entre uma ou outra casualidade pelo qual passava, o que garante a leveza da leitura. Fala ainda sobre a criação da ONG Grupo Hipupiara Integração e Vida - Grupo HIV, que apoia portadores da doença, oferece assistência jurídica gratuita, distribui cestas básicas, entre outras ações.A ideia de fazer o livro surgiu em 2002, inspirada em outro, o "Histórias de Coragem", da Editora Madras, que reúne quatorze textos autobiográficos sobre superação da AIDS e, entre eles, o texto de Beto. Contudo, devido à carga de trabalho da ONG e os problemas de saúde, deu um tempo e retomou em 2013, finalizando neste ano. (Jornal da Orla, 17/08/2016). 

2.000- São Vicente torna-se Capital do estado por três dias. A pedido do prefeito Márcio França, o governador Mário Covas despacha com secretários de várias pastas durante as comemorações dos 468 anos da Vila de São Vicente. 

- Hasteamento da maior bandeira do mundo. 

 A maior bandeira do mundo em mastro está instalada no Morro dos Barbosas, em São Vicente. Ela mede 630 m² (21 x 30 m) e a altura do seu mastro é de 50 m, equivalendo a um prédio de 20 andares. A bandeira voltou a ser assunto em nota publicada no último dia 9 no jornal impresso Diário de S. Paulo (página A-5), veículo de circulação na capital paulista, sob o título "Brasil tem a maior bandeira do mundo." 
"Prestes a ser catalogada pelo Guiness Book, o livro dos recordes, a bandeira pesa 110 quilos aproximadamente. (...) Para abrí-la, foram necessários dez homens e para que chegasse ao alto do morro, a bandeira teve de ser içada mecanicamente. A bandeira fica hasteada permanentemente, desde 22 de fevereiro de 2000, e tornou-se atraçãoturística.", diz a nota. 
Ela deixou para trás o título de maior Bandeira do Brasil reconhecido pelo Guiness Book dado a que fica na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que mede 286 m². A bandeira foi encomendada pela Companhia de Desenvolvimento de São Vicente - Codesavi, a uma empresa especializada. O hasteamento ocorreu entre outras homenagens feitas pelo Município (como o conjunto de Esculturas em Areia) em comemoração pelos 500 anos do Descobrimento do Brasil, e contou com a presença do ex-Governador do Estado de São Paulo, Mário Covas, que se referiu à grandiosidade e criatividade na criação do símbolo. 


- Inauguração da Casa Martim Afonso - Casa do Barão de Piracicaba: a edificação é o que sobrou da casa construída por Rafael Tobias de Aguiar Barros, 2º Barão de Piracicaba, em 1895 para ser uma residência de verão. Após vários usos, no final da década de 1990 a casa encontrava-se abandonada. Adquirida pela Prefeitura, a Casa do Barão de Piracicaba, foi transformada em espaço cultural, sendo inaugurada no ano 2000 nas comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. 

- Inauguração do Monumento Niemeyer. 

UM NIEMEYER NA ILHA PORCHAT 

Uma vista cinematográfica que merece ser descoberta e apreciada cada vez mais pelas novas gerações é a do Monumento Niemeyer – também conhecido como Memorial dos 500 Anos –, que fica no topo da Ilha Porchat, em São Vicente, a 76 metros do nível do mar. De lá, é possível avistar as praias da cidade mais antiga do Brasil e as de Santos, assim como seus edifícios e morros emoldurados pelo céu – se for azul, tanto melhor – mas o visual é bonito em qualquer clima e horário. À noite também é deslumbrante, ainda mais se a visita for acompanhada de um jantar no restaurante localizado ao lado, em uma alameda batizada com um nome musical: Ari Barroso, em mais uma referência ao Rio de Janeiro – cidade em que também nasceu e morreu o grande arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), que projetou a cobertura do mirante que leva o seu nome. Aliás, trata-se do único monumento do arquiteto na Baixada Santista.Inaugurada em 2000, em comemoração aos 500 anos de descobrimento do Brasil, a cobertura tem forma de asa côncava e um vértice que aponta para Brasília, cidade planejada por Niemeyer e Lúcio Costa, na década de 60. O mirante tem capacidade para abrigar até 250 pessoas e, no último sábado, o movimento era intenso durante a manhã ensolarada. Era gente que vinha de tudo quanto é parte do Brasil, como dona Iraídes Vaz Florentino, de 76 anos, que tinha vindo de Goiânia visitar os filhos e estava pela segunda vez no mirante. “Eu digo para os meus filhos aproveitarem tudo isso, porque o mar é uma coisa maravilhosa”, disse a idosa, que vive na região central do País, a 865 quilômetros de São Vicente. 
Outro ângulo muito bonito da obra de Niemeyer é possível de ser admirado logo abaixo do mirante, de onde se vê o bico da cobertura projetada pelo arquiteto, lembrando uma ave que emerge do meio da mata, pronta para o voo. 
A dona de casa Iguaci Vernareccia, de 43 anos, visitava pela primeira vez o mirante. “Eu sou de São Paulo e nunca tinha vindo aqui. Agora, me pergunto por que é que eu não vim antes. É tão bonito!” ( A Tribuna- Santos) 

2001- Falecimento do governador Mário Covas, em 6 de março. 

- Falecimento do maestro José Jesus de Azevedo Marques. 

2002- Fundação da VTV, em 5 de abril, pelo político e empresário Beto Mansur, na época prefeito da cidade de Santos. 

- Assassinato do surfista Nino Matos.

A onda de violência chegou ao cenário do surf, na madrugada desta quinta feira (25) em São Vicente, foi assassinado covardemente com cinco tiros uma das lendas do surf vicentino o ex profissional Nino Matos, o crime chocou amigos e parentes do atleta de 39 anos, um clima de revolta e indignação ainda paira no ar, destaque do surf profissional brasileiro na década de 80 e atual campeão vicentino máster, o "velhinho" com certeza vai deixar saudades, atuante permanecia na ativa competindo e dando aulas de surf, alegre e descontraído, ousado em ondas grandes, como competidor defendia com garra sua categoria, surfista de alma que desenhava seu talento nas ondas escrevendo assim seu nome na historia e conquistando amigos, Nino foi embora a fatalidade nos privou cedo demais da sua presença mas ele deixou marcas nas ondas e principalmente na vida.Para todos que tiveram o privilegio de conhece-lo a dor da perda sera imensa, que o espírito de paz que reina no mundo do surf esteja com ele e nos de serenidade e conforto. (Surfcore, 27/01/2002) 

Delegado pode esclarecer o caso Nino Matos nesta semana. 

O inquérito sobre o assassinato do surfista Edemir de Matos Fernandes, o Nino Matos, poderá ser esclarecido em breve. Segundo Antônio Sérgio Messias, delegado do 1º DP de São Vicente responsável pela investigação do crime, uma denúncia anônina poderá levar ao esclarecimento do caso até o final da semana. O assassinato aconteceu na Avenida Minas Gerais, no bairro da Vila Valença, em São Vicente. Oscar Cordeiro Filho, amigo da vítima, contou que estava com o surfista em um bar, no Itararé, quando, por volta de meia-noite, Nino se despediu e foi embora, pois acordaria às 6 horas para dar aula na escolinha de surf e saiu sozinho em sua moto. Por volta de 1 hora, a PM Rita foi acionada para averiguar disparos de arma perto de uma pedreira. Nino foi encontrado morto, caído ao lado da moto, com cinco ferimentos no peito e barriga. Nino foi enterrado no dia 25/01 no Memorial Vicentino, em São Vicente. ( Redação Waves - 06/02/2002) 

- Inauguração do Parque da Vila de São Vicente, na Praça João Pessoa, antigo Largo de Santo Antônio.

“O Parque Cultural Vila de São Vicente foi inaugurado no dia 19 de julho de 2001, localizado na praça João Pessoa, em frente à Igreja Matriz, no Centro da Cidade. O Parque reproduz imagens históricas, usos e costumes da Primeira Vila do Brasil, por meio de instrumentos como teatro de bonecos, museu da Encenação de São Vicente e Pelourinho, entre outros. O projeto arquitetônico foi inspirado nas construções do século XVI. As telhas do local vieram das antigas fazendas demolidas da Cidade de Araxá, em Minas Gerais, moldadas nas coxas dos escravos. O piso é feito de concreto estampado com desenho inspirado nas cidades históricas de Minas Gerais”.


2003 - Fundação do CAMP Rio Branco, em 15 de novembro na área continental, de São Vicente, por iniciativa de um grupo de ativistas e educadoras da área continental vicentina. 

- Após mais de dez anos de monitoramento em 11 áreas de remediação espalhadas por três municípios da Baixada Santista, a Rhodia recebeu um ofício da Cetesb considerando concluídas as operações no sítio denominado PI-06, situado entre o Rio Mariana e a Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, próximo ao KM 67, na área Continental de São Vicente. De grande importância para a comunidade local, o fato ocorreu em 8 de agosto de 2003. Entretanto, só veio à tona na semana passada, diante de questionamentos de moradores do Jardim Rio Branco sobre falhas na vigilância de "um terreno contaminado da Rhodia". ( A Tribuna em 13 de março de 2005 ) 

2004 - Praia de Paranapuã é ocupada por um grupo de indígenas das aldeias do litoral sul de São Paulo. 
Grupo de guaranis invadem Paranapuã 

O Instituto Florestal, órgão ambiental do Estado de São Paulo, está brigando na Justiça para retirar um grupo de índios guaranis que se instalou, há 18 meses, numa unidade de conservação de mata atlântica em São Vicente, litoral paulista. A presença humana já ameaça aves migratórias que costumavam descansar, alimentar-se e procriar nas praias do Parque Estadual Xixová-Japuí. O grupo é formado por 20 famílias e entrou no parque em janeiro de 2004, após participar da tradicional encenação da fundação da vila de São Vicente. Suas casas, rústicas, se concentram em um perímetro traçado como de proteção integral - que não contempla o trânsito de pessoas - justamente para manter a integridade da Praia de Paranapuã, onde pousam as aves. O trinta-réis-real (Thalasseus maximus) é uma delas. Ameaçada de extinção no Estado, ela faz ninhos em poucas praias e ilhas de São Paulo, como Paranapuã, a Laje de Santos, ilhotas de Ilhabela e Alcatrazes. Sua "prima" de bico amarelo, a T. sandvicensis, também circulava na área, assim como espécies de maçaricos e batuíras (Charadrius), que migram do Canadá e do Alasca para formar ninhos no jundu, a faixa de vegetação que se forma acima da linha da maré alta. "Há uma série de espécies que vive no litoral de São Paulo, algumas raras, que possui poucas opções de faixa de praia para pousar,", explica o biólogo Fabio Olmos. Segundo ele, a simples presença dos índios na proximidade da praia afasta as aves. "O impacto do índio pode ser sentido por muito tempo. "Os guaranis também têm retirado flores nativas da mata atlântica, como orquídeas, bromélias e helicônias, para vender no mercado da cidade. 
O parque foi criado em 1993, aproveitando a faixa verde conservada graças à presença da Marinha, que tinha uma base no local. A área onde hoje está o parque também abrigou uma unidade da Febem, desativada há mais de duas décadas. Os dois prédios haviam sido ocupados, inicialmente, por alguns índios. Uma decisão judicial determinou que eles deveriam deixar os edifícios - que estão abandonados, com fios elétricos expostos e infiltrações - e viver conforme sua tradição. 
ACUSAÇÕES 
O Instituto Florestal acusa a prefeitura de São Vicente de colocá-los propositalmente dentro do Xixová-Japuí para criar um "parque temático" e a Fundação Nacional do Índio (Funai) de mantê-los em uma área de conservação. A prefeitura nega e afirma estar ao lado do órgão ambiental para retirar os índios do local - segundo o assessor jurídico Tarcio Coutinho, "eles têm de sair, pois afetam a migração das aves, retiram plantas nativas para vender na feira e produzem lixo que contamina a terra". 
Os índios também estariam cobrando ingresso de turistas para visitas à praia. Sua sobrevivência também vem por meio de doações de moradores e da prefeitura, que lhes fornece cestas básicas. Em uma inspeção realizada anteontem pela juíza federal Alessandra Nuyens Aguiar Aranha, acompanhada pela reportagem do Estado, algumas irregularidades foram observadas, como o corte de árvores para fogo e lixo jogado nas estradas, apesar de uma limpeza comandada pela prefeitura ter sido realizada no dia anterior. Minutos antes, um pequeno grupo de índios chegou ao parque de táxi com sacolas de supermercado. Segundo o coordenador regional do litoral-centro de São Paulo do instituto, Julio Vellardi, o solo na área é ácido e não permite aos guaranis manter uma horta para subsistência. Durante a inspeção, sob um monumento maçônico abandonado, o grupo entoou cânticos e realizou danças típicas como exemplo do apego a suas raízes. O cacique Alcides Mariano Gomes diz que o grupo chegou àquela terra após o pajé sonhar com "um lugar que é bom para seu povo". Para a antropóloga Silvia Guimarães, da Universidade de Brasília, especialista em migração guarani, a cultura desse grupo contempla a busca de um "local encantado", muitas vezes perto da praia. "O significado da terra, para eles, possui traços conflituosos com a nossa percepção de terra", explica. A decisão definitiva sobre o destino do Xixová-Japuí será tomada só depois de um laudo antropológico sobre os guaranis - que nem começou a ser feito. "Enquanto isso, a situação se estabiliza e o parque perde", diz Vellardi. (Cristina Amorim - O Estado de São Paulo, 11/08/2005) 

- Criação da Paróquia São João Evangelista, na Cidade Náutica-Tancredo Neves. 
Dia 06 de fevereiro, dom Jacyr Francisco Braido, bispo diocesano, instituiu a Paróquia São João Evangelista, no bairro Tancredo Neves, em São Vicente, e deu posse ao primeiro pároco, Pe. Jean Claude Griveau. A nova paróquia é um desmembramento da paróquia Nossa Senhora Aparecida. Passam a fazer parte da nova paróquia as Igrejas Bom Jesus dos Navegantes e São Francisco (México 70); Cristo Operário (Vila Margarida); Espírito Santo (Esplanada dos Barreiros). 

- Lançamento do livro “A Ponte Pênsil e o Menino”, “do advogado João Maurício Ibañez, relatando a história de João Calunga e sua relação de 80 anos com a ponte que se tornou símbolo de São Vicente. 

2005-Decreto do prefeito municipal institui o Condesphasv. 
TERCIO GARCIA, Prefeito do Município de São Vicente, usando das atribuições que lhe são conferidas por Lei, faz saber que a Câmara Municipal decreta e ele sanciona e promulga a seguinte Lei: Art. 1º Fica instituído o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Cultural e Turístico de São Vicente - CONDEPHASV, nos termos do art. 341 da Lei Orgânica do Município, órgão autônomo e deliberativo em questões referentes à preservação e tombamento de bens culturais e naturais, vinculado à Secretaria de Turismo e Cultura. 

- Centenário da Expedição da Comissão Geográfica e Geológica comandada pelo engenheiro Olavo Hummel. 

- Falecimento do pintor Carlos Fabra, autor que retratou cenas da colonização primitiva de São Vicente. 

FABRA, UM PINTOR URUGUAIO E VICENTINO


Carlos Fabra, autor da maior sequência de pinturas sobre a história da Fundação da Vila de São Vicente, faleceu no dia 10 de junho do ano passado, aos 67 anos. Desde então, a família do artista uruguaio tenta publicar um livro inédito, sobre o primeiro século da Cellula Mater, por dois motivos imperativos: valorizar a memória do pesquisador, e sair da miséria. Com mais de 500 páginas, o material é fruto de um amplo estudo realizado por Fabra nos dois últimos anos de vida, quando um câncer no estômago já o consumia dia após dia. Antes de morrer, o pesquisador revelou à família que o livro precisava ser publicado, pois seria revelador. Na introdução da pesquisa, Fabra esclarece que o livro reúne informações de diversos estudos sobre São Vicente, já publicados, mas que permanecem fragmentados. O conhecimento do artista sobre a Cidade é mais do que notório. Além de ter pintado uma série de 37 quadros retratando a formação da Primeira Vila, batizada de Memorial da História Vicentina, Fabra participou de importantes publicações sobre São Vicente. Dentre elas, destacam-se a Poliantéia, com informações sobre o Município e o trabalho Gohayó, inicialmente encartado em A Tribuna e, em seguida, reunido em forma de livro. Maremoto - Após acompanhar uma morte silenciosa e sem nenhum reconhecimento público - só um político teria comparecido ao enterro -, a família do artista ficou revoltada ao ver os quadros de Fabra expostos em rede nacional nos últimos dois domingos, quando o programa Fantástico, da Rede Globo, utilizou uma de suas pinturas para contar a história do maremoto que destruiu a primeira vila. 
"Quando vi o quadro no Fantástico, fiquei feliz ao perceber que o trabalho de meu pai é importante. Mas, ao mesmo tempo, não consigo entender porque esqueceram dele antes e depois da morte", diz o filho mais velho, Ricardo, de 18 anos. 
Mesmo sem ter assistido ao programa, a irmã, Michele, de 17 anos, concorda com a injustiça sofrida pelo seu genitor. "Fabra nasceu no Uruguai, mas amava São Vicente. E o povo vicentino também o amava, pois sempre mostrou-se solidário, nos momentos de necessidade que passou. Espero que este reconhecimento ainda exista", ressalta Maria Auxiliadora, recordando o episódio em que o marido decidiu colocar o Memorial da História Vicentina, a série de quadros, à venda para chamar a atenção da sociedade. De acordo com ela, em fevereiro de 2001, Fabra percebeu que estava com sérios problemas de saúde e ficou preocupado com o futuro da família. "Por uma questão política, ele perdeu o emprego na Secretaria de Cultura e nós estávamos com muitas dificuldades financeiras. Por isso, resolveu anunciar que venderia os quadros". 
Município adquiriu as obras


Ao saber da disposição de Carlos Fabra de vender o Memorial da História Vicentina, a série de quadros, o prefeito Márcio França adquiriu a obra histórica para o Município, por cerca de R$ 30 mil, por meio de uma parceria com um empresário. "Com o dinheiro, compramos esta casa e guardamos o restante, para nos mantermos. Mas logo os problemas voltaram". 
Enquanto as pinturas de Fabra ganharam destaque no Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV), seu autor caminhou para uma situação cada vez mais grave. "Bastante doente, ele não tinha sequer uma alimentação adequada. Até para transportá-lo para o hospital, nos momentos de crise, foi complicado. Para piorar, não conseguimos um lugar para fazer a quimioterapia", conta Maria. Ela faz questão de salientar que o presidente do IHGSV, Fernando Martins Lichti, foi uma das poucas pessoas que ajudaram o marido até o último instante, abrindo espaço para Fabra ensinar história e arte no instituto. "Ele formou uma geração de pintores, escultores e pesquisadores". 
Com orgulho, Maria mostra a Medalha de Grande Mérito Cultural que Fabra recebeu do IHGSV, um mês antes de falecer. Na residência, ela ainda guarda algumas pinturas e esculturas do marido, incluindo o único quadro que ele fez sobre Praia Grande, em 1995, mostrando a pesca de arrastão com parelha de bois. 
"Não recebe nenhuma pensão. Como ele era uruguaio, teve problemas para reunir a documentação e não conseguiu se aposentar. Estamos desamparados", diz. (Pedro Cunha. A Tribuna, 15 de janeiro de 2005) 

- Doação de ossada de baleia encontrada longe da praia em São Vicente gera demanda judicial. 

Liminar impede doação de ossos de baleia 
Da Sucursal 

O juiz titular da 2ª Vara Cível de São Vicente, Leandro de Paula Martins Constant, concedeu liminar determinando a permanência da ossada de uma baleia azul na Cidade. A ossada do crânio do mamífero foi encontrada em setembro de 1989, no Itararé, e está guardada no Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV) desde 1992. Com a decisão judicial, fica suspensa a doação do fóssil para o Instituto de Pesca, em Santos. A liminar atendeu pedido formulado por um munícipe em ação popular. 
O magistrado justificou sua decisão afirmando que o fóssil deve permanecer em São Vicente até que "se faça prova sobre o efetivo valor local da ossada", em detrimento do valor regional ou nacional. 
"Se o valor local for mais importante, fica em São Vicente; senão, vai para outro local", antecipou o juiz, que estipulou em R$ 2 mil a multa diária caso a liminar não seja obedecida. 
A ação popular, movida pelo advogado Lourenço Secco Júnior, foi impetrada depois que o autor tomou conhecimento de um ofício enviado pelo vice-presidente em exercício do IHGSV, Antônio Teleginski, ao secretário de Turismo e Cultura da Cidade, Pedro Gouvêa, no último dia 10. 
Praça pública - No documento, o vice-presidente expõe: "Consultamo-lo quanto à conveniência desse fóssil ser transferido à Prefeitura, para que seja colocado em praça pública (coberto), com um histórico analítico e temporal. Se houver desinteresse da municipalidade, ofereceremos o crânio aos museus especializados de Santos". A resposta assinada pelo secretário de Turismo e Cultura no último dia 17, de acordo com o ofício 157/05, foi a seguinte: "Em resposta ao ofício 101/05, informamos que lamentavelmente não temos espaço para acolher o fóssil. Outrossim, concordamos com a doação do mesmo a museus especializados de Santos. 

Fóssil poderia ajudar na identificação do local da vila 

Da Sucursal 
Segundo o professor de História Waldir Rueda, que trabalhava no IHGSV quando o crânio foi encontrado, é possível determinar a idade da ossada através do exame de carbono 14 (C-14). A tese de Rueda é que com esse resultado será possível até mesmo saber com precisão em que local da Cidade foi fundada a primeira vila, em 1532. 
Em conversa com Rueda, na última terça-feira, o prefeito Tércio Garcia teria acenado com a possibilidade de chamar um arqueólogo para realizar estudos e fazer o exame do C-14 na ossada, a fim de determinar a idade do fóssil. "Ele também garantiu que o crânio não sairá de São Vicente", comemora o professor. 
O presidente do Instituto Histórico e Geográfico, Fernando Lichti, explica que a iniciativa do ofício foi tomada tendo em vista que, desde 1992, nada foi feito com a ossada, que se encontra em um terreno aberto, sofrendo a ação de chuva e vento. 
"O problema do crânio é que ele está aqui há mais de dez anos e nunca ninguém se mexeu", afirma Lichti. "Nós cedemos o espaço para que a ossada ficasse preservada enquanto esperava um destino", completa. 
Para o presidente do IHGSV, "tendo ou não valor arqueológico, é o crânio de uma baleia que deveria estar exposto para o público em um local adequado". E completa: "O instituto está sendo citado hoje e tem um prazo para se manifestar. Não fazemos objeção a que fique aqui, mas não queremos a responsabilidade sobre a ossada". 
Não sabia - Por meio de sua assessoria de Imprensa, o prefeito Tércio Garcia explicou que recebeu em seu gabinete, terça-feira, Rueda, "que lhe informou, pela primeira vez, sobre a ossada".De acordo com a assessoria, "o prefeito, sensibilizado, ficou de procurar um local na Cidade para melhor acomodar o achado" e "em nenhum momento prometeu contratar um arqueólogo", deixando claro que apoiaria qualquer projeto, desde que não implicasse custos para a Prefeitura.Ainda segundo a assessoria da Administração Municipal, "o prefeito também não tinha conhecimento da suposta doação da ossada por parte do Instituto Histórico e Geográfico".  ( A Tribuna, domingo, 4 de Dezembro de 2005) 

2006- Ataques do PCC em São Vicente ferem quatro mulheres e um menino de dois anos. 

Os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), iniciados na noite de terça-feira (11), continuaram na noite de quarta-feira e nesta madrugada. Não houve novas mortes nos ataques registrados, mas os ataques incendiários contra ônibus feriram quatro mulheres e um menino de dois anos, em São Vicente (74 km a sudeste da cidade de SP) e na Vila Madalena (zona oeste da capital). Com as novas ações desta segunda onda de ataques atribuídos ao PCC, já passa de cem o número de ataques contra forças de segurança, ônibus e prédios públicos e particulares registrados em mais de 15 cidades do Estado de São Paulo. O ataque mais grave ocorreu na avenida Penedo, bairro de Catiapoã, em São Vicente, por volta de 21h de quarta-feira. A cobradora, de 34 anos, e dois passageiros, uma fotógrafa de 24 anos e um menino de dois, sofreram queimaduras antes de saírem do ônibus em chamas. As vítimas foram hospitalizadas no Centro de Referência para Emergência e Internação de São Vicente e na Santa Casa de Santos. São Vicente registrou um total de sete incêndios criminosos: cinco contra ônibus e os demais contra fachadas de supermercados. 

- Fundação da Academia Vicentina de Letras Artes e Ofícios no dia 27 de março. Sua instalação oficial aconteceu no dia 18 de agosto na Câmara Municipal de São Vicente. 

- Ossada de baleia é levada para Centro Naútico. 

Crânio de baleia é levado para Centro Náutico
Da Sucursal
Os ossos do crânio da baleia azul que eram mantidos por determinação judicial no Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV) foram levados para o Centro Náutico, na Esplanada dos Barreiros. Até ontem, no entanto, o autor da ação popular movida no sentido de manter o fóssil na Cidade, Lourenço Secco Júnior, desconhecia o paradeiro da ossada, encontrada em setembro de 1989, no Itararé, e guardada no instituto desde 1992. Sua permanência na Cidade acabou na Justiça, no ano passado, depois que foi sugerida uma doação para o Instituto de Pesca de Santos.
Conforme a Prefeitura, os ossos foram transportados para o Centro Náutico em abril. "Está sendo preparada a sua restauração para posterior exposição", informou a Administração Municipal, por meio de sua Assessoria de Imprensa.No último mês de dezembro, o juiz da 2ª Vara Cível de São Vicente, Leandro de Paula Martins Constant, concedeu liminar e determinou que o fóssil ficasse no local onde se encontrava, atendendo ao pedido do munícipe, que moveu a ação popular para garantir a permanência dos ossos na Cidade. O magistrado chegou a fixar multa diária de R$ 2 mil em caso de desobediência. Na ocasião, o titular da 2ª Vara Cível justificou a decisão afirmando que a ossada deveria permanecer em São Vicente até que se fizesse "prova sobre o efetivo valor local da ossada", em detrimento do valor regional ou nacional. A ação popular, movida pelo advogado Lourenço Secco Júnior, foi impetrada depois que o autor tomou conhecimento de um ofício enviado pelo vice-presidente em exercício do IHGSV, Antonio Teleginski, ao então secretário de Turismo e Cultura da Cidade, Pedro Gouvêa, no último dia 10 de novembro.
Sem saber - Ontem, o advogado afirmou que desconhecia o paradeiro da ossada. De acordo com o autor da ação popular, durante a visita ao IHGSV, os guardas municipais que estavam de plantão não souberam explicar quando a ossada teria sido levada, tampouco quem a teria retirado de lá.
"A ordem do juiz está sendo desrespeitada, ninguém sabe onde está (o fóssil) e em que condições", reclamou o advogado.
Em conversa com o prefeito Tércio Garcia no início de 2006, o historiador Waldir Rueda teria pedido que a ossada fosse removida do quintal do Instituto Histórico e Geográfico para um recinto fechado e que preservasse o material que estava há cerca de dez anos exposto ao relento.Em nota oficial, a Prefeitura informa que: "O prefeito providenciou, então, a remoção da ossada, incluindo partes já separadas do crânio que estavam no quintal, para um recinto fechado e coberto no Centro Náutico, equipamento público frequentado diariamente por dezenas de estudantes da Rede Municipal de Ensino que lá praticam esportes aquáticos".
"Além de ter colocado a ossada sobre uma plataforma que permite sua melhor visualização, a Prefeitura já mandou fazer cobertura transparente de policarbonato para sua melhor exibição ao público", completa a nota da Assessoria de Imprensa da Prefeitura.
Memória - No documento enviado no dia 10 de novembro de 2005 ao então secretário municipal de Turismo, Pedro Gouvêa, o vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV), Antonio Teleginski, escreveu: "Consultamo-lo quanto à conveniência desse fóssil ser transferido à Prefeitura, para que seja colocado em praça pública (coberto), com um histórico analítico e temporal. Se houver desinteresse da municipalidade, ofereceremos o crânio aos museus especializados de Santos". A resposta assinada pelo secretário de Turismo e Cultura no dia 17 do mesmo mês foi a seguinte: "Informamos que lamentavelmente não temos espaço para acolher o fóssil. Outrossim, concordamos com a doação do mesmo a museus especializados de Santos". ( A Tribuna. 13 de junho de 2006)

- Relatos de avistamento de OVNIs no Morro Voturuá. 

O CASO OVNI DO MORRO VOTURUÁ 

Avistamento ufológico também ocorreu em 1980 na Ilha Porchat 
Por Wallacy Albino 

O primeiro avistamento ocorreu em 08 de julho de 2006, exatamente às 15h30, quando o grupo de instrutores de vôo livre – que tem sua sede no alto do Morro do Voturuá, localizado na divisa entre Santos e São Vicente – viram uma formação aérea com dezenas de esferas brancas que simplesmente surgiram do nada no céu. O caso, no entanto, só foi comunicado ao GEUBS recentemente, sendo investigado pela entidade logo em seguida.Essa primeira aparição foi registrada em vídeo pelo instrutor de vôo duplo Tuffy Elias Junior, 47 anos, piloto de grande experiência certificado pela Associação Brasileira de Vôo Livre, além de recordista sul-americano de vôo em distância. “O curioso é que a olho nu não se podia ver tantas bolas, mas através do zoom da filmadora consegui observar que existiam centenas daqueles estranhos objetos no céu”, declarou Tuffy. A parte mais interessante das filmagens feitas por ele são exatamente três esferas que permanecem fazendo algumas evoluções no céu, se aproximam umas da outras e formam um triângulo perfeito no ar, desfazendo-se logo em seguida e ficando exatamente uma ao lado da outra formando uma linha reta. 
“Esses são movimentos que jamais poderiam ser resultantes da ação do vento pois, enquanto aconteciam, as outras esferas permaneciam estáticas”. Não foi a primeira vez que o professor teve avistamento ufológico. A primeira foi em 1973, quando viu uma pequena luz no céu noturno, que começou a se locomover e parecia uma estrela cadente. Pouco depois, no entanto, Tuffy percebeu que ela passou a fazer evoluções no ar e deslocamentos totalmente diferentes de qualquer fenômeno natural. “Ela se locomovia para logo em seguida parar. Depois voltada a andar de um ponto para outro numa velocidade impressionante”. A outra experiência de Tuffy foi em 1980, quando estava no Restaurante Terraço, no alto da Ilha Porchat, em São Vicente. Ele observou uma bola muito luminosa que se deslocava lentamente pelo horizonte. “Várias pessoas viram aquilo. Até os garçons pararam de atender os clientes e ficaram olhando aquela bola, que em seguida jogou um raio de luz azulada em direção ao mar, como se tivesse soltado algo naquele local”, afirmou. 
O segundo caso brasileiro de flotillas que se conhece até o momento ocorreu em dezembro de 2006, por volta das 13h30, com céu claro e na mesma região já citada. Dessa vez, o instrutor de vôo Eládio Manoel do Nascimento, 51 anos, que também estava presente e testemunhou o primeiro caso, observou abaixo das nuvens – a cerca de 1.500 a 2.000 m de altitude, segundo sua estimativa – duas esferas enormes, cada uma do tamanho de um carro. “Elas eram brancas e giravam em torno uma da outra, simetricamente. E permaneceram naquele movimento por cerca de uns cinco minutos, até entrarem em uma nuvem e simplesmente desaparecerem do campo de visão”, declarou Nascimento. 
A terceira ocorrência aconteceu mais recentemente, em janeiro de 2008, chegando ao conhecimento dos ufólogos. “Essa aparição realmente parecia uma invasão. Os objetos formaram três nuvens de esferas no céu. Era um domingo, o morro estava repleto de turistas na rampa [De decolagem] e todos testemunharam aquilo”, afirmou Nascimento. Ele contou à Equipe GEUBS que, junto dos colegas de vôo, tentou contar quantas esferas havia no ar. “Mas acabamos nos perdendo porque havia mais de 500 delas no céu. Elas foram aparecendo aos poucos e se juntando, até formarem os três grupos”, disse. Outra testemunha desta ocorrência foi Wagner Rodrigues Lopes, 29 anos, técnico em telecomunicações. “Eu vi a filmagem daquela frota de objetos no Peru, no site Youtube, e vi que era exatamente igual à que apareceu por aqui”, garantiu Lopes. 
Durante a observação do fenômeno, Nascimento ligou para o comandante do Helicóptero Águia, da Policia Militar de São Paulo, que fica pousado na Base de Praia Grande, para relatar o fato. Foi atendido pelo tenente Rodrigues, que o informou que nada podia ser visto a partir daquele destacamento militar. Em seguida, Nascimento ligou também para a Base Aérea de Santos e falou com o oficial de plantão, que levantou a hipótese de se tratarem de balões meteorológicos. Ao ser informado pelo instrutor de vôo que havia no céu centenas de esferas de cor alumínio, e ao saber que a testemunha tinha conhecimento de meteorologia, o militar voltou atrás. Nascimento declarou ao plantonista da base que naquele momento o vento estava na direção sul, o que foi confirmado pelos equipamentos da base, mas que os objetos estavam em direção norte, voando contra o vento. 
“Não é coisa desse mundo”. Enquanto falava com Nascimento, o oficial de plantão da Base Aérea de Santos chegou a entrar em contato com uma torre de controle de vôo, que a testemunha não soube qual era, e perguntou se estavam sendo registrados objetos estranhos pelo radar. A detecção foi negada, conforme ouviu o instrutor do outro lado da linha. Mediante a negativa, Nascimento disse ao militar da base que aquilo que estava acontecendo “não era desse mundo”. Espantosamente, o plantonista concordou: “não deve ser mesmo”. O avistamento durou cerca de 30 minutos, até que a maioria das esferas foi subindo até desaparecer, restando apenas quatro, que começaram a formar a letra Z no céu e logo depois um V. Wagner e Eládio também viram as flotilhas no Morro do Voturuá. 
Os instrutores de vôo livre do Morro do Voturuá jamais irão esquecer a observação daquelas estranhas esferas brancas naquela tarde ensolarada, que surgiram misteriosamente no céu do litoral. Eles acreditam que o fato voltará a acontecer, e continuam com olhos atentos e à espera de novas flotillas.  (Wallacy Albino é presidente do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista GEUBS, funcionário público e consultor da Revista UFO). 

2007- Inauguração do Brisamar Shopping, ocupando praticamente duas quadras e trechos de quatro ruas na região central da cidade. O empreendimento foi construído em terrenos de antigas residências e de uma colônia de férias desativada. 

Shopping em São Vicente 

 14 de Maio de 2007. 
Durante o coquetel de inauguração para autoridades, lojistas, familiares, convidados e amigos, foi apresentado o empreendimento de 21 mil m², dividido em dois blocos de quatro andares cada, interligados por uma passarela. A praça de alimentação, no primeiro bloco, terá restaurante com vista panorâmica para a praia do Gonzaga. O shopping conta ainda com seis salas de cinema. 
Solenidade de lançamento do Brisamar Shopping, no centro da cidade de São Vicente, litoral paulista. Instante que o empresário Armênio Mendes recebeu grande número de autoridades, familiares, lojistas e cerca de 2 mil convidados. De acordo com Paulo Mendes, o empreendimento se compõe em 138 lojas. Delas, 123 já estão locadas desde a inauguração do centro de comércio. “O shopping em termos de tamanho não é muito representativo, pode-se considerar um shopping de porte médio. O diferencial dele é o acabamento, a distribuição, a localização que acho ímpar. Ele está numa zona mista, em frente à prefeitura, e numa cidade carente de equipamentos turísticos, de lazer e gastronomia. Acho que ele vem para agregar a cidade”, disse Paulo Mendes ao Mundo Lusíada, explicando que o Brisamar Shopping é o único centro grandioso na região. 
O prefeito de São Vicente, Tércio Garcia, também comemorou a nova obra, que trará cerca de 2 mil novos empregos para a cidade. “É gratificante ver o mercado nacional e até o internacional reconhecer nosso potencial. São Vicente ganhará muito com o novo shopping. Serão pelo menos 1.500 pessoas circulando pelo centro. Gente que vai aquecer a economia da cidade, almoçando nos restaurantes, indo aos bancos e comprando também nas já consagradas lojas do centro mais movimentado da Baixada”. 
Após as participações de autoridades e lojistas na cerimônia, a bênção do Pároco de São Vicente, Pe. Paulo Horneaux de Moura, foi descerrada uma placa comemorativa à inauguração do Brisamar Shopping. Ao Mundo Lusíada, Armênio Mendes falou da presença portuguesa na inauguração. “Eu tenho meus amigos portugueses nessa realização da inauguração do shopping, e eu estou sempre nos acontecimentos portugueses, eu sou português de raiz e de coração”, disse. Cartão Postal A passarela que faz parte do complexo Brisamar será um cartão postal em São Vicente. O novo shopping, localizado no centro da cidade, conta com dois blocos de quatro andares cada, interligados por uma passarela a 15 metros de altura.A organização promoveu um coquetel de inauguração e estimou a presença de cerca de 3 mil convidados. 
Em seu pronunciamento durante a solenidade, Armênio Mendes agradeceu ao apoio do prefeito Tércio Garcia, e citou a obra como uma das mais importantes na história da cidade. Esteve presente ainda o deputado federal Márcio França, deputados estaduais Luciano Batista e Paulo Alexandre Barbosa.Mendes relembrou épocas de quando Santos e São Vicente eram destinos preferidos para o turismo, e como a Baixada Santista foi perdendo ao longo dos anos, com os turistas dando preferência para o litoral norte por exemplo. “A cidade de Santos e São Vicente ficou um pouco como ponte. As pessoas passavam e não paravam. Eu tenho certeza que este empreendimento vai alavancar, de certa forma, o turismo da cidade de São Vicente”. A exemplo, o empresário citou o Centro de Convenções e o Shopping Praia Mar construídos em Santos. 
Aproveitando a presença do deputado federal e o prefeito de São Vicente, Mendes reivindicou mais uma vez à classe política da região um projeto unificado da região metropolitana, definindo suas prioridades. “Que nós possamos ainda na nossa existência ver esta cidade com volume de turismo, não que tinha na década de 40/50 que só perdia em turismo para o Rio de Janeiro, mas que voltemos a ter o prazer de dizer que a nossa região é turística por excelência”.

Convidados 
Entre os convidados na inauguração do Brisamar Shopping, esteve o jornalista Milton Neves.A expectativa da organização no coquetel de inauguração do Shopping Brisamar era receber cerca de 3 mil pessoas. Entre os presentes, esteve o apresentador e jornalista esportivo Milton Neves. Ele que já recebeu o Título de Cidadão Santista, das mãos do vereador Ademir Pestana (em março de 2004), e também dono de um apartamento na região, em Ilha Porchat, esteve prestigiando a inauguração do novo centro de comércio de São Vicente. 
“Realmente eu estou impressionado, uma obra fantástica, considerando que normalmente esse tipo de obra é feito por fundo de pensão, por banco, por BNDES”. Em entrevista aos jornalistas, Milton falou sobre a importância do empreendimento para a região. “Uma obra maravilhosa, importante para a economia da Baixada, até porque há muito tempo Santos, São Vicente, Guarujá deixaram de ser cidades-dormitório, porque o pessoal mora aqui mesmo”, disse revelando que não conhecia Armênio Mendes pessoalmente. (Mundo Lusíada) 
Juntamente com o empresário Armênio Mendes, que acompanhou diariamente a construção do shopping, a equipe do Jornal Vicentino esteve no local, que será inaugurado hoje, para levar ao leitor mais detalhes sobre o empreendimento. O sonho de Armênio Mendes em construir o shopping no Centro de São Vicente começou em 1991. “Foram 16 anos de luta”, conta o empresário. “Nessa época compramos o primeiro terreno, de 3.600 metros. Depois compramos a colônia de férias na Polícia Militar e construímos uma para eles na Praia Grande. A última casa foi comprada quando definimos o projeto”, conta. “Existia uma certa pressão porque todos queriam logo o shopping, mas tínhamos que manter segredo para não prejudicar as aquisições. Eu esperei para que o shopping pudesse ter o tamanho que São Vicente merece”. (Jornal Vicentino) 

- Assassinato da estudante Emily Guedet de Araújo, morta com um tiro na cabeça na frente de casa por dois criminosos que queriam sua câmera digital. A jovem cursava a 7ª série e era a capitã e a artilheira do time de handebol da sua escola; segundo a polícia, autores pareciam ter menos de 18 anos 

- Levantamento acadêmico dos Patrimônios Urbanos- Monumentos Escultóricos da Ilha de São Vicente 
- por dois estudantes de Comunicação Social na Universidade Católica de Santos (UniSantos). Allan Kardec Queiroz da Nóbrega e Lissandra Bernardo Martinho pesquisaram como trabalho de conclusão de curso (TCC) a relação das cidades de Santos e São Vicente com seus monumentos em um acervo de 238 imagens fotográficas. 

– Morte do Mestre Shinzato, no dia 13 de janeiro, aos 80 anos. 
Yoshihide Shinzato deixou três filhos, também praticantes do caratê. O mais velho é o único nascido em Okinawa: Masahiro Shinzato, atualmente graduado como 9º Dan e que, até 1999, era o presidente da Federação de Paulista de Karate-do. O seu filho do meio, formado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Nelson Mitsuhide Shinzato, é 4º Dan. O caçula, Eraldo Kazuo Shinzato, é engenheiro formado pela Universidade Federal de São Carlos e é 1º Dan. 

- Inauguração da ciclovia ligando a área continental (lado serra e lado Japui) à praia do Itararé. 

- Morte, em 31 de janeiro, do memorialista e músico amador Jaime Mesquita Caldas. 

–Primeiro ano do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico. 

Reunião do Condephasv no Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente em 2017. 

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico, Cultural e Turístico de São Vicente (Condephasv), que acaba de completar um ano de existência, quer tombar, em âmbito municipal, 17 estruturas da Cidade. Integram a lista a Biquinha de Anchieta e o Marco Padrão, além de algumas fachadas de edificações e de imóveis de propriedade pública e também privada, como a do Edifício Gáudio, na Praia do Gonzaguinha, cujo prédio conta com um bunker (abrigo antiaéreo da Segunda Grande Guerra). Antes desta proposta do Condephasv, São Vicente só contava com dois patrimônios protegidos em nível federal pelo Iphan (Porto das Naus e Igreja Matriz) e mais dois em âmbito estadual pelo Condephaat (Ponte Pênsil e Casa do Barão). A denúncia da desproteção do patrimônio da Cidade, que sequer contava na ocasião com um conselho de preservação de sua história, foi feita por A Tribuna, em 20 de maio do ano passado. A reportagem mostrava, ainda, que pontos turísticos do município estava abandonados e abrigavam desocupados. 
Membros do Condephasv em 2017  reunidos no IHGSV para analisar o mapa do Circuito Histórico.

2009- Realização do 1º Fórum de Cultura em São Vicente. 
Com o intuito de propagar a cultura entre os cidadãos e emitir novos conceitos sobre a arte e suas atividades, a Secretaria de Cultura de São Vicente (Secult) promove o 1º Fórum Vicentino de Cultura. O evento acontece das 8 às 18 horas de sábado e domingo (17 e 18) na Câmara Municipal da Cidade (Rua Jacob Emmerich, 1.195 – Parque Bitaru). O Fórum vai discutir o futuro apresentando projetos para a formação de novos talentos, propondo diretrizes e definindo os rumos da cultura na Cidade. Participam do evento artistas, realizadores culturais, produtores e a comunidade em geral. 

- Lançamento do livro-reportagem "Sabor de História, perfis de cidadãos cujos antepassados ajudaram a construir o desenvolvimento de São Vicente", de Aline Monteiro e Sheila de Almeida. O livro resgata a memória de São Vicente em diferentes contextos  por meio da história de quatro famílias vicentinas.


2010- Encontradas ossadas humanas próximo à Igreja Matriz. 

DESCOBERTA HISTÓRICA EM SÃO VICENTE 
A cidade de São Vicente, no litoral de São Paulo, continua revelando detalhes da história 478 anos após a sua fundação. Foram encontradas três ossadas humanas praticamente inteiras durante escavações para uma obra onde nasceu a primeira vila do Brasil. O mais surpreendente da descoberta é que embora os corpos estejam enterrados bem ao lado da Igreja Matriz - onde comumente eram enterrados os leigos cristãos -, provavelmente os corpos são de uma população pré-colonização, de índios tupis ou tupi-guaranis. "Esses corpos são de 500 anos para trás. Mais recente não pode ser, pois há um tratamento diferencial no sepultamento de um cristão para um indígena", explicou o arqueólogo Manoel Mateus Gonzalez. "O corpo do cristão geralmente está estendido e, no caso do indígena, ele está na posição fetal." 

O prefeito Tércio Garcia observa vestígio arqueológicos encontrados na travessa Ana Pimentel. Foto:AE- Agência Estado -25 de agosto de 2010 

No entanto, só exames de DNA e carbono 14 vão determinar exatamente a etnia e a datação dos indivíduos. "Mas tem mais de 90% de chance de serem indígenas, pela curvatura dos pés." A descoberta foi feita dois meses após o início da construção do Boulevard Ana Pimentel (mulher de Martim Afonso, fundador da cidade). Orçada em R$ 500 mil, a obra de drenagem e pavimentação de uma via ao lado da Matriz é monitorada desde o início pela equipe de Gonzalez. "Nessa escavação, para nossa surpresa, encontramos esses esqueletos inteiros e começamos a encontrar vestígios de sambaquis, que seriam sítios pré-históricos de 3 mil anos atrás, e também algumas cerâmicas tupis." Já foram retiradas mais de 1,5 mil peças do local. (AE - Agência Estado -25 de agosto de 2010) 


- Censo do IBGE aponta explosão populacional da área continental e estagnação em alguns bairros da área insular. A comparação foi feita em reportagem do jornal a A Tribuna (de Santos) comparando com os dados do cens de 2.000 e 2010. 

2011 – Primeira Caminhada Histórica de São Vicente, promovida pela casa Martim Afonso. Lançamento, em 26 de setembro, da revista Memorial Fotográfico de São Vicente. 

Vestígios da Era do Açúcar no Porto das Naus. 

Descoberta foi feita no Porto da Naus, logo após a Ponte Pênsil. Sítio arqueológico foi preservado por insistência do historiador Marcos Braga. 

REJANE LIMA - O Estado de São Paulo -15 de julho de 2011 

SÃO VICENTE - Uma descoberta arqueológica em São Vicente está ajudando a elucidar um período pouco documentado da história brasileira: o início do ciclo da cana-de-açúcar no País, que começou com os engenhos do litoral paulista. Escavações nas ruínas do Porto das Naus descobriram dois tanques de caldo de cana e mais de 400 fragmentos de peças usadas no engenho de Jerônimo Leitão, construído em 1580 na área próxima ao primeiro trapiche alfandegado do Brasil. 
"Esses tanques eram utilizados para fazer melado e torrões de açúcar, que eram levados para Portugal. Acreditamos que tenham entre seis e dez deles nessa área", explica o arqueólogo Manoel Mateus Gonzalez, que comemora a descoberta das duas estruturas circulares feitas com grandes pedras com raios de 2,2 metros e de 1,5 metro. 
Entre as peças encontradas, Gonzalez destaca os fragmentos de "formas de pão de açúcar" - peças de cerâmica com pequeno orifício na extremidade, onde o melado era colocado depois de cozido para passar por decantação. Delas saíam torrões de açúcar para então serem levados à "casa de purgar", onde eram limpos, purificados, divididos e classificados segundo a qualidade. 
História. 
Relatos históricos contam que o engenho de açúcar de Jerônimo Leitão funcionou junto à área do Porto das Naus de 1580 até pelo menos 1615, quando corsários comandados pelo pirata holandês Joris Van Spilbergen incendiaram a Vila de São Vicente. 
Antes do engenho, o Porto das Naus consistia em um atracadouro de madeiras em estacas, que foi instalado oficialmente por Martim Afonso de Sousa em 1532, mas que desde 1510 já era utilizado por Antônio Rodrigues e João Ramalho, o "Bacharel de Cananeia". Em 1540, o porto perdeu a importância. Foi quando o chamado "maremoto" destruiu a antiga vila e assoreou a entrada da barra da baia de São Vicente, tornando-a inavegável para embarcações de grande porte. 
O historiador da Prefeitura de São Vicente, Marcos Braga, afirma que o achado tem grande importância histórica, porque até então não havia provas materiais da existência do engenho. "Os documentos que existem são generalistas, dizem que Jerônimo Leitão construiu um trapiche, uma capela (Nossa Senhora das Naus) e a casa de purgar, mas os relatos não descrevem o engenho e não há desenhos, pinturas, fotografias ou plantas", afirma. 
As escavações no Porto das Naus começaram em maio do ano passado e os tanques são a primeira grande descoberta do projeto, realizado pelo Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas (Cerpa) em parceria com a Prefeitura de São Vicente. 
Segundo Gonzalez, que dirige o Cerpa, o Porto das Naus tem potencial arqueológico para dez anos de escavações. "Tem toda a área do entorno, do morro, e as escavações subaquáticas, mas que custam mais caro e para realizá-las precisaremos de parceiros", disse o arqueólogo, que acredita que embaixo do mar possam ser encontradas embarcações, ferramentas e equipamentos bélicos. 
As ruínas ficam em área de mil metros quadrados, bem próximas à Ponte Pênsil, e são tombadas pelos órgãos de patrimônio municipal e estadual e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "Havia vários desses pequenos engenhos no litoral paulista, mas esse é o primeiro de que temos comprovação. Temos o engenho dos Erasmos, em Santos, mas era um engenho real, movido por rodas de água, não por força animal como o do Jerônimo Leitão", explica o arquiteto do Iphan Victor Hugo Mori. 

- Criação da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em 20 de fevereiro, no Jardim Rio Branco. 

- Rio Sapateiro é reencontrado em São Vicente. Lendário Riacho é descoberto por acidente durante escavações. 

Após anos sem informações oficiais, a Prefeitura de São Vicente encontrou na última semana um dos principais vilões da Cidade. O mesmo tem recebido o tratamento adequado e, em breve, estará longe do convívio com a sociedade, gerando mais segurança para seus moradores. ( A Tribuna, 12 de agosto) 
-Vândalos destroem reforma da Estação Elevatória de Esgoto de São Vicente 

VANDALISMO NA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA 

A ação aconteceu na madrugada do dia 23 de junho de 2011 A entrega da histórica Estação Elevatória de Esgoto Tomé de Souza, no Gonzaguinha, em São Vicente, terá que ser adiada. Depois dos investimentos da ordem de R$ 400 mil pela Sabesp, vândalos destruíram e saquearam o equipamento.A ação aconteceu na madrugada do dia 23 de junho. Eles quebraram uma das janelas restauradas, invadiram a estação elevatória, saquearam holofotes e danificaram a pintura.No ano que vem, a Estação Elevatória de Esgoto completa 100 anos. O equipamento fez parte do projeto de Saturnino de Brito para o saneamento da Ilha de São Vicente. O local é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).Conforme o coordenador de empreendimentos da Sabesp, Luiz Alberto Neves Alário, o prejuízo vai muito além do que se vê. “Mais do que o valor econômico, a importância dessa estação é histórica. Reparar esses itens danificados vai exigir uma série de procedimentos”, explica. A grande dúvida da Sabesp, a partir de agora, passa a ser quanto à segurança do local. A empresa estuda a implantação de um cercado, no Largo Tomé de Souza, que dificulte o acesso à estação elevatória. O secretário de Turismo de São Vicente, Brito Coelho, tem a ideia de transformar a Estação Elevatória de Esgoto Tomé de Souza em uma espécie de minimuseu em homenagem a Saturnino de Brito. Assim, o interior de equipamento contaria com banners, quadros e outros itens que possam remeter à história do sanitarista. ( A Tribuna) 
– Falecimento do historiador Waldir Rueda Martins. Rueda foi um dos mais atuantes defensores da preservação do patrimônio histórico da Baixada Santista na última década. Era também presidente da Associação Protetora dos Anaimis da Baixada Santista. Paulistano, veio para o litoral ainda jovem, onde graduou-se em História. 
Era membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente e atuou como professor de história na rede estadual de ensino de Santos. Era também um dos colaboradores mais atuantes do Novo Milênio, site digital no qual publicou precioso acervo de documentos escritos e iconográficos da Capitania e da história contemporânea de São da Vicente, bem como dos municípios que foram gerados a partir da vila colonial vicentina. Como muitos outros historiadores Waldir defendia a ideia de que a região deveria ser chamada de Baixada Vicentina e não santista, por causa da antiguidade e originalidade política da vila de São Vicente.  No livro de ficção “Estação Amizade”, o autor Dalmo Duque criou um personagem especialmente para homenagear o historiador, denominado “Waldir R.”, pesquisador misterioso que ajuda o protagonista da história a desvendar o caso de jovens estudantes perseguidos durante o regime militar e depois envolvidos numa trama internacional de espionagem.Waldir Rueda faleceu em Santos, dia 21 de agosto de 2011, aos 44 anos de idade. 

- O músico César Camargo Mariano é homenageado com o Título de Cidadão Vicentino. 

CÉSAR MARIANO VICENTINO 
A Câmara Municipal homenageou no último dia (15) o músico, maestro, compositor, arranjador e escrito, César Camargo Mariano com a entrega do Título de Cidadão Vicentino. Autor do Decreto-Legislativo, o presidente da Casa, vereador Pedro Gouvêa (PSB) foi o responsável pela entrega e saudação ao homenageado. “Este Legislativo tem orgulho de prestar esta singela homenagem a este sensacional artista”, enalteceu. Como curiosidade, César Camargo Mariano passou sua infância em São Vicente, mais precisamente na Rua Frei Gaspar, próximo a Prefeitura. Sua irmã caçula nasceu no Município. 
“César que morou em um sobrado na Rua Frei Gaspar, 452, onde passava o bonde; cuja irmã Maria Helena nasceu em São Vicente ; que estudou no Externato São Luís, e participou durante dois anos do coral infanto-juvenil do maestro Jesus de Azevedo Marques e foi agraciado pela primeira vez em sua vida com um prêmio do Rotary Club – em concurso organizado por essa entidade que também patrocinava o coral – como melhor solista infantil, revela-nos em sua narrativa, especialmente no capítulo Música em família, a influência que recebeu do choro e do samba, a música tradicional brasileira trazida pela família Moura. 
Ele conta em suas memórias que: 
"A primeira vez que Maurício apareceu lá em casa com seu violão, minha mãe lhe perguntou: 
- Você é parente do Mauricy Moura ? 
- É meu irmão – respondeu Maurício. 
- Não brinca! – exclamou, empolgada, minha mãe. 
Como boa ouvinte de rádio, ela conhecia e admirava Mauricy Moura. Era um dos maiores cantores de São Paulo, e seu gênero era a seresta, na mesma linha de Orlando Silva e Silvio Caldas. Aliás, a família Moura era a nobreza musical de Santos, assim como os Caymmi o são na Bahia. Eram um grande orgulho da cidade, e a casa deles, perto da Ponte Pênsil, que liga a ilha de São Vicente ao continente, tinha um enorme M incrustado na parede, como um escudo, acima da porta de entrada. Diante dessa casa, a população passava com um olhar de reverência". (Blogue Clube do Choro) 

2012 –Ocupação crescente na área continental na chamada região da Fazendinha. 

- Moradores do centro acionam Ministério Público contra a barulho das atividades do Parque Vila de São Vicente.

-Morte de Henâni Donato, historiador, escritor, jornalista e roteirista.


HERNANI DONATO (1922-2012). Historiador, jornalista e escritor pioneiro na temática do Peabiru. Faleceu antes de revisar sua obra mais famosa. Tentamos trazê-lo a São Vicente para um encontro, mas já estava impossibilitado de se ausentar de casa. 

Respondeu nosso convite com muito carinho:
 
"Caro Hernâni Donato,falei do relançamento do seu livro para os alguns amigos e todos estão ansiosos pelo evento. Estamos organizando em São Vicente um grupo interdisciplinar para desenvolver estudos sobre o Peabiru. Gostaríamos de saber se podemos contar com a sua presença".

Fraternalmente
Dalmo Duque dos Santos

Resposta:

"Caro Duque-com-grandeza que além de duque é Santo (posso querer amigo mais qualificado?). Muito obrigado pelo entusiasmo e as providências em torno do Peabiru. Aceito tudo, com orgulho e honra. Mas a seu tempo, e preciso de tempo. Estou a meio de reescrever o Sumé-Peabiru, assuntos indesligáveis e com tanta coisa nova por incluir que já se cogita de imprimir dois volumes com ilustrações documentais (estão acabando: o soja, a cana, as estradas, o desmatamento)) sobre os últimos trechos do Peabiru. É preciso conservar, ainda que na imagem, o que sobrou. A edição não será para este ano. Dê-me duas semanas para aclarar certos problemas de saúde (afinal, 86 anos agora em 12-10) e marcaremos, se vcs. quizerem, ida a SV - A Porta do Peabiru. Vale?
Abraço amigo. Hernâni".

- Morte do poeta vicentino Walter Waenny.

WALTER WAENY novembro 01, 2012

Em Portugal já se anunciava a manhã. O telefone toca. Atendo com toda a naturalidade e ouço uma voz conhecida, que entre lágrimas e soluços, diz-me que está a cumprir uma obrigação, a pedido de seu pai: eu deveria ser o primeiro a receber a informação. Ouço, incrédulo. A voz custa-me a sair. Os olhos marejam. E, mais do que nunca, desejo que exista vida após a vida. Despedimos-nos. Pouso o aparelho. Fico a olhar para um Nada que teima em não sair da minha cabeça. Prevejo um dia longo, triste, solitário. Lembro-me de um verso, de outro, de muitos… a melhor homenagem, a única possível, é a que pode elevar-nos a alma, então, leio os seus poemas, em voz alta, como se estivesse a dizer-lhe que são magníficos. A saudade que sentirei do amigo será infinita. Lembro-me de outra homenagem possível: um soneto! E escrevo. Para meu espanto ele vai surgindo veloz, sem receios, avançando por entre espaços. E, num ápice, anuncio aos Céus que o Amazonas do Brasil é uma nova estrela que amanhece.
Às três horas da manhã do dia 4 de junho de 2006 o mundo lusófono perdeu um de seus melhores poetas, deixando de luto todos aqueles que conheciam e privavam da amizade desse grande cultor das letras.
Desde o ano de 1983 que convivia fraternalmente com essa figura ilustre. Foram vinte e três anos de encontros culturais e de admiração recíproca.
Foi pelas mãos de Walter Waeny que conheci o meio literário santista, foi pelas minhas que ele entrou no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Das dezenas de Instituições a que pertenceu essa era a mais ambicionada (apesar de possuir no currículo um infinito de organismos de alto relevo, entre eles, o Club dos Intelectuais de Paris). Depois de expor a sua magnífica obra literária aos mestres daquele Sodalício (Casa que frequentei por anos a fio, e lá deixei as maiores benquerenças), eis que surge o momento da sua vitoriosa eleição, a coroação de uma vida literária de grande talento.
Walter Waeny Júnior nasceu em São Vicente, cidade vizinha à minha querida Santos. Filho de Walther Joseph Waeny e Gilda Rienzi Waeny. Neto de Johannes Waeny e Fabiana Ave-Lallemant. Bisneto de Johann Jakob Waeny e Margaretha Baumann, de Alexander Ave-Lallemant e Joaquina Rosa Machado, de Michele Rienzi e Maria Caterina Sivieri, e de Vicente Minervino e Rosa Magnavita. Casou-se a 22 de maio de 1950 com a Sra. D. Maria Clélia Dias, nascendo deste feliz matrimónio numerosa prole.
Walter Waeny foi poeta, trovador, ensaísta, filósofo, prosador, contista, biógrafo, dicionarista, historiador, conferencista, antologista, declamador, teatrólogo, radialista, aforista e tradutor. Autor de mais de uma centena de livros, em prosa e verso, destacado homem de cultura, admirador do músico erudito Richard Wagner e do poeta Martins Fontes. Sendo o poeta brasileiro mais premiado de sua geração, com inúmeras medalhas de ouro em dezenas de cidades brasileiras, bem como em inúmeras cidades da Europa. Possuía o dom de ouvir e falava para ensinar. Sempre, em todas as horas de nosso convívio, foi objetivo e radical em relação à Arte. Admiro-o por isso. Defendeu acirradamente os poetas simbolistas, românticos e parnasianos, bem como os pintores e compositores anteriores a 1922 (ano da malfadada Semana de Arte Moderna em São Paulo, que veio turvar as águas culturais do Brasil). Comungávamos da mesma filosofia de vida. Admirávamos os mesmos artistas do verso e da prosa. Nossas conversas versavam sempre em torno da Arte Pura e terminavam com temas santistas.
Recordo-me de uma tarde, num solarengo domingo, em que passamos quase seis horas a falar de Vicente de Carvalho, Paulo Gonçalves, Fábio Montenegro e Martins Fontes. Os versos, que ambos declamávamos, ecoavam por toda a sala, repleta de telas de autoria de sua progenitora. Que tarde magnífica! Quando a interlocução era em seu escritório, inevitavelmente, ele sentava-se ao lado do retrato de Martins Fontes, pois dizia-me que assim beberia da sabedoria do Mestre! A todo o instante a sua esposa surgia com um mimo, um café, uma iguaria, uma dedo de prosa carinhosa. Que casal feliz. Que amizade que sempre me ofertaram.

Hoje, garanto-vos, sinto um enorme vazio. Um triste e vago sentimento. Mais de seis anos depois, do desaparecimento de Walter Waeny, a literatura lusófona está muito mais fragilizada, pobre, mergulhada na mediocridade. Olho para a sua extensa obra literária e sinto uma enorme saudade daquelas tardes de convívio, daquelas horas de rara cultura, daqueles momentos em que ouvi os seus livros, antes de serem publicados.


2013 –O governador Geraldo Alckmin, autorizou na manhã desta quarta-feira, dia 29, o início das obras da primeira etapa do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ligará Santos a São Vicente. 
Juntamente com o diretor-executivo da Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM), Marcelo Bueno e com os secretários do Meio Ambiente, Bruno Covas; do Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita e dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, Alckmin lançou a pedra fundamental e acionou a escavadeira, inaugurando oficialmente as obras na Avenida Conselheiro Nébias com a Francisco Glicério, em Santos. Estiveram presentes também, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa e o prefeito de São Vicente, Luis Claudio Bili. 
“É um grande avanço para o transporte coletivo da região. E a gente está muito feliz”, disse o governador. A primeira etapa do projeto terá 9,5 quilômetros de extensão e contará com um terminal (Barreiros), uma Estação de Transferência (Conselheiro Nébias), pátio de apoio do VLT e 11 estações de embarque e desembarque ao longo do traçado, seis em São Vicente e cinco em Santos. 

2014 -Acidente aéreo em Santos mata candidato à presidência Roberto Campos (PSB) e mais seis pessoas. O avião decolouda base aérea do Guaruja e caiu em um terreno baldio no bairro do Boqueirão, atingindo alguns imóveis vizinhos. 

– Ponte Pênsil completa 100 anos nesta quarta-feira, 21 de maio 

Um dos principais cartões-postais da cidade de São Vicente, a Ponte Pênsil completa na próxima quarta-feira, 21 de maio, exatos 100 anos de sua inauguração. Concebida pelo engenheiro sanitarista Francisco Saturnino Rodrigues de Brito, a ponte levou aproximadamente três anos para ser erguida. Construída no estilo Arquitetura de Ferro, a travessia que interliga a área continental à insular de São Vicente possui 180 metros de extensão, 5 metros de altura (acima da maré máxima), 6,4 metros de largura e é totalmente suspensa por cabos de aço. Todo material utilizado para sua construção veio da Alemanha de navio.O projeto da construção de uma ponte sobre o canal do Mar Pequeno surgiu pela necessidade de sustentação das tubulações de esgotos que eram coletados na Ilha de São Vicente – que abriga partes dos municípios de São Vicente e de Santos –, para lançamento no Costão do Itaipu, em Praia Grande, num sistema que abrangia mais de 12 quilômetros de redes e canaletas. “A Ponte Pênsil era um símbolo do avanço na qualidade de vida da população da Baixada Santista no início do século XX, assim como os canais de drenagem de Santos”, afirma o gerente do Departamento Administrativo e Financeiro da Sabesp, Nivio Antunes Gomes.(A Tribuna) 

–Alckmin inaugura as primeiras estações do VLT em São Vicente, SP. 
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), esteve na manhã desta sexta-feira, em São Vicente, no litoral de São Paulo para inaugurar as cinco primeiras estações do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Os terminais Nossa Senhora das Graças, Mascarenhas de Moraes, São Vicente, Antonio Emmerich e São José já estão prontos. O primeiro trem do VLT já está montado e instalado na estação Nossa Senhora das Graças. Segundo o governador, o veículo será um grande ganho de qualidade para toda a Baixada Santista. "O vagão comporta 400 passageiros. Elétrico, não polui, não degrada a vegetação em torno, induz o desenvolvimento, recupera e valoriza as áreas que ele passa", comenta. A previsão do governador é que além das cinco estações entregues em São Vicente, outras duas sejam inauguradas até julho em Santos e até dezembro todo percurso esteja pronto. "As estações Nossa Senhora de Lourdes e Pinheiro Machado estarão prontas até o próximo mês", explica. De acordo com Alckmin, os primeiros testes do VLT devem acontecer em agosto quando as primeiras estações de São Vicente e Santos estiverem prontas. (G1 Santos) 

- Prefeitura e Ministério iniciam desocupação área continental. Quatro moradias foram derrubadas na Vila Ema em São Vicente, SP Área conhecida como Fazendinha sofre invasões. 153 autuações foram feitas aos proprietários de casas em locais irregulares. 

Quase 900 famílias estão vivendo um dilema no bairro da Vila Ema, ou Vila Nova Samaritá como também é conhecida, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Com casas há mais de 50 anos no bairro, algumas famílias estão tendo suas moradias derrubadas pela prefeitura da cidade, pois estão em áreas ilegais ou particulares. Segundo a Prefeitura de São Vicente e o Ministério Público, a área devastada por essas invasões, que acontecem no bairro, já chega a 120400m². O mapeamento começou a ser feito em março de 2013 e mostra que no lugar onde havia mata, hoje aparecem clarões. A principal causa desse desmatamento é o crescimento descontrolado de moradias no local. O secretário de obras e meio ambiente de São Vicente, Daniel Martines, explica que o poder público faz operações coibindo essas ocupações, mas que a população se apodera do local rapidamente. “A Polícia Ambiental tem atuado na região, mas as ocupações ocorrem com uma velocidade muito grande, é um problema bem complexo”, comenta. Em 2013, a Polícia Ambiental autuou 153 famílias e a prefeitura diz ter multado os proprietários do local. “Tem área ali que está com multas maiores do que realmente vale o imóvel”, diz Daniel Martines, Secretário de Obras e Meio Ambiente de São Vicente. Desde o natal sem água, os moradores do local vêm fazendo inúmeras manifestações contra as invasões. Segundo a SABESP, houve despressurização por causa de ligações clandestinas na rede de abastecimento do bairro. (G1 – 01-01-2014) 

- Criação da Paróquia Cristo Rei, no Jardim Paraíso. 
Desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora das Graças e da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida por Decreto de 23 de fevereiro de 2014 de Dom Jacyr Francisco Braido, tendo como seu primeiro pároco o Padre Vagner de Souza Argolo. 

- Criação da Paróquia Bom Jesus do Navegantes, na Vila Margarida, em 2 de março. 
Desmembrada da Paróquia de São João Evangelista por Decreto de 2 de março de 2014 de Dom Jacyr Francisco Braido, tendo como seu primeiro pároco o Padre Jean-Claude Pierre Griveau. 
- Ator da Encenação de São Vicente, SP, é da família de João Ramalho. Um dos atores da 32ª edição da Encenação da Fundação da Vila de São Vicente, no litoral de São Paulo, é descente direto do 13º neto de João Ramalho, personagem da história. Rodrigo Araújo de Queiróz, de 25 anos, tem parentesco com o médico Guilherme Raposo de Almeida, nascido em 1894.O detalhe da vida do ator amador foi revelado para o diretor do espetáculo e secretário de Cultura de São Vicente, Amauri Alves. Rodrigo é trabalhador autônomo como técnico em manutenção de aparelhos de ar condicionado, e participa pela segunda vez da Encenação.Quando era criança, aos 10 anos, o ator ouvia a avó Zilá falar dessa descendência, mas não entendia o que o parentesco representava. Hoje, ele se orgulha de pertencer à família de um dos principais personagens da história de São Vicente. “É bom saber que a nossa família fez história”, diz. 

2015– Peruas e Vans completam 18 anos de transporte coletivo em São Vicente. 
Neste ano, o sistema de transporte coletivo municipal vicentino feito exclusivamente por lotações completa 18 anos de funcionamento na Cidade. O serviço, iniciado clandestinamente por peruas Kombis, foi legalizado apenas em 1998, um ano depois de seu surgimento. 
“Desempregados utilizavam peruas Kombi, muitas vezes em mau estado, para arrebanhar pessoas nos pontos de ônibus que precisavam chegar ao trabalho e não contavam com transporte municipal eficiente, sobretudo as que viviam em bairros mais distantes ou na área continental”, conta o jornalista Clovis Vasconcelos, no livro “O Segredo de Márcio França”. 
De lá para cá, o sistema passou por várias fases. Das Kombis passou a atender a população com vans e, logo depois, miniônibus. Pouco depois, os microônibus passaram a circular pela cidade e, em breve, 100% da frota será composta por este modelo de veículo – o que aumentará a oferta de espaço e lugares dentro dos carros de lotações em São Vicente.  “É um serviço que ainda está em evolução. É verdade que temos muitos problemas a enfrentar, mas estamos em busca de soluções desses entraves e, a cada dia, trabalhamos para oferecer melhor tanto para que vive do transporte quanto para aqueles que o utilizam em seu dia a dia”, garante Anderson da Silva, presidente da Cooperlotação. 

- 15 anos da publicação do decreto do prefeito municipal instituindo o Condesphasv- Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Cultural e Turístico de São Vicente. 

- Comemoração do Jubileu de Ouro do Curso de História da UNISANTOS, em 19 de maio de 2015. 


O início das comemorações pelos 50 anos do curso de História foi marcado por homenagens àquelas que contribuíram diretamente para uma trajetória de lutas e conquistas na consolidação de um curso que é referência na região. As historiadoras Yza Fava de Oliveira, Wilma Therezinha Fernandes de Andrade e Maria Apparecida Franco Pereira receberam, respectivamente, o título de Professora Emérita e as comendas do Mérito Acadêmico, no dia 15 de maio, no Campus Dom Idílio José Soares. Durante a solenidade, foi lembrado o quanto o trabalho realizado por elas contribuiu para a preservação de monumentos históricos, equipamentos públicos e formação de espaços que originaram na Fundação Arquivo e Memória de Santos, Bolsa do Café, Instituto Histórico e Geográfico de Santos e Museu de Arte Sacra de Santos. Alunas da primeira turma, as professoras doutoras Clotilde Paul e Maria Zilda da Cruz ressaltaram a importância das homenagens. “ É mais do que emoção, é um momento único na vida de todos nós que fazemos parte da primeira turma. Felizes daqueles que vivem o que nós vivemos”, disse a professora Clotilde ao ressaltar o prazer em reencontrar os colegas e os professores, que inclusive foram os seus alunos. Também Professora Emérita, ela fez o discurso em homenagem à professora Yza Fava de Oliveira. Quando decidiu fazer parte da primeira turma do curso de História, a professora Maria Zilda já era professora no curso de Filosofia. Ela lembrou o quanto o curso contribuiu para resgatar espaços e monumentos que estavam “apagados” na Cidade. “Muitos locais ressurgiram desse movimento proporcionado pelo curso”, disse, lembrando que quando a segunda turma iniciou, ela também ingressou como docente de História. (Departamento de Imprensa Católica de Santos) 

–População de São Vicente estimada: 360.380 pessoas. População no último censo (2010): 332.445 pessoas. 

2016 –Centenário de nascimento de Ivani Ribeiro. São Vicente cria programação para celebrar o centenário de Ivani Ribeiro Autora de novelas, Ivani também atuou como cantora, poetisa e escritora. Atividades são promovidas pela Secretaria Municipal de Cultura. 
A Prefeitura de São Vicente, no litoral de São Paulo, prepara uma programação especial para celebrar a vicentina Ivani Ribeiro, que completaria 100 anos de vida neste ano. Autora de novelas, Ivani também se dedicou às artes e atuou como cantora, poetisa e escritora nas rádios de São Paulo.As atividades são promovidas pela Secretaria Municipal de Cultura e ocorrerão entre os dias 17 e 29 de fevereiro nas Oficinas Culturais Professor Oswaldo Névola Filho e no Parque Cultural Vila de São Vicente.Ivani Ribeiro, pseudônimo de Cleide de Freitas Alves Ferreira, assinou mais de 40 novelas na televisão a partir dos anos 50. A artista passou por mais de seis emissoras, desde a TV Tupi até a TV Globo. Entre suas obras de sucesso, estão "A Gata Comeu" (1985, remake de outra novela sua, "Barba Azul", de 1974), "Mulheres de Areia" (1973 e 1993), "A Viagem" (1975 e 1994) e "Meu Pé de Laranja Lima" (1980).Do G1 Santos 
 
- A Academia Vicentina de Letras "Frei Gaspar da Madre de Deus", comemorando os seus dez anos de Criação e Instalação, inauguração do Busto do patrono número um Frei Gaspar da Madre de Deus. O busto foi idealizado e produzido pela escultora Rosemary Reis Marques foi instalado no início da rua que leva o nome do Patrono, na praia do Gonzaguinha.

- Francisco Pupo, violonista e professor de violão é consagrado destaque no cenário artistico santista.

Herdeiro artístico de uma família de músicos do Vale da Ribeira e da Vila Sorocabana (Catiapoã), Francisco Pupo (filho de Mário Pupo e neto de Antônio Theodoro Pupo, ambos violonistas)  iniciou seus estudos musicais em 1970, com o professor Walter Antônio dos Santos, no Instituto Musical Beethoven, em São Vicente, formando-se em 1975. Também cursou a Faculdade de Música de Santos. Fez parte do Conjunto Oficial de Violões da Prefeitura Municipal de Santos, dirigido pelo Maestro Antonio Manzione, e da ‘Camerata Heitor Villa-Lobos’. Também lecionou em diversas escolas de música, entre elas Henrique Oswald (Santos) e Clam (São Paulo), dirigida pelo Zimbo Trio. Com  mais de 40 anos de carreira, Pupo atuou como educador musical e também concertista com repertório clássico e popular em únumeros eventos culturais da região. 

- Falecimento do ex-prefeito Tércio Garcia, engenheiro agrônomo e político que governou São Vicente por dois mandatos consecutivos, entre os anos de 2005 e 2012. 
Nascido na cidade em 1962, Tércio passou por diversos cargos públicos. Em 1997, assumiu a presidência da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), na gestão do ex-prefeito e atual vice-governador do Estado, Márcio França. Antes de concorrer ao cargo de prefeito em 2004, ainda foi nomeado secretário da Fazenda Municipal, no ano de 2003. Já nas eleições de 2008, foi reeleito em primeiro turno, com 73% dos votos. Tercio enfrentou uma batalha contra o câncer quando ainda era jovem. A história, inclusive, foi contada no livro "Sobreviver Vale a Pena". No entanto, a doença voltou recentemente. Ele deixa a mulher, Márcia Garcia, e o filho Daniel. A Prefeitura de São Vicente decretou três dias de luto oficial após a morte do ex-prefeito. 

- Atingido por coletivo, ponto de ônibus desaba e mata idosas em São Vicente.

Luna Oliva e Orion Pires -Do G1 Santos - 10/07/2016
Duas idosas morreram após serem atingidas pela estrutura de concreto de um ponto de ônibus que desabou na tarde deste domingo (10) na avenida da praia em São Vicente, no litoral de São Paulo. O acidente aconteceu por volta das 16h30, na avenida Padre Manoel da Nóbrega, na praia do Itararé, sentido Santos. As vítimas foram resgatadas por socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e levadas para o Hospital da cidade. Por volta das 17h45 a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a morte das idosas que tinham 70 e 74 anos. A identidade das vítimas não foi revelada.

- Falecimento do apresentador Odárcio Ducci, dia 15. Odárcio tinha 74 anos e era um nome intimamente ligado ao tradicional Ilha Porchat Clube, de São Vicente. Ele foi o idealizar de festas como “Uma Noite nos Mares do Sul”. 

Advogado paranaense de Cornélio Procópio, Odárcio Ducci nasceu em 28 de janeiro de 1942. No entanto, foi no comando do Ilha Porchat Clube que ele transformou o local em um dos principais redutos festivos do Brasil nas décadas de 70 e 80, com suas "Noites nos Mares do Sul". Durante anos, Odárcio chegou a comandar o programa "Ilha Porchat na TV", na antiga TV Mar. Em maio de 2013, o apresentador sofreu seu quinto AVC (acidente vascular cerebral) e recuperou-se, mas ultimamente ele apresentava uma saúde debilitada. Odárcio Ducci estava internado na Santa Casa de Santos e sofreu complicações, após passar por uma cirurgia para retirada de pedras nos rins. O velório começa nesta sexta-feira, às 19h, na Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, e a cremação acontecerá no mesmo local amanhã (16) às 14h. (Santa Cécília Portal) 

2017–Comemoração dos 80 anos do Bloco das Ba-bahianas Sem Taboleiro. 

Inicialmente, o bloco se chamava Bahianas sem Taboleiro (as palavras “Bahiana” e “Taboleiro” seguem até hoje a grafia original). Em meados dos anos 1960 o nome passou a ser “Ba-bahianas sem Taboleiro”, em homenagem ao primeiro presidente, Alberto “Babá” Sbravati, falecido em 1957. Em sua primeira edição, no ano de 1937, cerca de 60 foliões foram para as ruas com a proposta de curtir o Carnaval usando trajes femininos. O bloco é reconhecido oficialmente como patrimônio histórico e cultural do município. 

– Falecimento do legendário sufista vicentino Marco Antonio Lui, de 57 anos, conhecido como Bill (Gordo), decorrente de ferimento por faca após um conflito com sua companheira na noite de 18 de abril.


Figura muito conhecida na região, Bill era instrutor de surf e stand-up e frequentemente organizava eventos esportivos na cidade. Bill foi presença marcante nos principais points do Itararé e Gonzaguinha nos anos 1970 e 80 ao laldo de Mirão (Miroles), Jaime Ventania, Antônio Augusto Sapo, Maurício Orelhinha, Marcelo Peixe, Barata, Nino Matos, Julião, Zé Paulo, Fabio Fonseca, Daniks Fisher, Diego Meinha, Vinícius Bico, Kim Matheus, Evandro Lima, Lucinei Mallas e Fábio Porto. Bill foi escolhido como esportista escolhido para carregar a Tocha Olímpica na passagem por São Vicente em 2016. Deixou uma filha. 

- O Instituto Camará Calunga completa 20 anos de atividades. 

- Assassinato do estudante Gabriel Aquino, na noite de 18 de abril. 

Irmãos acusados de matar estudante a facadas em SP são condenados 

Gabriel Souza, de 19 anos, foi morto em São Vicente, no litoral paulista, enquanto voltava para casa, em abril de 2017. Por G1 Santos - 07/06/2018 
Irmãos Wisman e Willian são apontados como responsáveis por matar Gabriel.Os dois irmãos apontados como responsáveis pela morte do jovem Gabriel Aquino Muniz de Souza, de 19 anos, em abril de 2017, em São Vicente, no litoral de São Paulo, foram condenados pelo crime de latrocínio. O advogado de acusação afirma que vai recorrer para que a pena seja maior. O estudante foi encontrado morto no dia 18 de abril de 2017, em um terreno baldio no bairro Catiapoã. Ele havia saído de bicicleta para visitar a namorada e não voltou mais para casa. O corpo dele estava com perfurações de faca. Quase um mês após o crime, a polícia deteve os irmãos Wisman Francisco Xavier, de 34 anos, e Willian Leão Machado, de 29, apontados como os autores do homicídio. A sentença, divulgada na segunda-feira (4), condena Xavier a 23 anos e 4 meses de prisão. Já Machado foi condenado a 27 anos, 2 meses e 20 dias de detenção. Os dois já estavam presos, aguardando julgamento, e devem cumprir as penas em regime fechado, não sendo possível recorrer em liberdade da decisão. Mário Badures, advogado de acusação, afirma que recorrerá da sentença solicitando uma pena maior. 

2018 – O ex-prefeito vicentino Márcio França assume o cargo de governador do Estado de São Paulo. 

- Morte do memorialista Fernando Martins Lichti. Foi vereador em São Vicente (1948-1951), provedor do Hospital São José e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV). Ganhou destaque como um dos principais memorialistas da região, organizador de livros como as polianteias de São Vicente, Santos e Bertioga. Por meio da sua liderança e persistência, juntamente com seus companheiros contemporâneos, a cidade conseguiu recuperar a memória e destaque na história do Brasil e da colonização portuguesa. O IHGSV foi a base intelectual e política da conquista dos títulos "Cellula-Mater da Nacionalidade" e "Berço da Democracia nas Américas". Nas comemorações do 54º aniversário IHGSV, Lichti lembrou da sua trajetória e dos seus antecessorores na presidência do instituto: Aníbal Raposo do Amaral, Helio Moscoso Orelhana, Francisco Martins dos Santos e Jonas Rodrigues. “ Há 54 anos, nesta data- 5 de fevereiro- uma plêiade de cidadãos idelistas levantavam nesta cidade o ideal de exortar a história vicentina. São Vicente tem uma dívida de gratidão com esses precursores”. 

- Morte de Renato Caruso, ativista cultural e político. Nascido em Santos, em 01 de janeiro de 1960, Caruso foi um dos fundadores da Juventude Secundarista de São Vicente. Foi vereador e presidente da Câmara Municipal, exercendo também o cargo de Secretário de Cultura no governo do prefeito Tércio Garcia. 

- “Peruas e Vans” completam, 20 anos no transporte coletivo de São Vicente. 

- Centenário da Avenida Manoel da Nóbrega. 

- Secretaria Municipal de Saúde da Saúde realiza na Cãmara Municipal o Simpósio de Prevenção do Suicídio, com a participação de profissionais de saúde, educadores e voluntários do CVV. 

- Símpósio Municipal de Prevenção do Suicídio na Câmara Municipal de São Vicente. 


- Morte, aos 53 anos, do professor e critíco literário vicentino Alfredo Monte. Alfredo viveu desde à sua infância no Jardim Independência. Era doutor em Letras pela Universidade de São Paulo.


Morreu na sexta-feira (30), em Santos, aos 53 anos, o professor de Língua Portuguesa e Literatura e crítico literário de A Tribuna Alfredo Monte. Ele enfrentava, desde 2015, as dificuldades impostas pela Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Muito querido pelos escritores, Monte deixa uma marca inesquecível em todos que conviveram ou foram resenhados por ele. O crítico mantinha sua coluna em A Tribuna desde 1993, todas as terças-feiras. “Monte dizia que era difícil de acreditar em Deus. Não conseguia entender, em seu maior momento de reflexão, o motivo pelo qual sentia raiva. A raiva por não entender se Deus existia mesmo, o motivo por ter deixado um cara que caminhava quatro quilômetros por dia, adorava sair e tudo mais numa cama com uma doença torturável”, declarou o estudante de Jornalismo Marcelo Lopes, que desde 2015 o ajudava a escrever suas resenhas e ensaios para o jornal. Vida pós morte? Monte era cético, segundo Lopes. “Ele dizia que só não queria ter que voltar para cá”, lembrou Lopes. As conversas entre os dois, mesmo com a dificuldade para falar ou se locomover do ensaísta, eram bem variadas. “Falávamos bastante de literatura, era o assunto de todo o tempo. Política, família, dinheiro, faculdade. Mas depois de um tempo a gente filosofava, falávamos sobre Deus, vida, futuro. Chorávamos juntos também”. Lopes, que era vizinho de Monte, conta que o conheceu antes dele ser diagnosticado com ELA. E, quando passou a ajudar com as resenhas, o contato ficou ainda mais próximo.“Ele não falava. Usávamos um papel com todo o alfabeto e fazíamos as resenhas. Ele ditava letra por letra. Levávamos quatro ou até seis horas”. (Lucas Krempe, A Tribuna) 

- Centenário do Hospital São José. 

- O CAMP Rio Branco – Centro de Aprendizagem e Motivação Profissional- empreende diversas ações aducativas de educação emocional e prevenção do suicídio durante o ano e no Setembro Amarelo: desfile cívico na área Continental; realização de palestras e rodas de conversa; Caminhada pela Vida e a ocupação da Ponte Pênsil com inauguração de placas de advertência do telefone 188 da Rede nacional CVV-Ministério da Saúde; e também a ocupação fraterna da Praça Tom Jobim. 


2019 – 60 anos da fundação do IHGSV – Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente. 
TERTÚLIAS HISTÓRICAS. “Em verdade, nosso Instituto – mesmo antes de ter sido fundado – já existia, informalmente, através das reuniões culturais e das tertúlias históricas que o historiador Francisco Martins dos Santos promovia em sua residência na rua do Colégio, 320, em nossa cidade. Essas reuniões contavam com a presença de historiadores, professores, alunos das escolas de São Vicente, Santos, Cubatão, Guarujá, Praia Grande e até de algumas autoridades municipais. O historiador também era muito procurado no arquivo da Câmara Municipal de Santos, onde trabalhava, para dirimir dúvidas em relação à história da região. Francisco Martins dos Santos foi, sem dúvida, o maior historiador da Baixada Santista e a mais fulgurante cultura dentre todos os personagens letrados do litoral paulista”. (Fernando Martins Lichti- Boletim do IHGSV, 2007) 





MEMORIAL DAS CADEIRAS DO IHGSV 

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO VICENTE 
Inspirado no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado na Capital do Império em 1838,   o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente-IHGSV tem sua estrutura acadêmica composta atualmente por 200 Patronos, cuja nomenclatura honrosa é iniciada pelos seus fundadores - Francisco Martins dos Santos e Odete Veiga Martins dos Santos (Cadeiras Nº 1 e Nº 2) - e mais 180 figuras históricas regionais e de destaque no Brasil em suas três idades políticas. O memorial homenageia e contempla navegadores marítimos, pioneiros da colonização, chefes indígenas, artistas, escritores, bacharéis, políticos, militares, clérigos, educadores, cientistas e principalmente membros da elite nobiliárquica nacional, criada no início século XIX para dar legitimidade ao Estado Nacional. A nobreza brasileira, bem como os seus símbolos, foram idealizados dentro espírito do nacionalismo e do romantismo em voga na Europa e nos países que adotavam esse modelo de cultura. O Marquês de São Vicente – o magistrado e diplomata José Antonio Pimenta Bueno (1803-1878), nascido em Santos, é patrono da Cadeira nº 87. Historiadores ilustres como Afonso d'Escragnolle Taunay e Rocha Pombo são patronos respectivamente das cadeiras 116 e 117.

- Ponto de ônibus desaba e deixa cinco pessoas feridas em São Vicente
Laje do ponto caiu após um carro colidir e derrubar um poste em São Vicente.
Por G1 Santos. 19/12/2019
Um poste caiu em cima de um ponto de ônibus de concreto, que acabou desabando em cima dos usuários do transporte público de São Vicente, no litoral de São Paulo, e deixou cinco pessoas feridas na manhã desta quinta-feira (19). Duas vítimas foram encaminhadas para o Hospital Municipal (antigo Crei), sendo que uma delas está inconsciente. As outras três sofreram ferimentos leves.

- Falecimento, em 23 de dezembro, do fotógrafo João Vieira, ao 85 anos.


João Vieira registrou como fotojornalista grandes momentos da história política da região. Presidentes, governadores e prefeitos foram alvos da sua lente sempre atenta para as melhores cenas. Essa imagem colorida é de 2001 quando o governador Mário Covas inaugurou o núcleo habitacional do México 70. Covas também escolheu São Vicente como sede de governo, em homenagem aos 500 anos do descobrimento do Brasil. O corpo de João Vieira está sendo velado no Cemitério da OSAN. ( São Vicente na Memória - Facebook)



- O cineasta e fotógrafo Klaus Mitelldorf filma em São Vicente as principais cenas do filme "Vou nadar até você", estrelado com Bruna Marquezine. Os cenários escolhidos foram as praias de Paranapuã e Itaquitandiva e a Ponte Pênsil.



2020 - Pandemia do Corona Virus (COVID-19) provoca milhões de mortos em todos o planeta. O isolamento é adotado nas cidades brasileiras a partir do mês de abril e causa forte impacto de retração na economia. O uso de máscara para sa ser obrigatório. As praias da Baixada Santista são bloqueadas. Nesse período não há ainda vacinas disponíveis e o assunto se torna objeto de disputa política e polarização ideológica. No Brasil foram registrados mais de 500 mil mortos nesse perído. Em São Vicente são registrados. Até junho de 2021, um ano depois, o boletim da secretaria municipal de saúde anunciou 778 óbitos registrados na cidade.

- Vicentino torna-se ministro da educação do governo Jair Bolsonaro. 

Vicentino de nascimento, ministro da Educação participa de entrega de escola no Japuí
13 de agosto de 2020 Jornal Vicentino
Os moradores do bairro Japuí ganharam na manhã desta quinta-feira (13) a mais nova escola da rede municipal de ensino, a EMEIEF Nilton Ribeiro. Voltada às crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I (1º a 5º ano), a unidade foi entregue com a ilustre presença do ministro da Educação, Milton Ribeiro, filho do patrono da escola.
“Eu sou vicentino. Eu sou calunga. Nasci no Hospital São José. Estudei no Grupão e no colégio Martim Afonso. Estou honrado de voltar a minha cidade”, afirmou o representante do Governo Federal, recordando que quando criança frequentava com seu pai a sede náutica do Clube de Regatas Tumiaru, no mesmo bairro onde fica a escola que homenageia seu progenitor.
“Vínhamos a pé pela Ponte Pênsil e retornávamos para casa também a pé, para comprar uma bananada no caminho”, lembra, com saudosismo, de sua infância na Primeira Cidade do Brasil. Além do ministro, estavam presentes seus irmãos Eliseu, Airton e Elizabeth e a mãe Aparecida Ribeiro, entre outros familiares.
Se o comparecimento da autoridade federal foi um presente para São Vicente, Milton também foi agradavelmente surpreendido ao receber do Executivo a ficha funcional de seu pai, que serviu por anos a municipalidade, atuando como funcionário público da Prefeitura até se aposentar. Morador do Centro, “Seu Ribeiro”, como era chamado o homenageado, foi conhecido por ser alegre e prestativo com todos.
A EMEIEF Nilton Ribeiro ocupa um terreno de 2.003,86 metros quadrados, dos quais 916,27 metros quadrados de área construída. O espaço conta com dez salas de aula, sala multifuncional, refeitório fechado, banheiros, cozinha, pátio e estrutura administrativa completa. A capacidade é para 400 crianças, e receberá, já este ano, 280 alunos das fases Infantis I e II e dos 1º e 2º anos do ensino fundamental. Em 2021, o atendimento se estenderá para turmas até o 5º ano.
A entrega da unidade vem de encontro aos investimentos realizados na Educação, que há 20 anos não inaugurava escolas em prédios próprios. Trata-se de mais um passo na série de melhorias na área, com reformas, aquisição de mobiliário, manutenção das unidades e salto de 28 para 54 creches no Município, aumentando a capacidade de atendimento com mais qualidade.

- Tombamento, por decreto do prefeito Pedro Gouvêia, da Casa do Professor, colônia de férias da Liga Professorado Católico de São Paulo. O imóvel foi considerado de interesse histórico por ser uma das última edificações do perío áureo das casas e mansões de veranieo do Boa Vista.

 
Diretoria da Liga do Professorado Católico em visita a São Vicente, 1966. Acervo: LPC São Paulo.

2021 - Posse do prefeito Kaio Amado e dos vereadores municipais com mandato até 2025.

- O Instituto Butantã anuncia a produção de vacina contra o COVID. 

- Criação e fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Praia Grande-IHGPG.

Reunião do IHGPG na Travessa Antonieta Lagata ( travda Avenida Paris), 42, em 28 de junho, às 18 horas, na sede provisória da nova instituição. 

"Que dia proveitoso ! Hoje entraram como membros fundadores do Instituto Histórico Geográfico de Praia Grande, o professor e historiador Dalmo Duque dos Santos, o cineasta Antonio Munõz, a fomentadora cultural Lourdes Marszoleque, o jovem bacharel Gabriel Resende e a fotógrafa e comerciante Renata Biondo. Em comum todos amam essa cidade e pretendem colaborar com estudos, pesquisas e divulgação da nossa história e da nossa cultura. Essa será a nossa missão" !
Cláudio Sterque.

"Participando da 4ª reunião de fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Praia Grande - IHGPG, realizada na futura sede provisória - antiga residência da Profª Graziella Diaz Sterque, fomentadora cultural e ícone de Praia Grande. Na ocasião, discutimos os seguintes temas: Estatuto, compromissos e ações a serem desenvolvidas. Na tarde desta última sexta-feira (25), fui convidado pelo meu grande amigo Claudio Sterque (Historiador PG) - figura que muito admiro - para compor o quadro de membros fundadores do IHGPG, e claro, não exitei em abraçar este lindo projeto. Muito obrigado, mais uma vez, pelo convite e confiança"! Na foto: Gabriel Resende. Dalmo Duque dos Santos, Renata Biondo, Cláudio Sterque,  Élson Sterque, Maria de Lourdes Marszolek Bueno e Fathyma J Carvalho "  
Gabriel Resende.

- Membros do IHG de Praia Grande visitam o IHG de São Vicente.

No fim da tarde desta segunda-feira (23 de agosto) a comitiva da Diretoria do Instituto Histórico e Geográfico de Praia Grande (IHGPG) se fez presente em uma visita aos nossos irmãos do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV). A comitiva do IHGPG foi recepcionada pelo Confrade Diretor-Presidente, Dr. Paulo Eduardo Costa. Participaram da visita, os seguintes membros: Elson Dias Sterque - Presidente; Edson Santana - Diretor Executivo; Gabriel Resende - Diretor de Finanças; Fátima Jaguanharo - Secretária Executiva; Dalmo Duque dos Santos - Membro Fundador, representando a diretora Suely Toschi. 

- O jogador de futebol Neymar Júnior publica ensaio fotográfico promovendo uma griffe de roupas e homenageando o início da sua carreira em São Vicente.



2022- 50 anos do lançamento de Vultos Vicentinos, de Edson Telles de Azevedo, coletânea de crônicas biográficas publicadas desde 1965 em A Tribuna e publicada em livro em 22 de janeiro de 1972, por ocasião da comemoração dos 440 anos da fundação de São Vicente. O evento aconteceu por iniciativa do Departamento de Turismo e da sucursal do jornal, na rua Frei Gaspar. 



- Faleceu de Zan Quaresma. Era arquiteto formado pela FAU-USP e funcionário concursado da prefeitura de São Vicente. 


Um batalhador atuando como membro técnico e presidente do CONDEPHASV, sempre com muito capricho e dedicação. Entra hoje para o panteão dos imortais do CALUNGAH, deixando lembranças alegres e também de momentos difíceis na defesa da história e da memória da nossa cidade.

- Falecimento de Waldir Lanza, um dos criadores da UNIBR.


O empresário sofreu um acidente de motona avenida perimetral do Porto de Santos no final da noite de ontem (23 de julho). O grupo UNIBR (quatro sócios) entrou em São Vicente em 2006, quando adquiriu a Faculdade São Vicente (Integração) ampliando as instalações e cursos superiores , saltando de 300 para cerca de 2 mil alunos. O centro universitário abrangia três endereços: a avenida Capitão-mor Aguiar,  rua Sorocabana e rua Visconde de Tamandaré. A família Lanza -  fundadora da Unimonte em Santos ( antiga AELIS e hoje São Judas) - foi também proprietária de parte da Viação Santos-São Vicente nos anos 1960, cuja primeira sede foi exatamente na casa da rua V. de Tamandaré, onde funciona a administração da UNIBR. Valdir era filho da Victório Lanza e Maria Ottília Pires Lanza, já falecidos. Sâo Vicente na Memória.

- Falecimento de Roberto Roemer, conhecido ator e colaborador da Casa do Barão, sede do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente. 



"O setor cultural de São Vicente está de luto. Faleceu na quinta-feira (28) Roberto Roemer. Nascido em 1951, Roemer teve o primeiro contato com o teatro ainda na escola primária. Afastou-se da arte na vida adulta, retornando a partir de 2000, quando atuou, ao lado do filho Gustavo, da Encenação da Fundação da Vila de São Vicente, dando vida a personagens como o Bispo, Padre Anchieta, Conselheiro do Rei, entre outros.

Em 2010 ganhou novo amor pela arte, encarnando Papai Noel. Também participou da montagem “Pelas ruas do Brasil em 1822”, projeto dirigido por Antônio Roberto Marchese em referência ao bicentenário da Independência do Brasil. Também participou de curtas-metragens, dublagens e quadrilhas juninas. Seu último trabalho profissional foi no filme “Esquadrão Malakov”, contracenando com o ator global Roberto Rowntree. 

Em 2017, após ficar viúvo, mudou-se para o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHG-SV), partindo para um novo desafio: estudar restauro. Também apresentava o Museu do Instituto aos visitantes, renascendo o “Barão”, personagem vivido por ele nos últimos anos.

O velório se deu na Osan (Parque Bitaru) e o sepultamento aconteceu às 17 horas de quinta-feira (28), no Cemitério Metropolitano de São Vicente". SECOM-PMSV


40 ANOS DA POLIANTÉIA VICENTINA (1982).




Este ano comemoram-se os 40 anos do lançamento da Poliantéia-450 Anos de Brasilidade, a primeira tentativa de resumir a história de São Vicente numa publicação única. Não é uma obra de historiografia acadêmica e sim um álbum memorial comemorativo dos 450 da fundação da Vila de São Vicente. Tem um formato gráfico fora do padrão dos livros convencionais, o que tornou difícil a sua distribuição comercial. Hoje a Poliantéia só é encontrada em bibliotecas, coleções particulares e sebos, ofertada em média por cerca de 140 reais. O álbum foi organizado e produzido por uma equipe editorial liderada por Fernando Martins Lichti, subsidiado financeiramente por patrocinadores anunciantes e contribuintes; e comercializado pela Editora Caudex.

"Com doze capítulos e 392 páginas, editorada em formato e conteúdo de álbum-almanaque, a Poliantéia tinha como base uma rica cronologia de fatos históricos vicentinos, descrição geográfica e cultural das entidades vicentinas, com seus destaques, eventos e finalmente uma coletânea de artigos de diversos autores memorialistas. Eram personalidades especialmente convidadas para abrilhantar a edição comemorativa, entre muitos outros, Francisco Martins do Santos, Jaime Mesquita Caldas, Jaime Franco, Esther de Figueiredo Ferraz, Lincoln Feliciano, Costa e Silva Sobrinho, Jaime Horneaux de Moura, Antônio Tellegisky, Lydia Federici, Jonas Rodrigues e Edson Telles de Azevedo (jornalista de A Tribuna, célebre autor do livro de biografias Vultos Vicentinos e editor da revista A Rosa). A obra foi organizada e editada pelo memorialista Fernando Martins Lichti (também autor da maioria dos textos e dados históricos da publicação) em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, dirigido na época por Odete Veiga Martins dos Santos".


2023- Gravação um especial para TV Tribuna- Globo sobre os 491 anos de São Vicente, falando do  antiquíssimo Porto das Naus, do engenho de Jerônimo Leitão, da  famosíssima Ponte Pênsil e da centenária e sempre doce Casa das Bananadas. Reportagem de Thaís Rozo e Leandro Guedes. E a simpatia de Dona Nida Blume, que vive há 80 anos nesse ponto mágico da cidade. 


A TV Tribuna exibiu reportagem sobre os 491 anos de São Vicente em duas versões de conteúdos do dia 21 de janeiro destacando a antiguidade vicentina de 30 anos antes da chegada de Martim Afonso, com entrevista do historiador Dalmo Duque. Destacou também o comércio vicentino através de dois modelos históricos sugeridos pela Associação Comercial de SV: a Casa das Bananadas  e Supermercado Fiel Barateiro. (Ver matérias na página inicial do blog e no link Gastronomia Calunga)


- O ex-governador de São Paulo, Márcio França, ex-prefeito prefeito de São Vicente, ex-deputado federal , assume o Ministério dos Portos e Aeroportos.  


Márcio França (PSB) foi o principal ideólogo da aliança Lula-Alkmin para combater a reeleição de Jair Messias Bolsonaro em 2022. Candidatou-se ao senado nessa ocasião. Embora não tendo sido eleito, foi contemplado com o ministério, continuando como articulador politico do governo federal. 



- Saint-Gobain anuncia, em 31 de março,  o encerramento das atividades da Fábrica de Vidro em São Vicente. Segundo o jornal A Tribuna (edição de 01 de abril), a empresa deixa um dívida de R$114,7 milhões com o município, referente a um terreno na Área Continental. 

A fábrica foi fundada em 1938 por Sebastião Pais de Almeida e Celso Santos com o nome Companhia de Vidros do Brasil (Covibra), produto da fusão com a Vicry (fundada em 1937) primeira fábrica de vidros planos do país.


Unidade desativada da fábrica de vidros na rua Frei Gaspar.  Fotodrone de Fernando Tiepelmann Roxo. 


- Arquivo Público do Estado de São Paulo está em São Vicente.13 de setembro às 13:00  · 

#MUNICÍPIOS PAULISTAS

São Vicente é a cidade mais antiga brasileira. Considerada a primeira Vila oficial do Brasil, foi fundada em 22 de janeiro de 1532 com a instalação de elementos colonizadores como Igreja, Câmara e Pelourinho.
A localização e o recorte geográfico do território fizeram do local um lugar muito cobiçado, sendo ponto estratégico de abastecimento das embarcações e defesa do território até então de domínio português. 
Suas terras e riquezas também levaram o #município ao seu declínio, devido uma série de ataques cometidos por piratas e corsários, além de povos rivais dos portugueses, acarretando, por exemplo, no incêndio da construção original da Igreja Matriz. 
Algumas catástrofes naturais também estão marcadas no passado da cidade. Depois de passar por tempos muito difíceis e de abandono à cidade ressurgiu com o ciclo do café no Brasil e por consequência a expansão do Porto de Santos. 
Atualmente o território da Ilha de São Vicente abrange parte das cidades de São Vicente e Santos, e diversas obras e monumentos guardam a história da cidade e naturalmente do Brasil, alguns deles: Biquinha de Anchieta, local onde os jesuítas catequizavam os índios; Porto das Naus, primeiro trapiche alfandegário e engenho do Brasil; Marco Padrão, monumento símbolo da colonização portuguesa; Monumento IV Centenário do Descobrimento, monumento projetado por Benedito Calixto e Monumento 500 anos do Descobrimento, mirante projetado por Oscar Niemeyer para homenagear 500 anos do descobrimento do Brasil. (Fonte: Prefeitura de São Vicente)



SEI Cidades – São Vicente é a primeira cidade a receber a visita do Arquivo Público do Estado e da PRODESP para tratar da implantação do SEI-Cidades, projeto da Secretaria de Gestão e Governo Digital do Estado de SP que pretende levar o Sistema Eletrônico de Informações (SEI-SP) para os 645 municípios paulistas. Como material de apoio aos municípios, o APESP disponibiliza a cartilha ‘Implantação da Gestão Documental nos Municípios’ e o curso EAD ‘Como implantar Arquivos e Gestão Documental em municípios’. Fique de olho!
📷Acervo Cartográfico/APESP
Título: São Vicente
Código de Ref: BR_APESP_IGC_IGG_CAR_I_S_0355_001_001
Localidade: São Vicente
Ano: 1932

- Inauguração, em 4 de novembro, no IHGSV, do Memorial Ivani Ribeiro.


Hoje foi apresentado ao público a primeira parte do acervo: alguns volumes da biblioteca de Ivani Ribeiro, doada ao IHGSV. São os livros que construíram o estilo e inspiraram as novelas mais vistas da televisão brasileira. O Instituto também recebeu várias caixas com objetos e documentos que pertenceram à novelista vicentina. O acervo foi doado por Carolline Rodrigues, autora de "A Dama das Emoções", biografia de Ivani.


A ETERNA IVANI RIBEIRO. No salão do IHGSV, teve palestra ministrada por Márcia Gouvêia. "A novelista entrava literalmente em transe criativo para conversar com personagens e compor as tramas que fascinaram o público brasileiro de rádio e televisão". Uma narrativa emocionante para uma pequena e seleta plateia: artistas, escritores, historiadores, jornalistas e vicentinos da gema. São Vicente na Memória. Foto: Dalmo Duque

2024- Em 22Janeiro, 522 anos da chegada Américo Vespúcio e nomeação oficial de  São Vicente.






-MUDANÇA  NA PAISAGEM DO CENTRO. A demolição do CREI - após 21 anos de existência - e a construção da UPA Central anunciados pela prefeitura  marcam o início de 2024 no setor da saúde pública do município.










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A CIVILIZAÇÃO DOS PORTOS

   Banner.  São Vicente e Santos em 1615, em gravura do roteiro do Almirante Joris Van Spilberg idealizada pelo ilustrador Jan Janes. Fonte:...